Olívia de Cássia - jornalista
Ficar sozinha, sem ter ninguém por perto, às vezes tem a sua
vantagem: pelo menos a gente não precisa fingir para ninguém que está tudo bem,
tudo certo. Se me dá vontade de chorar, eu choro mesmo.
Gosto de ficar sozinha, pensando, meditando, escrevendo, sem
ninguém por perto. É bom ficar um pouco sozinho para refletir e pensar sem ninguém para
atrapalhar, mas tem horas que
a solidão cansa e a gente precisa de um colo, de um ombro amigo e de uma
palavra de conforto.
Eu não tenho medo da solidão, nunca tive problema para dormir
sozinha ou ficar em casa sem companhia; sempre procurei ocupar meus espaços com
leituras e tarefas positivas. Até por que às vezes a gente está na companhia de
outro e mesmo assim está sozinha.
Já me aconteceu isso de me sentir sozinha e abandonada, mesmo na
companhia do parceiro. E não tem solidão pior no mundo do que essa. Você se
sente a pior pessoa do mundo porque sabe que aquela pessoa espiritualmente não
está ali com você.
“A solidão é um estado psíquico que independe da companhia ao seu
redor. Porém alcançar este estado de plenitude é algo que não ocorre com muita
frequência na maioria das pessoas”, diz o psiquiatra Luiz Cuschnir.
Segundo Cuschnir, o sentimento de solidão que causa tanto medo nas
pessoas é justamente aquele que as leva ao encontro de si mesmas, aos
pensamentos e conflitos mais primordiais e profundos do ser humano, e que por
isso o acompanha desde sempre.
“A solidão é a angústia que o impulsiona para as relações, para as
invenções e até para a religião, numa busca de preencher o vazio interno
inerente a quem não se reconhece como parte integrante de um todo”, observa o
psiquiatra.
“Cuschnir observa que quando as pessoas se permitem estar só, se
permitem também sentir os seus conflitos internos”, pensarem em suas vidas,
reconhecerem o mistério que é viver e aprenderem sobre si mesmas”.
Não há nada melhor do que o aprendizado sobre nós mesmos;
conhecendo-nos profundamente a gente pode entender os outros e não fazer
julgamentos precipitados a respeito de pessoas que às vezes nem
conhecemos direito e na primeira impressão já vamos fazendo juízo de valor.
A solidão muitas vezes devora a nossa alma se não colocamos aquele
tempo a nosso favor. Nesse longo tempo de solteirice e solidão tenho aprendido
muito com a vida.
Hoje foi um assim, daqueles que passa e no final, ao anoitecer
você faz um balanço e vê que não produziu muito e que poderia ter feito muito
mais em benefício de você mesmo. Uma boa semana para todos e fiquem com Deus!
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