quinta-feira, 29 de maio de 2014

Torço para que o Brasil ganhe a Copa

Olívia de Cássia - Jornalista

Estou torcendo pelo Brasil, hoje e sempre e quero que ele ganhe a Copa, sim, independente de corrupção, de faltar ainda muita coisa a ser conquistada, independente da violência que campeia lá fora.  Essa propaganda do contra espalhada nas redes sociais para mim é uma tolice.

Como disse o blogueiro Adriano Tonon, em artigo intitulado ‘Eu não concordo com os protestos contra a copa’, o dinheiro que tinha que ser gasto, já foi. “Deixar de ter Copa aqui não vai trazer o dinheiro de volta. O que era pra ser feito e não foi feito, também não será feito. Simples assim”, observa.

Assim como Adriano, eu penso por outro lado. “São Paulo não precisa da Copa para ser a cidade mais importante do país. Da América Latina, na verdade. Com Copa, sem Copa, as coisas vão continuar acontecendo por aqui. Shows, festas, passeatas, infraestrutura, governo corrupto, investimentos, violência,  reuniões de negócio, exposições, arenas de futebol” e outras coisitas mais.

Toda essa divulgação negativa, para mim, só evidencia o complexo do vira-lata, expressão criada por Nelson Rodrigues, para definir a mania dos brasileiros de se inferiorizarem perante o resto do mundo. Ora, por que o Brasil não tem condições de seciar uma Copa do Mundo?

Quando estava para ser definido se a Copa 2014 seria aqui, muita gente ficou de esguelha, esperando o resultado para começar a detonar: aprovada a proposta, alguns espernearam e outros ficaram calados; agora se rebelam.

Certamente se não tivesse sido escolhido o Brasil, os que torcem para que não dê certo seriam os primeiros a reclamarem dizendo que o país é tão incompetente que não tem capacidade nem para bancar um campeonato mundial. Aceito o desafio, não adianta a torcida do contra, vai haver e falta pouco para começar, preparemos nossos corações para torcer.

Eu vinha num ônibus do Benedito Bentes via Centro, nesta quinta-feira, 29, e uma senhora de pouca instrução estava dizendo para outra que nessa Copa ia morrer muita gente. Olhei para a senhora com ar de indignação e disse: ‘Minha senhora, acabe com essa história’ e a outra que ouvia a conversa concordou comigo.

Mortes acontecem todos os dias, não por conta da Copa, mas da sociedade violenta, da falta de valorização da educação, de uma sociedade corrompida, de políticos mal intencionados e de tantas outras coisas. Mas todos esses males e mazelas não são de agora e não vão acabar se não tiver Copa.

Muita gente que está torcendo contra é impossível dissociar o fato da questão política: são em sua maioria os opositores do governo federal. Os que fazem oposição ao governo Dilma espalham e difundem no noticiário e nas mídias sociais muitas notícias falsas e outras bem negativas contra o governo, incitando movimentos nos dias dos jogos. Isso não se faz, para mim, isso é falta de caráter ou desinformação, me desculpem os que pensam ao contrário.

Eu não sou burra e nem doida e sei que o futebol já foi muito usado no país, na época da ditadura militar, para anestesiar mentes e corações. Enquanto 90 milhões naquela época em ação estavam torcendo pela seleção, dezenas de brasileiros estavam sendo torturados e mortos nos Doi-Codis da vida, mas agora os tempos mudaram.

Muitos desses agourentos que agora torcem ao contrário,  naquela época não estavam nem aí para o que acontecia nos bastidores da política brasileira e nem ligavam para direitos humanos e acreditavam em tudo o que os militares diziam. De repente vejo uma horda que sempre esteve do lado do poder, que nunca lutou por um Brasil melhor e mais justo, se armando contra tudo e contra todos, num ato de rebeldia tardia.

Por que na época dos militares e de outros governos reacionários esse pessoal não se insuflou? Será que não havia corrupção e roubalheira naquela época? Certamente que havia só que os jornais e os meios de comunicação eram empastelados e proibidos de dizer qualquer coisa contra o governo, e quando falavam, o que os repórteres escreviam era substituído por receitas de bolo. Boa tarde!

Maceió começa a entrar em clima da Copa do Mundo 2014

Foto: Sandro Lima
Andrey César recebeu a reportagem
e contou que já foram encomendadas
 250 peças das 600 que foram feita
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Olívia de Cássia – Repórter

Aos poucos Maceió vai se preparando para o clima da Copa do Mundo 2014: táxis e carros particulares desfilam pelas ruas de Maceió com a bandeira do Brasil e já é possível encontrar torcedores vestidos  com a camisa da seleção brasileira. 

Ambulantes e lojas, com vitrines enfeitadas e vendedores devidamente caracterizados, se preparam para que as vendas aumentem, com aquisição de artigos e peças para a festa do mundial, na esperança de faturar mais.

Um exemplo de comerciante que se preparou para a festa foi o artesão Valdecir Celerino que tem um pequeno ateliê no começo do Ladeirão do Óleo, no bairro do Jacintinho. Com o neto Andrey César e o auxiliar Emerson Ferreira da Silva ele confeccionou 600 réplicas da taça do Campeonato Mundial, que estão sendo comercializadas em todo o Estado e já recebeu encomendas de fora.

Seu Valdecir Celerino não estava na loja, mas o neto Andrey César recebeu a reportagem da Tribuna Independente e contou que já foram encomendadas 250 peças das 600 que foram feitas. Além da réplica em tamanho normal da taça, eles também fazem miniaturas da taça e outras peças por encomendas, tudo feito com gesso, como estátuas dos super-heróis dos quadrinhos, para festas de aniversários, e troféus para torneios esportivos do Estado.   

Na pequena loja do seu Valdecir, o  mascote da Copa, o Fuleco, também é vendido no local. O artesão encomendou dez réplicas do boneco, que não foi confeccionado no local; veio por encomenda, segundo conta Andrey César.

“Tem gente que está comprando as taças para revender em lojas ou nos sinais de trânsito de Maceió: começamos a confeccionar as réplicas da taça no mês de abril; foram 250 em tamanho pequeno que estão sendo vendidas a R$ 5.

Para fazer a peça, o filho do artesão conta que coloca o gesso dentro da forma, coloca um tampão; manipula um pouco a forma para o lado direito e esquerdo e em dez minutos a massa está sólida.
“A gente lixa para fazer o acabamento e depois de secar passa uma cola com pigmentação amarela na peça; quando seca leva um spray e tinta automotiva e depois de seca está pronta para ser comercializada”, explica Andrey.

Segundo ele, a expectativa é que as vendas, que já aumentaram nos últimos dias, cresçam  ainda mais. “Temos encomendas de 40 e 50 unidades; para Maceió, Recife e Bahia”, conta.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

CPI da Eletrobras apresenta relatório em coletiva de imprensa

 Por Olívia de Cássia 
(Texto e fotos)

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito, Eletrobras Distribuição Alagoas, foi apresentado à imprensa, na manhã desta quarta-feira, 28, no auditório térreo da Assembleia Legislativa e concluiu pelo indiciamento do ex-presidente da empresa, Marcos Aurélio Madureira da Silva.

