terça-feira, 31 de julho de 2018

Autobiografia e superação: nesta sexta, lançamento de Mosaicos do Tempo

Blog da Graça Carvalho - site Eassim

Por: Graça Carvalho

Jornalista alagoana resgata memórias e revela descoberta de cerca de 80 casos da Doença de Machado-Joseph na árvore genealógica de sua família


Finalmente, o livro de memórias Mosaicos do Tempo, da jornalista Olívia de Cássia Correia de Cerqueira, alagoana de União dos Palmares, saiu do prelo e vai ser lançado sexta-feira (3), no Museu da Imagem e do Som (Misa/Alagoas), em Jaraguá.

A obra poderia ter sido publicada há 14 anos, mas uma sucessão de fatos, incluindo a suspeita e a confirmação de também estar com sintomas de uma estranha doença que vitimava muitas pessoas de sua família – Doença de Machado-Joseph -, levaram Olívia a adiar esse projeto.

Hoje, aos 58 anos, aposentada em decorrência dessa doença degenerativa, que afeta músculos, membros superiores e inferiores, a coordenação, a escrita e, entre outros sintomas, a fala, por meio de um financiamento coletivo e incentivo dos amigos, Olívia está pronta para compartilhar sua historia.

“A ataxia é ainda um mistério e começou a ser estudada na década de 1970. Na nossa família, antigamente, todos só a conheciam como “a doença da família” ou a “maldição da família Siqueira/Cerqueira, Paes, Correia, Vieira” e há bem pouco tempo é que descobrimos o nome científico. É uma doença rara e segundo os cientistas teve início na Ilha dos Açores, em Portugal, onde os casamentos consanguíneos foram acontecendo de forma desordenada”, conta Olívia.

O pai de Olívia, João Correia de Cerqueira, e Petrônio Correia de Cerqueira, um dos irmãos da autora, já falecidos, foram vítimas da mesma doença, que vitimou cerca de 80 pessoas da família, ao longo de séculos. Por isso, antes mesmo de realizar um teste genético, ela já suspeitava ter sido sido “contemplada com a herança maldita da família”. Até porque, conviveu de perto com o pai, e percebia, em si mesma, sintomas e limitações. O mais recente diagnosticado com a doença na família Correia de Cerqueira foi Márcio José, de 40 anos, sobrinho da jornalista.

“Escrever Mosaicos do Tempo, em 2004, ainda me recuperando de uma depressão foi libertador de todos os meus medos e traumas, de todos os meus demônios internos. De lá para cá, sem conseguir publicar por falta de recursos, fiz várias intervenções nos meus escritos, mas avalio que não comprometeu o meu relato”, destaca a autora.

Mosaicos do Tempo é, pois, uma autobiografia que merece lida e transformada em documentário. E para quem pensa que se trata de uma obra pesada, por conta de toda a dificuldade da autora, não se trata disso. Ao contrário, a narrativa é permeada de toques de humor, bem a cara de Olívia, que assume seu amor pela vida e diz que, hoje, encara a doença com suavidade, procurando ter um cotidiano descomplicado.

Só reforçando, o lançamento de Mosaicos do Tempo acontece nesta sexta-feira (3), às 19h30, no Museu da Imagem e do Som (Misa/Alagoas), no bairro de Jaraguá, em Maceió. Dia 22 de agosto, a obra também será lançada em União dos Palmares, cidade natal da jornalista Olívia de Cássia Cerqueira. O livro custa R$ 40,00 (com pagamento em dinheiro ou em cartão de crédito ou débito (Visa ou Mastercard).

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Livro Mosaicos do Tempo será lançado nesta sexta-feira, 3



O livro de memórias Mosaicos do Tempo, da jornalista Olívia de Cássia Correia de Cerqueira, será lançado na próxima sexta-feira, 3 de agosto, no Museu da Imagem e do Som (Misa), em Jaraguá. O livro é uma autobiografia com toques de humor e reflexão e o relato começa em União dos Palmares, cidade natal da autora, e continua em Maceió. Em |União dos Palmares será lançado dia 22 de agosto às 19h, no Museu Casa de Maria Mariá.

