sexta-feira, 29 de março de 2013

Indignação e revolta

Olívia de Cássia - jornalista

Não dá para a gente descrever a sensação que tem de um caso de violência estúpida como esse acontecido com nossa amiga Cleria Lilian Vilas Boas, a nossa Kelly. Além da barbaridade cometida contra ela, a falta de estrutura do Instituto Médico Legal  Estácio de Lima nos apavora. Uma verdadeira casa dos horrores.

Nos causa indignação todo aquele quadro vivido durante todo o dia de hoje no local. Ficamos durante toda a manhã, tarde e parte da noite e não conseguimos a liberação do corpo da nossa amiga para que tivesse um sepultamento digno.

Dezesseis corpos jazem não em pedras frias, como se diria na linguagem policialesca, mas no chão, feito lixo para o descarte. Resolvemos entrar para ver pela última vez a nossa amiga, mas o quadro que vimos era daqueles filmes de terror dos mais apavorantes que se possa imaginar.

Está lá um corpo todo deformado pelo tempo em que aconteceu a  morte, descoberto do busto para cima e o resto eu não vou descrever aqui por questão de ética minha, mas podem acreditar: deu uma revolta danada.

Governador Téo Vilela, eu votei no senhor, não deixe aumentar a nossa revolta e procure resolver essa situação, são seres humanos e foram vidas ceifadas brutalmente. É preciso uma reação maior, é necessário que alguma coisa seja feita, por favor.

Nos acercamos do que pudemos hoje, que foi usar o celular e ligar para todos os nossos conhecimentos e contatos e pedir socorro. Os telefones do diretor do IML e do secretário de Defesa Social  foram tentados pelos deputados Ronaldo Medeiros e Paulão, mas estavam todos desligados.

O que nos restou foi ligar para a imprensa e todos os outros contatos e demostrar a nossa indignação diante daquele caos. Kelly foi brutalmente assassinada na quinta-feira e até essa data seu corpo não foi sepultado para o devido descanso.

Exigimos das autoridades, além de responsabilidade na condução das políticas públicas para a segurança e as demais e um pouco mais de humanidade e  respeito com as famílias daqueles corpos que se decompõem com o passar das horas.

Nossa amiga foi embora, nos deixou órfãos e carentes e eu muito mais porque perdi uma grande amiga, uma cuidadora e uma quase irmã. O que nos resta é a indignação, o choro e a saudade.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Luto


Morreu neste tarde, dia 28, aqui em União dos Palmares, Cleria Liliam. Kelly, como chamavam os amigos, morava com sua tia Diva na Rua Nova. Ultimamente trabalhava na Secretaria de Assistência Social do município de União.

Sempre animada e politizada, a querida amiga sempre recebia os amigos com longos abraços e um bom papo. Mesmo com um problema sério de saúde (coluna) os mais próximos não escutavam reclamação e quando falava nesse assunto sempre comentava em tom de piada. Nosso último encontro foi terça-feira no Projeto Cinema no Ar, dia 26.

Vou lembrar de seus abraços e da forma carinhosa como me tratava.


Abaixo texto que ela mandou para o blog ...O homem não é uma ilha

Há tanto amor escondido no mundo, verdadeira floresta de ilusão.
O homem não é uma ilha, porém às vezes se isola para retratar os encantos, da natureza, a alegria, a dor, o amor que flui no seu íntimo.

O homem em sua pequenez é simplesmente um barco em alto mar em busca de um porto seguro, por sua vez tem em si,espaço reservado para o amor,esconderijo de quem ama.
Na solidão, o silêncio habita seus pensamentos.

Vivendo como pássaro ferido, em busca de abrigo, chorando o perigo de acabar perdido, num horizonte escondido, só quem ama conhece o triste espaço que a natureza humana padece.

O homem não é uma ilha...

Cleria Lilian

Fonte: http://www.jmarcelofotos.com/2013/03/luto.html

quarta-feira, 27 de março de 2013

Um ritual de passagem...

Olívia de Cássia – jornalista

Aprendi desde cedo na escola, como católica apostólica romana, que a Páscoa é um ritual de passagem e que representa a passagem de um tempo de trevas para outro de luz, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade.

Os historiadores contam que a celebração da Páscoa era feita desde a antiguidade, principalmente pelos povos europeus, mas com o objetivo de comemorar a entrada da primavera, que traz vida e a possibilidade de plantio e colheita de alimento.

Dizem que para entender a Páscoa é necessário que se volte para a Idade Média e a gente lembre dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, a deusa da Primavera.

Com o passar dos anos essa época passou a ter significações religiosas, com interpretações diferentes dependendo da religião. A palavra Páscoa vem do hebreu e significa a passagem da escravidão para a liberdade.

É a maior festa cristã, pois é nessa data que se celebra a ressurreição de Cristo e é uma festa móvel, ou seja, varia o dia dependendo do ano, pois ocorre aos 47 dias após o Carnaval, e esse período é chamado de Quaresma.