O ex-presidente foi considerado pela comissão responsável pelos transtornos causados aos consumidores e empresas e pelas constantes quedas de energia acontecidas no Estado. Durante os trabalhos da comissão, que durou três anos, foram ouvidas mais de 20 pessoas e feitos mais de 40 expedientes.

“Estima-se que as perdas técnicas são da ordem de 12%; em consequência as comerciais são em torno de 18%”, disse o presidente da comissão, deputado Ronaldo Medeiros (PT). A CPI, teve como relator o João Henrique Caldas-JHC (SDD), foi criada em junho de 2011 e teve o objetivo de apurar as denúncias veiculadas na imprensa sobre possível desrespeito aos direitos dos consumidores dos serviços prestados pela empresa.

O deputado Ronaldo Medeiros disse que a CPI teve um foco muito técnico e teve que contratar algumas pessoas especializadas para analisarem os pareceres. “Depois de ouvir vários segmentos como a Eletrobras, Fecomércio, consumidores e Procon, a CPI destacou pontos importantes, mas não pôde entrar em todas as áreas da Eletrobras; e o foco foi analisar a relação empresa – consumidor”, observou Medeiros.

CPI concluiu pelo indiciamento
 do ex-presidente da empresa,
Marcos Aurélio Madureira da Silva
O relator João Henrique Caldas disse que foram encaminhados pareceres para  diversos órgãos, como o Ministério Público Estadual (MPE), observando os vários prejuízos causados pela Eletrobras à Casal.

Segundo o deputado, depois de ouvido o diretor-presidente da empresa de abastecimento, Álvaro Meneses, a CPI concluiu que foram causados danos a bombas de abastecimento de água em vários locais por conta da falta de energia elétrica.

“No Ministério Público do Trabalho nós temos a relação de precarização de trabalho, com a questão do concurso da Eletrobras. Houve um concurso obrigando que fossem chamados os concursados e o MP terá um trabalho a ser feito com relação à CPI.

O relatório também será encaminhado para que haja providências do Ministério Público Federal (MPF), para que apure a negligência da empresa. Os deputados concluíram que os  indicadores de desempenho de qualidade e continuidade da Eletrobras são extremamente preocupantes.


Além disso, segundo o presidente da comissão, deputado Ronaldo Medeiros, o nível de insatisfação dos consumidores com relação aos serviços prestados pela empresa; as perdas provocadas pelas constantes faltas de energia, que são preocupação de comerciantes e da Federação da Indústria de Alagoas. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O Brasil não está despedaçado

Olívia de Cássia – jornalista

Eu fui instigada, ao sabor de vários comentários e ‘alfinetadas’ que tenho visto e lido na internet, por esse dias, alguns maledicentes e ofensivos sobre pessoas, lideranças e gestores, novamente, a escrever o texto que se segue e peço licença aqui aos que pensam ao contrário para esboçar minha opinião.

Independente de agremiação partidária, não é que eu esteja entendendo que o País esteja navegando num mar de rosas: sem corrupção e sem violência, com todos os problemas resolvidos, mas certamente o Brasil está muito melhor do que em décadas passadas e isso só não enxerga quem não costuma se informar ou quem tem interesses políticos para dizer o contrário.   

Espalhar na rede que estamos vivendo uma catástrofe e tempos perigosos em período pré-eleitoral, me remete às campanhas passadas, quando a atriz Regina Duarte, eleitora do PSDB, foi à televisão dizer que tinha medo de um governo do PT e de Lula. O ex-operário foi vitorioso naquele ano e mostrou que, apesar de não ter diploma universitário, governou o país em dois mandatos e ainda é lembrado como candidato à Presidência.

Espalhar ódios e destilar venenos não é uma prática democrática e certeira, eu penso. Independente de críticas que eu faça atualmente por essa ou aquela atitude de algumas personalidades políticas, foi no governo Lula que o país conseguiu pagar a dívida externa e se livrou do Fundo Monetário Nacional (FMI), coisa que o sociólogo e príncipe da intelectualidade não conseguiu.

Não tenho nada contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e até tenho alguns livros de sua autoria e sobre ele, mas a gente tem que rememorar alguns pontos para não ser injusto por aqui.

Ele também governou o país por mandatos, o 1º mandato (1994-1997) e 2º mandato (1998-2002) e fez algumas melhorias no País, mas foi no governo do ex-presidente Lula que o país começou a ser respeitado lá fora, mesmo que o próprio Lula não tenha inventado a pólvora e tenha aperfeiçoado  algumas políticas sociais do governo FHC, como dizem, mas ele fez.

Tenho feito muitas críticas ao atual governo; críticas internas, com meus colegas, diante de alguns equívocos cometidos e isso eu não nego; até já retirei da minha lista algumas criaturas que antes eu respeitava. Mas é de bom alvitre que se esclareça muita coisa que é difundida na internet, falsas informações, campanhas orquestradas para alfinetar e desmoralizar a presidente Dilma e seu governo.

O País está melhor, sim, como disse um amigo, mas está melhor para as classes menos privilegiadas da sociedade: C, D e E que conseguiram a casa própria e estão conquistando melhorias de vida pelos programas sociais que foram e estão sendo implantados.

Existem ainda muitos desafios a serem derrubados ainda, mas a gente tem que dar mão à palmatória e reconhecer que o povo do Sertão, por exemplo, está vivendo melhor, por conta dos programas sociais; os agricultores da agricultura familiar também.

Quem vivia em situação de miséria absoluta já consegue fazer pelo menos uma refeição no dia; filhos de gente pobre que não tinham como chegar a uma universidade foram contemplados  com diversos programas que o permitem agora e outras conquistas mais: é só pesquisar e procurar saber a verdade dos fatos.

Não digo isso porque eu tenha conseguido algum benefício material e financeiro, não, pois quem me conhece sabe que vivo numa pindaíba danada e que estou, nos meus 25 anos de jornalismo, quase do mesmo jeito que comecei ou em situação mais apertada ainda.

Quanto à questão da corrupção esse é o ponto muito falho e que mais critico e deve ser fiscalizada, denunciada e cobrada, seja em qualquer governo. E como dizia meu velho e saudoso pai, que era apaixonado por política: “Um erro não justifica o outro”.

No que diz respeito à questão da violência, ela não acontece só em nosso Estado e não é ‘privilégio’ do nosso país e nem é de agora: desde os primórdios da humanidade que a sociedade é violenta; está intrínseca no ser humano, que é violento por natureza.