Em Mosaicos do Tempo, Olívia procura contar a sua história pessoal, desde a infância, contando sua origem num esboço de árvore genealógica, onde constatou a razão de tantos casos de ataxia na sua família. Conhecida como Doença de Machado-Joseph, a Ataxia é degenerativa e afeta os músculos, membros superiores e inferiores, a coordenação, a escrita, a fala e apresenta outros sintomas.

“A ataxia é ainda um mistério e começou a ser estudada na década de 1970. Na nossa família, antigamente, todos só a conheciam como “a doença da família” ou a “maldição da família Siqueira/Cerqueira, Paes, Correia, Vieira” e há bem pouco tempo é que descobrimos o nome científico. É uma doença rara e segundo os cientistas teve início na Ilha dos Açores, em Portugal, onde os casamentos consanguíneos foram acontecendo de forma desordenada”, explica.

Mas apesar desse problema degenerativo Olívia explica que apesar de tudo, “não é motivo para que eu me desespere ou desista de viver. Seja lá o que Deus quiser. Hoje encaro meu problema com suavidade, procurando ter um cotidiano descomplicado”.

Só precisei do teste genético, para fins de aposentadoria, no INSS, mas eu já sabia, muito antes disso, eu tinha sido contemplada com a “herança maldita da família”. Convivi com meu pai, acompanhei tudo de perto e tinha consciência dos meus sintomas e limitações.

“Escrever Mosaicos do Tempo, em 2004, ainda me recuperando de uma depressão, foi libertador de todos os meus medos e traumas, de todos os meus demônios internos. De lá para cá, sem conseguir publicar por falta de recursos, fiz várias intervenções nos meus escritos, mas avalio que não comprometeu o meu relato”.

O que é: Lançamento do livro Mosaicos do Tempo
Quando: nesta sexta-feira, 3 de agosto
Onde: Museu da Imagem e do Som (Misa), em Jaraguá
Horário: das 19h30 às 22.
Valor do exemplar: R$ 40 e também pode ser adquirido no débito ou cartões de crédito Visa e Mastercard


sábado, 28 de julho de 2018

Os cadernos...


Olívia de Cássia Cerqueira- Jornalista aposentada

Na adolescência eu tinha meus cadernos, da mesma forma que quase toda adolescente da época. Nesses meus diários eu registrava meu dia-a-dia, minhas frustrações, conflitos internos e de gerações e meus amores platônicos, entre outras situações.

Os cadernos e diários tinham muita força àquela época, fosse de perguntas e respostas, fosse para se escrever situações do cotidiano, numa época em que nem se sonhava com internet. Fui uma adolescente com baixa alta-estima, cheia de complexos e tristeza que eu não sabia explicar.

Eu escrevia diariamente muitas cartas para os amigos contando aquelas situações. Um dia minha mãe pegou aqueles cadernos, leu meus segredos e eu me revoltei e queimei tudo. Eu me achava fora dos padrões que ainda hoje se aplica à ditadura da beleza para as mulheres.

Eu não entendia de onde vinham esses padrões, mas tentava de alguma forma driblar esses preconceitos, que são de muito longe. um processo histórico que sempre relegou à mulher um papel subalterno na condução do drama humano.

Mesmo com os muitos avanços que conseguimos por meio dos movimentos sociais e as lutas infindas, as mulheres, principalmente as pobres, negras e liberadas ainda sofrem muito com isso, com agressões psicológicas e físicas, culminando com muitas mortes.

Segundo Fernando Leite, do site Opção, esses preconceitos contra nós mulheres estão nos ditados e nas canções de diversos povos. “Seja nos conselhos dos mais velhos, seja na obra de filósofos, em sermões religiosos ou nos textos de pensadores”.

Ele pontua que não é muito difícil encontrar alguns focos desse preconceito tanto na religião quanto na literatura. E como eu era rebelde, contra tudo e contra todos que pensasse assim, me punha contrária a esses conceitos ultrapassados e passei alguns perrengues por isso, sendo discriminada de alguma forma.

