terça-feira, 28 de outubro de 2014

Psicóloga diz que é preciso equilibrar os estudos com horas de lazer e não cometer exageros

Psicóloga clínica Rosenilse Mendonça 

Olívia de Cássia - repórter

Nos próximos dias 8 e 9 de novembro alunos brasileiros enfrentarão a maratona do Exame Nacional de Curso (Enem) para tentarem uma vaga nas universidades federais.

Nessa época do ano, muitos estudantes se submetem a uma carga de trabalhos escolares, aulões, provas e simulados e a maioria não tem tempo para o lazer, se desdobrando entre o colégio e o cursinho.

A psicóloga clínica Rosenilse Mendonça, com formação em psicologia e psicoterapia humanista-gestalt terapia e terapia rogeriana, diz que o excesso de horas de estudo pode criar uma sobrecarga, gerando estresse e cansaço, condições essas que comprometem a assimilação e consequentemente a aprendizagem.

Nesses casos, segundo Rosenilse Mendonça, o desequilíbrio gera problemas psicológicos como a tristeza contínua, podendo levar o indivíduo a uma depressão. “Lembrando que os problemas psicológicos não resolvidos podem resultar em uma somatização, ou seja, o adoecimento físico do indivíduo”, observa.

A psicóloga avalia que o estresse e a ansiedade são fatores complicadores no processo competitivo entre jovens. “É nesse momento que a indecisão, uma das principais características da adolescência deve ser substituída por decisões, mas assertivas como a escolha da vida profissional, e essa escolha geralmente é feita no meio competitivo, podendo acarretar muitas vezes em uma escolha duvidosa onde posteriormente será redirecionada”, explica.

A profissional ressalta que em tudo precisamos de equilíbrio, e com o estudo não é diferente. “Faz-se necessário algumas observações importantes para quem pretende se preparar de forma adequada sem prejudicar sua saúde mental e física. Algumas delas: reserve algum tempo para o lazer; seu poder de assimilação será maior; respeite o total de horas de sono que seu organismo necessita (sem exageros); planeje metas com etapas bem definidas, assim ficará mais fácil manter a disciplina”, finaliza.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Retificação

Em nota, o jornalista e advogado  Arnaldo Santtos nos corrige dizendo que está cursando o décimo período de psicologia, mas  que ainda não é psicólogo de fato, como afirmamos em matéria sobre a maratona do Enem. Concluí o curso de Psicologia em dezembro, mas que ainda não tem o registro profissional. Arnaldo é advogado e jornalista e tem nos ajudado a esclarecer várias questões específicas. Está feito o reparo.

domingo, 26 de outubro de 2014

Maratona de estudos para o Enem exige disciplina e dedicação de candidatos


Estudantes se preparam em cursinho, numa maratona de provas, simulados, plantões, aulões e revisões

Professor avalia que os pais devem incentivar a preparação dos filhos desde o primeiro ano


Olívia de Cássia – Repórter
 Tribuna Independente

Uma maratona de provas, simulados, plantões de até 20 horas, aulões, revisões, estudos, muita disciplina e dedicação. É assim que são encaradas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serão aplicadas em todo o País nos próximos dias 8 e 9 de novembro, pela maioria dos alunos.

O Enem é considerado um dos exames mais importantes da atualidade, pois abre portas para o ensino superior por meio de programas que dão bolsas de estudo em universidades públicas e privadas, como o Prouni – Programa Universidade para Todos e Sisu – Sistema de Seleção Unificada.

O professor Daniel Camerino, proprietário de um cursinho no bairro da Jatiúca, em Maceió,  trabalha com matérias isoladas como: Matemática, Física, Redação e Português. Ele observa que o aluno para se preparar para a maratona do Enem tem que estudar com antecedência e sugere que os pais que tenham alunos que fazem o primeiro ano, que comecem a dar um incentivo maior, para que eles criem uma base desde cedo.

“É indicado que os pais comecem a dar ‘um gás maior’ aos seus filhos desde o primeiro ano, porque quando eles chegarem ao terceiro já estarão totalmente prontos”, explicou. Segundo Daniel Camerino, o aluno tem que ter muito cuidado com a prova de redação: “É uma matéria que está eliminando muitos alunos”, observa.

Outra matéria considerada de difícil desempenho é a matemática, o ‘bicho papão’ para os alunos: “São 45 questões a serem resolvidas e é onde há o índice maior de erros”. Segundo o professor, se o aluno acerta 35 questões em matemática ele vai fazer 800 pontos; se fizer 35 em outra matéria vai fazer 650 a 700 pontos. “Existe um desvio muito grande”, observa.

Segundo o professor Daniel Camerino, hoje o curso mais cobiçado é Medicina. “Oitenta por cento dos meus alunos farão Medicina: tem que fazer uma média de 770 pontos, para poder brigar por uma vaga na Universidade Federal de Alagoas (Ufal)”, ressalta.

Medicina, Direito e Engenharia são os cursos de nível mais alto, mas se o aluno se prepara, desde o começo e refaz as provas dos exames anteriores, esse bom aproveitamento faz com que ele vá tendo um desempenho melhor. Para o professor Daniel Camerino, a dedicação dos alunos nessa etapa dos estudos não é exagero: significa que ele tem metas.

“Tenho alunos hoje que estudam de oito a dez horas por dia, fora o colégio. Esses meninos hoje não saem, não vão ao cinema e estudam de domingo a domingo,  mas eu vejo eles sendo aprovados e isso é muito bom”, ressalta.

O educador também destaca que os alunos vivem bem dessa forma, decididos no que querem: “Depois eles vão curtir a vida como entenderem e devem associar os estudos a alguma atividade física; mas quem quer ser alguma coisa, não pode pensar em lazer; tem que ter o momento da atividade física e do estudo. O lazer, muitos dizem, só quando passar”, destaca.

Segundo o professor, o desempenho do aluno depende de cada um. “Tenho aluno que estuda só quatro horas e se sai muito bem nas provas; cada um tem que ver o seu limite e ter  disciplinamento. Os pais cobram muito; tenho aluno que fazia Direito e que está fazendo Medicina por pressão dos pais e às vezes nem termina o curso; acontece isso direto”, pontua.

Daniel Camerino disse ainda que os alunos são muito disciplinados e que não existe um nível de competição desenfreada entre eles. “Tenho aluno que já é formado em Odontologia e vai tentar Medicina; outro estuda das 14h às 18h Português e ele leva à risca o estudo”, observa.

