quinta-feira, 1 de maio de 2014

Bancários são uma das categorias mais afetadas com metas a cumprir

Foto: Assessoria
Problemas de saúde tem provocado afastamento dos postos de trabalho

Olívia de Cássia – jornalista

No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, os bancários participam das atividades junto com a Central Única dos Trabalhadores, mas reclamam que não têm muito o que comemorar, devido aos índices alarmantes de problemas de saúde que tem acometido a categoria, por conta das metas que têm que cumprir diariamente. 

Entre os problemas de saúde, elencados pela diretoria do Sindicato dos Bancários de Alagoas (Sindbancarios)  a entidade destaca:  depressão, o assédio moral que tem levado a doenças mentais complicadas, LER\Dort, entre outras.

Segundo o presidente da entidade, Jairo França, muitos bancários estão sendo afastados do trabalho por conta do estresse e a tensão, “que já se tornaram elementos do cotidiano do trabalho” bancário. Jairo França destaca que é importante entender que esses quadros de estresse e tensão podem evoluir e até trazer perda ou redução da capacidade para o trabalho.

 “Entre os principais indicadores de desgaste à saúde mental temos: nervosismo, estresse, desgaste mental, ansiedade, tensão, fadiga, cansaço, desestímulo, desespero e depressão. Por vezes, temos também perda de apetite, distúrbios de sono, além da contaminação involuntária do tempo de lazer: ou seja, os trabalhadores que não conseguem "desligar-se" do trabalho”, pontua.

O presidente da entidade explica que um levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro aponta que as doenças relacionadas à saúde mental já superam as do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, as chamadas LER/Dort, que totalizaram, no ano passado, 4.589 afastamentos computados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). “É uma luta antiga com os banqueiros para tirar as listas de metas a serem batidas, que elevam o nível de estresse dos trabalhadores”, disse.

Para a psicologia, segundo a entidade, qualquer que seja o modelo de organização do trabalho implantado, o que interessa à saúde mental é a possibilidade do trabalhador ter controle sobre os contextos de trabalho no qual realiza as tarefas.

Segundo a psicóloga Cícera Antônia, para ter esse controle é necessário familiaridade com a atividade, conhecimento sobre o trabalho e possibilidades de interferir sobre o planejamento do trabalho, “de modificar os contextos, assim como de perceber seus limites e possibilidades. Nesse sentido, o trabalho pode ser favorável à saúde mental. O que é prejudicial à saúde mental é a falta de autonomia no trabalho, monotonia, falta de condições de trabalho, baixa remuneração, falta de respeito ao trabalhador”, observa a profissional que atua na área de recursos humanos de uma empresa alagoana.

FATORES DE RISCO

No caso dos bancários, os  fatores de risco na organização do trabalho são: pressão das chefias e clientes; horas extras quase diárias; prolongamento da jornada de trabalho de seis horas diárias; ausência de pausas de trabalho; tarefas repetitivas; competição entre os colegas; falta de perspectiva de ascensão; falta de reconhecimento no trabalho desenvolvido; número insuficiente de funcionários; medo permanente de demissão; risco de sequestro e assalto à bancos, entre outros.

O presidente do Sindbancários orienta a categoria a manter-se em alerta em relação aos  desconfortos: “sejam eles afetivos, tensionais ou físicos, eles são indicativos de que há algo no seu trabalho e vida que precisa ser modificado”, pontua.
JORNALISTAS
Outra categoria que também é acometida de alguns problemas de saúde é a dos jornalistas. Segundo a Federação Nacional da categoria, além do estresse diário para cumprimento das pautas, os jornalistas são acometidos com frequência de doenças cardíacas, úlceras gástricas, câncer, LER\Dort, insônia, depressão e fadiga visual. Jornalista é considerada uma das mais estressantes do mundo.

A psicóloga Cláudia de Bulhões avalia que o estresse é o principal problema das profissões modernas: “O estresse envolve mais profissões que trabalham com a cabeça e sob pressão, como jornalistas, bancários, petroleiros de plataforma, entre outras categorias”, observa a psicóloga.

A fisioterapeuta Raynara Castro destaca que o que se deve fazer para evitar o estado de fadiga do corpo é o profissional, em qualquer atividade que ele tenha, procurar relaxar e ter lazer; ter vida saudável com exercícios físicos.   

CUT

A Central Única dos Trabalhadores, em âmbito nacional, reivindicou publicamente que a empresas invistam mais em prevenção, para aumentar a segurança dos trabalhadores. As propostas fizeram marcaram a passagem do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que aconteceu na segunda-feira, 28 de abril.

Segundo a assessoria da Central, a iniciativa chamou atenção para as 2.712 vítimas fatais registradas no último levantamento feito pelo Ministério da Previdência com base na CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho), em 2012, o último disponível, em todo o País. “O número pode ser maior porque muitas empresas se negam a emitir o CAT para não assumir responsabilidade sobre acidentes e adoencimentos”, observa a assessoria.    

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