Daí eu registrava a minha rotina naqueles diários\cadernos e me punha a escrever e escrever, inspirada pela amiga Eliane Aquino, que criava histórias amorosas com todas as adolescentes daquela época, colocando ali minhas emoções e frustrações.

Ainda segundo o jornalista Fernando Leite, mesmo entre os cidadãos esclarecidos e de instrução, ainda reina um machismo velado, além de uma ideia antiquada de que a mulher se resume a papéis secundários, nunca nivelados aos pares do sexo masculino.

“A violência contra as mulheres tem sido discutida intensamente desde o limiar de 1970. No entanto, a persistência de estereótipos patriarcais e sexistas na sociedade e nas famílias tem permitido que os seus perpetradores sejam tolerados, perdoados e ilibados”, como relata Adelino Esteves Tomás, em seu estudo sobre a Violência contra a mulher.

“Trata-se de um fenômeno que para além de subjugar, maltratar e privar as vítimas dos seus direitos, sujeita-as à autorrecriminação, à ocultação do seu sofrimento e à aceitação da vitimização”.

Nunca fui de aceitar imposições e quanto mais me impunham um comportamento padrão, mais eu me colocava ao contrário, lutando para que tudo aquilo fosse revisto e acabasse.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Sonho de jornalista, autobiografia financiada pelo público saiu da gráfica; veja como ficou


By Odilon Rios


O livro “Mosaicos do Tempo”, da jornalista Olívia de Cássia, saiu da gráfica e foi apresentado na tarde desta quinta-feira (26) ao público e para a escritora em uma live no Facebook.

A autora contou com a ajuda de uma ampla campanha de financiamento, onde cada pessoa poderia doar R$ 20, R$ 50, R$ 100 ou valores maiores.

Além do livro realizar um sonho da jornalista, ele é uma autobiografia investigativa: ela tem a doença de Machado Joseph e pesquisou casos na própria família. Descobriu que, nos últimos 100 anos, mais de 80 pessoas desenvolveram a doença, que é genética, degenerativa (afeta os músculos) e incurável.

Ela mistura os relatos com a própria história, incluindo personagens antigos de União dos Palmares mais histórias preservadas na memória da família, repassadas de geração a geração.

O lançamento é no dia 3 de agosto, no Museu da Imagem e do Som (Misa), das 19hs30 à

veja como ficou

http://reporternordeste.com.br/entretenimento/sonho-de-jornalista-autobiografia-financiada-pelo-publico-saiu-da-grafica-veja-como-ficou/



https://www.facebook.com/odilon.rios.1/videos/2153742254839193/



sexta-feira, 20 de julho de 2018

Em livro, jornalista mostra como descobriu mais de 80 casos de doença rara na família

By Odilon Rios
(Site Repórter Nordeste

São grandes os desafios das pessoas que convivem com os efeitos da doença de Machado-Joseph, que é degenerativa e afeta os músculos.
Mas a jornalista Olívia de Cássia procura contar a sua história pessoal com a doença analisando casos familiares (são mais de 80 em um século) mostrando também os desafios do dia a dia.

Em Mosaicos do Tempo, a jornalista revisita a própria vida. Uma autobiografia com toques de humor e reflexão. Um livro que começa em União dos Palmares a beira do rio Mundaú e continua em Maceió.

Mosaicos do Tempo será lançado em 3 de agosto, no Museu da Imagem e do Som (Misa), em Jaraguá, das 19hs30 às 22 horas. Custa R$ 40 e também pode ser adquirido no débito ou cartões de crédito Visa e Mastercard.

domingo, 15 de julho de 2018

A ficha ainda não caiu

Por Olívia de Cássia

Prestes a realizar um sonho de adolescente – a publicação do meu primeiro livro, no próxima dia 3 de agosto – ainda não me caiu a ficha de como será o dia do lançamento de Mosaicos do Tempo. Não é uma obra grandiosa não, não deu para imprimir tiragem volumosa, mas quero deixar para os meus sobrinhos netos e a quem se interessar pelo tema, um pouco do que vivi ao longo dos meus carregados anos.

