Edição
20º finalizou na Assembleia Legislativa, onde debateram a pauta de
reivindicações do movimento
Olívia
de Cássia – Repórter
(fotos: Camila Ferraz)
Centenas
de trabalhadores rurais do Estado participaram da sessão pública, na Assembleia
Legislativa Estadual (ALE), quando discutiram a pauta de reivindicação do 20º
Grito da Terra Brasil, nesta terça-feira, 20. Antes da sessão, os agricultores
rurais se concentraram no estacionamento de Jaraguá e depois percorreram em caminhada
por várias ruas da capital alagoana, com palavras de ordem reivindicando
melhorias para o campo.
Os
trabalhadores contaram com o apoio na caminhada dos deputados Ronaldo Medeiros
(PT), que apresentou o requerimento propondo a sessão especial, do deputado
federal Paulo Fernando dos Santos (Paulão), Judson Cabral (PT), entre outras
lideranças dos movimentos sociais alagoanos.
“O
Grito da Terra sempre aconteceu em Brasília e este ano a Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras (Fetag\AL) adotou estratégia por estado e também
um evento nacional. Os agricultores estão reivindicando mais agilidade nas
questões da Previdência Social para o homem do campo, porque hoje a perícia
médica demora de quatro a cinco meses para ser realizada e o trabalhador fica
muito tempo sem receber o pagamento”, observou Medeiros.
Além
dessas reivindicações, segundo o parlamentar, os trabalhadores estão pedindo
mais recursos para a habitação rural, por meio do Programa Nacional de Habitação
Rural (PNHR), “pois o governo segurou recursos e isso está causando vários
problemas”, observou.
Os
agricultores familiares estão reivindicando ainda o crédito para a safra
2014-2015, mais educação no campo, mais escolas e uma política de sucessão rural.
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“O
jovem no campo não tem nenhum incentivo para ficar na terra; pelo contrário, as
políticas públicas hoje não permitem que o jovem fique no campo e se não
permanecem lá, acaba com a agricultura familiar, o que é péssimo para o Estado
e para o Brasil, porque 70% do alimento que chega às cidades são da agricultura
familiar”, argumentou.
O
presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura
(Fetag\AL), Genivaldo Oliveira, disse que o movimento já conseguiu muitas
vitórias para o campo, por intermédio do Grito da Terra. “Este ano resolvemos
fazer simultaneamente nos 27 estados da Federação, para sensibilizar a pauta
que foi entregue há uns 30 dias à presidente Dilma Rousseff. Estamos aguardando
uma resposta para esta quarta-feira, 21, e desde a semana passada, um grupo de
diretores de cada federação está em Brasília negociando nos 17 ministérios”,
destacou.
DESTAQUE
O
deputado federal Paulão, presente na sessão especial que discutiu a pauta do 20o
Grito da Terra Brasil, destacou a importância do evento, a organização pacífica
dos trabalhadores e as conquistas que conseguiram nesses 20 anos do evento, que
segundo o parlamentar, tem uma pauta definida.
“Antes
do governo do PT não existia um investimento de dois bilhões ao ano para a
agricultura familiar. Hoje, esse investimento está na ordem de 32 bilhões; as
mulheres não tinham acesso ao crédito, nem à terra e o Lula quando assumiu a
presidência corrigiu esse erro e a mulher, casada ou solteira, tem esse
direito”, observou.
Paulão
também citou várias conquistas do setor agrícola com as políticas sociais
adotadas no governo do PT e lembrou que a luta agrária hoje ainda tem limite,
“porque já ocorreram vários avanços, mas o Brasil ainda tem uma dívida social
com os trabalhadores rurais. É necessária essa mobilização, porque o Brasil tem
uma concentração de terras muito grande”, destacou.
Sobre
outros programas sociais de benefício ao trabalhador rural, Paulão citou ainda
o Luz para Todos que, segundo ele, o desafio agora é manter a qualidade da
energia que ela está falhando muito; o Programa as cisternas, entre
outros avanços como a interiorização da Universidade Federal de Alagoas e
Escola Técnica (Ifal).
Petista lamenta ausência de deputados na
ALE e rebate críticas da oposição
Paulão
também lamentou a ausência dos deputados na sessão pública desta terça-feira,
falou das críticas da oposição ao governo do PT e disse que quando elas (as
críticas) vêm do povo é admissível, mas quando são dos adversários, não.
“Sou a
favor das mobilizações de rua, isso é natural; mas nessas críticas há um grau
de hipocrisia muito grande. O PSDB o PPS e o DEM não têm moral para falar do governo
do PT; eles gerenciaram o Brasil por vários anos, não deram reajuste dos servidores
por mais de oito anos; não construíram uma universidade e nem implantaram um
curso universitário no Brasil”, observou.
O
deputado federal disse ainda que os governos anteriores não construíram uma
casa de mordia popular: “O Brasil estava quebrado, devendo bilhões da dívida
externa; a balança comercial nossa era deficitária; o salário mínimo lá
embaixo, desemprego e o Lula chega ao governo e inverte tudo isso”, argumenta.
Segundo
Paulo Fernando, o governo Lula gerou 14 milhões de empregos, “consegue baixar a
inflação, reativou e criou o programa ‘Minha Casa, Minha Vida; interiorizou o Luz
para Todos, a Universidade Federal, gerou emprego, deu oportunidade. O Brasil
mudou, mas mudou para quem? Mudou para o segmento C, D e E; pessoas mais
carentes e é isso que eles não aceitam”, ressaltou.
O
deputado Judson Cabral (PT) falou da importância da agricultura familiar e a
importância de a ALE ter aberto as portas para discutir um tema tão importante.
“Temas que serão discutidos como o financiamento da safra, da casa própria na
área rural; estamos de braços abertos para receber os trabalhadores e fazer os
encaminhamentos e as propostas que aqui vão chegar”, disse Cabral.
Em sua
fala na sessão ele falou do projeto de sua autoria, aprovado na Casa, que reduz
as taxas para os agricultores nos cartórios. Judson também falou sobre a
ausência dos parlamentares na sessão e disse que a ALE não tem feito um debate
à altura, com participação dos parlamentares.
“Mas
nem por isso nós, que somos a minoria, vamos deixar de ter consciência, fazer o
debate e fazer com que os próprios trabalhadores pressionem para que os
parlamentares tenham uma participação
mais efetiva”, pontuou.
A
sessão também contou com as presenças da superintendente do Incra, Lenilda
Lima; Amélia Fernandes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Márcia
Teixeira (BNB); Kleber Jurema (CEF); entre outras lideranças ligadas à
agricultura.
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