segunda-feira, 18 de março de 2024

Vai melhorar


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para muita gente, mas na minha condição, sabendo que meu problema é genético e não tem cura, tenho que procurar alguma coisa que me faça sonhar.

Hoje acordei com as energias em baixa. Fui na fisioterapia, mostrei que não estava muito ativa, mas fiz os exercícios que tinha que fazer. Faz parte do pacote da Ataxia.

“A Ataxia descreve a coordenação anormal de movimentos, sendo caracterizada por deficiência na velocidade, amplitude de deslocamento, precisão direcional, e força de movimento.”

 É uma doença que na minha família nos acomete ao longo de muitos anos: homens, mulheres e até criança. Nós não entendíamos isso e era chamada “a doença da família”.

Os estudos sobre são muitos recentes: “ é uma doença degenerativa do sistema nervoso, também chamada de Ataxia espinocerebelar tipo 3, popularmente conhecida por “doença do tropeção”, ou marcha de bêbado.

Os  estudiosos afirmam que os atáxicos: ”perdem os movimentos espontâneos do rosto e se tornam mais lentos e tremem", detalham. A progressão da Machado-Joseph leva o paciente para a cadeira de rodas, em 10 ou 15 anos.

Segundo pesquisa feita por Dr. Laura, no Rio Grande do Sul, onde a expectativa de vida é de 78 anos, passa para 65 anos”. Em pensar que já estou com 64.

Rogo todos os dias para não chegar nessa dependência total de terceiros e atrofia dos músculos e membros. Prefiro que o Altíssimo tenha piedade de mim. Mas continuo com minha fé: vai melhorar. 

sexta-feira, 8 de março de 2024

Salve 8 de março


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Hoje, 8 de março, especialmente, é dia de reverenciar todas as mulheres guerreiras, aquelas que têm jornada tripla e dupla, que trabalham e dão conta da família muitas vezes sozinhas.

Um dia de luta pelos Direitos da Mulher, contra o feminicídio e todas formas de violências de gênero. Um dia de muita reflexão.   Apesar da Lei Maria da Penha, o número de assassinatos e violência contra as mulheres, tem aumentado, mas as mulheres agora também têm se encorajado a denunciar mais.

Mas nãos basta só isso, é preciso punir com mais rigor os algozes, fazer campanhas de conscientização o ano todo, procurar educa-los, para que o ranço machista, possessivo, sejam observados e dizimados.

Chega de tanta exploração, violência e possessividade contra algumas mulheres. Que haja muito mais pioneirismos, e formas para que as mulheres lutem muito mais pelos seus direitos. Que haja muito mais atitudes.

"Durante vários séculos, as mulheres estiveram relegadas ao ambiente doméstico e subalternas ao poder das figuras do pai e do marido. Quando chegavam a expor-se ao público, elas deveriam estar acompanhadas e, geralmente, dirigiam-se para o interior das igrejas. A limitação do ir e vir era a mais clara manifestação do lugar ocupado pelo feminino nessa época.

Esse papel recluso da mulher passou a experimentar suas primeiras transformações no século XIX, quando o governo imperial reconheceu a necessidade de educação da população feminina. No final desse mesmo período, algumas publicações abordavam essa relação entre a mulher e a educação, mas sem pensar em um projeto amplo a todas as mulheres. O conhecimento não passava de instrumento de reconhecimento das mulheres provenientes das classes mais abastadas.

Além disso, no século XIX, surgiram os primeiros núcleos em defesa dos ideais feministas, tanto no Brasil quanto na América Latina em geral. Aqui no Brasil, o surgimento do movimento estava muito relacionado com a chegada dos ideais anarquistas e socialistas que haviam sido trazidos da Europa pelos imigrantes. Com isso, as mulheres passaram a estar presentes nas lutas por melhores salários e por melhores condições de trabalho."(Revista Nova Escola)

Veja mais sobre "Feminismo no Brasil" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/feminismo.htm

Que saibamos agradecer às mulheres pioneiras, que começaram as lutas pela nossa independência. Salve Dandara, Alquatune, Berta Lutz, Frida Kalo, Maria da Penha, Dilma Russef e tantas outras companheiras e alguns companheiros progressistas.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Mês de março


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Sento-me diante do notebook, abrindo uma pagina em branco do Word, me recuperando de uma virose (Dengue), depois de afastada do Blog por cerca de dez dias.

Penso num tema para discorrer, mas eles são muitos que me vêm na imaginação, mas nenhum dos temas que vejo na mídia são novos: guerras insanas, violência se perpetuando, agressões às mulheres, crianças,  e outros que me revoltam.

Neste mês de março, dedicado às mulheres, é preciso não esquecer do protagonismo das companheiras, que provam sua competência, a cada dia.

E os machistas, misóginos e agressores, vão ficando para trás a cada dia. Pelo menos alguns, mostrando que o coronelismo não está com nada.

