terça-feira, 30 de setembro de 2014

Greve dos bancários tem início e agências continuam fechadas

Mas apesar da paralisação, serviços dos caixas eletrônicos continuam funcionando

Olívia de Cássia – jornalista



O primeiro dia de greve dos bancários alagoanos, nesta terça-feira, 30, teve a adesão de 80% da categoria em todo o Estado, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Jairo França. “A paralisação da categoria começou com forte adesão e pretendemos permanecer de braços cruzados durante todo período de greve”, observou.

Jairo França destaca que a adesão à paralisação nos próximos dias deve aumentar. “A greve começou como nós esperávamos, firme e forte. Vamos trabalhar para que a adesão seja maior no decorrer da semana”, observou.

Com o fechamento das agências bancárias da capital,  as filas nas casas lotéricas se multiplicaram e no GBarbosa da Serraria, ontem à tarde,  estavam dando voltas. O único serviço realizado ontem nos bancos foram os dos caixas eletrônicos que ainda continuam abastecidos.

A maior adesão à greve dos bancários, segundo o presidente da entidade, foi nos bancos públicos, chegando a 100% na capital. “A paralisação atingiu os bancos públicos e privados, incluindo os prédios onde funcionam as superintendências do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste”, pontuou.

MOBILIZAÇÃO

Para o presidente do Sindicato, a mobilização para a realização de uma greve forte foi muito importante, para fazer os banqueiros apresentarem uma proposta avançada aos trabalhadores.  “A última proposta da Fenaban foi insuficiente, não atende a pauta de reivindicações da categoria. Temos que fortalecer nosso movimento para que assim possamos garantir um reajuste digno”, observou.

Segundo o sindicalista, a greve é consequência da intransigência dos bancos, que lucram bilhões por ano e insistem em não melhorar as condições de trabalho, incluindo mais segurança, emprego, salário, saúde e igualdade.

Os bancários estão em negociação salarial e a pedem  a solidariedade da população. Jairo França ressalta que apesar da greve, os serviços dos caixas eletrônicos continuam funcionando, bem como as loterias, para quem precisa pagar contas e sacar pequenas quantias, se for cliente da Caixa.

Os bancários estão indignados com a desvalorização do serviço no dia-a-dia e com a falta de propostas decentes por parte da Fenaban. Na primeira rodada de negociação, ocorrida no sábado, em São Paulo, os banqueiros oferecem reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais de 8% (1,55% acima da inflação).

Segundo o presidente do Sindicato, os bancários reivindicam reajuste de 12,5%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.979,25 em junho), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral. “A greve continua por tempo indeterminado, até que seja apresentada uma proposta que contemple os anseios da categoria”, finaliza. 

Está chegando a hora...

Olívia de Cássia – jornalista

Neste domingo, 5 de outubro, mais de 200 milhões de brasileiros vão acordar logo cedinho para exercer a sua cidadania indo votar em seus candidatos. Muita gente hoje em dia não gosta desse dia, mas quem é cidadão e sempre teve no sangue o DNA que apaixona, o dia de votação é uma festa e vai comparecer à urna de boa vontade. No dia de eleição lá em casa tinha até um tipo de comida diferente que minha mãe preparava que era a ‘carne de eleição’, uma panelada cozida, mistura de carne de boi e porco que era uma delícia. 

A gente saia de casa logo cedo para votar logo e depois ficar andando na rua, observando o momento do eleitorado; fazendo propaganda boca  a boca e passando as informações para o meu pai da movimentação nas ruas de União dos Palmares, quando ele não pode mais andar. Eleitor apaixonado pelo primo-político Afrânio Vergetti, meu pai não admitia que ninguém  falasse mal do primo e se alguém se aventurasse a chegar lá em casa criticando Afrânio, meu pai colocava para fora logo.
Assim era o meu pai: um cidadão do bem e de bem, consciente de seus deveres políticos. 

Antigamente, até roupa especial as pessoas vestiam para ir às urnas, mesmo que naquele tempo não tivesse liberdade de escolha e vivêssemos em uma ditadura e a gente tivesse até medo de sair às ruas nessa época do ano. As mulheres brasileiras só conquistaram o direito de votar em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, quando o voto feminino no Brasil foi assegurado, após intensa campanha nacional.  

Apesar de hoje em dia isso parecer uma piada, as mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no Executivo e Legislativo, fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República.  Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.

A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana; isso bem antes do Código Eleitoral de 1932. Aos 29 anos, Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade e junto com outras seguidoras, votou nas eleições de 5 de abril de 1928. Em todo o país, o estado potiguar foi o primeiro a regulamentar seu sistema eleitoral, acrescentando um artigo que definia o sufrágio sem ‘distinção de sexo.

O caso ficou famoso mundialmente, mas a Comissão de Poderes do Senado, não aceitou o voto. No entanto, a iniciativa da professora marcou a inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica, escritora e pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935.

Hoje em dia, o voto no Brasil é obrigatório para alfabetizados de 18 a 70 anos, sendo facultativo para analfabetos, para os de idade entre 16 e 17 anos e 11 meses, e para os de maior idade (70 anos), mas ainda tem muita gente acima dessa idade que tem prazer em ir votar. Muita gente está revoltada com a classe política, é verdade, mas para a gente escolher o candidato que mais se aproxima da nossa maneira de pensar é preciso observar as propostas e analisar várias situações.

Dia de eleição  é dia de a gente ficar em paz com a nossa consciência e votar em quem a gente está torcendo e avalia que é o melhor para o país. As pesquisas de intenção de voto atuais apontam a liderança da presidente Dilma Roussef  e isso tem levado à inquietação os opositores ao governo. 

Mas como disse a presidente em seu discurso, esperamos que a população vote com “paz, amor e consciência”, observando os avanços sociais alcançados nos 14 anos de governo do PT. “Não podemos deixar que o país retroceda depois de ter avançado em várias frentes, nos empregos, aumentos de salários, ampliação dos campi universitários e outras searas. Bom dia.

Bancários querem fechar duzentas agências bancárias em Alagoas

Foto: Adailson Calheiros

Olivia de Cássia - Repórter


Os bancários alagoanos se reuniram na noite de segunda-feira (29), em assembleia organizativa no Teatro dos Bancários, para definir as estratégias dos piquetes nas agências bancárias de Maceió nesta terça, quando pretendem fechar todas as agências. Em todo o Estado são sete bancos e duzentas agências bancárias, que deverão ter a presença dos piquetes nas portas. 
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Jairo França, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancários (Fenaban), no sábado, 27, de 8% no piso, 7,35 nas outras cláusulas e 0% nas cláusulas sociais foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários que avaliou a proposta em mesa e considerou insuficiente.
“Quando a gente considera a proposta insuficiente a mesa, o Comando Nacional, já se sente com autoridade para dizer não à proposta apresentada (pelos banqueiros), não dá para conversar. A gente queria que fossem apresentadas algumas propostas sociais como a questão da segurança; do emprego”, observou.
Segundo Jairo França, a categoria tem como avançar mais nos bancos públicos, como avançou  do ano passado para cá: “A gente não consegue avançar mito nos bancos privados, mas vamos avançar onde precisa”, destacou.
No interior as agências bancárias de Arapiraca e Palmeira também devem parar e já foi distribuído material para os piquetes, segundo o presidente do Sindicato, que espera a adesão da categoria em massa, também em outras cidades alagoanas.
“No final do dia nós vamos fazer uma avaliação do movimento para definir os próximos passos. A bola está  agora com os banqueiros, vamos para as portas dos bancos exigir nossos direitos; tentar avançar nas cláusulas sociais também; conversar com os bancários, fazer um trabalho de convencimento”, pontuou.
Jairo França observa que algumas questões sociais reclamadas pela categoria são: a segurança nos bancos; o emprego e a saúde bancária, como assédio moral, metas abusivas, entre outras. “Tem agência bancária que ainda não tem tapume; é preciso melhorar a segurança. Falta porta giratória em algumas agências do interior; as metas precisam ser administradas, vamos negociar e fazer com que avancem nessas propostas”, destacou.
Cláusulas econômicas
As principais reivindicações dos bancários são: reajuste salarial de 12,5%; PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; 14º salário; vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); gratificação de caixa: R$ 1.042,74; gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
E ainda, vale-cultura: R$ 112,50 para todos; fim das metas abusivas; combate ao assédio moral; isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde; manutenção dos planos de saúde na aposentadoria; emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; auxílio-educação: pagamento para graduação e pós, entre outras propostas.