Depois de ser crucificado e morrer na cruz, o corpo de Jesus foi colocado em um sepulcro, onde permaneceu por três dias, até sua ressurreição. Esse momento onde Jesus ressuscitou que dá o verdadeiro significado para a Páscoa, pois foi um ritual de passagem, tornando-se o dia santo mais importante para os cristãos.

Sempre me emocionei nessa época do ano, pois quando a gente era criança, lá na Rua da Ponte, meus pais jejuavam e nos davam orientações de  que durante esse período era um tempo de orações e de a gente procurar ser melhor.

Na Sexta-feira Santa nós também só fazíamos as principais refeições e era um dia triste. Papai levava a gente para beijar o Senhor morto na igreja; os santos ficavam todos cobertos de panos roxos, na igreja e nas casas também.

Seu Antônio Timóteo, pai de  Nivalda e Tita, proprietário de um bar na cabeça da ponte, passava o dia todo ouvindo bem alto a história de Jesus e eu me comovia ouvindo aquela saga de um homem tão bom que morreu na cruz para salvar a humanidade.

No cinema passava a história do ‘Marcelino Pão e Vinho’ e lembro-me de uma única vez que meu pai foi com toda a família o cinema para assistir a fita. O que a gente gostava mesmo era das comidas gostosas que minha mãe fazia, próprias da época.

Era um verdadeiro banquete que ela preparava sozinha, além da casa arrumada que era sempre um brinco, como se dizia no interior. Tenho muita saudade daquele tempo e sinto-me reflexiva também nessa época do ano. Hoje em dia a Páscoa é mais alegre, uma celebração em família, muitas cores e muitas brincadeiras para as crianças, além de muito chocolate e muita comida.

Mas a gente não deve esquecer do que representa para todos nós: o ritual de passagem para uma vida melhor.  Uma feliz Páscoa para todos e que possamos meditar um pouco sobre o que estamos fazendo das nossas vidas. 

terça-feira, 26 de março de 2013

Deputados aprovam o PCCS da Educação

Fotos de Olívia de Cássia - arquivo
Por Olívia de Cássia – jornalista

Numa sessão que contou com a presença de 24 parlamentares, a Assembleia Legislativa Estadual (ALE) aprovou o Plano de Cargos e Carreiras da Educação, na tarde desta terça-feira, 26, por unanimidade.

Após a votação, a sessão ordinária foi encerrada e convocada uma extraordinária para a segunda votação, que deve acontecer nesta quarta-feira, 27. Durante a discussão da matéria foi rejeitada a emenda modificativa e o projeto foi para a votação com o texto original.

No começo da sessão, os trabalhos foram interrompidos por uma hora e no recomeço da sessão ordinária, os parlamentares debateram a aceitação de cursos que garantem progressão funcional de servidores da Educação estadual.

O deputado Judson Cabral, líder do Partido dos Trabalhadores na Casa de Tavares Bastos,  contra-argumentou para garantir a aprovação das emendas referentes ao PL sobre o PCCS da Educação. O petista foi nomeado para atuar como relator especial do PCCS da Educação e apresentou requerimento para garantir o regime de urgência à votação da matéria.  

Durante os debates, antes da votação do texto original, o líder governista, deputado Edival Gaia (PSDB) requereu a retirada de emendas apresentadas ao projeto e em Questão de Ordem, Judson Cabral (PT) explicou que os servidores esperaram desde 2008 a alteração da lei que trata da remuneração.

O deputado Ronaldo Medeiros (PT) solicitou que o Governo do Estado enviasse o complemento dos demais funcionários da Educação, que inclui os secretários e professores da rede pública estadual no PCCS.

Estiveram presentes à sessão os deputados: Thaíse Guedes (PSC); João Henrique Caldas (PTN);  Flávia Cavalcante (PMDB); Edival Gaia (PSDB); Marcos Barbosa (PPS); Sérgio Toledo (PDT); Severino Pessoa (PPS); Ronaldo Medeiros (PT); Luiz Dantas (PMDB); Joãozinho Pereira (PSDB);  Olavo Calheiros (PMDB);  Isnaldo Bulhões Jr. (PDT), Temóteo Correia (DEM); Gilvan Barros (PSDB);  Jeferson Morais (DEM); Ricardo Nezinho (PMDB);  o presidente da Casa,  Fernando Toledo (PSDB), Judson Cabral (PT), Dudu Holanda (PSD), Marcos Madeira (PT), Maurício Tavares (PTB) eMarcelo Victor (PTB).

sexta-feira, 22 de março de 2013

Deputado Ronaldo Medeiros diz em audiência pública que educação deveria ser a principal envolvida no Programa Brasil Mais Seguro


Olívia de Cássia – Ascom

Em audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira, 21, na Assembleia Legislativa (ALE), o deputado Ronaldo Medeiros disse que a educação deveria ser a principal envolvida no Programa Brasil Mais Seguro.  Segundo Medeiros, após ouvir o dirigente da Polícia Civil, novas audiências públicas serão marcadas  para analisar a aplicação do Programa do Governo Federal no Estado.