Alguns homens precisam reconhecer que ninguém é dono de ninguém. Resultado de muita luta das mulheres, ao longo de séculos, em especial das pretas, que foram muito mais exploradas.

Felizmente, o movimento feminino e o governo do PT, vêm empreendendo políticas públicas para amenizar ou tentar resolver questões que se discute há anos no movimento.

A Casa da Mulher Brasileira, no DF, com o objetivo de promover o bem-estar da população e acolher as mulheres em situações de violência,  de qualquer situação econômica ou escolaridade encontram alojamento por 48h – para filhas de qualquer idade e filhos até 12 anos, assistência de psicólogos, apoio e capacitação.

A Casa também centraliza o suporte às vítimas de violência doméstica, agilizando a resolução da ocorrência e define uma porta de saída para a crise, com o apoio da Defensoria Pública, do Ministério Público, da Polícia Civil e do Tribunal de Justiça.

Felizmente, em quase todo o país as instituições oficiais e entidades dos movimentos sociais vêm desenvolvendo ações nesse sentido, apesar das forças do mal quererem interromper ações que beneficiam os menos favorecidos.

Que sejamos respeitadas e que nossos direitos sejam garantidos. Salve o 8 de março,  Dia Internacional da Mulher. Bom dia!

 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

De repente

 Olívia de Cássia Cerqueira

 

E de repente a gente tem um choque de realidade. Percebe que a vida não é um conto de fadas, que muito do que você sonhou a vida inteira, não aconteceu e que a vida é dura e não acontece nem a metade do que idealizou.

Não é o que queremos, mas o que tem que ser. “Esse final pode estar bem distante da vida de alguém”. Não é que eu tenha sido educada para viver “no mundo de Alice”.

Tudo o que aconteceu comigo, foi culpa minha, menos as limitações que tenho agora, além da velhice. Aos 64 já estou nessa classificação estatística. Tudo é fruto do que vivi e poderia ter vivido mais e muito melhor.

Cada um tem a sua história e somos o personagem principal dela. Como diz minha prima Maria “cada um com seu cada um”. Algumas pessoas são educadas quando crianças, dessa forma: “colocam em nossa mente que o mundo é maravilhoso e que tudo sempre acabará em um final feliz como nos contos de fadas”.

Embora eu tenha tido o choque de realidade muito cedo, com a perda de muitos entes queridos e vivenciando muitos problemas de saúde, tragédias na minha família desde muito cedo, sempre esperava o mais ou menos.

Em “A vida não é um Conto de Fadas - André Giarola, ele observa que “todos querem um ingresso para um parque de diversões, mundos mágicos, castelos, etc. Na vida há montanhas russas, mas poucos querem se aventurar. No mundo há vilões, mas ninguém quer combatê-los”.

“O autor oferece um ingresso especial para que você adentre em seu mundo mágico onde os finais são conturbados, cheio de curvas e pensamentos. A raiva, a angústia e a dor predominam e estão sempre à espreita. Um mundo que é realidade para muitos”, alguns mais que outros, digo eu.

Muitos pais querem que os filhos pensem exatamente como eles. Eu até entendo hoje esse querer. Mas na juventude tive problemas que hoje avalio que poderiam ter sido evitados.

Já a moçada de agora, observo eu, em sua maioria, tem tudo: liberdade de ir e vir,  e logo cedo  decidem o que querem, mas eles querem ser respeitados e  não respeitam ninguém. Querem ser ouvidos, mas não ouvem ninguém. Espero que os exemplos citados não sejam os seus. Bom dia.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Até quando?


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Até quando as mulheres vão ser tratadas como seres inferiores e como propriedade privada por alguns homens e alguns setores da sociedade, em pleno século 21? A violência contra a mulher não é novidade, mas deve ser tratada como uma barbárie que deve ser combatida, cotidianamente.

Desde os anos 1980, do século passado, que bato nessa tecla. Em União dos Palmares fui colaboradora em alguns informativos e já naquela época discorria sobre o tema e já denunciava, quando nem se falava em machismo, homens misóginos e de mentalidade tacanha.

Na faculdade, desde 1983, também participei de movimentos de mulheres e passeatas, quando já denunciávamos as agressões sofridas por elas.

A violência cometida contra as mulheres, crianças e idosos é um ato dos covardes e assume muitas formas: violência física, psicológica, sexual e no caso das mulheres podem afetar desde o nascimento até a velhice.

Uma mulher violentada sofre uma série de problemas e precisa de muito apoio para se recuperar.

“As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui, prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade”, observam os especialistas.

Pode-se afirmar que “A violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre mulheres de 16 a 44 anos e mata mais do que câncer e acidentes de tráfego”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos”, ainda bem que isso vem mudando.