Maioria dos brasileiros é contra o casamento gay, segundo o Ibope

Representante do movimento LGBT diz que decisão do Supremo já é pacífica sobre o tema, mas não impede o debate
Olívia de Cássia – Repórter
Uma pesquisa divulgada pelo Ibope no dia 3 de setembro indica que a maioria dos brasileiros é contra o casamento gay, entre outros temas polêmicos abordados na consulta. A pesquisa avaliou que o casamento gay foi a abordagem que mais dividiu as respostas: 53% das pessoas se declararam contra e 40% a favor.
Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou resolução em que obriga os cartórios de todo o país a registrarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A norma também determina que sejam convertidas em casamento as uniões estáveis homo afetivas registradas previamente.
Mas apesar da decisão e de os casamentos entre pessoas do mesmo sexo já estarem acontecendo no Brasil, a determinação não agradou a muitos setores da sociedade e o tema não encontra apoio nas religiões e no Poder Legislativo de alguns estados do País.
Foto: rquivo Facebook
Marcelo Nascimento, fundador do GGAL
O bacharelando em  Direito e educador Marcelo Nascimento, fundador do Grupo Gay em Alagoas (GGAL), disse que a maioria dos brasileiros emite a opinião conforme orientação religiosa. “A resposta imediata reflete a formação religiosa das pessoas; há séculos as religiões trabalham com opiniões conservadoras, mas precisam se adequar às mudanças acontecidas na sociedade; defendem conceitos ultrapassados do ponto de vista social”, avalia.
DECISÃO PACÍFICA
Segundo Marcelo Nascimento, a decisão do STF já é pacífica sobre o tema. “Os candidatos à Presidência pautaram o tema, mas o STF já definiu: o debate pode ocorrer, mas do ponto de vista da democracia, as religiões precisam adequar o seu conteúdo, baseadas nas relações modernas e democráticas”, pontuou.
O ex-presidente do GGAL também destaca que as religiões não podem se sobrepor às decisões políticas, ao conjunto de instituições democráticas. “O país é laico e se mede assim como o  Estado, pelo respeito às minorias políticas e sociais. As relações homo afetivas constituem um modelo de família, que não quer dizer que seja o único. Onde existe amor e convivência há um modelo de família”, explica.
PEC prevê inclusão de Adin contra decisão do STF
Marcelo Nascimento critica a pesquisa do Ibope e diz que há uma Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) tramitando no Congresso Nacional, que prevê a inclusão de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a decisão do STF, mas ele observa que legalmente as religiões não podem definir essa questão. “Há um risco, mas as religiões não podem determinar o que o Estado tem que fazer, porque é laico”, lembra.
Foto: Olívia de Cássia\arquivo
Advogado Raphael Souza
O advogado Raphael Souza comentou a pesquisa do Ibope que abordou diversos temas e disse que a sociedade brasileira é extremamente conservadora. “Somos tidos pelos povos de fora como liberais; abertos, mas isso não é verdade. A sociedade brasileira não está pronta para aceitar determinada situação. O resultado da pesquisa só reforça essa ideia. Quanto à oposição dos religiosos, e mais especificamente dos cristãos não católicos não me surpreende”, ressalta.
Raphael Souza observa que, historicamente, as entidades religiosas sempre foram antipáticas a mudanças de paradigmas. “Não seria diferente com a união e o casamento homossexual ainda mais se referindo a um dos institutos mais cultuados por todas as religiões como é a família”, argumenta.
“Considero como acertadas as decisões do STF e STJ: pregar a impossibilidade de pessoas do mesmo sexo se unirem ou casarem constitui discriminação pessoal em razão de sua orientação sexual. Não nos olvidemos que a Constituição brasileira consagrou o pluralismo como valor sociológico e cultural de nossa sociedade concedendo liberdade para o individuo dispor de sua própria sexualidade, garantia fundamental esculpida no direito a intimidade e à vida privada. Porquanto não se deve distinguir casais homossexuais dos heteros”, pontua.
CONTROLE
Segundo o advogado, caso essa PEC que está tramitando no Congresso venha a ser promulgada, fatalmente será objeto de controle de constitucionalidade no qual provavelmente o STF mantenha o seu entendimento anterior.
“A religião sempre influi e sempre influirá nas decisões de toda a sociedade. Um candidato ateu ou que defenda uma maior desvinculação religiosa, fatalmente sofrerá consequências nas urnas tendo em vista ser o Brasil o segundo maior país cristão do mundo - perdendo apenas para os EUA, e tendo, segundo o censo de 2010, mais de 90% de sua população cristã”, explica.
A jornalista Eliane Aquino, que também é advogada, disse que é a favor, não só  pela questão legal, que protege os direitos e legitima a união do casal, como pela garantia da liberdade de escolha do individuo. “Mas considero essa discussão nas eleições totalmente desnecessária, sobretudo quando a questão não é absolutamente uma posição de Estado, mas de religião e convicção pessoal. Penso que o palanque eleitoral trazido ao debate esse assunto atrapalha muito mais do que ajuda”, avalia.
Padre Marcio Roberto, pároco Paróquia  Nossa Senhora  Rosa Mística
Padre diz que Igreja Católica respeita a decisão de convivência de pessoas do mesmo sexo, apesar de não reconhecer como casamento
O padre Marcio Roberto dos Santos, da Paróquia  Nossa Senhora  Rosa Mística, no bairro de Mangabeiras, em Maceió, observa que, para a Igreja Católica, matrimônio ou casamento é a união de um homem e uma mulher e que naturalmente desta união nasce um novo ser, segundo as Escrituras.
“Qualquer relação a dois sem uma abertura à vida é visto como relação afetiva, mas não como casamento. Recordo que qualquer casal hetero que podendo ter filhos, não os deseja, não poderá se casar na Igreja. Justamente por não corresponder àquilo que é próprio de um casal para firmar a união de ambos, o fruto de desse amor; isto é, a abertura aos filhos. Isso não significa que a Igreja tem uma atitude desrespeitosa a tal casal, por não reconhecer nesta união a família dentro de um projeto de Deus”, explica.
Padre Marcio Roberto observa que levando em consideração tudo isso, a igreja não reconhece a união de pessoas do mesmo sexo como matrimônio. “Existe sim o respeito à decisão da pessoa e da liberdade de consciência seja deles ou delas. No entanto, respeitando essa mesma consciência humana é injusto aceitar a acusação de que a Igreja seja considerada homofóbica por estranhar tal decisão”, reclama.
O pároco avalia que, no projeto de Deus, o crescimento e o desenvolvimento da pessoa humana passam pela família constituída por um homem e uma mulher. Ele cita uma passagem bíblica para explicar a argumentação: “Por esse motivo é que o homem deixa a guarda de seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2, 24). “Esta frase fala uma verdade divina e humana sem dar a entender uma atitude desrespeitosa a quem faz sua opção sexual, ao mesmo tempo exprime a nossa visão de família na fidelidade ao projeto de Deus”, argumenta.
O CATECISMO
Padre Marcio Roberto explica também que o catecismo orienta os católicos a agirem de forma respeitosa com as pessoas que têm uma tendência homossexual: “Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida à vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor às dificuldades que podem encontrar devido à sua condição”, ensina.
Ele diz ainda que uma coisa é a homossexualidade que a sociedade e a Igreja respeitam a condição, outra coisa é a “ideologia gay”, que quer impor para a sociedade e para Igreja seu pensamento. “Tanto os homossexuais têm a liberdade de rejeitar o pensamento da Igreja como a Igreja tem a liberdade de expressão de rejeitar igualar a união de pessoas mesmo do mesmo sexo com aquela entre um homem e uma mulher”, observa.
Segundo ele, “ao afirmar tal posição não significa que a Igreja seja homofóbica, como alguns a acusam, pois qualquer atitude de agressividade à pessoa humana pelo simples fato de ser homossexual, é vista pela Igreja como uma comportamento negativo”, acrescentou o padre.
O pároco da Igreja Nossa Senhora Rosa Mística pontua que o respeito entre as pessoas é o testemunho do amor. “Respeitamos o contrato de pessoa do mesmo sexo, mas casamento para nós católicos é entre um homem e uma mulher. E esta união nós comparamos a relação Cristo Jesus (o esposo) com a Igreja ( a esposa)”, complementa.