“Como o governo propõe um projeto como esse sem outras áreas envolvidas? Não podemos trabalhar apenas com força policial”, afirmou o deputado. Ele deu como exemplo o programa Pacto pela vida de Pernambuco e falou que a educação deveria ser a principal envolvida no projeto bem como emprego e renda. Medeiros também fez  uma comparação com bairros nobres e a periferia de Maceió, onde o estado tem políticas públicas e a onda de criminalidade é bem menor.

O deputado também defendeu a escola em tempo integral para a diminuição da violência no Estado  e disse que vem propondo uma campanha para incluir as outras áreas, “só assim teremos sucesso, não vamos trabalhar apenas a força física, mas sim de uma forma completa, incluindo as  outras áreas, a educação, saúde, lazer, emprego e renda”, reforça o petista.

Segundo Medeiros, após a realização das audiências, a Comissão irá elaborar um relatório que será encaminhado ao Governo do Estado. O deputado já adiantou que um dos pontos que constará no documento é a inclusão de outros órgãos no Plano Brasil Mais Seguro, a exemplo das secretarias de Educação; Saúde e da Mulher.

"Esse programa carece de uma definição de rumos e a inclusão dessas pastas é de fundamental importância para que o plano tenha eficácia”, observou o parlamentar, acrescentando que conversas nesse sentido já estão sendo realizadas com o Governo do Estado e com a Secretaria de Defesa Social.

“A comissão não se resume apenas às sessões (na Assembleia), mas estamos aprendendo sobre segurança pública, estamos fazendo visitas, estamos cobrando, tudo isso para prestar um serviço de qualidade para a comunidade, isso tudo, sem políticas partidárias como podem observar nessa comissão, mas sim de uma forma colaborativa, porque é dessa união que a população precisa”, observa.

Estiveram presentes à audiência pública, além do deputado Ronaldo Medeiros,  o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira; Ana Luisa - delegada do Deic. Deputado Ricardo Nezinho (PMDB), Gilvan Nunes (PSDB), Jeferson Morais (DEM), entre outras autoridades.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Comissão especial para Acompanhamento do Brasil Mais Seguro se reúne na Assembleia


Olívia de Cássia – Ascom
(Foto Olívia de Cássia - arquivo)

(gabinete do deputado Ronaldo Medeiros)
 
Comissão especial para Acompanhamento do Brasil Mais Seguro se reúne no plenário da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, 21, às 17 horas, para discutir o andamento das investigações criminais em Alagoas,  realidade e desafios e o funcionamento do Programa no Estado.

Foram convidados para participar da reunião promotores e juízes das Varas Criminais do Tribunal do Júri de Maceió, o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira e o diretor-geral da Perícia Oficial do Estado de Alagoas,  João Alfredo Guimarães.

Na semana passada os deputados integrantes da Comissão fizeram uma visita técnica à Perícia Oficial, onde tomaram conhecimento da realidade estrutural  do local e  avaliaram o processo de execução da meta do Programa Brasil Mais Seguro em Alagoas.

Na ocasião, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) lamentou a falta de estrutura da unidade e constatou que só dispõe de  cerca de 40 peritos e há a necessidade de 300 profissionais para um trabalho eficaz.

Medeiros também destacou a necessidade da implantação de uma base da perícia em Arapiraca para atender todo o Agreste e Sertão. “A Perícia Oficial não dispõe de laboratórios químicos nem biológicos, apenas de balística e algo precisa ser feito urgentemente; é inaceitável que a situação continue assim”, afirmou o deputado na ocasião.

O BRASIL MAIS SEGURO

O programa Brasil Mmais Seguro integra o Plano Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, que promove ações voltadas para o fortalecimento das fronteiras, o enfrentamento às drogas, o combate às organizações criminosas, a melhoria do sistema prisional, a segurança pública para grandes eventos, a criação do Sistema Nacional de Informação em Segurança Pública e a redução da criminalidade violenta.

O Programa de Redução da Criminalidade Violenta, lançado com o nome Brasil Mais Seguro, tem como objetivo induzir e promover a atuação qualificada e eficiente dos órgãos de segurança pública e do sistema de justiça criminal, focado na qualificação dos procedimentos investigativos e na maior cooperação e articulação entre as Instituições de Segurança Pública e o Sistema de Justiça Criminal (Poder Judiciário e Ministério Público).

Em Alagoas o programa foi lançado no dia 27 de junho de 2012 e segundo informações divulgadas na imprensa foram disponibilizados recursos de cerca de R$ 25 milhões em investimentos, para ações de combate ao crime no Estado.  

