Olívia de Cássia – jornalista
Neste domingo, 5 de outubro, mais de 200 milhões de brasileiros vão
acordar logo cedinho para exercer a sua cidadania indo votar em seus
candidatos. Muita gente hoje em dia não gosta desse dia, mas quem é cidadão e
sempre teve no sangue o DNA que apaixona, o dia de votação é uma festa e vai
comparecer à urna de boa vontade. No dia de eleição lá em casa tinha até um
tipo de comida diferente que minha mãe preparava que era a ‘carne de eleição’, uma
panelada cozida, mistura de carne de boi e porco que era uma delícia.
A gente saia de casa logo cedo para votar logo e depois
ficar andando na rua, observando o momento do eleitorado; fazendo propaganda
boca a boca e passando as informações
para o meu pai da movimentação nas ruas de União dos Palmares, quando ele não
pode mais andar. Eleitor apaixonado pelo primo-político Afrânio Vergetti, meu
pai não admitia que ninguém falasse mal
do primo e se alguém se aventurasse a chegar lá em casa criticando Afrânio, meu
pai colocava para fora logo.
Assim era o meu pai: um cidadão do bem e de bem, consciente
de seus deveres políticos.
Antigamente,
até roupa especial as pessoas vestiam para ir às urnas, mesmo que naquele tempo
não tivesse liberdade de escolha e vivêssemos em uma ditadura e a gente tivesse
até medo de sair às ruas nessa época do ano. As mulheres brasileiras só
conquistaram o direito de votar em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas,
quando o voto feminino no Brasil foi assegurado, após intensa campanha
nacional.
Apesar de hoje em dia isso parecer uma piada, as mulheres
conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito
de votar e serem eleitas para cargos no Executivo e Legislativo, fruto de uma
longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram
eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever
masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi
Celina Guimarães Viana; isso bem antes do Código Eleitoral de 1932. Aos 29
anos, Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte,
para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade e junto com outras
seguidoras, votou nas eleições de 5 de abril de 1928. Em todo o país, o estado
potiguar foi o primeiro a regulamentar seu sistema eleitoral, acrescentando um
artigo que definia o sufrágio sem ‘distinção de sexo.
O caso ficou famoso mundialmente, mas a Comissão de Poderes
do Senado, não aceitou o voto. No entanto, a iniciativa da professora marcou a
inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica,
escritora e pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a
primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos trabalhos na
Assembléia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935.
Hoje em dia, o voto no Brasil é obrigatório para
alfabetizados de 18 a 70 anos, sendo facultativo para analfabetos, para os de
idade entre 16 e 17 anos e 11 meses, e para os de maior idade (70 anos), mas
ainda tem muita gente acima dessa idade que tem prazer em ir votar. Muita gente
está revoltada com a classe política, é verdade, mas para a gente escolher o
candidato que mais se aproxima da nossa maneira de pensar é preciso observar as
propostas e analisar várias situações.
Dia de eleição é dia
de a gente ficar em paz com a nossa consciência e votar em quem a gente está
torcendo e avalia que é o melhor para o país. As pesquisas de intenção de voto atuais
apontam a liderança da presidente Dilma Roussef e isso tem levado à inquietação os opositores
ao governo.
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