Para melhorar o desempenho de seus alunos o  professor informa que próximo dia 1º de novembro haverá um aulão  para mais de 400 alunos em uma casa de shows de Maceió.  “Vai ser um evento diferente, com vários professores dando dicas; a inscrição é uma lata de leite as aulas serão apenas para os meus alunos”, observa. 

Aluna diz que vai fazer o Enem por experiência

A estudante Beatriz Rodrigues Gusmão tem 16 anos e faz o segundo ano do Ensino Médio; ela  disse que vai fazer o Enem por experiência: “Quero saber como são as provas para me familiarizar com o que é cobrado no exame; quero ver as dificuldades que tenho em alguma matéria para estudar mais, corrigir os erros e me preparar melhor”, observou.

Segundo Beatriz Gusmão, seu sonho é fazer Medicina: “Sei que é muito concorrido; hoje consigo conciliar os estudos com um pouco de diversão, mas no próximo ano sei que vai ser mais difícil: o colégio que estudo é exigente e a gente precisa estudar bastante para acompanhar. No terceiro ano, é ainda mais puxado, tem aula e prova quase todo fim de semana; temos simulado aos sábados e domingos com 90 questões por dia, daí não sobra muito tempo para o lazer”, explica a aluna.

Gabriel Alves está cursando o terceiro ano do ensino médio  e disse que dividiu o seu horário de estudos da seguinte forma: no primeiro semestre estudou só um horário, mas agora está estudando os três horários para enfrentar a bateria de provas, revisões, aulões e simulados.

“Estou estudando os três horários: na escola; matéria isolada; cursinho preparatório ; Inglês à noite e aos sábados aulões. Sobra o domingo para o lazer que se resume a ir ao cinema, shopping ou praia”, explica.
Gabriel Alves argumenta que não sofre pressão dos pais para estudar: “Pelo contrário, eles dizem para não me dedicar muito que no próximo ano tem de novo, mas a pressão é particular, é minha mesmo e dos amigos”, destaca.

O estudante também pontua que há muita competição entre eles: “Muitos não querem estudar tudo de novo e a concorrência é entre os amigos mesmo. No meu caso vou fazer Publicidade, Propaganda e Marketing e meus pais não interferem na minha escolha”, explica.

 Psicólogo diz que a ansiedade é um dos maiores problemas na hora da prova

Aflição, agonia, impaciência, inquietação. Esses são alguns sinais da ansiedade apresentados pelos estudantes na hora da prova; é preciso aprender a controlar, para ter um bom desempenho nos estudos, segundo especialistas.  Aprender a lidar com ela é fundamental para garantir uma vida saudável. E para isso, é preciso entender os seus mecanismos.

Segundo o psicólogo Arnaldo Santtos, a  ansiedade é um transtorno que tem características bastantes peculiares: é o pensamento voltado para o futuro. Assim, a pessoa se torna escrava de algo que pode ou não acontecer, tamanha é a expectativa ansiedade é a maior inimiga do estudante às vésperas do vestibular ou outro exame como o Enem.

Graças a um mecanismo de sobrevivência, segundo ele, ao ficarmos ansiosos, nosso organismo identifica com isso uma situação de perigo chegando. É o momento em que o corpo precisa reagir para fugir ou para lutar, seguindo algumas dicas, é possível administrar o estresse para não se prejudicar.

O psicólogo Arnaldo Santtos observa que os estudantes quando estão submetidos a diversas provas ficam nesse estado de inquietação, que pode prejudicar no desempenho escolar. “Um fator agravante é que os estudantes são muitos jovens e ainda não têm o amadurecimento psíquico e nem biológico para definirem o que querem da vida, o que torna o comportamento deles mais intenso”, avalia. 

Outro ponto destacado por Arnaldo Santtos, é  que um comportamento excessivo nesta fase pode desencadear diversas fobias e uma delas é transtorno do pânico,  “quando a pessoa que passou por um excesso de estudo e não conseguiu êxito desejado pode, no futuro, desencadear esse transtorno”.

Segundo ele, é bom reconhecer que todo o excesso, sem exceção, indica um sinal de alerta, seja em qualquer atividade. “Tudo, mas tudo tem que ter um limite. Até amar tem limite. O amor incondicional, inclusive”, poetisa.

Para que os estudantes tenham um bom desempenho nas provas do Enem, que acontecem dias 8 e 9 de novembro, Arnaldo Santos analisa que é preciso ter limite: “É preciso ter metas, organização e planejamento. Os transtornos que surgirão no futuro por causa da falta de limite,  inquietações que têm sinais de  descontrole do que é e do que não é o real”, avalia. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

VOTO DILMA

Mirabel Alves Rocha - advogado

O fenômeno das redes sociais é, certamente, o grande diferencial da atual campanha eleitoral, muitos se valem da ausência física para, literalmente, “detonar” os noveis desafetos eleitorais adquiridos no calor da campanha e, passado o dia da eleição, certamente restará os resquícios e despojos dessa batalha autofágica, já que somos integrantes do mesmo povo, o que não elimina o direito de termos opção política.

O problema é a brutalidade com que as pessoas estão se tratando, quando deveriam parar para fazer uma reflexão, incluindo uma olhada para trás e ver os tempos em que havia um sentimento generalizado no povo brasileiro que se traduzia em contar os dias para que o mandato de FHC chegasse ao fim.

O governo de FHC, o mesmo que quer se repetir com a face de Aécio, deu as costas para o povo, aprofundando o fosso da desigualdade social, levando a desespero famílias que amargavam os mais baixos índices de qualidade de vida, especialmente no Nordeste brasileiro que sempre foi uma região esquecida pela elite política do Brasil.

O eleitor brasileiro, especialmente o nordestino, tem que lembrar do passado para não dar um passo errado no presente e amargar um futuro com o direito apenas de reclamar, como no passado recente.
Exercitar a memória faz bem, quem não lembra dos juros altíssimos impostos à população pelo PSDB, quem não lembra da dificuldade que o povo enfrentava para ver seus filhos entrarem em uma faculdade e se tornarem qualificados para o mercado de trabalho.

Talvez os integrantes da elite que aderiram ao Fora Dilma não compreendam o que é estar abaixo da linha da pobreza, ou seja, na miséria, e passar a ter linhas de financiamento para adquirir casa própria (o sonho de todo trabalhador), passar a ter alimento na mesa, ter amparo social, através dos tantos programas sociais oferecidos pelo governo federal.