Ban Aki, anos atrás,  observa que esse problema não está intrínseco apenas em uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade.

“As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres”, observa e eu acrescento, principalmente se for pobre e negra, ou favelada, principalmente.

Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará.

Este documento define o que é violência contra a mulher, além de e explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar.

Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita. O que diz a lei? A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) define que a violência doméstica contra a mulher é crime e aponta as formas de evitar, enfrentar e punir a agressão.

Também indica a responsabilidade que cada órgão público tem para ajudar a mulher que está sofrendo a violência. Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores, que ainda existe nos lares em que há dependência financeira e emocional.

 Esses dois últimos itens são os maiores aliados desse crime. Não podemos nos calar diante dos fatos. Fiquemos de olho, sempre e não deixemos por menos. Denuncie. Bom dia.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Sem querer


Olívia de Cássia Cerqueira


E sem querer fui lembrando da minha infância, na saudosa Rua da Ponte. Em quantas histórias a enchente de 2010 levou e destruiu. Já não morava lá há muitos anos, mas a lembrança daquele tempo me povoa a mente.

Nos ambos 1960, para as crianças era uma festa ver o rio enchendo, os meninos pulando da ponte, preocupando ainda mais os adultos.

Tinha uma lagoa por trás da nossa casa, braço do rio Mundaú, que mamãe se baseava com uma vareta, para marcar o nível do rio. Nas primeiras enchentes que mamãe presenciou, ela contava para os filhos que meu avô Manoel, que era muito turrão, não queria sair da casa em que morava. E só saiu amarrado pela cintura para passar na ponte.

Por conta das muitas enchentes que a preocupava, anos depois, e eu já com nove anos, meus pais compraram uma casa na rua Tavares Bastos, que tinha vizinho um grande terreno, ambos pertenciam a Dr, Hamilton Baia, filho de dona Helena, proprietária da fazenda Anhumas.

Era uma propriedade no centro da cidade e longe do perigo que nossa casa na rua da Ponte proporcionava. Mas o comércio do meu pai continuou por lá, só desfazendo-se da mercearia e do armazém, tempos depois.

Mas antes da aposentadoria de papai, meus irmãos tomaram conta por um tempo. As casinhas de aluguel que tinham por lá, também foram vendidas, por necessidade para pagar despesas hospitalares de mamãe, ou para passar para o nome dos filhos, que também venderam, isso já no começo dos anos 80

Foi o mais acertado, porque anos depois, em 2010, a fúria das águas levou tudo e só ficaram lembranças para quem morou ou costumava andar por ali.

Hoje em dia, sempre que vou a União dos Palmares visito o local e dá uma saudade danada de lembrar as famílias na porta das casas, colocando os assuntos em dia, fosse falando da vida alheia, ou não.

As crianças aguardando o moço que vendia algodão doce, ou o do quebra-queixo, o carrinho de pipoca ou outras guloseimas que eram comercializadas por ali. São doces lembranças que o tempo não apaga. Bom dia.

 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Hipocrisia


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Segundo o Wikipédia é:” é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, frequentemente exigindo que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa extrapola ou deixa de adotar”

Nos últimos dias, a grande imprensa, direitistas e outros mais, reagiram ferozmente nas redes sociais sobre as declarações do presidente Lula, sobre Israel e o Holocausto é 'ignorante' e 'deve ser condenada': as reações na imprensa.

Estranhamente, esses mesmos setores não reagiram da mesma forma, quando  ‘inominável’  apareceu numa foto, abraçado e sorrindo com a neta de um nazista.

Num primeiro momento, fiquei apreensiva com a declaração do presidente Lula, porque tinha certeza de que a mídia e a direita iam explorar o assunto, “até o último sumago” (expressão que minha mãe costumava usar).

Na verdade, o que o presidente disse, muita gente gostaria de ter dito, mas não teve coragem de dizer. Lembre das beatas que vão a algumas missas, escutam a homilia de algum padre, aplaude-o e depois sai falando do padre e fofocando sobre o que  ele  disse.

Lula não tem que pedir desculpa para essa gente, mas talvez o faça por diplomacia. Em política e em sociedade há muita hipocrisia.

O bispo Bepe Damasco disse no site Brasil 247, que “Em uma das coberturas mais calhordas, da história do jornalismo, só há espaço para porta-vozes der entidades sionistas”.

“Os sionistas religiosos acreditam que a criação de Israel é um cumprimento de profecias bíblicas e veem o estabelecimento do Estado como parte da vontade divina. Eles estão profundamente ligados à observância religiosa e à manutenção de lugares sagrados judaicos na Terra de Israel”.

Para entender o assunto acesse https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/sionismo.htm#:~:text=Sionismo%20religioso%3A%20Os%20sionistas%20religiosos,judaicos%20na%20Terra%20de%20Israel.

Bom dia!

 

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...