domingo, 28 de setembro de 2014

Vida após a morte: a fronteira do desconhecido

Com os avanços da medicina, a experiência de quase-morte tem se tornado comum
Olívia de Cássia – Repórter
 À medida que a medicina avança, a experiência de quase-morte (EQM) tem se tornado mais comum: técnicas de ressuscitação do coração e dos pulmões permitem o socorro de pacientes que, há algumas décadas, dificilmente, voltariam à vida. A discussão a respeito do tema vem de muito tempo e as opiniões se dividem: de um lado, pessoas que já viveram experiências assim, ou pessoas que vivem a espiritualidade; de outro, pessoas céticas, que não acreditam no assunto.
Saulo de Tarso, um médico alagoano que passou por uma experiência de EQM, falou à reportagem da Tribuna Independente sobre o fato. “Eu tive uma linda visão quando tive o segundo infarto do miocárdio e estava anestesiado e depois vim saber que passei por maus momentos”, observa.
O médico disse que se desligou da sala quando estava passando muito mal “e todos sabiam que eu iria operar. Vi luzes de todas as cores e em plena consciência de que algo difícil estava me acontecendo, via todo mundo na sala e me via também, pálido. Eu queria cuidar de mim e não podia; olhava para os monitores cardíacos e gritava para o anestesista: faz isso, faz aquilo e ninguém me ouvia, aí senti um sono profundo e uma mulher muito alta me disse: durma, teu mal foi embora”, destaca.
Saulo conta ainda que acordou com o cardiologista dizendo: “’Pronto, agora conseguimos desobstruir suas artérias; foste o paciente que mais me deu trabalho’. O cirurgião disse à minha filha médica e a minha esposa que eu não sairia da sala e que eu não voltaria mais vivo para casa”, observa.
O médico destaca ainda que todos da família choravam do lado de fora:  “Enquanto eu tinha a ajuda de Deus. Era Nossa Senhora quem estava lá e ouvi dela coisas lindas, depois que saí da sala e me deram remédios para dormir, vi que todos choravam e mesmo assim adormeci; aí uma mulher alta e magra de azul disse-me: ‘teu povo chora porque eles não têm a tua fé, durma, eu cuidarei de ti até que te acordes e surpreenda a todos’”, pontua.
Segundo o médico alagoano, quando voltou a si estava sendo preparado para um transplante cardíaco: “O médico chegou a me informar, me deu um atestado de invalidez para eu me aposentar e tudo; aí fiz uma promessa com nossa senhora que, se ela intercedesse pela minha cura, eu rezaria por todos os meus inimigos três vezes ao dia e me salvei e faço isso todos os dias até hoje.  O transplante foi desconsiderado e o atestado também. Vivo bem e dou plantões, estou firme”, ressalta.
Saulo acrescenta que depois disso foi estudar  Teologia e dois anos Hebraico, para ler a Bíblia nessa língua e diz que se sente mais perto de Jesus.
Paciente teve um problema na face, dois enfartes e um edema pulmonar
Foto Sandro Lima
Aldemar Jambo-aposentado
Seu  Aldemar Jambo, 73 anos, residente atualmente na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, conta que já vivenciou várias experiências que comprovam a existência de vida após a morte; mas disse que é difícil falar dessas experiências, porque as pessoas não acreditam.
Além de ter tido um problema grave na face, no final da década de 60 para começo dos anos 70; quase desenganado pelos médicos, ele passou por dois enfartes e um edema pulmonar e hoje faz caminhadas e vive confortavelmente no Francês. Aldemar Jambo observa que não tem religião: “Não frequento nenhuma, mas acredito em Deus e aí não preciso de religião. Até agora não vi necessidade”, ressalta.  
O problema no rosto ele descreve que foi curado com a intervenção de um médico espírita, depois de estar internado e muito mal. Depois disso ele teve dois enfartes e um edema pulmonar.  “Fui para a Santa Casa, dirigindo e passando mal, com braço ardendo; cheguei lá bem ruim e fui logo atendido, eles me levaram para a UTI, fizeram o procedimento devido e todo o tratamento, colocaram dois estentes cardíacos e eu passei mais de uma semana lá; quando eu saí, tive outro enfarte e voltei para o hospital”, observa.
Seu Aldemar conta que foi atendido por todos os médicos da Santa Casa e eles tiveram que fazer uma cirurgia às pressas, abriram-lhe o peito: “Além dos dois enfartes, eu tive um edema pulmonar; daí eu não lembro mais de nada. A parte que lembro é que eu estava numa maca, me senti flutuando e passei a viver deitado: eu saía passando pelas paredes da Santa Casa e percorri o hospital quase todo; tinha muito sangue, muitas coisas e mal-estar”, descreve.
Aldemar Jambo descreve ainda que nessa experiência, seu corpo foi seguindo, em direção a um local como se fosse uma caverna muito escura: “Eu entrei nessa caverna e vi mutilações, coisas horrorosas, e fui passando; vi pessoas em sofrimento, mas eu não senti medo, senti uma sensação muito gostosa e aí fui colocado em cima de uma pedra: depois que estava nessa pedra foi que vi uma luz, vindo em minha direção, até que eu ouvi me chamarem”, destaca.
Segundo ele, nesse momento em que ouviu lhe chamarem teve um susto: “Eles estavam me revitalizando; acordei assustado, mas a sensação na hora da luz era agradável e em nenhum momento eu tive medo. Aí retornei já tinham diversos médicos em volta, chamaram minha família e me recuperei aos poucos; depois que eu voltei, estava todo quebrado, não podia ficar deitado, tinha que ficar sentado, porque os pulmões ficavam cheios de líquido”, argumenta.
Aldemar Jambo pontua que nunca frequentou centro espírita: ele perdeu um filho de acidente automobilístico, na década de 90, e depois de dez anos de falecido o filho se comunicou com ele, por meio de uma carta psicografada.  “Meu filho mandou outra mensagem, falando como estavam os familiares que já desencarnaram. Na carta há nomes dos familiares e a pessoa que psicografou nem me conhecia, não sabia nada da família. Eu tenho todas as provas, pelas experiências que eu já passei, que existe vida após a morte”, assegura.
“EQM é a comprovação da imortalidade da alma”, diz cardiologista
O médico cardiologista José Ricardo dos Santos, que também é presidente da Associação dos Médicos Espíritas em Alagoas e presidente do Lar São Domingos, observa que as experiências de quase-morte (EQM) são umas das mais contundentes comprovações da imortalidade da alma e da sobrevivência do espírito.
Ele avalia que é uma experiência muito interessante, porque as pessoas que passam por isso tiveram parada cardíaca comprovada: “O fluxo sanguíneo parou de circular e o cérebro também”. Segundo ele, essas pessoas, pelo menos um percentual delas, reanimadas com o choque elétrico, com as massagens cardíacas, quando recobram a consciência, lembram-se de ter tido experiências durante o período em que estiveram em parada cardíaca e com o cérebro sem funcionar.
Foto: Sandro Lima
O cardiologista destaca que as pessoas que passam por EQM “se veem fora do corpo, observam a equipe médica cuidando, fazendo a reanimação e se encontram com pessoas que já morreram: parentes, conhecidos”, ressalta. O médico diz que essa experiência é extremamente enriquecedora, porque as pessoas passam a dar valor às coisas mais importantes da vida, como: “As questões afetivas são tratadas com muito mais cuidado; questão das posses; da ambição; do orgulho; da vaidade”, argumenta.
PESQUISA