Talvez os ricos não entendam o quanto é importante ser inserido socialmente, porque os ricos já se sentem constantemente inseridos, talvez não haja a compreensão do que significa a inclusão de pessoas que não podem pagar um curso profissionalizante, através de programas como o PRONATEC e outros, os ricos podem garantir a inclusão de seus filhos pagando as melhores faculdades, os pobres não, esses têm sim direito a ver seus filhos se profissionalizarem por serem filhos da mesma pátria com financiamento público, nada mais justo.

Os governos do PSDB nunca investiram em novas universidades, o atual governo sim, o que significa que daremos um salto de qualidade em nossa vida nunca imaginado, porque teremos mais e mais pessoas com consciência crítica e com formação acadêmica. Nisso o governo Lula e Dilma ensinaram e ensinam as elites como deve ser tratada a educação.

Por fim, até entende-se quando um rico declara seu voto ao Aécio, o que eles deveriam fazer era assumir essa posição e dizer que não votam em Dilma porque são contra a inclusão social promovida pelo PT, deviam assumir que sentem mal em ver a inclusão social que vem ocorrendo nos últimos 12 anos no Brasil, com programas sociais, mais empregos e renda para todos.

Ao contrário, estão trazendo à lume temas como corrupção (essa existe e necessita ser combatida em todos os governos), sendo essa a única acusação que não pode ser feita à Dilma que, inclusive, diferentemente do governo do PSDB, tem implantado mecanismos de combate à corrupção que são eficazes, a exemplo da CGU (CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO). Ou seja, corrupção não é desculpa para não confiar em Dilma e no PT.

O PSDB quer oferecer ao povo brasileiro uma oportunidade de parar o progresso real que estamos experimentando com a duplicação das estradas que tanto matavam no Brasil e nunca houve qualquer iniciativa para se duplica-las, deixando o povo a mercê dos riscos de acidentes constantes nas estradas.


É plausível que os ricos votem em Aécio e eles são em menor número no Brasil, daí o esforço de enganar o povo com promessas vazias que não merecem crédito, haja vista que o passado do PSDB não o credencia para o governar o Brasil, pois em suas oportunidades fizeram aquilo que acreditam ser o certo que é governar apenas para as elites. O povo é soberano e deve manter o governo que tem demonstrado sensibilidade com as necessidades da população. Voto Dilma e você? 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Discurso vazio ...

Olívia de Cássia – jornalista

Não me considero atualmente uma militante de esquerda como já fui em outros tempos, por questões diversas e de saúde que não cabem no momento discutir, mas  devido ao ódio, preconceito e xenofobia despertados nessa campanha eleitoral, difundidos nas redes sociais e nos meios de comunicação, reavivou em mim aquela chama que estava adormecida, e quando eu sou provocada eu quase me espalho.

As revelações de caráter de alguns têm me deixado estarrecida e perplexa e esse contraditório serviu como mote para que eu reagisse e não me contentasse em ficar no plano contemplativo apenas, diante dos comentários ofensivos e agressivos contra nossa militância.  

Como postei e tenho postado, sou jornalista e cidadã e o fato de eu ter um posicionamento político de declarar meu voto à presidente Dilma,  isso não interfere no meu trabalho, até porque, quando eu escrevo, faço reportagens que retratam a opinião dos meus entrevistados, mas quando escrevo na minha coluna semanal de opinião, o nome do espaço já o diz. É minha opinião.

Sou imparcial quando precisa, mas o momento é de posicionamento. Militei nos movimentos sociais à época da faculdade e mesmo tendo ficado de fora dos movimentos por algum tempo, isso não quer dizer que eu tenha abdicado dos meus ideais.

Respeito opiniões contrárias às minhas e nunca fui ao espaço de ninguém para insultar ou destratar aqueles que pensam diferente de mim, como já me posicionei essa semana. Por outro lado, vejo muita gente propalar um discurso vazio contra a corrupção; acusarem a militância de coniventes e cegos e falaram sobre irregularidades diversas como se do outro lado houvessem santos de conduta ilibada e sem rabo preso.

Política e seu meio não é igreja. Falar de pimenta na corrupção dos outros é refresco. Muitos dos que acusam o PT e a presidente da República de corruptos estão enlameados até o pescoço no mar de lama e esquecem das corrupções pequenas que são cometidas pelos seus e que cometem em sua rotina de vida.

Percebo muita gente falar de corrupção quando tem familiares diversos empregados nas Folhas 108 e 112 da Assembleia Legislativa Estadual, folhas fantasmas, sem dar um dia de serviço sequer na Casa de Tavares Bastos. É de bom alvitre que esses agressores pensem primeiro no que dizem e espalham, porque o que falamos sem provas pode ter efeito contrário.

Essas pessoas inconsequentes deveriam ter pelo menos a decência de não agredir os outros e reconhecerem que o poder corrompe, destrói nas melhores famílias, para quem não sabe lidar com ele. Quem se mete em querelas e cargos de poder tem que engolir muito sapo, se amoldar ao sistema, ou então pular fora se não quiser ser acusado de conivente.  

Os denunciantes daqui, alguns,  são pessoas que têm familiares de deputados ou de ex-deputados e de secretários de governo, sem trabalharem, que têm butiques no shopping, apenas para lavagem de dinheiro sujo, fato que já foi denunciado em várias legislações na Casa de Tavares Bastos e ainda falam do mal lavado. É preciso ser paciente, mas às vezes ela quase me falta.

Há muito não se via tanto ódio destilado contra um partido político, como disse o ex-presidente Lula; nem na ditadura militar que foi a fase mais vergonhosa e triste da história desse País, mas espero que haja uma reflexão profunda e os ânimos se acalmem daqui por diante. 

Domingo é dia de festa, a festa da democracia, quando vamos escolher  quem vai continuar a promover mudanças no País, ou quem não tem responsabilidade nenhuma com isso. Muita gente que alimenta esse clima insalubre na sociedade o faz de má-fé; outros não sabem e não procuram se informar, mas se vivessem em uma ditadura, não teriam liberdade para tal. Pela paz e pelo bem, espero que haja paz em nossos corações. Boa noite!


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Eu quero falar...

Olívia de Cássia - jornalista

Hoje eu quero falar de poesia, de suavidade e de encantamento: daquela melodia harmônica que cresce dentro da gente, quando há paz e consciência tranquila em nosso coração. Estou farta de tanta agressividade, de pessoas que se acham absolutas e donas da verdade, como se ela fosse uma via de uma única mão; para mim cada um tem a sua. 

É tempo de a gente saber discernir o que será melhor para nós e para o país, mas sem esquecer a ternura, como disse Guevara. A campanha eleitoral deste ano está partindo para um lado perigoso, de incitamento ao ódio e à intolerância e é preciso acabar com isso.

