sábado, 24 de fevereiro de 2024

De repente

 Olívia de Cássia Cerqueira

 

E de repente a gente tem um choque de realidade. Percebe que a vida não é um conto de fadas, que muito do que você sonhou a vida inteira, não aconteceu e que a vida é dura e não acontece nem a metade do que idealizou.

Não é o que queremos, mas o que tem que ser. “Esse final pode estar bem distante da vida de alguém”. Não é que eu tenha sido educada para viver “no mundo de Alice”.

Tudo o que aconteceu comigo, foi culpa minha, menos as limitações que tenho agora, além da velhice. Aos 64 já estou nessa classificação estatística. Tudo é fruto do que vivi e poderia ter vivido mais e muito melhor.

Cada um tem a sua história e somos o personagem principal dela. Como diz minha prima Maria “cada um com seu cada um”. Algumas pessoas são educadas quando crianças, dessa forma: “colocam em nossa mente que o mundo é maravilhoso e que tudo sempre acabará em um final feliz como nos contos de fadas”.

Embora eu tenha tido o choque de realidade muito cedo, com a perda de muitos entes queridos e vivenciando muitos problemas de saúde, tragédias na minha família desde muito cedo, sempre esperava o mais ou menos.

Em “A vida não é um Conto de Fadas - André Giarola, ele observa que “todos querem um ingresso para um parque de diversões, mundos mágicos, castelos, etc. Na vida há montanhas russas, mas poucos querem se aventurar. No mundo há vilões, mas ninguém quer combatê-los”.

“O autor oferece um ingresso especial para que você adentre em seu mundo mágico onde os finais são conturbados, cheio de curvas e pensamentos. A raiva, a angústia e a dor predominam e estão sempre à espreita. Um mundo que é realidade para muitos”, alguns mais que outros, digo eu.

Muitos pais querem que os filhos pensem exatamente como eles. Eu até entendo hoje esse querer. Mas na juventude tive problemas que hoje avalio que poderiam ter sido evitados.

Já a moçada de agora, observo eu, em sua maioria, tem tudo: liberdade de ir e vir,  e logo cedo  decidem o que querem, mas eles querem ser respeitados e  não respeitam ninguém. Querem ser ouvidos, mas não ouvem ninguém. Espero que os exemplos citados não sejam os seus. Bom dia.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Até quando?


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Até quando as mulheres vão ser tratadas como seres inferiores e como propriedade privada por alguns homens e alguns setores da sociedade, em pleno século 21? A violência contra a mulher não é novidade, mas deve ser tratada como uma barbárie que deve ser combatida, cotidianamente.

Desde os anos 1980, do século passado, que bato nessa tecla. Em União dos Palmares fui colaboradora em alguns informativos e já naquela época discorria sobre o tema e já denunciava, quando nem se falava em machismo, homens misóginos e de mentalidade tacanha.

Na faculdade, desde 1983, também participei de movimentos de mulheres e passeatas, quando já denunciávamos as agressões sofridas por elas.

A violência cometida contra as mulheres, crianças e idosos é um ato dos covardes e assume muitas formas: violência física, psicológica, sexual e no caso das mulheres podem afetar desde o nascimento até a velhice.

Uma mulher violentada sofre uma série de problemas e precisa de muito apoio para se recuperar.

“As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui, prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade”, observam os especialistas.

Pode-se afirmar que “A violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre mulheres de 16 a 44 anos e mata mais do que câncer e acidentes de tráfego”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos”, ainda bem que isso vem mudando.

Ban Aki, anos atrás,  observa que esse problema não está intrínseco apenas em uma cultura, uma região ou um país específicos, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade.

“As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra as mulheres”, observa e eu acrescento, principalmente se for pobre e negra, ou favelada, principalmente.

Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará.

Este documento define o que é violência contra a mulher, além de e explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar.

Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita. O que diz a lei? A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) define que a violência doméstica contra a mulher é crime e aponta as formas de evitar, enfrentar e punir a agressão.

Também indica a responsabilidade que cada órgão público tem para ajudar a mulher que está sofrendo a violência. Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores, que ainda existe nos lares em que há dependência financeira e emocional.