Ricardo dos Santos destaca ainda que existem hoje mais de 100 centros de pesquisa envolvendo a experiência de quase-morte. “O maior nome que estuda a EQM é o norte-americano Raymond Moody, que escreveu o best seller Vida Depois da Vida (1975).  Foi a partir das pesquisas dele, que surgiram centros que estão pesquisando o fenômeno em várias partes do mundo, é um fenômeno que faz parte da pesquisa de comprovação da imortalidade da alma”, pontua.
O médico conta que teve uma paciente que era diabética e que se esqueceu de se alimentar e tomou insulina; por conta disso a glicose baixou demais e ela teve uma parada cardíaca e foi levada para o hospital. Segundo o relato do médico, essa paciente foi reanimada e quando acordou agradeceu a Deus por estar viva; disse que se viu fora do corpo, com uma criança no quarto.
“A criança tinha dois anos de idade e ela disse que tentava abraçá-la, mas não conseguia, porque as sensações que sentia eram diferenciadas e não conseguia falar com ninguém, nem ouvia, porque estava na sua condição espiritual, fora do corpo”. Indagado sobre pessoas que avaliam essas experiências como delírio, ele disse que o delírio só é possível se o cérebro estiver funcionando, porque senão não tem glicose; parada circulatória e o eletroencefalograma demonstra que não há nenhuma atividade elétrica no cérebro.
“Só pode ter sido de uma coisa extra cerebral. É extremamente frequente isso, há relatos de um centro de pesquisa nos Estados Unidos onde cerca de 30% das pessoas que têm parada cardíaca podem se lembrar de algumas vivências durante o período”, conta. O mais importante nessa pesquisa, segundo o médico Ricardo Santos, é quando ela é feita em crianças de quatro a cinco anos, que ainda não têm nenhum interesse religioso, nenhuma vinculação filosófica.
“A criança fala aquilo que está vivenciando espontaneamente; a experiência também independe da sensibilidade da pessoa, alguns pesquisadores dizem que é por falta de oxigênio no cérebro, mas quando isso acontece é uma confusão mental; é diferente”. Segundo o médico, algumas experiências não são válidas para a pesquisa. Só vale se tiver parada cardíaca e cerebral. “Nesses outros casos é experiência fora do corpo, é diferente”,  explica.
Curado de câncer, jornalista diz que tem muito respeito pelo assunto
O jornalista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Regis Cavalcante, não passou por experiência de quase-morte, mas foi curado de um câncer, há décadas passadas, por um médico espírita. Ele falou à reportagem sobre o tema e disse que tem muito respeito pelo assunto.
Regis Cavalcante conta a sua experiência e diz que não tem receio de falar sobre isso. Ele disse que os médicos já tinham marcado uma cirurgia e atestado metástase nos seus pulmões. Nesse período, ele foi apresentado ao médico Edson Queiroz, que recebia a entidade doutor Fritz e pouco tempo depois foi assassinado. Regis argumenta que o médico  fez os exames e disse que ele não precisava fazer a cirurgia.
“Eu não lembro, não senti nada, mas Eliane (esposa) disse que o médico (espírita) colocou umas agulhas nas minhas costas; eu tive uma experiência que não posso negar, diante das evidências. Eu sou uma testemunha viva e seria uma estupidez negar, diante das evidências; eu não esperava passar por isso e quando voltei a São Paulo não precisei mais operar”, relata.
Psicóloga diz que reencarnação é a prova de que existe vida após a morte
A psicóloga Cláudia de Bulhões avalia que existe vida após a morte e que a reencarnação é uma delas. “Não se pode dissociar mente de espírito; isso se pode comprovar pela evidência; nós podemos transitar pelo tempo através da memória”, observa. Cláudia de Bulhões foi aluna de Brian Leslie Weiss, psiquiatra e escritor norte-americano, pesquisador sobre o tema. Suas pesquisas incluem os temas reencarnação, terapia de vidas passadas, regressão a vidas passadas e sobrevivência do ser humano após a morte.
Psicóloga Cláudia de Bulhões. Foto: Adailson Calheiros
Ela pontua que o nosso cérebro é uma caixinha preta: “Está provado que nosso cérebro traz coisas passadas que não foram resolvidas nessa vida e que deixam a pessoa emperrada; eu avalio que a vida após a morte é possível, porque nós temos o nosso momento, até o nosso momento para morrer, existem estudos científicos sobre isso”, explica. A psicóloga segue a linha existencialista e pontua que quando a pessoa tem a parada de todo o corpo humano e uma coisa espiritual diz que ele não podia morrer, ela volta.
“Não existe uma contestação entre o físico e o espiritual, apenas o que é predeterminado ou predestinado”, destaca. Segundo ela, nós temos que nos preparar para encarar isso como uma realidade: “Isto é energia, existe um fator energético, tanto existe que é o que não nos deixa voar: é a força da gravidade da terra”, conceitua.
Os espíritas avaliam que quando acontece uma situação de EQM e a pessoa retorna, “é porque ainda não era a hora dela”, segundo Tereza de Bulhões, historiadora, com formação em história antiga e em vidas passadas.  O fotógrafo Ulisses Pinheiro disse que acredita em vida após a morte, pela análise de estudos de pesquisadores renomados em diversos países, incluindo no Brasil, integrando as diversas categorias profissionais, além do legado dos filósofos da antiga Grécia, notadamente dos Ensinamentos de Jesus Cristo.
REVISTA
A reportagem pesquisou em uma edição da Revista Superinteressante do ano de 2005, celebrando os 25 anos da publicação, que traz uma matéria sobre o tema, com o título: ‘Na fronteira da morte’ - A ciência começa a decifrar as experiências extraordinárias de quem quase passou para o lado de lá- e a revelar o que todos sentimos no fim da vida’. A matéria traz relatos de pessoas que passam pela experiência e fala também sobre a obra de Moody sobre EQMs, A Vida Depois da Vida.
Na pesquisa de campo para escrever o livro, esse autor catalogou 150 casos, que culmina em conclusões de forte inclinação espiritualista. “Por ser muito explorado em meios nada científicos, o assunto virou tabu”, afirma a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ, para quem as experiências refletem reações normais de cérebros moribundos.
Segundo a revista, a situação começou a mudar na virada do milênio. “Sem ligar para a rejeição da academia, meia dúzia de corajosos dos EUA e da Europa entrou de avental e tudo nesse pântano entre a ciência, a religião e a filosofia. Seus trabalhos detectaram os processos cerebrais que detonam os eventos da experiência de quase-morte. E mais, fornecem indícios de que a luz no fim do túnel talvez seja experimentada por todo mundo na hora derradeira”, observa o texto.
 Uma edição do Globo Repórter, disponibilizada na internet, com o título ‘A experiência de quase-morte, diz que “as visões de quem esteve à beira da morte são impressionantes” e traz dois personagens que descrevem uma experiência parecida com a de Aldemar Jambo. 
Segundo a reportagem, médicos que trabalham em UTIs ouvem histórias ricas em detalhes. Relatos de pessoas que não admitem a possibilidade de terem tido alucinações. "Elas falam que isso foi a coisa mais real que já viveram na vida. E é isso que diferencia de uma experiência conduzida por uso de drogas, seja abusivo ou terapêutico", ressalta o neurocirurgião Paulo Porto de Mello, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