São dois projetos em jogo, isso já ficou claro; projetos políticos diferentes e que cabe a cada um de nós escolher o que avaliamos como melhor para o país. 

A intolerância e ódio à militância do Partido dos Trabalhadores está cegando muita gente. Em Niterói (RJ), militantes do PT estavam em uma esquina e foram "expulsos" por um idoso que se disse ´dono da esquina´ e disse que não permitia que ‘petralhas’ se manifestassem no local.

Segundo informações que circularam nas redes sociais, começou uma discussão e surgem dois homens, um se dizendo filho do idoso e partiram para a agressão física e verbal aos petistas. Precisamos avivar a memória desses intolerantes que vivemos em uma democracia, mesmo sendo ela torta e que nesse regime todos têm direito a voz.

Estamos vivendo uma guerra e o país está dividido por conta da disputa eleitoral. Não quero esquecer meus sonhos e ideais e precisamos exigir respeito pelas nossas escolhas, mas tem gente que não capta isso.  Avalio que o respeito pela opinião diferente do seu semelhante deve ser imperativo, acima de tudo. 

Desde o começo da campanha tenho sido agredida nas redes sociais com insinuações diversas, por pessoas que nem me conhecem, que estão no meu Facebook nem sei por que motivo,  mas eu não caí na esparrela de baixar o nível com palavras de baixo calão e ofensas pessoais; isso não é civilidade e nem elegante.

Devemos ter mais tolerância com aqueles que não entendem as nossas escolhas, não rezam na nossa cartilha, mas que mesmo assim nos respeitam e permanecem perto da gente, mas tem pessoas que não acompanham e não têm compreensão disso e perdem as estribeiras, motivado pela paixão política e sem noção.

Precisamos torcer muito mais pelo nosso país, não abrir mão dos nossos princípios, aqueles que muitas vezes são barganhados e esquecidos, mas também saber que cada um tem o direito de pensar diferente da gente.

Hoje eu quero falar da lealdade, aquela que a gente encontra onde menos espera, do amor incondicional que a gente não acredita que possa existir num ser que não é da nossa espécie, mas que tem um entendimento muitas vezes maior do que o dos seres humanos. 

Quero falar daquela simplicidade de afirmação que existe onde não há interesses escusos. Tem amigos que sabem sê-lo e compreender que existe muito mais dentro de cada um de nós. Chove lá fora e o tempo mais ameno vem me dizer que é preciso acalmar os ânimos; sossegar aquela fúria interna, sem abdicar daquilo que acreditamos. 

Vamos continuar lutando por um ideal de paz, por um país melhor, mais justo, menos desigual e com mais oportunidades de escolhas.Quero falar que precisamos compreender mais o outro e diminuir as nossas diferenças e dizer que independente de qualquer opinião contrária, continuarei acreditando naquilo que sempre persisti.

Às vezes me falta paciência com determinados pensamentos que considero um tanto quanto ortodoxos e retrógrados, mas ninguém é perfeito. A gente tem que ter calma em certas horas, mas nesse calor das discussões, percebo que fica difícil em algumas horas a gente se conter e ser sereno, deixar passar os insultos e agressões rasteiras. 

Que saibamos escolher o melhor ou o menos ruim e que não deixemos que nossos impulsos nos tornem embrutecidos e pobres de espírito. Boa noite!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Apesar de desvalorizados, professores entendem que ensinar é uma missão

Foto: Adailson  Calheiros
Para Sandra Lúcia, ser professor é uma profissão extremamente empolgante, que motiva e lida com emoção o tempo inteiro
Olívia de Cássia - Repórter 