O que mudou, segundo alguns especialistas, foi o acesso à informação. Hoje em dia cada acontecimento tem repercussão mundial em questão de horas e vem também dos valores que a gente tinha quando era criança e que foram esquecidos; pela falta de amor nos corações e da ausência do diálogo. Eu teria muito mais a comentar, mas o espaço é pequeno e fica para uma outra oportunidade. Fiquem com Deus.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Grito da Terra Brasil leva trabalhadores rurais ás ruas de Maceió

Edição 20º finalizou na Assembleia Legislativa, onde debateram a pauta de reivindicações do movimento
Olívia de Cássia – Repórter
(fotos: Camila Ferraz)
Centenas de trabalhadores rurais do Estado participaram da sessão pública, na Assembleia Legislativa Estadual (ALE), quando discutiram a pauta de reivindicação do 20º Grito da Terra Brasil, nesta terça-feira, 20. Antes da sessão, os agricultores rurais se concentraram no estacionamento de Jaraguá e depois percorreram em caminhada por várias ruas da capital alagoana, com palavras de ordem reivindicando melhorias para o campo.
Os trabalhadores contaram com o apoio na caminhada dos deputados Ronaldo Medeiros (PT), que apresentou o requerimento propondo a sessão especial, do deputado federal Paulo Fernando dos Santos (Paulão), Judson Cabral (PT), entre outras lideranças dos movimentos sociais alagoanos.
“O Grito da Terra sempre aconteceu em Brasília e este ano a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras (Fetag\AL) adotou estratégia por estado e também um evento nacional. Os agricultores estão reivindicando mais agilidade nas questões da Previdência Social para o homem do campo, porque hoje a perícia médica demora de quatro a cinco meses para ser realizada e o trabalhador fica muito tempo sem receber o pagamento”, observou Medeiros.
Além dessas reivindicações, segundo o parlamentar, os trabalhadores estão pedindo mais recursos para a habitação rural, por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), “pois o governo segurou recursos e isso está causando vários problemas”, observou.
Os agricultores familiares estão reivindicando ainda o crédito para a safra 2014-2015, mais educação no campo, mais escolas e uma política de sucessão rural.
Adicionar legenda
“O jovem no campo não tem nenhum incentivo para ficar na terra; pelo contrário, as políticas públicas hoje não permitem que o jovem fique no campo e se não permanecem lá, acaba com a agricultura familiar, o que é péssimo para o Estado e para o Brasil, porque 70% do alimento que chega às cidades são da agricultura familiar”, argumentou.  
O presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetag\AL), Genivaldo Oliveira, disse que o movimento já conseguiu muitas vitórias para o campo, por intermédio do Grito da Terra. “Este ano resolvemos fazer simultaneamente nos 27 estados da Federação, para sensibilizar a pauta que foi entregue há uns 30 dias à presidente Dilma Rousseff. Estamos aguardando uma resposta para esta quarta-feira, 21, e desde a semana passada, um grupo de diretores de cada federação está em Brasília negociando nos 17 ministérios”, destacou.
DESTAQUE
O deputado federal Paulão, presente na sessão especial que discutiu a pauta do 20o Grito da Terra Brasil, destacou a importância do evento, a organização pacífica dos trabalhadores e as conquistas que conseguiram nesses 20 anos do evento, que segundo o parlamentar, tem uma pauta definida.
 “Antes do governo do PT não existia um investimento de dois bilhões ao ano para a agricultura familiar. Hoje, esse investimento está na ordem de 32 bilhões; as mulheres não tinham acesso ao crédito, nem à terra e o Lula quando assumiu a presidência corrigiu esse erro e a mulher, casada ou solteira, tem esse direito”, observou.
Paulão também citou várias conquistas do setor agrícola com as políticas sociais adotadas no governo do PT e lembrou que a luta agrária hoje ainda tem limite, “porque já ocorreram vários avanços, mas o Brasil ainda tem uma dívida social com os trabalhadores rurais. É necessária essa mobilização, porque o Brasil tem uma concentração de terras muito grande”, destacou.
Sobre outros programas sociais de benefício ao trabalhador rural, Paulão citou ainda o Luz para Todos que, segundo ele, o desafio agora é manter a qualidade da energia que ela está falhando muito;  o Programa as cisternas, entre outros avanços como a interiorização da Universidade Federal de Alagoas e  Escola Técnica (Ifal).
Petista lamenta ausência de deputados na ALE e rebate críticas da oposição
Paulão também lamentou a ausência dos deputados na sessão pública desta terça-feira, falou das críticas da oposição ao governo do PT e disse que quando elas (as críticas) vêm do povo é admissível, mas quando são dos adversários, não.  
“Sou a favor das mobilizações de rua, isso é natural; mas nessas críticas há um grau de hipocrisia muito grande. O PSDB o PPS e o DEM não têm moral para falar do governo do PT; eles gerenciaram o Brasil por vários anos, não deram reajuste dos servidores por mais de oito anos; não construíram uma universidade e nem implantaram um curso universitário no Brasil”, observou.
O deputado federal disse ainda que os governos anteriores não construíram uma casa de mordia popular: “O Brasil estava quebrado, devendo bilhões da dívida externa; a balança comercial nossa era deficitária; o salário mínimo lá embaixo, desemprego e o Lula chega ao governo e inverte tudo isso”, argumenta.
Segundo Paulo Fernando, o governo Lula gerou 14 milhões de empregos, “consegue baixar a inflação, reativou e criou o programa ‘Minha Casa, Minha Vida; interiorizou o Luz para Todos, a Universidade Federal, gerou emprego, deu oportunidade. O Brasil mudou, mas mudou para quem? Mudou para o segmento C, D e E; pessoas mais carentes e é isso que eles não aceitam”, ressaltou.
O deputado Judson Cabral (PT) falou da importância da agricultura familiar e a importância de a ALE ter aberto as portas para discutir um tema tão importante. “Temas que serão discutidos como o  financiamento da safra, da casa própria na área rural; estamos de braços abertos para receber os trabalhadores e fazer os encaminhamentos e as propostas que aqui vão chegar”, disse Cabral.
Em sua fala na sessão ele falou do projeto de sua autoria, aprovado na Casa, que reduz as taxas para os agricultores nos cartórios. Judson também falou sobre a ausência dos parlamentares na sessão e disse que a ALE não tem feito um debate à altura, com participação dos parlamentares.
“Mas nem por isso nós, que somos a minoria, vamos deixar de ter consciência, fazer o debate e fazer com que os próprios trabalhadores pressionem para que os parlamentares tenham  uma participação mais efetiva”, pontuou.

A sessão também contou com as presenças da superintendente do Incra, Lenilda Lima; Amélia Fernandes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Márcia Teixeira (BNB); Kleber Jurema (CEF); entre outras lideranças ligadas à agricultura. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nosso 13 de maio de 1888

Álvaro Barboza
Álvaro Barboza - Procurador do Estado e palmarino

Até o dia 13 de maio de 1888, o Império do Brasil era a única nação que mantinha o regime escravocrata no continente americano. Por mais de 350 anos o Brasil foi o maior país escravagista de todo hemisfério ocidental. Cerca de 10 milhões de homens de cor negra foram trazidos como escravos do continente Africano para as Américas, 40% desses homens tiveram como destino o território Brasileiro.

Submetidos toda sorte de agruras foram responsáveis pela economia durante o Brasil colônia, cujo caminhar resultou na independência e formação do Brasil Imperial.

A aristocracia rural e senhores de escravos apoiavam e davam sustentação ao governo e, em contrapartida, recebiam títulos de nobreza não hereditários. Esse sistema de trocas e de favores interessava tanto ao governo quanto a aristocracia rural.

Na segunda metade do século XIX, o movimento pela abolição da escravatura já se apresentava como um movimento urbano, enquanto a escravidão permanecia como uma realidade tipicamente rural.

Nesse meio tempo nas áreas urbanas a escravidão sofria forte declínio. No Rio de Janeiro o número escravos que era 100 mil caíra para 7 mil entre 1864 e 1887. Em São Paulo, os 4 mil escravos registrado em 1872 ficaram reduzidos a seiscentos em 1887.