 Esses dois últimos itens são os maiores aliados desse crime. Não podemos nos calar diante dos fatos. Fiquemos de olho, sempre e não deixemos por menos. Denuncie. Bom dia.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Sem querer


Olívia de Cássia Cerqueira


E sem querer fui lembrando da minha infância, na saudosa Rua da Ponte. Em quantas histórias a enchente de 2010 levou e destruiu. Já não morava lá há muitos anos, mas a lembrança daquele tempo me povoa a mente.

Nos ambos 1960, para as crianças era uma festa ver o rio enchendo, os meninos pulando da ponte, preocupando ainda mais os adultos.

Tinha uma lagoa por trás da nossa casa, braço do rio Mundaú, que mamãe se baseava com uma vareta, para marcar o nível do rio. Nas primeiras enchentes que mamãe presenciou, ela contava para os filhos que meu avô Manoel, que era muito turrão, não queria sair da casa em que morava. E só saiu amarrado pela cintura para passar na ponte.

Por conta das muitas enchentes que a preocupava, anos depois, e eu já com nove anos, meus pais compraram uma casa na rua Tavares Bastos, que tinha vizinho um grande terreno, ambos pertenciam a Dr, Hamilton Baia, filho de dona Helena, proprietária da fazenda Anhumas.

Era uma propriedade no centro da cidade e longe do perigo que nossa casa na rua da Ponte proporcionava. Mas o comércio do meu pai continuou por lá, só desfazendo-se da mercearia e do armazém, tempos depois.

Mas antes da aposentadoria de papai, meus irmãos tomaram conta por um tempo. As casinhas de aluguel que tinham por lá, também foram vendidas, por necessidade para pagar despesas hospitalares de mamãe, ou para passar para o nome dos filhos, que também venderam, isso já no começo dos anos 80

Foi o mais acertado, porque anos depois, em 2010, a fúria das águas levou tudo e só ficaram lembranças para quem morou ou costumava andar por ali.

Hoje em dia, sempre que vou a União dos Palmares visito o local e dá uma saudade danada de lembrar as famílias na porta das casas, colocando os assuntos em dia, fosse falando da vida alheia, ou não.

As crianças aguardando o moço que vendia algodão doce, ou o do quebra-queixo, o carrinho de pipoca ou outras guloseimas que eram comercializadas por ali. São doces lembranças que o tempo não apaga. Bom dia.

 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Hipocrisia


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Segundo o Wikipédia é:” é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, frequentemente exigindo que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa extrapola ou deixa de adotar”

Nos últimos dias, a grande imprensa, direitistas e outros mais, reagiram ferozmente nas redes sociais sobre as declarações do presidente Lula, sobre Israel e o Holocausto é 'ignorante' e 'deve ser condenada': as reações na imprensa.

Estranhamente, esses mesmos setores não reagiram da mesma forma, quando  ‘inominável’  apareceu numa foto, abraçado e sorrindo com a neta de um nazista.

Num primeiro momento, fiquei apreensiva com a declaração do presidente Lula, porque tinha certeza de que a mídia e a direita iam explorar o assunto, “até o último sumago” (expressão que minha mãe costumava usar).

Na verdade, o que o presidente disse, muita gente gostaria de ter dito, mas não teve coragem de dizer. Lembre das beatas que vão a algumas missas, escutam a homilia de algum padre, aplaude-o e depois sai falando do padre e fofocando sobre o que  ele  disse.

Lula não tem que pedir desculpa para essa gente, mas talvez o faça por diplomacia. Em política e em sociedade há muita hipocrisia.

O bispo Bepe Damasco disse no site Brasil 247, que “Em uma das coberturas mais calhordas, da história do jornalismo, só há espaço para porta-vozes der entidades sionistas”.

“Os sionistas religiosos acreditam que a criação de Israel é um cumprimento de profecias bíblicas e veem o estabelecimento do Estado como parte da vontade divina. Eles estão profundamente ligados à observância religiosa e à manutenção de lugares sagrados judaicos na Terra de Israel”.

Para entender o assunto acesse https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/sionismo.htm#:~:text=Sionismo%20religioso%3A%20Os%20sionistas%20religiosos,judaicos%20na%20Terra%20de%20Israel.

Bom dia!

 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

A sociedade prepara mal o cidadão

 


Olivia de Cássia Cerqueira

 

O século 21 já tem mais de duas décadas, e mesmo assim, apesar de tantos avanços no geral, a sociedade ainda prepara mal o cidadão, isso em vários aspectos.