sábado, 27 de setembro de 2014

Melhor que antes

Olívia de Cássia - jornalista

Faltam poucos dias para os brasileiros escolherem os rumos da nação. As pesquisas têm mostrado o crescimento das intenções de voto para a presidente Dilma e isso tem levado à inquietação os opositores ao governo.  Nesses doze anos do governo do PT muita coisa mudou no Brasil, não está tudo às mil maravilhas mas, com certeza, bem melhor do que era antes para quem não tinha nada.

O governo federal investiu em políticas públicas para os menos favorecidos e isso inquieta aqueles que têm um pensamento mais à direita; aqueles que não aceitam que pobre melhore de vida e que dependa sempre da caridade deles. E não falo isso porque tenha recebido algum benefício porque, na minha vida financeira, estou no maior perrengue sempre.

Os conservadores e opositores ao governo Dilma chamam os programas sociais de esmola, mas agora tiveram que engolir os dois candidatos  Marina e Aécio  dizendo que vão dar continuidade a ele e outros que deram certo no governo do PT.

Os que defendem os candidatos de oposição se apegam às denúncias de corrupção como se ela tivesse sido inventada agora com o PT no governo. Nunca defendi e nem defendo a prática da corrupção, seja ela onde for e nem seus operadores: a corrupção tem que ser combatida todos os dias e mostrada para a população,  tem que ser cortada na carne e ser exposta e seus autores punidos severamente.

Por sempre defender esses princípios que aprendi com meus pais, uma vez fui criticada por uma certa pessoa próxima, décadas atrás, que dizia que eu queria ser ‘certinha demais’ com relação a essas questões. Não se trata de querer ser melhor do que ninguém, não é isso. Muita gente que critica a corrupção na política comete diariamente pequenos desacertos e avaliam que são inocentes; é disso que nasce o mau político.

Li num texto aqui na internet, com uma reflexão bastante interessante sobre a postura política de boa parte da população mais jovem: pessoas de 18 anos a 25 anos hoje, não sabem o que foi a era pré-Lula.  “Uma pessoa de 25 anos hoje, tinha 12, 13, quando o Lula tomou posse. O que eles sabem? Quer dizer, se colocou um desafio muito maior, mas temos de conversar com a população sobre o que se avançou”, destaca.

A reflexão é do prefeito Fernando Haddad. O político também pontua que até para se apropriar dessas conquistas, as pessoas têm de saber o que era o Brasil antes dessas oportunidades surgirem. É um desafio grande.

“Uma coisa é explicar para uma pessoa de 40 anos o que era o Brasil antes do Lula e outra para uma pessoa de 25, porque ela não viveu. Ela não viveu o desemprego, a inflação, o apagão, falta de oportunidade educacional”, explica.

E como disse um internauta em um comentário na mesma matéria, é preciso apagar da memória do brasileiro o problema atávico da falta de memória.”Nosso passado reflete o presente que refletirá o futuro”, pontua.

O Brasil caminha para frente, não para trás como antes. Os jovens de menos de 30 anos devem procurar informação do passado político e da história do país; basta que procurem ler, procurem se informar e conhecer a verdadeira história do país, sem se influenciar sobre opiniões da oposição”, observa.

Por treze razões que já expus neste espaço várias vezes não escondo meu lado e nunca deixei de lutar por melhorias, por democracia, por políticas públicas e por pensar diferente até de muitos amigos e amigas minhas.

Penso e mesmo diante de denúncias de que tenha havido erros nos governos do PT, que o Brasil e seu povo deveria estar orgulhoso tanto dos avanços do governo Lula quanto de Dilma, pois as classes mais necessitadas foram as mais favorecidas, coisa que antes não havia nesse país.

Não digo aqui que não deva ter opinião contrária, pois isso é democrático e salutar.  Os erros devem ser apontados mesmo, mas para desespero dos nossos opositores, ainda bem que Dilma lidera as pesquisas e as intenções de voto para ela estão crescendo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Folha do INSS injeta mais de R$ 300 mi na economia do Estado

Foto: Adailson Calheiros

Montante é maior que o FPM de muitos municípios e movimenta economia local
Olívia de Cássia – Repórter

A folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Alagoas é R$ 382.247.400,28, superior ao Fundo de Participação do Estado (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) da maioria dos municípios alagoanos. O montante que a previdência social  coloca na economia do Estado represente uma  injeção significativa, pois o dinheiro dos aposentados movimenta a economia local, principalmente nos municípios onde a oferta de empregos é bem menor do que na capital.
O FPE é um dos sistemas de transferência de recursos do governo federal para os estados, que tem o objetivo de redistribuir a renda e promover o equilíbrio socioeconômico dessas unidades da federação.  O FPM é a maneira como a União (Governo Federal do Brasil) repassa verbas para os municípios brasileiros, cujo percentual, dentre outros fatores, é determinado principalmente pela proporção do número de habitantes estimado anualmente pelo IBGE.
Segundo economista e professor-doutor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles de Carvalho, sem esses recursos injetados pela previdência social, Alagoas seria ainda mais pobre e o quadro de miseráveis seria ainda mais elevado. O número de aposentados, pessoas em benefício e pensionistas no Estado, segundo a assessoria da instituição, chega a 488.030 e a maioria recebe até dois salários mínimos. 
O valor do benefício depende do salário de contribuição e do benefício requerido. “Em geral, entra no cálculo os 80% maiores salários de contribuição a partir de julho de 1994”, observa  Maria Luiza Silva Marinho, da assessoria de comunicação do INSS no Estado. A maioria dos que recebem os benefícios do INSS no Estado são da zona urbana: 307.777, contra 180.253   da zona rural.  
FONTE DE RENDA
Segundo o economista Cícero Perícles, num Estado essencialmente agrícola como o nosso, os pagamentos do INSS, são a grande fonte de renda dos alagoanos. “Alagoas, segundo o IBGE, possui 900 mil famílias; ou seja, metade dos alagoanos depende da previdência social”, explica. O INSS paga mais a um público muito maior. Para efeito de comparação, segundo o economista,  o funcionalismo público em Alagoas, estadual e municipal, chega a 150 mil servidores; e o Bolsa Família, mesmo cobrindo 436 mil famílias, paga R$ 67 milhões mensais.
Outra característica destacada pelo economista Cícero Péricles é que o sistema previdenciário está presente em todas as localidades urbanas e rurais. Com isso, ele ressalta,  a previdência é a grande fonte de renda das famílias de Alagoas.  O economista observa também que não se pode imaginar mais a vida nas pequenas localidades do interior e nos bairros pobres da capital sem esses recursos.
“É esse dinheiro que movimenta as feiras, os mercadinhos e o comércio popular. Nesta última seca, entre 2010 e 2013, a mais forte dos últimos 40 anos, a renda que circulava nos municípios sertanejos era basicamente uma combinação de pagamentos da Previdência e do programa Bolsa Família”, destaca.
Pagamentos federais servem como elementos de dinâmica da economia local
O economista Cícero Péricles reforça que a maior parte dos municípios alagoanos  não possui indústria desenvolvida:  a agricultura é pouco dinâmica e sua parte de comércio e serviços é reduzida pela falta de atividade geradora de riqueza.
“São tão pequenos e pobres que 40 municípios não têm sequer arrecadação local. Todas as localidades alagoanas, incluindo Maceió e Arapiraca (os mais ricos), são deficitários, ou seja, arrecadam menos do que recebem. Os pagamentos federais, sejam os do INSS ou do Bolsa Família servem como elementos de criação de dinâmica local”, ressalta o professor.
Para o economista, a previdência é uma conquista social antiga, com oito décadas de existência, que já entrou para a lista das questões de Estado, como saúde e educação. “Ela consegue um feito extraordinário, que é o de, simultaneamente, transferir renda das áreas mais ricas para as mais pobres; das cidades para o campo, dos segmentos mais abastados para os mais pobres”, pontua.
O professor de economia enfatiza também que o pagamento do INSS é o mais forte mecanismo institucional de redução da pobreza e das disparidades sociais porque cobre 31 milhões de brasileiros.
“O Bolsa Família, na última década, tem chamado a atenção pela sua identificação como uma iniciativa do governo Lula, que o politiza e desperta paixões. Mas, a previdência pelo volume de recursos, capilaridade e antiguidade já entrou na nossa rotina há muito tempo. Essa é sua importância para o Nordeste e, especialmente, para Alagoas”, argumenta.
Maioria dos beneficiários da previdência recebe até dois salários mínimos
O perfil dos beneficiados pela previdência social é de pessoas que ganham até dois salários mínimos. O economista e professor destaca que como são, na sua ampla maioria, pessoas de renda menor, os recursos do INSS vão direto para o consumo.
“As demandas dos aposentados e pensionistas são infinitas. A média de pagamento mensal é um pouco maior que o salário mínimo – R$ 756 –, por isso, não permite fazer poupança. Compra-se alimentos, vestuário, remédio, serviços básicos e, quando sobra, o pouco que sobra, vai para compra de material de construção”, destaca.
Cícero Péricles explica que em geral, os beneficiários do INSS trabalham com o crédito consignado, pela garantia que a renda mensal lhes dá. E isso abriu um sem número de janelas e oportunidades para os quase meio milhão de aposentados e pensionistas. “Sem esses recursos Alagoas seria ainda mais pobre e o quadro de miseráveis ainda elevado”, ressalta.
Segundo o professor,  os pagamentos da previdência permitem também vários ganhos: “A valorização do aposentado é uma delas. O velho antes desprezado se transformou num personagem importante para a estabilidade familiar; no campo ele cumpre um papel de seguro agrícola, sustentando a renda, o que fez diminuir a migração campo cidade e o fluxo interior em direção à capital; com melhores condições financeiras, melhoraram as condições sanitárias e educacionais da famílias beneficiadas”, descreve.
Para reforçar sua argumentação, o economista destaca ainda que esses fenômenos já foram estudados e sempre chegaram às mesmas conclusões favoráveis à previdência. “As melhorias do IDH de Alagoas, mesmo com o Estado em última colocação estão diretamente vinculadas a essas rendas federais”, observa.
TRANSFERÊNCIA
Segundo Cícero Péricles, nos últimos três anos, de 2011 a 2013, a previdência transferiu, de forma líquida, 8,3 bilhões de reais para Alagoas.  Com estas mudanças e prováveis perdas, um Estado pobre como Alagoas seria muito mais penalizado – famílias, comércio, municípios – que os Estados ricos do Sul e Sudeste.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

“A presença Negra em Alagoas” faz resgate das raízes históricas alagoanas

Foto: Adailson Calheiros

Livro foi organizado pelos professores Douglas Apratto e Jairo Campos 

Olívia de Cássia – Repórter

Há séculos, nosso país vem lutando para destruir as heranças culturais africanas e impedir a afirmação política negra de identidade racial, mas a cultura brasileira é constituída de miscigenação de três raças e não há purismo em nosso povo.  Com o objetivo de fazer um resgate da identidade alagoana, o livro “A presença Negra em Alagoas” será lançado hoje, 23, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no bairro do Jaraguá.
O livro tem como organizadores os professor Douglas Apratto Tenório (vice-reitor do Centro de Estudos Superiores de Maceió - Cesmac) e Jairo Campos da Costa (reitor da Universidade Estadual de Alagoas - Uneal). O trabalho faz parte de um projeto de resgate de vários temas ligados à cultura e à história de Alagoas e à busca das raízes histórico-culturais dos povos que colonizaram o Estado.
Segundo o professor Douglas Apratto, nos últimos anos houve um avanço nas discussões, pela questão de a própria população negra lutar pelos seus direitos. “A presença Negra em Alagoas”, que foi patrocinado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae\AL),  traz a discussão da herança afrodescendente para nosso Estado e procura desmistificar essa questão.
“Antigamente os quilombolas eram considerados pela história de Alagoas como bandoleiros, que prejudicavam a economia alagoana. O negro sempre foi estereotipado como burro e  preguiçoso e a presença da cultura afrodescendente assim como a presença indígena é muito colocada de lado; se fundamenta muito pela nossa herança europeia”, pontua o professor.
O vice-reitor do Cesmac avalia que a questão do preconceito tem diminuído nos últimos anos: “É institucional; hoje você tem uma mudança, acho que houve um avanço pela própria população negra de lutar pela sua identidade. A identidade alagoana é negra; é indígena e europeia; mas principalmente a negra”, destaca.
O professor Douglas Apratto também destaca que o povo negro foi escavo e tinha uma conotação pejorativa na sociedade: “Difamente, porque o negro trabalhava; o bom  é você não trabalhar; a gente ainda tem um pouco disso; convenções sociais que Alagoas ainda tem  do poder; do tudo mandar; enriquecer; ter um carrão; o negro sempre foi estereotipado como burro e preguiçoso”, observa.
Segundo Douglas Apratto, o fato do perdão pela Quebra dos Terreiros, acontecida em 1912, concedido pelo Estado, “foi uma coisa interessante para se chamar a atenção para o fato, porque todos os artifícios foram utilizados para derrubar as oligarquia os Malta, mas o que se conseguiu mesmo foi a questão dos terreiros, porque Euclides Malta frequentava esses locais”, explica.  “A presença do Negro em Alagoas” é um trabalho multifacetado e também tem a colaboração  dos professores Cléber Costa de Araújo; Edson Bezerra; Zezito Araújo e Clara Suassuna Fernandes.
O professor e vice-reitor do Cesmac observa que em 16 de setembro de 2017, Alagoas completa 200 anos de emancipação política de Pernambuco: “Até lá quero ter um painel de diversos temas mais importantes de Alagoas; o próximo tema será a abordagem da questão indígena, que está sendo esquecida pela sociedade alagoana; depois a europeia e por fim da flora e da fauna do Estado”, pontua.
Aos poucos essa identidade negra abordada no livro está sendo buscada e restaurada. Segundo Douglas Apratto, ela vem sendo redescoberta: “Hoje já tem uma data dedicada, que é o 20 de novembro; tem o movimento negro; os núcleos quilombolas que existem. A ideia de mostrar que a nossa identidade é fortemente negra e apresentar essa questão identitária”, observa.
O livro “A presença Negra em Alagoas” durou dois anos para ser elaborado é um projeto de  resgate da cultura alagoana e faz parte de um calendário da Fapeal (Fundação de Pesquisa do Estado). É o décimo segundo calendário da instituição elaborado pelo professor Douglas Apratto e sua equipe, que resulta em livro.
O trabalho foi impresso na gráfica Grafmarques, com capa dura e tamanho tabloide; papel de qualidade e impressão colorida. Foram impressos mil exemplares da obra, que tem 106 páginas e também teve o apoio da editora Viva.