Em 1884, as províncias do Ceará e do Amazonas foram as primeiras a abolir a escravidão no Brasil. Tal fato foi em decorrência da luta de jangadeiros Cearenses liderados por Francisco José do Nascimento conhecido como "Dragão do Mar", que se recusavam a transportar para navios grupos de escravos vendidos para fazendeiros do Sul do país.

Apesar de algumas leis e pressões internas e externas o Brasil tentava por todos os meios conter os esforços abolicionistas. A situação chegou ao ponto que a Inglaterra, a maior potência econômica e militar da época se viu obrigada a atacar navios negreiros e bombardear portos brasileiros.
Assustado o parlamento do império Brasileiro aprovou uma lei que, pós fim ao tráfico negreiro. Não. Não era ainda o fim do tráfico.

Com o tão esperado fim do tráfico negreiro criou-se uma nova forma de mercância de escravos no Brasil. As províncias do norte em decadência econômica passaram a vender seus escravos para os barões de São Paulo e Minas Gerais. Como resultado dessa nefasta política - os impostos cobrado pela venda do escravo em 1862, se constituíram na maior parte da arrecadação da província das Alagoas.

Depois de algumas conquistas do movimento pela abolição, o Brasil demorou vários anos para se encontrar novamente com à causa abolicionista. O tema que estava em consentido repouso, de repente ganhou as praças, as rua de todo pais, clubes antiescravista, jornais, sociedades e, finalmente da própria igreja.

O crescente movimento pelo fim da escravidão saia das ruas em direção ao trono imperial do Brasil. Até que a princesa Isabel assumindo pela terceira e última vez a regência do império decretou o fim da regime escravocrata no Brasil.

Olhando-se para o 13 de maio de ontem e, comparando-o com o 13 de maio de hoje, conclui-se, que ainda temos de completar nossa abolição, pois persiste um traço rancoroso e bastante sutil da escravidão, qual seja: o preconceito contra negros, mulatos, índios e pobres.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

As campanhas nas redes sociais


Olívia de Cássia - jornalista

Em ano eleitoral as redes sociais serão utilizadas sem comedimento para divulgação de programas e propostas; plataformas políticas e também para se divulgar muita notícia, infundada ou não. É bom a gente ter cuidado com o que diz do outro, sem ter certeza, pois já existe uma legislação que prevê punição para os abusos na internet.

 As redes sociais têm sido uma ótima ferramenta de trabalho, um meio democrático para se protestar contra os absurdos que vemos todos os dias na sociedade.  Até aí, tudo bem: sou fã da tecnologia e sempre que acho que tem cabimento faço as minhas críticas ponderadas e aproveito para divulgar meu trabalho, me divertir um pouco, fazer amizades e compartilhar conhecimentos.

Reconheço que vez ou outra há alguns exageros na rede e o que estamos vendo ultimamente é uma onda de revolta contra A ou  B, geralmente entes públicos, entidades constituídas e principalmente governos. Salutar em uma democracia. Mas como disse certa vez um colega jornalista em um de seus artigos, é muito fácil protestar sentado confortavelmente em uma cadeira acolchoada, ou não, na frente da telinha e desdizendo quem quer que seja.

Insuflar uma massa desgovernada, sem liderança ou formação política e que não tem pensamento formado a respeito de determinado assunto para fazer rebelião, quebra-quebra; fazer escarcéus sobre entidades, conclamando voto nulo e desfiliações de sindicatos, tudo isso é muito fácil.

Quero ver quem toma essas atitudes ir para o enfrentamento de uma negociação com patrões e seus representantes cheios de empáfia, desdizendo o trabalhador e menosprezando suas funções no trabalho; achando sempre que trabalhamos menos e ganhamos mais do que merecemos.

É a relação capital-trabalho prevista por Marx. Ele dizia que “a relação capital, trabalho e alienação promovem a coisificação ou reificação do mundo” e que “a tomada de consciência de classe e a revolução são as únicas formas para a transformação social”.

Tudo bem, os tempos são outros, mas nos apeguemos um pouco à filosofia básica para encontrar explicações para o modo de agir atual de ambas as classes. Muitas atitudes são tomadas, às vezes, por uma discordância pontual de um argumentou ou situação, ou por egos feridos.  E aí é onde deve entrar a ponderação e o bom senso de cada um.

Não quero ser dona da razão e nem unanimidade de nada; estou apenas expressando meu ponto de vista e espero não ser mal interpretada por um ou outro. Já não tenho mais idade para brigas e nem tempo aqui na terra para ficar de querelas políticas ou de fofocas com quem quer que seja. Meu tempo é curto por aqui.

No entanto, avalio que antes de a gente tomar qualquer decisão na vida tem que pensar e pensar e pensar sobre as consequências daquele ato. Sou de um tempo, que mesmo não tendo muita avaliação sobre o peso do que fazia, eu ia para a rua, sim. Protestávamos em plena época da repressão, no governo do presidente João Batista de Figueiredo, aquele que dizia que o povo fedia a cavalo.

Numa época em que os partidos de esquerda eram clandestinos  e íamos vender o jornal Tribuna Operária no Mercado da Produção, bem cedinho, com os jornais debaixo do braço, passando pela polícia; ou estávamos nas passeatas, pacificamente, com palavras de ordem pelas ruas de Maceió, protestando contra os desmandos do governo e seus seguidores.

Mas, graças aos nossos combatentes companheiros que lutaram de todas as formas contra esse regime ditatorial e asqueroso; líderes sindicais e de partidos políticos que perderam até a vida defendendo um mundo melhor e mais igualitário,  estamos aqui, falando abertamente sobre esses assuntos e outros tantos, que são comentados nas redes sociais.

O que se espera, daqui por diante, depois da aprovação do marco civil da internet no Brasil, (Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014) é que a legislação seja de fato aplicada para quem cometer excessos e abusos: que haja mais avaliações e cuidados com o que se diz e as mensagens que se deseja passar.  Fiquem com Deus. 

Sindjornal divulga nota de esclarecimentos à categoria

NOTA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) tendo em vista a repercussão provocada pela Nota de Esclarecimento divulgada no último dia 06 sobre a situação do não recolhimento do FGTS dos funcionários da Organização Arnon de Mello (OAM), em respeito a sociedade alagoana e, especialmente, a cada um dos jornalistas que a entidade representa, vem a público para reafirmar seu compromisso com a defesa integral dos direitos da classe, da democracia, dos direitos humanos, e das liberdades de imprensa e de expressão, como bem comprova todo o seu histórico de lutas.

 Mas com a mesma coragem e com toda a propriedade de uma instituição que sempre foi e sempre será conhecida como uma das mais combativas do país reconhece a necessidade de vir, mais uma vez, dialogar com a categoria sobre a situação desconfortável gerada após a divulgação da referida nota de esclarecimento.

 O Sindjornal explicita que o recolhimento do pagamento parcelado do FGTS dos trabalhadores da OAM, foi fruto de uma ação judicial do Sindicato. A decisão judicial que obrigou o pagamento também permitiu um parcelamento que estava sendo efetuado a partir dos débitos mais antigos. Este procedimento gerou uma quitação dos débitos junto aos trabalhadores até 2001.