No dia do professor, comemorado nesta quarta-feira, 15 de outubro, a categoria reconhece que ensinar é uma grande missão, apesar ‘do desrespeito da sociedade e da falta de valorização dos profissionais pelos alunos’, atualmente. Segundo a professora Sandra Lúcia, das disciplinas de Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas, ser professor é uma profissão extremamente empolgante, que motiva e lida com emoção o tempo inteiro.
Sandra Lúcia destaca que ser professor é uma profissão que motiva e que a relação professor-aluno só se realiza na afetividade: “A função da gente é promover o desenvolvimento do outro, uma relação que tem muita doação e por isso também tem muita cobrança. A gente vive no fio da navalha”, observa a professora.  
A professora da Ufal destaca também que os professores hoje são vítimas de síndromes; problemas emocionais que levam a um adoecimento psíquico e físico, por conta desse extremo envolvimento que a profissão requer, mas apesar disso, observa que quem faz a profissão com paixão comemora, mesmo ela não sendo hoje uma profissão reconhecida socialmente.
“O professor não é respeitado; não é uma questão apenas monetária é a moral do professor que foi desmontada. Falta formação: intelectual, moral, das pessoas como seres humanos de melhor qualidade. É uma questão do processo civilizatório mesmo, a gente tem que se doar muito, estar muito disponível, para que o estudante extraia mesmo o conhecimento e nessa relação de doação, quando não se materializa uma aprendizagem e tudo atrapalha, não se conclui, então há uma frustração muito grande”, analisa.
Sandra Lúcia argumenta que há ainda em algumas gestões “a desvalorização da educação e a sociedade brasileira não valoriza a educação: a gente não construiu isso ainda; estamos a caminho; tem muitas coisas boas acontecendo, mas ainda tem muita coisa que desgasta coletivamente e pessoalmente”, pontua.
A professora lembra que a violência nas escolas desestrutura as pessoas e a relação delas e observa que apesar de tudo, o que mantém a maioria dos professores na profissão é a paixão. “Um educador se faz com paixão; mas muitos estão sofrendo por uma paixão mal correspondida; nós não estamos sendo valorizados e amados pela sociedade nesse momento, mas ainda é uma profissão apaixonante”, avalia.
Coordenador do Curso de Pedagogia da Ufal diz que nunca pensou em outra profissão
Trabalhando a vida toda na escola, o professor Eraldo Souza Ferraz, coordenador do curso de pedagogia da Ufal, disse que nunca pensou em ter outra profissão. “Vale a pena ser professor; vivi a minha vida inteira nesse meio, toda a minha formação é na área de educação, nunca pensei em exercer outra profissão e sei das dificuldades que existem em ser professor, mas a gente tenta superá-las”, destaca.
Eraldo Ferraz ressalta que fica muito confortável na condição de professor: “Gosto da profissão; atualmente, os professores da educação básica se deparam com a questão da violência escolar e além da missão de ensinar têm que ter os conhecimentos de educação familiar, eles passam educação doméstica e é muito difícil. A mídia contribui para uma imagem negativa desse professor, porque ele não dá conta de tudo”, explica.
Professor Eraldo Ferraz diz que sabe das dificuldades que existem em ser professor, mas tenta superá-las (Foto: Adailson Calheiros)
O professor ressalta que o profissional das séries iniciais tem que ter o melhor salário, “são eles que fazem a criança enxergar, porque quem não sabe ler é como se fosse cego. Outra questão é que na educação básica, a  criança e o adolescente dão mais trabalho; o desafio é grande, o professor não pode ficar apenas fazer de conta que ensina, ele tem que ensinar”, destaca.
Segundo Eraldo Ferraz, quando o aluno vem de casa sem saber ler e começa o processo de aprendizagem, é gratificante para o educador. “A gente fica feliz”. O trabalho é árduo, mas é gratificante.  “Os desafios são grandes: tentar dialogar com o aluno de um conteúdo formal e dizer exatamente como é o conhecimento científico”, observa.
Eraldo Ferraz também destaca que é óbvio que precisa melhora os salários ainda: “Em qualquer situação, quanto mais a gente ganha, a gente quer mais, pelo reconhecimento, as condições de trabalho, espaço físico para ensinar, carteiras escolares adequadas,  número de alunos adequados para o aprendizado em sala de aula, para que o professor possa fazer um trabalho mais de qualidade, com participação do aluno”, pontua.
Segundo ele, ser na questão da violência escolar tem a impunidade: “E não havendo punição pelo mal feito na escola com o professor, então os alunos se acham no direito de estarem aprontando na sala de aula”, diz.
Professores precisam de estrutura para realizar bom trabalho, diz sindicalista
Para que professores realizem um bom trabalho os profissionais observam ainda que precisam ter estrutura para exerceram a profissão. A diretora de formação sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Girlene Lázaro, disse que a profissão de professor é de fundamental importância na sociedade porque leva identidade e ascensão social ao estudante.
Ela observa que quem abraça a profissão de professor o faz pelo compromisso social que tem em formar o cidadão e pela troca de conhecimento. “Muitos gestores ainda desvalorizam a categoria, mas acredito que é essa relação de formar o cidadão que faz com que o professor lute pela educação de qualidade”, destaca.
Para sindicalista Girlene Lázazro, quem abraça a profissão de professor o faz pelo compromisso social (Foto: Adailson Calheiros)
Segundo Girlene Lázaro, ainda é preciso mais investimentos e formação de professores, mas  aqueles que acreditam no que fazem, permanecem. “Segundo uma pesquisa divulgada recentemente, mais de 83% dos professores entrevistados confirmaram que não desistiriam da profissão”, pontua.
A sindicalista destaca que houve avanços na esfera federal, mas que os alunos da rede pública estadual não vêm políticas de educação sendo aplicadas e segundo ela, isso desestimula a procura pela profissão. “Esperamos reverter isso; precisamos avançar”, destaca.
Girlene Lázaro disse ainda que os professores têm a comemorar hoje, “a capacidade de indignação diante de alguns problemas na área; comemorar os alunos das escolas públicas que se destacaram e que é mais um dia de reforçar a luta sindical”, pontua.  
Ela complementa dizendo informando que o Sinteal não vai fazer festa de comemoração nesta quarta, mas no dia 31 de outubro, no Ginásio do Sesi, no Trapiche, com a orquestra Conexão Latina, reunindo a categoria: professores e demais trabalhadores da educação.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cremal pede intervenção do MP no fechamento de maternidade

Foto: Adailson Calheiros

Presidente da entidade disse que já oficiou Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas até agora não obteve resposta

Olívia de Cássia – Repórter

O Conselho Regional de Medicina (Cremal) disse que vai notificar o Ministério Público solicitando a intervenção do MP por conta do ‘fechamento’ da  maternidade municipal Denilma Bulhões, no Complexo Benedito Bentes. A informação foi prestada em entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem, no espaço Mirante Gourmet, antigo Colégio Batista, no Farol.

O presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa, disse que a entidade informou à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de ofício, sobre a precariedade na infraestrutura da unidade de saúde, mas nenhuma resposta foi dada, tão pouco alguma providência foi tomada. Segundo Pedrosa, a primeira fiscalização do Conselho, realizada em junho, verificou que não tem médico na maternidade, que está praticamente fechada.

O presidente do Cremal explica que a fiscalização foi feita devido a uma solicitação dos médicos obstetras que trabalhavam no Conjunto Denilma Bulhões: “Eles procuraram o Conselho e informaram que não havia condições de funcionamento, por conta de problemas técnicos e falta de obstetras para cobrir toda a escala. Aí nós fiscalizamos e detectamos essa situação”, pontua.

Fernando Pedrosa ressalta que a entidade notificou a SMS para, no prazo de um mês, dar uma resposta e que até agora a Secretaria não retornou à solicitação: “Aí a gente voltou a fiscalizar e para nossa surpresa, a maternidade não tem mais médico: eles foram relocados para outros serviços do município; ela continua aberta como modelo de casa de parto e não se adequa com isso, porque às condições oferecem riscos”, observa.

O mais grave, segundo avalia o médico, é que o Conjunto Denilma Bulhões é um complexo habitacional que tem uma população considerável e o hospital mais próximo é o HU, que só está funcionando com exclusividade para partos de alto risco, não mais recebendo demanda espontânea ou de médio risco habitual, o que é insuficiente para a demanda, segundo Pedrosa. 

Segundo o médico, a legislação autoriza o funcionamento da casa de parto, mas há de se cumprir uma série de requisitos. Um deles é que a unidade se estabeleça a cerca de 500 metros de um hospital ou maternidade. “No exemplo do Denilma Bulhões, no Complexo Benedito Bentes, a referência hospitalar é o HU, situado a cinco quilômetros de distância, com o agravamento do trânsito de Maceió”, observa.

 Fernando Pedrosa disse ainda que, de acordo com a Portaria 371\2014 do Ministério da Saúde, toda casa de parto deve ter médico pediatra e obstetra 24 horas, mas na Maternidade Denilma Bulhões apenas uma enfermeira, parteira e técnicas de enfermagem trabalham na assistência às parturientes. 
Ele observa que em termos de infraestrutura não existe um item que atenda as recomendações para o atendimento médico. “Falta medicação básica, material de reanimação e até soro fisiológico”, denuncia. 

Fernando Pedrosa ressalta ainda que o gestor municipal recebe o incentivo financeiro do governo federal para fazer parte do Programa Hospitalar Amigo da Criança; mesmo assim, não tem nem roupas para os leitos, equipamento de proteção individual nem batas para as parturientes. “Não há serviço de apoio diagnóstico e terapêutico, cardiotocógrafo, oxímetro de pulso, nada”, reclama.

