Olívia de Cássia - jornalista
A vida vai passando e a gente aprende a não se humilhar, a não
querer em vão o que não vale a pena, a não
se conformar com as injustiças e a lutar contra o egoísmo. Os nossos egoísmos
internos e os dos outros.
Tem dias que estou saudosa. Sinto falta da presença do meu
pai ainda, mesmo já tendo se passado 14 anos de sua partida.
A presença dele ainda
é muito forte em minha vida. Quando eu ia aos fins de semana para União, eu
sentava no pé da cama e conversava com ele sobre os meus planos.
Meu pai ria das minhas pretensões, das nossas conversas e
brincava comigo; não era de me
desestimular na profissão e na vida, mas nas entrelinhas me deixava entender
que minha sobrevivência ia ser difícil. Meu pai ainda me faz muita falta.
São muitas as lembranças e lutas diárias que tenho. A gente
aprende, com o passar dos anos que não adianta supervalorizar problemas. Eles
existem para ser resolvidos e o que não pode ser resolvido como diz um amigo
meu não é mais problema.
Venho traçando algumas metas para mim, tentando me educar e
me vigiando, sempre. Já me desesperei muito por causa da sensação de impotência
diante dos problemas da rotina e dos atropelos que aparecem no meu dia-a-dia.
Me sinto sem condições de resolver.
As decepções doem muito, mas quando passa nos servem de
lições e aprendizado. O tempo é o melhor remédio, como diria minha mãe. Sinto
falta de muita coisa, mas tento preencher essa lacuna da melhor forma que eu
posso.
Felizmente, tenho aprendido que não vale mais a pena ficar
insistindo com o que não importa. O que vale na vida é a gente se dedicar às
coisas que nos tragam aprendizado e bem-estar, tentar viver da melhor forma possível, sem
traumas, com suavidade e sem sofrimento.
Tem dias que me ponho assim saudosa dos que já se foram,
saudosa de mim. Ainda bem que tenho do que me lembrar, para preencher meus dias
e não torná-los vazios. Tento dar o melhor encaminhamento à minha vida tão
atrapalhada e tão carente de mim.
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