quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A espera

 


Olívia de Cássia C. de Cerqueira

 

Desde as 4h da manhã que estou acordada, preocupada com minha Malala, que já se prepara à maternidade. A natureza é milagrosamente sábia e penso em começar a escrever sobre isso, para espantar minha ansiedade de vó de pet, mais uma vez.

Parece até que é a primeira vez e que não acompanhei os partos das gatas que já viveram por aqui. E já que não tive filhos humanos, me comporto  como se fosse agora.

O veterinário me disse para ficar de olho na minha Pinche, pois  os filhotes nascem minúsculos e elas podem comer, como aconteceu da primeira vez. Dizem que é por falta de ferro no organismo e estou  ministrando comida para filhote, como recomendado pelo especialista.

Acaricio e beijo a barriguinha dela, olho se já tem dilatação, vejo que a bichinha está exausta, mais ainda vai demorar  o parto. Juca, o pai  dos filhotes, aparece na porta do quarto, curioso com todo o movimento e cheirando a caminha, como se perguntasse: ‘o que está acontecendo’?

Espanto os gatos que se juntam a ele. E pelo caminhar da situação, observo que o dia de hoje será aflição, espera e ansiedade. Sinto o pulsar da vida ao tocar na barriga de Malala,   que com seu olhar ‘piongo’ me pede ajuda.

Sou uma mãe aflita e entendo, por meio dos exemplos dos meus pets, o quanto é inseguro esse mundo para uma mãe, que pensa no que será dos filhos. Nos tempos de hoje e de qualquer tempo. É tudo igual e colocar filhos nesse mundo de incertezas não é fácil.

Juca deita o lado da cama, como que para acompanhar tudo de perto. Ele é um doce. A televisão está ligada na sala, mas do quarto de baixo onde estou com Malala, no aguardo  do desfecho do parto, ouço algumas noticias  da conjuntura atual e já não me espanto mais com tanta gafe, tanto atropelo no país.

É muita trapalhada e desacerto nesse governo fascista  que tomou conta do Brasil. Me entristeço com toda essa entrega dos nossos bens aos EUA.

 Nosso país é tão lindo, tão poderoso em riquezas  e belezas naturais, mas infelizmente está nas mãos de bandidos, ladrões e corruptos e não tem um dia sequer sem que, infelizmente,  não haja notícias que nos envergonha lá fora.

Queimadas que destroem o meio ambiente, redução de salário, retirada de direitos dos trabalhadores e menos aquinhoados, além da á administração, militares em todo o governo, sem qualificação para os cargos e muitos outros desatinos.

Além disso, vemos a exportação exagerada de produtos como arroz, causando aumento de preços exagerado, também em outros produtos, revivendo o atraso do governo Sarney. Tudo isso motivado pela campanha do ódio, que levou à elevação de um idiota à presidência.

Muitos erros e quase ou nenhum acerto. Não somos perfeitos, ninguém é perfeito, mas se pelo menos houvesse reconhecimento e correção dessas falhas e boa vontade, a situação estaria diferente.

Como se explica que num ato político em homenagem ao 7 de setembro, dia da ‘independência do Brasil bandeiras americanas fossem colocadas no local, reverenciando o governo Trump, outro traste?, numa demonstração de total subserviência e desatino. Fica a reflexão, enquanto aguardo Malala parir. 

Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...