A Comissão Especial de Acompanhamento do Programa Brasil Mais Seguro na Assembleia tem o objetivo de fiscalizar a aplicação dos recursos na diminuição da violência no Estado e tem como integrantes: os deputados Ronaldo Medeiros (PT), presidente); Jeferson Morais (DEM), Ricardo Nezinho (PMDB), Gilvan Barros (PSDB) e Pedro Montenegro (advogado e consultor da Comissão).

Estou tentando...


 Olívia de Cássia - jornalista

O tempo mudou para nublado e essa concentração térmica deixa a gente sufocada. Acredito em dias melhores, em dias mais amenos que estão por vir. A gente tem que acreditar no melhor, apostar na poesia, na suavidade que a vida pode nos trazer se a gente se dedicar ao melhor de nós.

Precisamos descartar as coisas pesadas, aproveitar cada minuto único que a gente tem. O sino da Catedral anuncia as primeiras horas. Antigamente era costume no interior o sino badalar a cada hora que passava para que a gente se guiasse nas horas.

Chego esbaforida achando que estou atrasada para o trabalho, mas quando entro no prédio da Assembleia, vejo que as portas ainda estão fechadas. Melhor assim, eu dormi demais. Cinco e meia da manhã o meu gato Bruce Wayne me chama à primeira vez.

Eu tinha dito a ele: ‘Me acorde cedo’, mas eu não consegui despertar de vez: fui ao banheiro e voltei a me deitar. Só acordei com a mordiscada forte do Bruce na minha perna, como que estivesse me dizendo: ‘É sua última chance, vai chegar atrasada’.

E diante da dorzinha da mordiscada do gato eu levantei para olhar o relógio: 7h30; estou atrasada mesmo. Corro, tomo banho, me visto apressada e me dirijo à rua para pegar um táxi, para chegar a tempo, apesar do percurso muito perto para chegar à ALE.

Os taxistas que ficam estacionados do lado da Santa Casa não se agradam porque minha corrida é curta. Tem um que já vem de cara feia e já me deu vontade de dizer a ele umas coisas, mas resolvo engolir a cara feia e faço de conta que não é comigo.

“Mas dona Maria toda vez eu só pego a senhora”, me diz o seu Arnaldo, que já não tem a cara muito simpática, quando recorro aos serviços de táxi por lá. “Já estou atrasada”, digo eu. Deu-me vontade de falar pra ele que essa é a sua função e que estou pagando a corrida, seja lá o valor que for e que se não gosta, mude de profissão, mas deixa isso pra lá.

 Por isso que eu me encanto a cada dia com meus filhotes de quatro patas e hoje saí de casa sem falar com eles de tanto que era a minha pressa. Cheguei ontem da Tribuna Independente à meia noite e quinze, exausta, sem forças e mal tive coragem de mudar a roupa e desmaiei na cama, de tanto que era o sono.

Adiante passa uma servidora da ALE lendo um informativo, fruto do nosso trabalho e é bom saber que as pessoas tomam conhecimento das nossas atividades laborais: leem o que escrevemos. O jornalista, escritor e o poeta vivem disso.

A satisfação que isso dá vem não só pelo o que a gente recebe de no fim do mês; é claro que isso é bom, nos dá dignidade, mas é bom saber que temos leitores.

Sinto-me cansada, não do trabalho em si, não de escrever, mas as forças estão se esvaindo e sinto que já não tenho saúde para virar a madrugada trabalhando. Em casa isso é mais fácil, porque a gente corre, deixa um pouco no sofá, tira um ronco e acorda de novo e recomeça o trabalho.

Todo esse preâmbulo é para refletir como está sendo a minha vida até agora. Não tem grandes acontecimentos, mas me sinto muito bem comigo e com a vida, apesar do cansaço, das limitações, a desarrumação da casa, a falta de traquejo no que diz respeito à administração do lar a desordem de tudo isso.

É como se eu não tivesse mais condições de tomar conta de mim, arrumar, lavar, passar. Admito que eu não tenha a mínima vocação para isso. É um dom que nasce com cada um, eu não nasci com essa vocação.

Penso que se fosse na época da antiguidade eu estaria fora de cogitação, seria excomungada. Nunca me interessei em assimilar tarefas do lar e isso agora me faz falta. Tento digerir a minha falta de tato, minha falta de organização e meu mundo tão desorganizado. Estou tentando...

terça-feira, 19 de março de 2013

A juventude me faz falta....


Olívia de Cássia - jornalista

A juventude me faz falta no que ela tem de mais bonito e mais puro: essa constatação eu tenho todo dia, quando me vejo limitada em meu corpo, naquilo que vejo no espelho e no que eu gostaria ainda de viver por inteiro.

É como se eu sentisse falta do que eu não vivi emocionalmente naquela época ou tivesse a  necessidade de fazer um reparo no que foi vivido e não assimilado em sua essência, se é que alguém me entende, pois nem eu consigo mensurar isso.  