 Vale ressaltar que este último depósito foi feito em dezembro de 2013. Assim, quem está trabalhando na empresa de 2001 aos dias de hoje, estando ou não na condição de dirigente sindical, sendo ou não sindicalizado, está com saldo zerado ou abaixo dos demais. Como em 2014 a empresa não efetuou nenhum depósito, descumprindo o acordo, o Sindjornal já entrou com nova denúncia na Procuradoria Regional do Trabalho (PRT-AL) e está ingressando com ação coletiva na Justiça, que será protocolada ainda esta semana.

 Entretanto, essas informações parecem não ter sido devidamente compreendidas o que acabou gerando uma manifestação mal dirigida, supondo que o Sindicato dos Jornalistas estaria “fechando os olhos para o problema” porque seus dirigentes seriam os únicos a receber os depósitos. Tal colocação, feita nas redes sociais, citou nominalmente um dos diretores do Sindicato, o que motivou a elaboração da nota.

 Assim, o Sindjornal destaca que entende como legítima qualquer crítica e defende o direito de todos os jornalistas se manifestarem sobre as políticas adotadas pela diretoria. Porém é preciso deixar claro que também é papel dos dirigentes sindicais combater os ataques e calúnias que possam enfraquecer um sindicato com 60 anos de lutas em defesa da categoria.

 Por entender que a entidade precisa ser preservada de ataques que a enfraqueça moralmente e, em consequência, fragilizem toda a categoria, a diretoria elaborou a nota no intuito de esclarecer e refutar acusações infundadas. Entretanto, reconhece que a amplitude do alcance de uma nota da entidade é maior que a de um comentário na mesma rede, por mais pernicioso que ele seja.

 A diretoria reafirma que nunca teve a intenção de atacar nenhum jornalista e causar qualquer tipo de dano e desconforto a um trabalhador que reivindica seus direitos não respeitados pela empresa onde atua.

Ao mesmo tempo lamenta que, por conta do episódio, integrantes da categoria esqueçam o histórico de combatividade do Sindjornal, que é referência nacional nas lutas sindicais dos jornalistas brasileiros, garantindo, entre outras conquistas, o maior piso salarial do país, em um estado que detém os piores indicadores sociais. Tal situação só enfraquece a única entidade de classe que defende os interesses dos jornalistas, enquanto os verdadeiros inimigos dos trabalhadores batem palmas.


 Diante do exposto, a entidade reitera seu papel de diálogo com a categoria visando recompor as relações fraternas de classe trabalhadora, para superar este episódio desconfortável a todos e unir forças em lutas como a garantia da quitação integral do FGTS, a campanha salarial e a valorização do jornalista.

A DIRETORIA

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sindicato consegue nova proposta dos patrões

Fonte: Sindjornal 

Após novas manifestações realizadas na sexta-feira (9) e intensas cobranças para a retomada das negociações, o Sindicato conseguiu tirar das empresas de comunicação uma nova proposta de reajuste salarial. O índice apresentado pelos patrões é de 7%, que corresponde a 5,82% da inflação acumulada (INPC) e 1,18% de aumento real. Pela proposta anterior, o aumento real ficaria em apenas 0,18%.

As empresas também concordaram em ampliar o prazo de pagamento do auxílio-creche, que passaria de seis meses para um ano.
Diante desse fato novo, que merece avaliação e posicionamento da categoria, o Sindicato está convocando nova assembleia geral dos jornalistas para esta quarta-feira, dia 14, na qual será votada a nova proposta dos patrões e definidos os próximos passos da campanha. A assembleia será às 20 horas, na sede do Sindicato. Antes, o Sindicato também passará nas redações para colher no local de trabalho o posicionamento dos jornalistas.
Com um reajuste salarial de 7%, o piso da categoria passaria de R$ 2.648,54 para R$ 2.833,93 – continuando a ser o maior do país. O mesmo percentual de 7% deve ser aplicado sobre os salários acima do piso, as diárias, o auxílio-creche e demais verbas.
HORÁRIOS DAS ASSEMBLEIAS NAS REDAÇÕES
GAZETAWEB: 7h30
TV GAZETA E G1 ALAGOAS: 8h00
TV PAJUÇARA e TNH1: 8h30
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domingo, 11 de maio de 2014

Especialistas avaliam avanços e papéis assumidos pelas mulheres na sociedade

Léa Vergetti analisa como era ser mãe antigamente e diz que uma mãe que trabalhava fora tinha vantagens e desvantagens em relação às de hoje. Foto de Adailson Calheiros
Silvia Gomes avalia que ser mãe de antigamente ou nos dias atuais foi e será a maior realização de uma mulher. Foto: Arquivo do Facebook
Laudineide Cabral ressalta ainda que a maior dificuldade que encontrou na maternidade foi educar e ter que se afastar das filhas, quando eram pequenas, para ir trabalhar . Foto: Arquivo Particular



Mulheres falam da alegria e preocupações de serem mães nos dias atuais

Olívia de Cássia – Repórter

No segundo domingo de maio, a sociedade brasileira comemora o Dia das Mães: a data simboliza a luta e o papel exercido pela mulher na arte de criar e educar seus filhos. No tempo da pós-modernidade, em plena era da tecnologia e da livre informação, quando as mulheres conquistaram o direito de serem livres, o mercado de trabalho e o direito de decidirem sobre o seu corpo, ser mãe pode ter se tornado uma tarefa muito mais difícil do que no tempo das nossas avós e mães.

A Tribuna Independente ouviu especialistas sobre o papel da mulher na sociedade atual; a questão da maternidade e as conquistas que tiveram ao longo dos séculos, como a entrada no mercado de trabalho. Também ouviu mulheres, mães e avós, que relataram como é desempenhar esse papel, num tempo onde a maioria dos valores foram esquecidos e a mulher teve que se superar para exercer a maternidade, ser dona de casa, mulher e profissional.

Maria Aparecida Batista Oliveira. Arquivo do Facebook
A socióloga Maria Aparecida Batista Oliveira, professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), observa que as mulheres foram inseridas em uma sociedade marcada pela ordem do sistema patriarcal e pela lógica da ideologia machista, durante um período de sua história, como no caso de nossas avós e mães. 

“O  lugar social destinado para as mulheres era o espaço doméstico a ela cabia lavar e passar roupa; cozinhar; limpar e arrumar a casa e cuidar dos filhos e filhas e também de sua educação”,  destaca.

A professora da Ufal  explica que nesse período histórico esse lugar representava para a mulher a responsabilização pela geração, bem-estar e educação da prole, e por outro lado a dependência, a submissão, bem como o controle de sua sexualidade pelo gênero masculino.

“Assim sendo é justificada a concepção de que a esfera privada será o lugar privilegiado das mulheres já que elas ideologicamente representam a afetividade; o desejo; a fragilidade e a abnegação, enquanto o espaço destinado ao homem é o publico, o racional e o politico. Por isso mesmo a sociedade decanta a bonita tarefa de ser mãe, à medida que está em suas mãos o futuro e a beleza dos filhos”, pontua.

Aparecida Oliveira ressalta que não é tarefa fácil ser mãe, mas com toda a complexidade que a maternidade apresenta, as mulheres mães afirmam em seus depoimentos o prazer de serem mães e a realização de seu ser mulher. Segundo a socióloga, ser mãe é extremamente prazeroso e proporciona  alegria e satisfação para as mulheres, mas é importante destacar a complexidade desse papel,  na sociedade atual.