Na rede estadual a deficiência na obstetrícia também é absurda, segundo aponta o médico. Ele observa que o fechamento da maternidade Santa Mônica, para a conclusão da reforma física e estrutural, a maternidade não tem prazo para volta a funcionar.

“Não acreditamos que a obra de reforma da Santa Mônica seja concluída este ano. Era para ter sido entregue à população em setembro, mas na prática ninguém sabe ao certo quando a maternidade reabrirá”, afirma Pedrosa.

O médico lembra ainda que o Cremal não tem poder de punir. “Nós fiscalizamos e orientamos como deve ser feito; denunciamos quando há descaso. Esperamos que a Justiça adote medidas duras contra esse tipo de negligência”, finalizou.

 SMS emite nota de esclarecimento sobre denúncias do Cremal

No começo da noite de ontem a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS) emitiu nota de esclarecimento sobre as declarações do presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremal) e informou que, compreendendo as inadequações da estrutura física da Casa Maternal Denilma Bulhões vem discutindo com a rede técnica do Ministério da Saúde, a Rede Cegonha do município e do Estado às necessidades de adequações e definição do perfil assistencial daquela unidade.

Segundo a nota, entre as propostas discutidas está a de torná-la uma unidade de referência ambulatorial e uma casa de parto de baixo risco. “É importante destacar que a SMS, por meio do Programa Saúde da Mulher e da Rede Cegonha, com o apoio e as parcerias da Secretaria de Saúde estadual e do próprio Ministério da Saúde ampliou a oferta de leitos maternais (com a contratualização), Unidade de Cuidados Intensivos (UCIs) e Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) e neonatais”, observa a nota.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Os muros da história

Olívia de Cássia – jornalista

O segundo turno das eleições presidenciais desse ano a gente sabia que não ia ser fácil para a presidente Dilma e que os adversários iam usar suas armas para tentar desconstruí-la. Eu continuo com minha postura de antes e já declarei meu apoio à presidente: voto Dilma 13, porque acredito que é a melhor proposta apresentada para o Brasil.

Declarar apoio à presidente não quer dizer que não tenha havido erros nos governos do PT, mas ninguém é perfeito e os erros são feitos para ser reparados. 

Daqui para o dia 26 de outubro, quando acontece o segundo turno das eleições, muita história mal contada vai aparecer na mídia, que já declarou seu lado desde o primeiro turno e tem feito de tudo, principalmente as Organizações Globo, para tentar ruir o projeto de Dilma.

Política é um jogo e às vezes muito sujo; é a arte do conchavo e muitas vezes não tem regras: torna-se uma guerra de factoides. Eu sempre tive lado e nunca escondi de ninguém e por conta do meu modo de pensar já vivi situações inusitadas. Isso não significa que eu tenha renunciado à minha maneira de pensar e de ser, apesar de a maturidade ter me dado mais discernimento da vida. 

Tenho sido crítica quando precisa, não aceito tudo de venda nos olhos, como muitos dizem e, diferente de muita gente acostumada a mudar de rumo ao sabor das conveniências, por trás de possíveis cargos que por acaso possa ocupar em um ou outro lugar, sempre tive uma postura política e todos o sabem.  

Li a carta do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) explicando o motivo de seu apoio à reeleição da presidente Dilma Roussef (PT), dizendo que apesar das críticas que tem ao PT, a candidatura de Dilma é o que se apresenta de menos ofensivo para a sociedade.

“O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos. Sempre preferi as pontes ou as portas e janelas abertas, reais ou imaginárias”, ressaltou.

O deputado disse ainda que o certo é avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que se espera da vida. Segundo Jean Wyllys, o correto é tomar posição: posicionar-se mesmo que a posição tomada não seja a ideal, mas a mais próxima disso. “Jamais lavar as mãos como Pilatos”, explicou.

Também li um texto sobre muros para me inspirar e escrever agora. Na idade média, as cidades muradas eram constituídas para proteger suas comunidades do invasor, da barbárie. Os muros de nossa história contemporânea tentam impedir os avanços para as classes menos favorecidas.

“Por trás de uma função comum, que é tentar impedir, de modo absoluto, a transposição, pela população, da fronteira entre duas unidades políticas distintas”, os muros sociais diferenciam-se do seu congênere mais famoso de nosso passado recente, o muro de Berlim, também conhecido como o muro da vergonha.  

Temos que ter um lado na vida, ter opinião formada, mesmo que às vezes a gente mude de lado. Eu escolhi estar do lado daqueles que têm um pensamento que se aproxima do meu, embora que em alguns momentos eu discorde de algumas falas e atitudes.

Nesse momento importante do país eu não posso estar do lado de um projeto que quase levou o país à derrocada. Um tempo de arrocho salarial e de desvalorização dos trabalhadores. A história dirá, num futuro próximo de que lado está a verdade ou o lado menos ruim para o país, mas as amizades não podem ficar comprometidas por conta de campanha eleitoral e política.

É preciso observar e conhecer as ideias que estão colocadas agora. É o futuro do Brasil que está em jogo, não podemos deixar que os avanços proporcionados ao país durante esses doze anos sejam colocados em risco. E que cada um tenha o discernimento de saber o que é melhor para si e para o país. Boa noite!

domingo, 5 de outubro de 2014

Banda palmarina Escrúpulo Douda volta à cena musical


Foto: Divulgação

Do interior para o mundo, grupo faz questão de ser diferente e tem músicas autorais

Olívia de Cássia – Repórter


A banda de rock Escrúpulo Douda, de União dos Palmares, volta à cena musical alagoana depois de um intervalo de dois anos sem tocar e sem fazer música. A volta da banda será marcada com show no próximo dia 11, no mega posto Vegetão, ao lado da autoescola Zumbi, em União, comemorativo aos 16 anos de sua fundação. O show faz parte do projeto Encontro, que terá início às 19h, com a participação de outras sete bandas.  

Surgida em 1998, por um grupo de amigos, a Escrúpulo Douda tem como temática das letras questionamentos que vão desde o existencialismo a questões de contexto sociocultural, sempre se utilizando do abstrato, metáfora e surrealismo.

A banda já passou por várias formações, teve Influências nas diferentes vertentes do rock brasileiro, norte americano e inglês e vai manter o estilo. Segundo o guitarrista Anderson Ventura, a Escrúpulo Douda  faz questão de ser diferente, de sair dos modismos, segundo seus seis componentes.