O mundo enfrenta problemas com drogas, fabricação de bombas nucleares, aumento de assaltos, violência, mundo rico  x mundo pobre, preconceitos de todo o tipo, atraso de pensamentos herdado dos séculos passados, xenofobismo, crises diversas.

Segundo o site da BBC Brasil, “o maior perigo do século 21 é o próprio homem, com tanta desigualdade, fome, sede (de justiça e de água), carência religiosa e tantos outros fatores que fazem com que o homem se torne uma ameaça para si mesmo, com a devastação de áreas verdes, abuso de poder e outros”.

Falta ainda educação. Passamos no Brasil um período de atraso e obscuridade que nos deixou várias consequências, em vários aspectos. Felizmente o atual governo prioriza muita educação e a saúde. 

No retorno da Conferência Nacional de Educação após seis anos. O presidente Lula destaca a importância de investir no segmento e ressalta anúncios recentes, como o programa Pé-de-Meia e a instalação do ITA no Ceará, no dia 3º de janeiro passado.

“As prioridades do nosso governo são duas: a educação e a saúde pública. E, em terceiro lugar, a cultura, porque sem cultura nenhum país vai a lugar nenhum “, afirmou o presidente.

Que Deus o proteja para que cumpra um terço das promessas de campanha, no que se refere aos programas sociais, para que tenhamos uma sociedade mais justa, e um Brasil melhor. E tenho dito. Bom dia.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Dois de fevereiro

 


Olivia de Cássia Cerqueira

 

Hoje é dia do maior evento de turismo religioso da cidade de União dos Palmares: a festa da Padroeira da cidade. Quando eu era adolescente e jovem não perdia um dia de festa, era um acontecimento.

Meu pai, que era devoto da santa, também comparecia ao evento, até o dia que ficou impossibilitado, devido ao agravamento da Ataxia. Tinha promessa com ela, por ter ficado curado de uma tuberculose nos ossos e ter sido desenganado pelos médicos, de Maceió e Recife.

Era o dia mais esperado do evento apesar de que que eram nove noites, de novena e festa que começava com a procissão a bandeira, no dia 23 de janeiro. No entanto, oficialmente, a data é 22 de julho dedicado a orações para os devotos e pedidos para que ela interceda na vida de todos nós.

Antigamente, na Terra de Jorge de Lima e de Zumbi, os festejos dedicados à santa eram realizados em julho,  mas o evento foi transferido para janeiro\fevereiro por conta do período chuvoso no município.

Os festejos, para os católicos, iniciam com a procissão do mastro, no segundo domingo de janeiro, que reúne mais de 20 mil pessoas, numa demonstração de fé e homenagem a nossa padroeira.

No local da concentração, na Rua Juvenal Mendonça, muita gente se aglomera e aproveita para se confraternizar e rever os amigos que moram fora da cidade.

Ciclistas, cavaleiros e amazonas, motos, carroças, pessoas a pé acompanham a procissão. Fé e religiosidade, um sentimento em cada rosto que com a sua obrigação de religioso, paga penitências e promessas. Pessoas aproveitam para registrar a procissão, com celulares, máquinas e filmadoras.

Era tempo dos encontros, dos telegramas, das paqueras. Isso na década de 1970. O evento foi se modernizando, ao longo anos. E Hoje em dia, tudo mudou, para pior, cuja programação, acontece na  beira do rio Mundaú, na Rua do Jatobá, desagradando muita gente.

QUEM FOI

 

segundo relatos dos especialistas na biografia de Madalena, era uma mulher que tinha uma visão à frente do seu tempo. Durante séculos a igreja ocultou a importância desta mulher, chamando-a de prostituta e ainda hoje tem machistas, misóginos que assim o faz.

Conta a história que Santa Maria Madalena foi primeira testemunha da Ressurreição de Jesus.  Chamada de apóstola dos apóstolos, nomeada por São Tomás de Aquino, “o nome deriva de Magdala, onde nasceu, na aldeia de pescadores situada às margens ocidentais do Lago de Tiberíades”

Viva Matia Madalena. Que ela  proteja a todos nós e interceda junto ao Pai, pela nossa saúde.

 

Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...