 “É preciso que todos os atores sociais ( homem e mulher) construam estratégias de negociação, parceria e a efetiva valoração da maternidade e do poder feminino, para que, juntos, possam se constituírem  como trabalhadores e trabalhadoras responsáveis pelos filhos.

PSICÓLOGOS AVALIAM

Papel da mulher se modificou, mas é preciso ter dosagem e equilíbrio

O psicólogo Raffael Gonçalves fez uma rápida avaliação do papel exercido pelas mães atuais em comparação às mães de antigamente e observou que hoje os costumes mudaram, com a ida da mulher para o mercado de trabalho que, de certa forma, a ‘distanciou’ da família.  Raffael Gonçalves avalia como positivo a independência da mulher, do ponto de vista financeiro, fato que a possibilitou “que seja uma mãe solteira, sem a cultura machista de agressões e a colocou em uma condição mais central da família”, argumenta.

Segundo ele, a depender da mãe, se há um afastamento, é importante que tanto as mulheres quanto os homens observem isso, pois quando elas se entregam demais ao trabalho e à profissão, há uma carência na educação dos filhos, que termina ficando a cargo da escola. Nesse caso, segundo observa, é importante que haja um equilíbrio.

Com relação às conquistas que as mulheres mães de hoje tiveram, Raffael Gonçalves  destaca  que tanto mães quanto os pais devem ter uma visão quanto à responsabilidade que assumiram. “A mulher assumiu funções importantes no mercado de trabalho e quando a família passa a ter essa ajuda financeira, não pode deixar de se importar com os filhos e com o seu desenvolvimento”, destaca.

ACOMPANHAMENTO

Edberto Lessa Wanderley também é psicólogo e por telefone destacou alguns pontos sobre o tema da maternidade nos dias atuais. Segundo ele, o papel da mulher na se modificou completamente: “A mulher já não é aquela mãezona que apenas cuidava da casa, do marido e dos filhos. São poucas aquelas que abdicaram da profissão, ou sacrificaram um pouco a atuação no mercado de trabalho, para acompanhar a rotina dos filhos; é muito difícil”, observa.

Ele avalia que é importante que haja um acompanhamento, não só da mãe, mas também do pai, no cotidiano dos filhos. “Só trabalho para juntar dinheiro e dar todo o conforto para os filhos, sem amor e afeto,  não é o aconselhável, pois mães que trabalham muito sem se preocupar com os filhos, chegam em casa estressadas e vão descansar ou saem para se divertir, sem observá-los e acompanhá-los”. O ideal, segundo ele, “é que haja uma dosagem para que se tenha um equilíbrio”, argumenta.

A respeito de mães que lutam com filhos dependentes químicos, Edberto Wanderley observa que muitos casos estão relacionados “com esse desleixo involuntário de algumas mães, pois elas nunca acham que o filho vai por esse caminho e acabam se descuidando um pouco”, quando menos espera, está com o problema da dependência em casa.

Dificuldade foi educar e encaminhar para a vida


Laudineide Cabral 
A professora Laudineide Cabral tem duas filhas que já são casadas e mães também. Ela avalia que ser mãe nos dias atuais é, além das obrigações normais do dia, tentar educar e encaminhar para a vida da melhor forma possível. Para a professora, ser mãe foi a melhor coisa que me aconteceu na sua vida.

Laudineide Cabral ressalta ainda que a maior dificuldade que encontrou na maternidade foi educar e ter que se afastar das filhas, quando eram pequenas, para ir trabalhar tendo que deixá-las com um vizinho ou babá e principalmente orientá-las na adolescência.  “Foi muito difícil, pois eu não tinha minha família perto, precisava deixar com desconhecidos; muitas vezes minhas filhas estavam doentes e eu entrava em desespero”, destaca.

Ela analisa que a vida moderna dificulta na educação dos filhos, pois os pais não têm mais a “privacidade de ‘tentar’ retardar o conhecimento dos filhos a respeito de certos assuntos, quando não é o momento de conhecerem a respeito deles; com a internet e televisão, fica quase impossível conseguir”, destaca.
Diferente de muita gente que defende a abertura total na internet e na televisão sobre todos os temas, a professora avalia que deveria existir ‘censura’ nas emissoras, nos horários inconvenientes.

 “Na internet está tudo muito aberto e de fácil acesso; é complicado demais. Com isso, só com muito diálogo e conscientização de todos os males que a vida pode trazer, como amizades erradas e más companhias; curiosidades comuns da idade; podemos mostrar o lado positivo e negativo de tudo, para que tenhamos um controle a respeito do que os filhos estão fazendo”, argumenta.

Mãe de ontem e avó de hoje analisa a maternidade

Foto de Adailson Calheiros
A professora aposentada Léa Borges Vergetti, residente do Residencial Recanto da Serraria, diz que é mãe de antigamente e avó atual e presente, pois os netos moram vizinhos e vivem mais na casa dela do que em casa. Dois já são adolescentes e o pequeno é autista. Léa Vergetti analisa como era ser mãe antigamente e diz que uma mãe que trabalhava fora tinha vantagens e desvantagens em relação às de hoje.

“A vantagem era que antes você encontrava pessoas de confiança e que precisavam trabalhar para cuidar das crianças; tudo era mais trabalhoso, pois não tinha máquina de lavar, nem fraldas descartáveis. Quando tinha bebê numa casa você sabia logo pela quantidade de fraldas no varal; eu mesma tinha cem; isso tudo lavado à mão”, observa.

Ela destaca que em compensação aos dias atuais, antigamente não havia violência: “A gente ia trabalhar fora, cansada, mas tranquila. As crianças eram mais sociáveis, pois tinham vários amigos nas brincadeiras; eles mesmos faziam a maioria dos brinquedos, pois os industrializados eram muito caros; só ganhavam no aniversário e no Natal. Também não tinham tantas novidades e o apelo do consumismo era pouco”, explica.

Léa Vergetti avalia que hoje a coisa mudou: “Não se encontra mais quem queira trabalho doméstico;  todo mundo tem Bolsa Família; uma boa creche custa muito caro e você sabe que o salário do trabalhador no geral é baixo. As escolas também são caras e as mães de classe média que  trabalham fora hoje, sofrem mais que as de antes e têm que contar com as avós para ajudar”, destaca.

Essa mãe de antigamente e avó presente de hoje ressalta que as crianças também mudaram e já não brincam tanto juntos. “Às vezes por falta de espaço ou por conta da violência das ruas”.  Ela destaca que as opções de brinquedo das crianças de hoje são muitas: “Novos jogos, internet e outros”.

Léa Vergetti observa ainda que hoje as crianças se comunicam mais com a ponta dos dedos do que oralmente. “Aqui onde nós moramos, por ser um condomínio de casas, as crianças ainda brincam na rua e jogam bola, mas eu tenho um sobrinho que dá dó: no prédio onde mora, só tem ele de criança”, ressalta.

 Tecnologia sem limites dificulta relacionamento entre mãe e filha

Mãe de uma adolescente de 15 anos, a técnica de enfermagem Silvia Maria Gomes, servidora do Hospital Geral do Estado (HGE), confessa que o mundo atual a assusta, diante de tantos acontecimentos.