Agradeço aos amigos Ana Cláudia Laurindo, cientista social, escritora e educadora, e a Odilon Rios, jornalista e escritor, a ideia da campanha coletiva de financiamento para publicação do livro, sem a qual eu não teria conseguido o intento.

Agradeço também a todos que colaboraram financeiramente e com pensamentos positivos e orações, para me ver realizando esse sonho antigo. Torcendo para que a Ataxia não leve logo o que tenho de melhor. Estou lutando por isso; não vou me deixar abater assim tão fácil, mesmo sendo uma luta infinda.

Escrever Mosaicos do Tempo, em 2004, ainda me recuperando de uma depressão, foi libertador de todos os meus medos e traumas, de todos os meus demônios internos. De lá para cá, sem conseguir publicar por falta de recursos, fiz várias intervenções nos meus escritos. Cortei e ou acrescentei outras situações e fui moldando com o tempo.

A descoberta de que sou portadora de doença neurodegenerativa genética, sem cura, ainda preocupa minha mente, já cansada pelos anos, mas não é motivo para que eu me desespere ou desista de viver. Seja lá o que Deus quiser. Abordo um pouco no meu livro a saga da minha família, castigada pela Ataxia, doença só diagnosticada há pouco tempo.

Só peço clemência para que Deus não me castigue com terminar meus dias inválida. É sempre o que respondo quando me indagam se tenho medo da morte. Morrer todos irão um dia e é um grande mistério que ainda não nos cabe revelar.

É claro que eu gostaria de terminar meus dias com conforto e qualidade de vida, muitas viagens, conhecer pessoas, novas paisagens e aproveitar o que a vida tem de melhor, mesmo que agora eu tenha que me adaptar a uma nova situação.

Não dá mais para eu sair sozinha para a praia, nos fins de semana, como eu fazia antes. Tenho impedimentos que me limitam, mas que me levam a outras aprendizagens e amadurecimento, não sou mais aquela adolescente cheia de utopias, embora alguns sonhos ainda me acalentem a alma.

Vivo meus dias com esperança e fé; tentando diminuir o peso do que virá pela frente e buscando não pensar nesse futuro de incertezas. Se for pensar muito nisso, tudo é incerto não só para mim. “Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro”, como diria Fernando Pessoa. Que venham muitos anos de paz e harmonia.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Mosaicos do Tempo: livro de jornalista está na gráfica, lançamento é em agosto; campanha continua


A primeira etapa do financiamento coletivo do livro Mosaicos do Tempo, da jornalista Olívia de Cássia, foi vencida: conseguimos o dinheiro necessário para rodar…


By Odilon Rios

A primeira etapa do financiamento coletivo do livro Mosaicos do Tempo, da jornalista Olívia de Cássia, foi vencida: conseguimos o dinheiro necessário para rodar os exemplares na gráfica e marcar dia, local e hora do lançamento: será 3 de agosto (sexta-feira), das 19hs30 às 22 horas, no Museu da Imagem e do Som (Misa), em Jaraguá.

O livro é autobiográfico e inclui uma investigação da jornalista sobre a doença de Machado-Joseph que, apesar de rara, nos últimos 100 anos, manifestou-se em mais de 80 parentes de Olívia, incluindo ela mesma. Degenerativa, a doença não tem cura e afeta os músculos do corpo.
Pesquisadores da Ufal e até de Brasília começaram os contatos com Olívia, após o lançamento da campanha. Objetivo é listar mais informações sobre Machado-Joseph, em busca da cura.

A campanha do financiamento coletivo do livro continua porque inclui outras etapas: apesar do espaço do Misa ser gentilmente cedido pela Secretaria Estadual de Cultura- levando em conta a contribuição da investigação do livro- outros custos terão de ser cobertos para atrair a amiga leitora ou leitor no dia do lançamento.

Os depósitos na conta de Olívia de Cássia podem ser nos valores de R$ 20, R$ 50 e R$ 100. Mais informações? 82-98871-0198.

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...