quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Herança ou ignorância?


Olívia de Cassia Cerqueira

 (foto de arquivo)

Minha mãe contava (talvez faça parte da minha imaginação) que para contrair matrimônio com meu pai, eles enviaram sangue papa daquela época benzer.  Não sei se já na imaginação daquela época, evitaria doenças dos filhos, já que eram primos consanguíneos.

Numa pesquisa rápida na internet, observei que alguns casais católicos solicitam a bênção. De acordo com o site oficial (da Igreja Católica) apenas recém-casados podem receber a benção do Papa, em Roma”.

Hoje em dia, segundo o site oficial, o pedido pode ser solicitado via internet. Além disso, o casal precisa enviar uma certidão de casamento e documentos pessoais.

Meu irmão mais velho, Petrúcio, que foi coroinha aos doze anos em Jaboatão dos Guararapes e Carpina, em Pernambuco, me contou que no caso de parentes até o quarto grau, a Igreja pede autorização ao bispo, que por sua vez encaminha ao Papa o pedido.

E por essa exigência meus pais esperaram para casar, por causa da consanguinidade, mas que no caso do envio do sangue, ele não tem conhecimento.

Eu fico me perguntando se todos esses familiares nossos que tiveram ou têm Ataxia, fizeram esse pedido e os que casaram apenas no cartório ou passaram a morar junto, não têm conhecimento ou não tiveram sobre essa informação.

O site da Sociedade Brasileira de Genética Médica informa o que já temos conhecimento empírico: “Quando os pais compartilham um antepassado comum, há uma maior chance de ambos terem os mesmos genes defeituosos”, pontua.

“Se ambos os pais tiverem o mesmo gene defeituoso, há uma maior chance de ter um filho com uma condição genética. A forma mais comum de relacionamento consanguíneo é entre primos e em algumas sociedades e culturas pode representar uma proporção significativa dos casamentos”.

E as informações apontam para mim o que se vem dizendo há anos a respeito das heranças. Ou seja: para não dividirem bens com pessoas que não fossem da família esses casamentos aconteceram no passado. E hoje em dia, será ignorância? O costume dos antepassados até se entende, mas o de agora?

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