Ponho-me reflexiva e penso que um dia a gente conhece alguém, se envolve e imagina que já é letrado no caráter daquela pessoa. Mas às vezes – e na maioria delas - a gente se engana por inteiro e não sabe de nada em seu íntimo: sempre acabamos nos surpreendendo.

Cada dia eu me convenço mais disso. O ser humano é confuso às vezes ou a gente é quem procura complicar os relacionamentos. Aprendi, teoricamente, que não devemos esperar muito do outro, da mesma forma que não devemos gerar expectativas sobre nós para ninguém.

Mas quando a gente se envolve com a outra pessoa é muito difícil aplicar todas as teorias num relacionamento. Eu sou o ser menos indicado para falar nisso e disso. Além de não ter muita experiência nessa seara, pois as poucas que eu tive foram desastrosas e insensatas.

Eu me atrapalho e não tenho domínio sobre mim, não sei agir racionalmente e acabo me envolvendo por inteira em determinada situação. Minha alma frágil e carente de afeto se envolve por inteira; dedico-me completamente à emoção; eu não sei ser pela metade, embora o meu trabalho sempre esteja em primeiro lugar.

Como diria o filósofo, ‘são razões que a própria razão não entende ou desconhece’. Não sei racionalizar isso em mim e é tudo muito confuso ainda, mas eu não tenho que tentar entender mais isso, já que eu coloquei um ponto final às minhas emoções pessoais nesse sentido, mas de repente me deu vontade de escrever a respeito do tema.

Vez ou outra me pego agindo feito adolescente, tendo aquelas expectativas da juventude, pensamentos soltos, talvez pela minha própria inexperiência ‘no ramo’. E é por isso que sofro quando o mundo desaba e vem aquela decepção inevitável, total e leva um tempo danado para que eu me refaça dos traumas interiores.

Nessas horas eu me sinto impotente e vulnerável e me vejo em perigo, até que a voz da razão me sacode e me diz para eu reagir e fazer valer meus instintos de mulher resistente, madura e repensar minhas escolhas. Mas a juventude faz falta....

Medeiros encaminha projeto para instalação de banheiros químicos em praias e locais públicos


Olívia de Cássia – Ascom
(Texto e foto)
 
 
O deputado Ronaldo Medeiros (PT) protocolou projeto de lei na Assembleia Legislativa, esta semana, que dispõe sobre a instalação de banheiros químicos nas praias alagoanas e locais públicos, com o objetivo de preservar o meio ambiente, proporcionar o bem-estar e promover maior dignidade e conforto aos frequentadores e visitantes.  

Segundo o texto do projeto de Medeiros, fica estabelecida a obrigatoriedade de instalação de banheiros químicos nas praias e locais de eventos públicos no âmbito do Estado de Alagoas, com compartimentos individuais para homens, mulheres, crianças, além de um especialmente adaptado para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

“É inconcebível que um estado como o nosso não possua infraestrutura adequada que ofereça aos cidadãos o mínimo de condições para usufruírem o conforto da utilização de banheiros públicos em locais como praças, pontos de ônibus e outros logradouros públicos, locais onde a concentração de pessoas é grande", disse o deputado.

O petista observa que a sua intenção, com a apresentação desse projeto, é a de resolver esse problema da poluição dos locais públicos, em eventos e das águas do mar e promover a cidadania.

Caso seja aprovado o projeto de Medeiros, os banheiros químicos serão instalados em local contíguo à área destinada à realização dos eventos e, no caso das praias, serão fixados permanentemente em locais apropriados e seguros, ficando o poder público obrigado a dar a necessária manutenção para o regular funcionamento.

“Caberá ao órgão técnico competente a retirada dos equipamentos quando do término do evento e fica proibida qualquer espécie de cobrança de taxa para uso dos banheiros, sendo de uso livre a todos os participantes, frequentadores ou banhistas”.

Ainda segundo o projeto de lei, o Poder Executivo expedirá as normas de regulamentação da lei no prazo de 60 dias. O deputado Ronaldo Medeiros argumenta ainda que aguarda a sensibilidade de seus pares na aprovação do presente projeto “tão importante para a cidadania dos alagoanos e dos nossos ilustres visitantes”, ressalta.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Audiência Pública discute combate à violência em União dos Palmares


Por João Paulo Farias - Secom/UP
A violência que se abate sobre o município de União dos Palmares voltou a ser discutida na manhã desta segunda-feira, 18, numa audiência pública, promovida pela Secretaria Municipal de Juventude, que reuniu na Câmara de Veadores dezenas de pessoas, entre autoridades e sociedade civil.

O evento faz parte da Semana Juventude Viva - Discussões sobre Violência e se estenderá durante toda essa semana, com discussões sobre vários eixos da violência no Estado e município.

Segundo o secretário da Infância e Juventude, Sérgio Rogério, “a semana tem como foco a desconstrução da cultura de violência e pretende sensibilizar a população sobre a banalização da violência e a valorização da vida das crianças, adolescentes e jovens”, disse.