“A Escrúpulo quer mostrar para os quatro cantos do mundo a sua  identidade cultural, simples, direta e única”, observa Anderson Ventura, que costuma se apresentar fazendo uma performance diferente, vestido de palhaço e com rosto pintado.

Ele conta que queria juntar a influência do teatro com a música e por isso criou o personagem. “Antes eu me apresentava com roupas mais coloridas; agora estou vestindo preto e pintura branca no rosto”, observa.

Com a proposta musical de conscientizar e formar opiniões a respeito do cenário brasileiro e local, a Escrúpulo faz um Punk Rock mesclando influências que vão desde o regional ao metal, além de recitais de poesias. O grupo se apresenta com letras fortes e atitude, sendo uma das revelações rock alagoano.

“Nós não temos um estilo definido; fazemos rock, são muitos estilos variados: punk, hard rock, heavy metal; eu tenho uma coisa mais dos anos 80.  A gente não tem um estilo para a banda, mas fazemos uma mistura, com que as coisas se encaixem”, conta Anderson Ventura.

INTERVALO

Segundo o músico, a pausa dada de quase dois anos pela banda foi devido à saída do vocalista Elson Davi, um dos fundadores da Escrúpulo, que foi morar em outro Estado. “Também porque nasceu o meu menino e o do Thiago e fomos cuidar das crias”, fala.  

Anderson também observa que é muito difícil no Estado sobreviver de música autoral, mas a banda já tem gravadas umas 24 músicas, em EPs e CD e depois desse intervalo agora se renova e já está se preparando para o show fazendo vários ensaios e para gravar outros trabalhos.

Thiago Oliveira; Tássio Monteiro; Anderson Ventura; Júnior Luiz e Nando Pires são os novos componentes da Escrúpulo Douda, que nesses dez anos de vida, já participou de vários eventos no Estado e fora também. O show do dia 11 terá apresentação de 15 músicas.

A maioria das músicas da banda Escrúpulo Douda, na primeira fase, foram compostas por Elson Davi e a banda continua preservando a mensagem de contestação das letras, de cunho social. “A gente está querendo dar uma repaginada na banda, mas preservando as origens”, observa Júnior, outro componente da banda.

A Escrúpulo Douda já participou do projeto Jaraguá Bairro de Artes e Negócio; Festival da Consciência Negra; Festival Alternativo de União dos Palmares; Festival Universitário de Cultura e Artes, em três edições; Festival Maratona do Rock; Prêmio Zumbi dos Palmares 2004; Festival Sesc de Música; Teatro Deodoro é o Maior Barato; Sergipe Rock in Concert;  Sexta-feira 13 é Rock; Festival de Música da Ufal e já recebeu premiações e destaques nesses eventos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Legalização da maconha desperta debate na sociedade

Seja para uso medicinal ou lazer, opiniões se dividem, mas a maioria é contra, segundo pesquisa

Olívia de Cássia – Repórter
A legalização da maconha é um tema que gera uma ampla discussão em todo o mundo: alguns dizem que o comércio legal acabaria com o tráfico e diminuiria as mortes decorridas da venda ilegal, mas quem é contra não acredita nessa teoria e avalia que substâncias afetam comportamento de quem utiliza.
A discussão chegou ao Congresso Nacional, desde o começo deste ano. A matéria surgiu de uma sugestão de iniciativa popular, com 20 mil assinaturas: propõe que o uso da maconha seja regulamentado, da mesma forma que as bebidas alcoólicas e o cigarro.
Uma pesquisa do Ibope/Estado/TV Globo, divulgada no dia 3 de setembro, revela que 79% dos eleitores brasileiros são contra a descriminalização e apenas 17% a favor, seja para uso medicinal ou para o lazer.  O tema é tabu, provoca desconforto quando é abordado e provavelmente não irá para votação este ano por conta de ser um ano eleitoral. 
A reportagem da Tribuna Independente foi ouvir alguns setores da sociedade sobre o assunto. O delegado de Polícia Civil em Alagoas, Jobson Cabral, da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), disse que é totalmente contra a legalização de drogas no país, já que o tráfico é o catalisador da maioria das ações criminosas registradas em Alagoas e não diminuiria a violência.
Delegado de Polícia Civil em Alagoas, Jobson Cabral, da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN) (Foto: Ascom / PC-AL)
“Como operador de segurança sou totalmente contra a legalização de drogas, pois as que são lícitas já estão matando, a exemplo do álcool. O Brasil não está preparando para isso e é complicada essa discussão; estamos vendo que de cada dez crimes, oito são por causa do tráfico de drogas”, observa o delegado.
Estudioso diz que qualquer tipo de droga faz mudanças no grau de consciência


Advogado, jornalista e formando em psicologia Arnaldo Santtos (Foto: Arquivo pessoal)