 Ela observa que a tecnologia sem limites e pessoas com pensamentos distintos fazem com que não seja fácil ser mãe nos dias de hoje. “A tecnologia sem limites, o convívio com outras pessoas de outros pensamentos fazem com que não seja nada fácil ser mãe nos dias de hoje”, destaca.

Silvia Gomes avalia que ser mãe de antigamente ou nos dias atuais foi e será a maior realização de uma mulher; “pelo menos para mim, em especial: tive Victória aos 35 anos, depois de uma luta de 12 anos; engravidei cinco vezes e dessas cinco gestações ficou ela”, conta.

A servidora do HGE, que está desviada da função depois de um câncer na mama, observa que procura acompanhar o tempo, “com ela dentro desse tempo. Procuro ouvir suas opiniões, discuti-la, concordar às vezes e argumentar, mostrando o lado ruim e o lado bom do assunto debatido. Quando eu comecei a trabalhar fora, Victória tinha três anos e eu tive que me ausentar dois dias na semana, pois tinha que viajar”, destaca.

Silvia Gomes mora em União dos Palmares e trabalha no HGE. “É muito difícil o período de adaptação; na verdade, sempre foi muito ruim para nós duas, mas sempre conversei com ela que o meu trabalho era o meu prazer, que eu gostava de trabalhar e era necessária essa forma de vivermos; sempre nos entendemos, ela é muito centrada e isso sempre me ajudou”, destaca.

A auxiliar de enfermagem conta que na verdade, às vezes se sente mais filha e ela a mãe: “Existe o respeito, porque existem os limites de mãe e filha: tudo tem que ter limites. A  modernidade é notável e necessária para a evolução, apesar de que, se pusermos regras, eles querem dominar o tempo; a vida deles e as nossas vidas.  Adoro ser cúmplice dela e vice versa; ser mãe é a primeira maravilha do mundo”,  pontua Silvia Gomes.

AJUSTE

A profissional liberal Roberta Costa diz que a mulher nos dias de hoje tem que ser uma “supermulher”, ajustando horários com atribuições profissionais, mas não pode esquecer também dos momentos de lazer e do sexo. “Tem que ser completa e completar marido e filhos”, observa.

Segundo Roberta Costa, a mulher sente-se plena: “Mulher em todos os sentidos, até podendo se comparar a Maria, a mãe de todas as mães”. Ela argumenta que as maiores dificuldades que as mulheres encontram atualmente são: pagar as contas, ter que fazer a junção de dificuldades e lazer; ao contrário das outras mulheres entrevistadas ela observa que a vida moderna facilita a educação dos filhos: “A tecnologia ajuda em tudo”, destaca.

Num depoimento muito rápido, Noélia Costa Amaral, presidente do Fórum Permanente de Combate às Drogas, em Alagoas, falou à reportagem sobre as dificuldades de ser mãe. Noélia Costa tem três filhas e disse que foi muito difícil criá-las e educá-las.

 “Eu trabalhava fora, os três horários, trabalhava muito e tinha que deixá-las com a secretária; mas hoje, graças a Deus, elas estão criadas e casadas e o que deixei de bom para elas foi educar para uma vida saudável, valores e princípios; mas foi tudo muito sofrido”, explica.

Filhos relatam como é conviver com mães modernas

A jornalista Mariana Vasconcelos tem 30 anos, mora com os pais  e diz que a mãe começou a trabalhar muito nova; tinha jornada tripla- dois empregos e à noite ela era esposa e mãe. Após 17 anos de trabalho, a mãe de Mariana optou por aderir ao Plano de Demissão Voluntária, em 1996 e, de lá para cá, a dedicação é integralmente à família.

“Mesmo trabalhando muito, não tenho lembranças de minha mãe ausente, ao contrário; ela sempre compensava. Lá em casa somos quatro: meus pais, eu e meu irmão. Nossa família sempre foi unida, mantemos a tradição de fazer as refeições juntos, mesmo depois que crescemos e passamos a trabalhar, bem como a de dar boa noite e um beijo em cada um antes de dormir. Isso faz a gente ser grato ao outro por tê-lo em nosso dia e por todos terem voltado pra casa bem. Esta forma de viver em família eu quero manter e seguir quando tiver a minha”, revela. 

Segundo Mariana, em tempos mais agitados, “saíamos para o trabalho e ela ficava em casa. Eu achava interessante como ela realmente gostava de ficar na casa, fazendo as coisas que ela gostava de fazer. Hoje, com meu pai também em casa, os dois fazem as programações juntos; caminham na praia, fazem pilates, têm uma vida a dois e em família, sossegada, saudável e tranquila”, destaca.

Mariana ressalta que quando a gente cresce é que passa a entender melhor as decisões e as reações em cada situação. “Admiro demais minha mãe pela personalidade, pelo amor que ela nos transmite, pela forma como ela cuida de nós, sempre nos mostrando o lado da paz, da boa convivência com as pessoas e principalmente pela força que ela tem quando é preciso tê-la. Devido à base que formamos graças aos ensinamentos do amor de mãe, e do pai também, é que posso dizer que somos uma família muito feliz e que eu e meu irmão, temos uma mãe muito especial e imensamente amada por todos nós”, ressalta.

TECNOLOGIA

O jornalista Bruno Martins destaca que tem uma mãe moderna e que isso não o incomoda, pelo contrário. "Minha mãe despertou realmente para a modernidade quando adquirimos o primeiro computador, no final de 2002. O artefato ficava no meu quarto, mas sempre que estava disponível ela utilizava; assim foi feito o primeiro e-mail dela que abriu espaço para a febre do bate-papo disponível no MSN”, explica.

Com isso, segundo ele, era comum ver a sua mãe varando as madrugadas conversando com amigos e familiares no ambiente virtual. “O acesso aos downloads de música a empolga até os dias de hoje; ela  também é ouvinte das rádios disponíveis na internet”, observa.

“Do computador, a febre passou para os smartphones que a mantém conectada até fora de casa. Além do Facebook, ela mantém seus perfis no Orkut, Instagram e Foursquare, rede social para fazer os check-ins e informar os amigos em que localidade ela está”, conta o jornalista.

Segundo Bruno, a mãe é tão moderna e antenada em tecnologia que “só para se ter uma ideia do vício em tecnologia, hoje, no quarto dela, encontram-se um computador, um notebook, dois celulares com acesso à internet. Dessa forma, o presente do dia das mães não podia ser outro que não o “gadget” que ainda faltava, um tablet”, confessa Bruno. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Dia das mães

Minha saudosa mãe Antônia
Olívia de Cássia – jornalista

Neste domingo, 11 de maio, é dia de nós fazermos uma homenagem a todas as mães alagoanas e desejar que o dia seja de festa e de muita alegria.  Para aquelas que lutam tentando livrar seus filhos dos infortúnios das drogas e das más companhias, que passam por outros conflitos familiares, que encontrem um alento e consigam realizar todas as suas metas.

Ser mãe nunca foi fácil em nenhuma era da humanidade; em todas as épocas as mulheres fizeram sacrifícios em benefício de seus filhos, desde a era primitiva. Em algumas situações, elas tiveram que deixar os filhos em casa, muitas vezes presos, para poder cumprir suas tarefas no trabalho. 