Sérgio fez um recorte dos índices de violência no ano de 2012 em União, que registrou 43 homicídios, desse total, 42 vítimas do sexo masculino, destes, 25 são da faixa etária de 15 a 29 anos, ou seja, jovens e os crimes foram registrados, em sua maioria, em bairros da periferia, com destaque para o Bairro Roberto Correia de Araújo, que concentrou o maior número de mortes.

Sérgio Rogério, secretário de juventude

“Temos que discutir formas de diminuir esses índices alarmantes em União dos Palmares”, ressaltou o secretário.

O juiz da Vara da Infância de União, Ygor Figueiredo, disse que não adianta discutir violência sem que haja ações na prática: “Vamos utilizar esse tempo para sair resultado útil, tivemos ano passado, duas audiências públicas para discutir a criação de uma lei que regulariza horários de funcionamento de bares e restaurantes no município, mas não saiu do papel”, observou.

O magistrado sugeriu a volta da discussão sobre a lei que regulamenta os horários de funcionamento de bares e restaurantes, como também a reativação do Conselho Municipal de Segurança.

“É preciso que o Executivo atue nessa situação, não vou mandar ofício para a Câmara, já provoquei vocês ano passado; depende do Legislativo por ou não em prática essa discussão dos horários, a gente tem que participar e denunciar as irregularidades”, encerrou o juiz.

Juiz Ygor Figueiredo

Para o presidente da Câmara, vereador Benedito José (Biu Crente) (PRB), a audiência pública é de extrema importância para a população do município. Ele disse que a discussão do Projeto de Lei que regulariza horários de funcionamento de bares e restaurantes no município, irá voltar a ser discutido na Casa.

“Esse projeto não vai ficar na gaveta, ele vai sim entrar em pauta. Parabenizo Sérgio Rogério pela iniciativa da audiência e essa Casa está à disposição da sociedade, do poder judiciário e de todos”, finalizou Biu Crente.

O comandante do 2° Batalhão de Polícia Militar de União, André Araújo, falou da estrutura da corporação que tem 206 policiais para atender seis municípios da região que soma mais de 150 mil habitantes. “Estamos fazendo a segurança na região com esse contingente, só em União temos 15 policias por dia, não é fácil a situação”, disse.

O deputado estadual Judson Cabral (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Alagoas, disse que audiências desse tipo são fundamentais para trabalhar políticas públicas de combate a esse problema.

“Vivemos num Estado que não é exemplo de combate à violência e isso se recorta do índice de educação, nós temos o pior Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e esse município precisa de um olhar especial: não é uma coisa tão simples o combate à violência, é necessário investir em educação”, disse Cabral.

PRESENÇAS

Diversas autoridades se fizeram presentes à audiência: os secretários de Cultura, Genisete Sarmento; de Meio Ambiente, Macário Rodrigues; os vereadores, Cícero Aurélio (Tita), (PMN); Antônio Rosendo (PTdoB) e Mário Soares (Nego da Serra) (PRTB), além de representantes das secretarias de Saúde, Educação, Juventude, entidades estudantis, grupos culturais, alunos de escolas públicas do município, Conselho Tutelar de União dos Palmares e Santana de Mundaú, Poder Judiciário e Policia Militar de União.








Homofobia

Mirabel Alves - advogado e secretário da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL



Do ponto de vista etimológico, a junção dos termos (HOMO=IGUAL) e (PHOBIA=MEDO) oriundos do grego, indica medo em relação às pessoas cuja identidade sexual não é heterossexual, se configurando em uma aversão em relação aos gays, lésbicas, bissexuais e a pessoas que assumem sua homoafetividade, sendo próprio do homofóbico o preconceito, a antipatia e o desprezo, o que o leva ao exercício da não tolerância, da exclusão, da agressão moral e física e, nos casos mais graves, da eliminação física do ser humano que sua identidade sexual é voltada para o mesmo sexo.

A raiz de todas as manifestações homofóbicas é o preconceito que gera rejeição de pessoas que optaram por uma relação homoafetiva, o que leva, não somente pessoas, como países a antipatizar a homossexualidade, chegando ao extremo de tornar crime o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo, a exemplo de Uganda onde o governo está estimulando o parlamento a aprovar uma lei, através da qual se pune a homossexualidade com pena de prisão perpétua e, em caso de reincidência, com pena de morte.

Muitos são os países africanos e asiáticos onde a homossexualidade é crime, enquanto que na América Latina, somente a Guiana considera crime a homossexualidade entre os homens com pena de prisão perpétua. No Brasil, o preconceito não é menor que nesses países, em relação à pessoa que assume sua homossexualidade, o que está levando a sociedade a travar um longo debate sobre o tema, lembrando que o nosso país apresenta a lastimável característica de ser aquele que tem o maior número de mortos por homofobia no mundo.

