Olívia de Cassia Cerqueira
Minha mãe contava (talvez faça parte da minha imaginação) que
para contrair matrimônio com meu pai, eles enviaram sangue papa daquela época benzer.
Não sei se já na imaginação daquela época,
evitaria doenças dos filhos, já que eram primos consanguíneos.
Numa pesquisa rápida na internet, observei que alguns casais católicos
solicitam a bênção. De acordo com o site oficial (da Igreja Católica) apenas
recém-casados podem receber a benção do Papa, em Roma”.
Hoje em dia, segundo o site oficial, o pedido pode ser
solicitado via internet. Além disso, o casal precisa enviar uma certidão
de casamento e documentos pessoais.
Meu irmão mais velho, Petrúcio, que foi coroinha aos doze anos
em Jaboatão dos Guararapes e Carpina, em Pernambuco, me contou que no caso de parentes até o
quarto grau, a Igreja pede autorização ao bispo, que por sua vez encaminha ao
Papa o pedido.
E por essa exigência meus pais esperaram para casar, por
causa da consanguinidade, mas que no caso do envio do sangue, ele não tem conhecimento.
Eu fico me perguntando se todos esses familiares nossos que
tiveram ou têm Ataxia, fizeram esse pedido e os que casaram apenas no cartório
ou passaram a morar junto, não têm conhecimento ou não tiveram sobre essa informação.
O site da Sociedade Brasileira de Genética Médica informa o
que já temos conhecimento empírico: “Quando os pais compartilham um antepassado
comum, há uma maior chance de ambos terem os mesmos genes defeituosos”, pontua.
“Se ambos os pais tiverem o mesmo gene defeituoso, há uma
maior chance de ter um filho com uma condição genética. A forma mais comum de
relacionamento consanguíneo é entre primos e em algumas sociedades e culturas
pode representar uma proporção significativa dos casamentos”.
E as informações apontam para mim o que se vem dizendo há
anos a respeito das heranças. Ou seja: para não dividirem bens com pessoas que
não fossem da família esses casamentos aconteceram no passado. E hoje em dia,
será ignorância? O costume dos antepassados até se entende, mas o de agora?
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