sábado, 20 de setembro de 2014

O tempo ensina...

Olívia de Cássia - jornalista

Às vezes a gente passa a vida inteira ou a maior parte dela, sendo egoísta, pensando apenas em nós mesmos, na nossa rotina e esquece de que existem outros mundos, outras pessoas, vivências e aprendizado. Até que um dia, por um motivo ou situação inesperada, cai aquela casca que a gente criou durante o tempo todo e algo em nós se transforma nos fazendo  entender o quanto tínhamos sido ingênuos.  

Nessa transformação que a gente passa, nasce um aprendizado maior; uma compreensão do mundo e de mundo que nos faz ver a vida com outros olhos e com mais suavidade. A gente percebe então o quanto tinha de arrogância, de ar de superioridade e menosprezo pelos outros.

Convivi de perto com situações parecidas e essas vivências, fossem minhas ou de outras pessoas, me fizeram enxergar melhor a alma humana. O amor que sempre tive pelos amimais me fez conhecer melhor o ser humano e entender o quanto os animais são sinceros, leais e nos devotam um amor incondicional; eles querem apenas carinho e o mínimo de cuidados.

Não sou melhor do que ninguém, mas procuro sempre entender o que leva algumas pessoas a agirem com intransigência, ódio e maldade para com o outro. Não sou especialista em psicologia, mas entendo que numa sociedade competitiva e selvagem como a nossa, onde o lucro, a vantagem e o querer passar a perna em colegas de trabalho se destacam,devemos ter um pouco mais de discernimento.
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As pessoas se deixam levar por algum arroubo de superioridade e lá mais na frente se deparam com uma decepção maior e compreendem que não adianta nada a gente querer ser melhor do que ninguém.

A vida e o tempo nos trazem surpresas que a gente nem espera; muitas vezes é uma situação de saúde e em outras de perdas emocionais que nos fazem sofrer, amadurecer e refletir. Mas entendo também que tem outros que não amadurecem, mesmo com as lições que a vida proporciona.

Em tempos de tecnologia e redes sociais, além de trocar informações, procuro analisar, como profissional de comunicação e como ser humano, o comportamento de algumas pessoas. Você percebe que é muito difícil muitas vezes manter uma amizade, quando começa a expressar sua opinião e sua maneira de ver o mundo.

Tem gente que não respeita a opinião do outro e quer impor aquilo que avalia como a única verdade; se torna agressivo e não tem tolerância com propostas divergentes à sua maneira de pensar a vida.

Às vezes é por falta de argumento mesmo, de conhecimento, informação, ou por intolerância e preconceito. Nossa sociedade é conservadora e preconceituosa por mais que tenha avançado em algumas questões. Não é você querer impor o seu modo de vida ao outro, mas fazê-lo enxergar que existem outros mundos e outras situações.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Projeto de Lei beneficia as mulheres

Olívia de Cássia – jornalista

Está tramitando na Câmara dos Deputados  projeto (PL 7156/14) que proíbe a concessão de incentivo fiscal e financiamento a pessoas jurídicas de direito privado e a pessoas físicas que utilizem práticas discriminatórias contra mulheres no mundo do trabalho.

Segundo o texto do projeto, também ficam proibidos, nesses casos, contratos administrativos e participação em licitações, inclusive pregões e aquelas realizadas dentro de parcerias público-privadas (PPPs) nos âmbitos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

O projeto é assinado conjuntamente pelos deputados Rogério Carvalho (PT-SE), Janete Rocha Pietá (PT-SP) e Jô Moraes (PCdoB-MG). De acordo com o texto, considera-se prática discriminatória à mulher a situação em que ela é submetida a igual trabalho ao do empregado homem, recebendo remuneração menor ou tendo jornada de trabalho maior. Também é discriminação contra a mulher o assédio sexual ou moral.

“Ficam de fora das limitações impostas pelo projeto as diferenças salariais e de jornada de trabalho entre mulheres e homens em razão de enquadramento no plano de carreira, cargos e salários da empresa ou ainda em razão das normas de proteção às mulheres”, diz o texto.

Para jjustificar o projeto, os deputados citam dispositivo da Constituição Federal que prevê a “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”.

“Um dos problemas constantemente relatados pelas entidades de defesa dos direitos da mulher é o assédio moral, sexual e a discriminação no ambiente de trabalho”, afirma Rogério Carvalho. “Há casos de exploração em que algumas acabam ficando 12, 14 horas por dia nos estabelecimentos", acrescenta.

O deputado também cita levantamento recente realizado por um site especializado que revela que 32% das mulheres entrevistadas afirmam sofrer ou já ter sofrido assédio sexual no ambiente de trabalho.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), datada de 2006, juntando-se as horas gastas com o trabalho formal e dentro de casa, as mulheres chegam a trabalhar mais de 58 horas por semana, 13 a mais que os homens.

Além disso, a quantidade de mulheres que ocupam cargos de chefia é muito baixa: apenas 23% na presidência ou posições similares, diz a pesquisa. Ainda segundo o levantamento, as questões culturais, que as colocam sempre no papel de “cuidadora” e “protetora”, acabam afastando a sua participação em algumas profissões mais técnicas que remuneram melhor, como engenharia.