Quem de nós não conhece uma triste história de morte por homofobia? Esse é um fato do qual não podemos prescindir de discuti-lo, sob pena de omissão, já que na nossa relação parental ou de amigos sempre há pessoas homossexuais e nossa omissão, pode não somente alimentar o preconceito que resulte em chacota, agressões morais e exclusão, como as agressões que terminam em morte.

Virar as costas ao tema é se aliar (por omissão) ao agressor. Em nosso caso, o parlamento brasileiro, no exercício da democracia representativa, iniciou o debate acerca da aprovação de uma lei anti-homofobia, ao contrário de Uganda que caminha para aprovar uma lei homofóbica com previsão, inclusive, de eliminação física da pessoa homossexual.

Os posicionamentos são diversos. Alguns se manifestam radicalmente contra a aprovação dessa lei, esquecendo que o fim dela é justamente evitar que pessoas com identidade homossexual venham a ser vítimas do preconceito e, em muitos casos vítimas de homicídio em razão da aversão irreprimível que algumas pessoas tem em relação aos gays e lésbicas.

Independentemente de ser aprovada a lei que pune a homofobia, é necessário lembrar que quem exclui uma pessoa pelo fato de ela ser homossexual, quem a agride, quem a desonra e pratica contra ela a violação de qualquer dos direitos da pessoa humana, está violando gravemente um preceito constitucional esculpido no Art. 3º, inciso IV, da nossa Constituição Federal que diz: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Depreende-se que a observação da Constituição Federal é, sobretudo, o cumprimento do pacto federativo que foi escolhido por toda a nação brasileira quando da elaboração e promulgação da nossa lei maior em outubro de 1988.

Na Constituição Federal, não obstante as manobras de grupos que lá inseriram seus interesses, estão depositados os nossos anseios de nação; estão resguardados os nossos direitos fundamentais que devem ser respeitados.

Infelizmente, em nosso país, necessitamos desenvolver uma cultura já existente em alguns outros países que é o de tornar a lei, um costume do cotidiano, somente assim poderemos ter resguardados, minimamente, aquilo que escolhemos colocar na lei, por intermédio  dos nossos representantes no parlamento.

Em Alagoas, a realidade do público LGBT é preocupante, contabilizando o Estado, somente no ano 2012 o estarrecedor número de 09 homicídios praticados contra homossexuais, fruto da homofobia, levando em conta a população, Alagoas é, proporcionalmente, o Estado onde a homofobia gerou mais homicídios no ano de 2012.

No Brasil, somente no ano de 2012, foram mortas 178 pessoas por motivações homofóbicas. Alimentar a homofobia é agredir a honra, o direito de ir e vir, entre os outros direitos fundamentais da pessoa humana, é, inclusive, agredir o direito à vida. Ninguém, em nenhum espaço, quer seja público ou privado, sob qualquer argumento, tem o direito de discriminar ou agredir uma pessoa em razão de sua identidade não heterossexual. Esse é um preceito constitucional conquistado pela sociedade brasileira.

A lei anti-homofobia somente encontrou razão de existir a partir das inúmeras violações sofridas por pessoas que assumem sua homossexualidade, não à toa existiria uma reação sem uma ação, o que indica que o legislador somente legisla a partir de uma necessidade da sociedade, exemplo disso é o Estatuto do Idoso e outras leis de conteúdo cidadão que nasceram a partir das violações sofridas pelas categorias correspondentes.

O excesso de leis no Brasil não indica, necessariamente, uma evolução. Ao contrário, quanto mais se necessita de leis é porque mais intensa é a violação que vitimiza a sociedade ou parcela dela.  Todos são iguais perante a lei.

domingo, 17 de março de 2013

Um agradecimento...

Olívia de Cássia - jornalista

Um turbilhão de pensamentos e sentimentos tomam conta de mim nesse finalzinho de domingo: talvez a febre do meu corpo dolorido pela virose estejam fazendo esse efeito, de muito suor e calor, provocados pelo analgésico que tomei associado à vitamina C.

O certo é que passei um dia impaciente, sem conseguir me conectar, sem poder acessar as redes sociais, sem me concentrar e dar continuidade à minha leitura. Passei o dia assim: inquieta e pensante, alheia á realidade.

Quando a gente teve uma base sólida na família tem motivos para ter saudade. Eu tenho saudade da vida que levei, das muitas amizades que fiz e das pequenas aventuras que eu vivi na minha querida União dos Palmares.

São vivências de uma adolescente que foram puras, se comparadas à vida que os jovens levam hoje. E minha vida de agora, apesar da realização de ter uma profissão que tanto sonhei, nem se compara com os momentos marcantes que eu tive na juventude.

São pensamentos e lembranças de amigos queridos, de familiares que já se foram e que muito marcaram minha vida, de momentos inesquecíveis  de frases e acontecimentos que permearam a minha vida de tal modo, que tudo isso ficou grudadinho na minha mente; apesar do tempo passado, não me fugiu à memória.

