terça-feira, 30 de setembro de 2014

Está chegando a hora...

Olívia de Cássia – jornalista

Neste domingo, 5 de outubro, mais de 200 milhões de brasileiros vão acordar logo cedinho para exercer a sua cidadania indo votar em seus candidatos. Muita gente hoje em dia não gosta desse dia, mas quem é cidadão e sempre teve no sangue o DNA que apaixona, o dia de votação é uma festa e vai comparecer à urna de boa vontade. No dia de eleição lá em casa tinha até um tipo de comida diferente que minha mãe preparava que era a ‘carne de eleição’, uma panelada cozida, mistura de carne de boi e porco que era uma delícia. 

A gente saia de casa logo cedo para votar logo e depois ficar andando na rua, observando o momento do eleitorado; fazendo propaganda boca  a boca e passando as informações para o meu pai da movimentação nas ruas de União dos Palmares, quando ele não pode mais andar. Eleitor apaixonado pelo primo-político Afrânio Vergetti, meu pai não admitia que ninguém  falasse mal do primo e se alguém se aventurasse a chegar lá em casa criticando Afrânio, meu pai colocava para fora logo.
Assim era o meu pai: um cidadão do bem e de bem, consciente de seus deveres políticos. 

Antigamente, até roupa especial as pessoas vestiam para ir às urnas, mesmo que naquele tempo não tivesse liberdade de escolha e vivêssemos em uma ditadura e a gente tivesse até medo de sair às ruas nessa época do ano. As mulheres brasileiras só conquistaram o direito de votar em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, quando o voto feminino no Brasil foi assegurado, após intensa campanha nacional.  

Apesar de hoje em dia isso parecer uma piada, as mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no Executivo e Legislativo, fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República.  Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.

A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana; isso bem antes do Código Eleitoral de 1932. Aos 29 anos, Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade e junto com outras seguidoras, votou nas eleições de 5 de abril de 1928. Em todo o país, o estado potiguar foi o primeiro a regulamentar seu sistema eleitoral, acrescentando um artigo que definia o sufrágio sem ‘distinção de sexo.

O caso ficou famoso mundialmente, mas a Comissão de Poderes do Senado, não aceitou o voto. No entanto, a iniciativa da professora marcou a inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica, escritora e pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935.

Hoje em dia, o voto no Brasil é obrigatório para alfabetizados de 18 a 70 anos, sendo facultativo para analfabetos, para os de idade entre 16 e 17 anos e 11 meses, e para os de maior idade (70 anos), mas ainda tem muita gente acima dessa idade que tem prazer em ir votar. Muita gente está revoltada com a classe política, é verdade, mas para a gente escolher o candidato que mais se aproxima da nossa maneira de pensar é preciso observar as propostas e analisar várias situações.

Dia de eleição  é dia de a gente ficar em paz com a nossa consciência e votar em quem a gente está torcendo e avalia que é o melhor para o país. As pesquisas de intenção de voto atuais apontam a liderança da presidente Dilma Roussef  e isso tem levado à inquietação os opositores ao governo. 

Mas como disse a presidente em seu discurso, esperamos que a população vote com “paz, amor e consciência”, observando os avanços sociais alcançados nos 14 anos de governo do PT. “Não podemos deixar que o país retroceda depois de ter avançado em várias frentes, nos empregos, aumentos de salários, ampliação dos campi universitários e outras searas. Bom dia.

Nenhum comentário:

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...