O advogado, jornalista e formando em psicologia Arnaldo Santtos, destaca que qualquer  tipo de droga, seja ela maconha, crack, cocaína e tantas outras fazem mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional das pessoas, por um período de tempo curto.
“Ninguém precisa estar ‘fora da realidade’ para viver bem; pelo contrário. As psicoses, quando instaladas, produzem uma cisão na capacidade do indivíduo de enxergar a realidade da fantasia. E por isso as pessoas acometidas pelo transtorno são incapazes de distinguir o certo do errado, quando surge o surto”, observa.
Segundo Arnaldo Santtos, quando isso corre, a lei assegura ao paciente psicótico, cientificamente comprovado, por meio de entrevistas e testes psicológicos, a isenção da penalidade.  O formando em psicologia avalia que a discussão sobre a liberação da maconha não é uma questão de liberdade do ser humano de optar ou não pelo uso de uma substância.
“A questão passa pelo viés financeiro; ou seja, de quem pretende comercializar o produto, já que estamos num sistema econômico - capitalista -, que não mede esforços para lucrar, mesmo que um produto possa prejudicar a saúde de alguém ou de toda uma comunidade; essa é a questão”, explica.
Arnaldo Santtos observa que a natureza está a serviço do homem e o que se produz de medicamento é oriundo dela, mas que é preciso distinguir o que é uma substância que é utilizada para o bem e para o mal. “Já foi cientificamente comprovado o uso das substâncias derivadas da maconha para uso medicinal,  isso é louvável, mas é a exceção da regra e não a regra geral; ou seja, achar que todos podem utilizá-la de maneira indiscriminada”, destaca. 
O estudioso em psicologia pontua ainda que as substâncias encontradas nas drogas, usadas indiscriminadamente, podem acelerar o processo do surgimento de alterações ou transtornos mentais para quem as utiliza.
“Sou totalmente contra a liberação da maconha e de uma legislação mais rigorosa, principalmente na área de marketing, quando faz apelos  às pessoas de que o uso de bebidas alcoólicas não faz mal, basta ‘beber com moderação’. O Brasil é campeão de acidentes em rodovias no mundo e um dos motivos é o uso de bebidas alcoólicas”, exemplifica. 
Política sobre drogas no Brasil precisa ser encarada e assumida pela classe política  
Professor de Literatura e Língua estrangeira Sérgio Rogério Oliveira da Silva (Foto: Arquivo pessoal)
O professor de Literatura e Língua estrangeira Sérgio Rogério Oliveira da Silva, ex-secretário da Juventude de União dos Palmares, avalia que a política sobre drogas no Brasil precisa ser encarada e assumida pela classe política. “Não dá para ficar em cima do muro; avalio que só a partir da legalização da maconha podemos perceber até onde vai a nocividade deste tipo de droga. Penso que a legalização deve acontecer, mas a princípio não totalmente abeta; deve existir algumas restrições”, observa.
Sérgio Rogério entende que a exemplo da Holanda, o Brasil deve destinar locais especializados para a venda, com determinação de peso inclusive. “Não faço e não levanto o discurso de que, com a legalização da maconha acabará o tráfico: não, não faço, mas acredito que diminuirá, e muito, a onda de mortes por dívidas, apesar de saber que a droga que causa dependência forte e é hoje a causadora da dívida e das mortes é outra, bem mais nociva e perigosa, que é o álcool”, destaca.
O ex-secretário da Juventude de União acrescenta ainda que sua avaliação não quer dizer que ele seja usuário de qualquer substância ilícita: “Quero relatar aqui também que não sou usuário nem nunca experimentei a maconha, apenas acho que o mal do mundo não é causado pela erva”, pontua.
PRECONCEITO
O advogado Raphael Souza avalia que a sociedade brasileira é conservadora e preconceituosa e observa que a legalização da maconha é uma realidade em países como o Uruguai e em alguns estados norte-americanos. “Aqui no Brasil quem ousa defendê-la é tachado sumariamente de maconheiro e sequer tem seus argumentos ouvidos; um acontecimento que demonstra bem esse conservadorismo e a pesquisa do Ibope só reforça essa ideia”, destaca.
Raphael Souza justifica seus argumentos sobre o conservadorismo da sociedade brasileira lembrando que, em 2013, uma equipe de ginástica dinamarquesa veio disputar um campeonato no Rio de Janeiro e durante sua estadia as atletas foram à Praia de Copacabana e foram hostilizadas, por fazer topless: “Uma conduta muito comum nas praias europeias e o caso envolveu até polícia”, destaca.
PHD em neurociências da USP defende totalmente a legalização das drogas
Alagoana Hadassa Batinga é PHD na USP e está concluindo sua tese de mestrado na área de neurociência (Foto: Arquivo pessoal)
Hadassa Batinga é alagoana e é PHD na Universidade de São Paulo; está concluindo sua tese de mestrado na área de neurociência e o tema abordado em sua tese de doutorado é a “Participação do sistema canabinoide em processos oxidativo e inflamatório relacionado à neurodegeneração in vitro”.
Pelo Facebook ela concedeu entrevista à reportagem da Tribuna Independente, falou sobre a questão da legalização da maconha; do seu trabalho de pesquisa e disse que é a favor da legalização de todas as drogas. Hadassa Batinga avalia que a pesquisa do Ibope indicando que 79% dos eleitores são contra a legalização da maconha não é  confiável.
“Sou cem por cento a favor da legalização de todas as drogas no país. Com a legalização e a regulamentação, o tráfico no país acaba: cobra-se impostos; cria-se trabalhos e não alimenta o lobby político que há atrás de todo o tráfico de drogas”, analisa.
A cientista avalia também que, com a legalização da maconha e de outras substâncias químicas, muitas vidas serão salvas: “Muitas crianças terão oportunidade de ir para a escola e as mães voltarão para suas casas em segurança, porque não mais encontrarão o Bope ou qualquer polícia que o valha fazendo guerra na frente da sua casa”, justifica. 
Hadassa Batinga pontua que, da mesma forma que existem remédios controlados, essas drogas podem ser vendidas de forma controlada também. “Além de dificultar o acesso das pessoas a elas, acredito que vai melhorar o tipo de droga que chega ao consumidor. Por que elas serão comercializadas como um produto industrializado e logo deverão passar por um controle de qualidade”, ressalta.
SEGURANÇA
A jovem também entende que a legalização da maconha, não apenas garantiria a segurança do consumidor, como facilitaria e avançaria as pesquisas sobre drogas, combate, vícios, malefícios e benefícios que elas podem gerar, e “podia-se determinar quem teria acesso à comercialização, por exemplo, em farmácias, para maiores de  21 ou 25 anos”, sugere.
Ainda para defender sua teoria, a neurocientista acrescenta que com essas medidas os usuários de drogas poderiam ter uma cota de retirada por mês ou semana. “De modo que o governo teria o controle de quem e o que está se consumindo. Acredito que melhoraria muito as pesquisas e o governo poderia criar um banco de dados, para ficar sabendo as pessoas que têm potencial para se viciar ou se estão pegando e vendendo”, opina.
Para Hadassa Batinga, o que dificulta mais as pesquisas hoje em dia, no caso da maconha, é a má qualidade do produto. “O que é vendido na ‘boca-de-fumo’ não é igual para todo mundo: não existe um padrão de cigarros, quantas gramas, o que tem em cada cigarro... então, não tem como saber o que realmente está provocando no organismo da pessoa. Eu penso assim: sou  a favor da legalização com regulamentação, comercialização controlada e fiscalizada”, reforça.
A PESQUISA
Para desenvolver a sua tese, Hadassa Batinga explica que expôs a cultura de células (linhagem neuronal de camundongos) a ambiente de estresse oxidativo e inflamação para mimetizar o ambiente em que se encontram os neurônios quando começam a desenvolver doenças neurodegenerativas.
“Tratei esses neurônios com canabinoides sintéticos, já que no Brasil não é permitido nem fazer pesquisa com THC propriamente dito, mas a maconha não é só THC, tem vários outros compostos, como o canabidiol, que não tem o efeito psicotrópico. E mesmo com esse compostos são encontradas muitas dificuldades”, explica.
A cientista conclui que os resultados de suas pesquisas foram positivos, no sentido de que conseguiu “neuroproteção dessa cultura de neurônios”, finaliza.

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...