Num ano eleitoral em que duas mulheres estão na liderança para disputarem a Presidência da República, é de fundamental importância a aprovação imediata da proposta. Segundo informações do site do site da Câmara dos Deputados,  o projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Que venham mais direitos para que possamos exercer a nossa cidadania ampla. Bom dia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Senador Paulo Paim (PT-RS) recebe Título de Cidadão Honorário na ALE

Requerimento propondo a honraria foi do deputado Ronaldo Medeiros (PT\AL)

Olívia de Cássia – Ascom 
(Fotos: Olívia de Cássia)


O plenário da Assembleia Legislativa Estadual (ALE) ficou lotado para a sessão publica realizada na manhã desta quarta-feira, 17, que concedeu o Título de Cidadão Honorário ao senador gaúcho Paulo Paim (PT-RS). O requerimento propondo a honraria foi de autoria do deputado Ronaldo Medeiros (PT\AL). 

O parlamentar justificou a homenagem ao senador gaúcho observando que o senador Paulo Paim é um dos grandes defensores do idoso. “O Estatuto do Idoso é hoje uma lei de sua autoria, veio trazer os direitos que a categoria sonha ter; é um grande defensor dos aposentados e pensionistas também, participando inclusive da valorização do salário mínimo, de comissões que buscam a melhoria da Previdência Social no Brasil”, destacou.

Medeiros disse ainda que o senador Paulo Paim é um homem que muito já fez por Alagoas e pelo Brasil. “Hoje a Assembleia Legislativa vem homenageá-lo por tudo: pelos  32 anos de vida pública limpa;  um exemplo que nós temos que o político brasileiro deve ser”, complementou.

O senador Paulo Paim, homenageado do dia, disse que é um orgulho enorme receber a honraria. “Já recebi esse título em diversos estados, mas fiz questão de estar aqui o mais rápido possível para que conste em meu currículo que aqui, na terra de Zumbi, onde estão as cinzas de Abdias Nascimento, estou sendo homenageado, eu que sou negro também”, observou.

Paulo Paim disse que  Alagoas tem toda uma simbologia: “Foi o grande polo de resistência pela libertação dos escravos e é um prazer imenso ser homenageado; sou o único senador negro, para mim tem um significado além dos que as pessoas podem imaginar. Claro que eu sei que a homenagem é devido ao meu trabalho no Congresso, em defesa dos aposentados, dos trabalhadores e trabalhadoras, mas é com alegria enorme que eu recebo a homenagem, explodindo de satisfação, para que eu possa dizer aos meus netos: ‘sou um cidadão de Alagoas’, a terra de resistência de Zumbi”, pontuou o senador.
O deputado federal Paulo Fernando dos Santos (Paulão) disse que conheceu Paulo Paim quando ele foi um dos percussores da democracia: “Paim foi presidente da Central Única dos Trabalhadores de seu Estado e eu tive a honra de ser parceiro na caminhada; ele metalúrgico no Rio Grande do Sul”, observou.

Como senador Paulão destaca ainda que Paulo Paim é precursor de vários avanços para os aposentados e pensionistas: “Um segmento que anos atrás representava a média de vida de 54 anos; hoje de 74. Há um avanço na estatística, na economia e na inclusão social. Alagoas está de parabéns por conceder essa homenagem, é um gesto de justiça, pelas ações do companheiro, que faz a defesa do segmento com firmeza e tem sido um senador que é um destaque no plano nacional de referência até internacional”, disse.
 

Paulão finalizou observando ainda que o Título de Cidadão Honorário concedido pela Casa de Tavares Bastos ao senador gaúcho “é uma justa homenagem proposta por Ronaldo Medeiros. “É por isso que essa Casa está movimentada, porque as pessoas reconhecem  que ele é uma das poucas vozes que efetivamente faz defesa da classe trabalhadora, principalmente dos aposentados e pensionistas, num  mundo onde a gente está perdendo direitos. De parabéns Ronaldo Medeiros por essa justa homenagem”, ressaltou Paulão.

A audiência pública contou com apresentações culturais das associações de idosos e a presença do deputado federal Paulo Fernando dos Santos (Paulão-PT\AL); Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Copabap); João Pimenta; presidente da Associação Nacional dos Aposentados ( Asaprev); o gereontólogo Silvestre dos Anjos, da Faculdade da Cidade de Maceió  (Facima); Gildo Arquimínio, presidente da Federacão das  Associações dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de Alagoas (Faapia)l; Maria de Lurdes Oliveira, presidente da Associação dos Aposentados de Arapiraca, entre outras autoridades.



terça-feira, 16 de setembro de 2014

A clareza das ideias ...

Olívia de Cássia – jornalista

Sonhei com algum momento do passado ao amanhecer do dia de hoje e a cena me fez refletir sobre determinadas situações que eu vivi lá atrás, contradizendo todas as teorias que eu costumava absorver e depurar todos os dias com minhas leituras feministas.

Sempre gostei de ler e absorvia, desde Marta Suplicy, Zuleika Alambert, Rose Marrie Muraro e   outras escritoras que eu tenho na minha estante e costumava recorrer. Durante um período da minha vida eu passei a assimilar a submissão ou aprendi a conviver com ela, embora não fosse um sentimento deliberado, mas só há bem pouco tempo me dei conta dessa situação.

Naquele tempo, eu passei a admirar o homem com quem vivia, porque, no começo daquele relacionamento, de certa forma, ele foi se moldando falsamente à minha maneira de ser, à minha vida universitária ao mundo que eu estava também descobrindo até então.

Eu era uma jovem muito pura de sentimentos e fui acreditando naquilo tudo, já que as minhas experiências no campo do namoro eram incipientes, apesar das minhas leituras e embora eu tivesse conhecimento dos seus limites intelectuais, inconscientemente, eu tentava fazer com que ele, aos poucos, fosse assimilando aquelas minhas teorias.

Já militante de um partido político eu fazia cópias das minhas leituras políticas, estatutos e outros textos e repassava para ele, avaliando que aquela criatura que se achava o conquistador fosse pelo menos tentar ler e dar uma entendida naquelas teorias.

Tola ingenuidade a minha e reconheço agora que de certa forma eu quisesse que ele se adaptasse  à minha forma política e  rebelde de ser e a tudo que eu vivenciava na faculdade, que foi o período inicial da nossa aproximação, basicamente ou ao que havia aprendido na vida.

E ele fingia muito bem, querendo usufruir daquele meu mundo, das minhas amizades. Pelo menos fingia muito bem, já que por quase dois anos vivemos uma relação que naquela época não tinha profundas intimidades sexuais e o interesse era apenas físico.

Com o tempo e a assumida de um relacionamento mais sério, aos poucos, avalio agora, fui me moldando à imagem da mulher acomodada, que tinha um companheiro cuja companhia podia contar nas festas e eventos, embora eu vivesse outra vida paralela, de participação em movimentos sociais e sindicais e não arrefecesse meus ânimos aos ideais  que eu sempre defendia.

E foi nesse tempo que as traições e revelação de um comportamento dúbio começaram a se fazer claros em minha mente. “Caiu a ficha”, mas eu ia tentando contornar e conviver estranhamente com aquele sentimento.

Era um relacionamento atípico, não aceito pela minha mãe e muito pouco pela sociedade preconceituosa e racista e era isso que me impulsionava a seguir em frente, avaliando que ambos tivéssemos lutando por semelhantes propósitos. Ledo engano.

Hoje essas lembranças amanheceram comigo e com meu gato Jotinha nos braços, lembrei que hoje é feriado da Emancipação Política do Estado e apesar da preguiça do corpo, precisava acordar e levantar para a vida, pois as leituras e a escrita me esperam. Bom dia!

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...