As transformações sociais ocorridas nas últimas décadas desencadearam profundas mudanças e redefinição do papel da mulher na sociedade. A educação de um filho nunca foi fácil e exige da mulher dedicação e muitas vezes renúncia. Algumas delas, sabendo que não têm aptidão para a maternidade, renunciaram a essa função e foram se dedicar a suas carreiras.

Com as conquistas conseguidas ao longo dos séculos, como o mercado de trabalho e o direito de decidir o que fazer com o seu corpo, o surgimento da tecnologia, mudou muito o conceito de família, os costumes e as mulheres tiveram que se adaptar a esse momento.

Algumas mulheres mães e também muitos pais de família ainda passam na atualidade por conflitos de aceitação e adaptação da mudança dos costumes com relação aos filhos e enchem as salas dos terapeutas para tentar entender a essa situação.

O que se sabe é que, com modernidade ou sem, mãe é tudo igual: estão sempre preocupadas com o bem-estar dos filhos, com a segurança, educação e tudo que os envolve. Segundo a juíza Maria Eunice Torres do Nascimento, de Manaus, as mulheres foram da esfera doméstica à ocupação de diferentes funções na sociedade moderna, mas estas conquistas sociais têm sido alcançadas e assimiladas de forma diferente por elas.

“O alcance e assimilação das conquistas sociais femininas variam de acordo com a classe social, o grau de escolaridade e a possibilidade real para superar as desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres que ainda existem e persistem na sociedade atual, tanto na família como nas mais diferentes esferas sociais”, observa.

E essas particularidades, segundo os especialistas, envolvem mulheres dos extratos mais altos da sociedade e também aquela mãe da periferia, que vive um conflito muitas vezes maior, entre ter que encarar os problemas sociais, a educação dos filhos e ainda terem que conviver em ambientes insalubres e violentos, na tripla jornada de trabalho, no lar e fora dele.

É tudo muito complexo isso, estudos que nunca vão deixar de existir sobre essa situação de vulnerabilidade da mulher, mãe ou não, em tempos modernos e desiguais. Por tudo isso elas merecem todas as homenagens e saudações neste domingo. Que o dia seja de paz e bem!


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sindicato discute com prefeito correção salarial de jornalistas

Fonte: Sindjornal
Diretores do Sindicato estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (7) com o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, buscando solucionar a defasagem salarial dos jornalistas efetivos do Município. A reivindicação, que já tinha sido apresentada à Prefeitura em outras oportunidades, inclusive na gestão anterior, ganhou mais força após o governo municipal decidir fazer uma reforma administrativa, cujo projeto será votado na Câmara até o final de junho.

Os jornalistas efetivos do município recebem salário muito abaixo do piso. Uma das soluções  apresentadas pelo Sindicato ao prefeito foi a criação da carreira de jornalista no serviço público municipal, o que corrigiria distorções de salário e jornada, além de permitir a criação de cargos efetivos e comissionados.  A mesma proposta foi apresentada há alguns anos ao governo estadual, que chegou a elaborar um anteprojeto de carreira que se encontra na Casa Civil.

O prefeito não adiantou que medida será adotada para corrigir a distorção salarial dos jornalistas efetivos, mas concordou que a solução deve ser estrutural, de forma a alcançar também jornalistas contratados futuramente. Ele ficou de agendar uma reunião do Sindicato com os gestores da Secretaria de Administração para que a questão seja discutida tecnicamente e, depois, seja apresentada a melhor solução.

A reunião com o prefeito nesta quarta-feira contou com a presença do deputado Judson Cabral (PT), que apoia a reivindicação do Sindicato e ajudou a agendar o encontro. Outros parlamentares, como a vereadora Tereza Nelma (PSDB ), também já se manifestaram favoráveis à reivindicação do Sindicato e estão dispostos a ajudar, na Câmara Municipal, para a criação da carreira do jornalista.

O secretário de Comunicação de Maceió, Clayton Santos, também foi procurado pelo Sindicato. Ele tem contribuído para que a reivindicação da entidade seja discutida com o governo municipal e vem adotando a política de pagar pelo menos o piso da categoria aos jornalistas comissionados. 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Não quero mais saber..

Olívia de Cássia Correia de Cerqueira

Não sei dizer se ainda sei o que sinto.
Eu acho que não sinto mais nada,
Não quero mais saber de você.
Já não tenho medo de ter medo.
Perdi o afã da juventude, perdi o medo.
Meus sentimentos não são mais os mesmos
Aprendi com a vida que o que vale na vida é viver.
Já não me deixo me envolver.
O meu coração só a mim pertence,
Não pertence a ninguém meu coração,
Não sinto mais nada é o que sei.  
Não quero mais saber de você.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Estatística ruim

Olívia de Cássia - jornalista

O Estado de Alagoas ocupa a 8ª posição na classificação nacional de acesso ao Disque 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). Em números absolutos houve 10.863 atendimentos em Alagoas. Segundo informações da SPM, dentro do ranking nacional, a taxa de registro do Estado foi de 675,15 por 100 mil mulheres em 2013, de acordo com o Balanço Anual da Central de Atendimento à Mulher – Disque 180, divulgado na última quinta-feira (24/4).

Nossa Maceió se destacou entre os municípios alagoanos que procuraram o serviço. Com taxa de registro de 782,14 por 100 mil mulheres, Maceió lidera a classificação estadual. São Miguel dos Milagres e Colônia Leopoldina vêm logo em seguida, apresentando taxas de 776,91 e 653,33, respectivamente.

De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos. Entre 30% e 60% das mulheres que já tiveram um parceiro sofreram alguma vez violência física ou sexual por parte do companheiro, e 48% das meninas e jovens com idades entre 10 e 24 anos afirmam ter tido suas primeiras relações sexuais sob coação”.

Segundo Ban Aki-Moon, secretário- geral da instituição, a violência contra as mulheres assume muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas formas de violência se inter-relacionam e as afetam desde antes do nascimento até a velhice.

Está mais do que comprovado que as mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui. Segundo especialistas, a violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade.

Ban Aki observa que esse problema não está intrínseco apenas em uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. “As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres”, observa.

Segundo informações da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em Alagoas, a Central de Atendimento – Disque 180 atingiu 532.711 registros no ano passado, totalizando quase 3,6 milhões de ligações desde que o serviço foi criado em 2005.

“A violência física representa 54% dos casos relatados e a psicológica, 30%. No ano, houve 620 denúncias de cárcere privado e 340 de tráfico de pessoas. Foram registradas ainda 1.151 denúncias de violência sexual em 2013, o que corresponde à média de três ligações por dia sobre o tema”, observa a SPMP.

O levantamento do serviço aponta que em 2013 subiu de 50% para 70% o percentual de municípios de origem das chamadas. Cresceu também — em 20% — a porcentagem de mulheres que denunciou a violência logo no primeiro episódio. Relatos de violência apontam que os autores das agressões são, em 81% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas.

Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará. Este documento define o que é violência contra a mulher, além de e explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar. Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita.

Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. Esses dois últimos itens são os maiores aliados desse crime contra as mulheres. Não podemos nos calar diante dos fatos. Fiquem com Deus.

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...