Nas horas de fraqueza, por um momento passageiro, vem aquela vontade de reclamar, desdizer, por um infortúnio qualquer. Mas na mesma hora o arrependimento chega e dou graças a Deus pela vida que tive e tenho, por tudo o que vivi, por ainda poder me expressar, andar e poder falar dos meus sentimentos.

Eu amo a vida, gosto de festas, de felicidade e todos os acontecimentos do passado, bons e ruins, me serviram de laboratório, de experiência para a idade madura. Triste de quem não teve um amor para recordar, um passado para servir de lição e uma vida de exemplos dados pelos pais e familiares.

Eu tive a felicidade de tê-los muito presentes em meu cotidiano e posso dizer que bendigo a Deus por tudo. Não é por conta da pontinha de tristeza que trago no fundo da alma que vou me revoltar.  Já passei dessa fase adolescente da revolta, da rebeldia.

A nostalgia de agora dá vontade de chorar e por que não? Se me dá vontade de chorar, eu choro, não tenho vergonha de dizer. Hoje à tarde vi um filme ‘tolo’ na televisão e lá estava eu me debulhando em lágrimas de emoção e saudade. Sou assim, não tem jeito.

Nesses momentos aproveito para tirar algum ensinamento, alguma lição: eu só tenho que agradecer a Deus pelos anjos que de vez em quando ele coloca na minha vida para dizer que nem tudo está perdido. 

sábado, 16 de março de 2013

A grande viagem ...

Olívia de Cássia - jornalista

Todos nós sabemos que um dia ou outro vamos fazer a grande viagem, mas a gente muitas vezes não entende quando parte um grande amigo, um ente querido por quem nutrimos uma grande afeição e muitas vezes nos revoltamos sem entender os desígnios da vida.

Já perdi muitos familiares, entes queridos, amigos valiosos, talvez isso tenha feito a pessoa que sou: cheia de perdas e um tanto cética diante de algumas questões, mas com a certeza de que não sou mais que o outro; apenas uma pessoa querendo ser feliz.

Não sou especialista no assunto e não tenho a sensibilidade que eu gostaria de ter para perceber outros mundos. A gente não quer se desapegar do outro ou da vida que tem, por medo do desconhecido, medo do que estar por vir, de a gente saber que não vai mais encontrar aquela pessoa da forma como estamos acostumados a vê-la e a senti-la.

Sabemos que temos uma missão aqui na Terra, mas eu ainda não sei qual será a minha ainda. Queria ter a certeza de que a minha passagem por aqui não tenha sido em vão. Ainda tenho muito o quê aprender, o que viver e sentir.

Sinto a minha inexperiência ainda diante de algumas questões da vida, apesar da idade. Ainda me percebo tola e ingênua, sendo passada para trás em cada momento mais tolo, como se não já tivesse vivido o bastante para aprender o que vai dentro de cada ser humano, mas cada um dá o que tem.

É tão misteriosa a nossa existência que às vezes tiramos ensinamentos de onde menos esperamos. Não adianta soberba, não adianta ter orgulho, querer ser melhor que o outro; somos tão frágeis que qualquer situação que nos contrarie a vontade nos tira do sério e do nosso foco.

Hoje eu amanheci com saudade. Uma saudade incontida no peito, com aquela vontade de chorar lá no fundo da alma: saudade de mim, de amigos, dos meus pais, de situações que eu gostaria de ter vivido e não vivi,  pelo menos não nesse plano, enfim, saudade apenas, sem saber decifrar de quê.

E a vida vai seguindo nos trazendo surpresas a cada dia: umas boas e outras nem tanto assim. Às vezes pensamos como se ela fosse um conto de fadas em que tudo termina no ‘e foram felizes para sempre’.

Mas a gente sabe que a realidade é outra e quase sempre tudo muda, fugindo do nosso controle, talvez para nos fazer entender que não somos nós os donos do universo, os donos do mundo, não somos tão grandiosos assim diante de Deus.

Às vezes a vida vai nos moldando e a gente tem que perceber para que lado devemos ir: se o lado do bem, das coisas construtivas e do amadurecimento, do que temos de melhor dentro da gente, ou para o lado da destruição do outro e de nós.

Tem gente que não sabe lidar com isso e confesso que não é fácil. Existe uma linha muito fina, quase imperceptível, entre o saber decidir o que temos que fazer e de que forma esse saber fazer é o melhor. Acho que é isso. Bom sábado e fiquem com Deus. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Os versos...


Olívia de Cássia Correia de Cerqueira

Versos são pedaços da gente.
São palavras que saem do coração,
Às vezes entristecidos, doloridos,
Podem ser palavras despedaçadas,
São versos apenas e não têm tradução.
Versos que falam de amor, da dor...
Versos de passagem ou de lembranças
São versos e nada mais...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Poeta palmarino Emanuel Lopes Ferreira Galvão é o mais novo membro da Academia Alagoana de Letras



Autor do Livro de poesia, Flor Atrevida, lançado na Bienal do Livro de 2007, o professor, artista visual, consultor em arte-educação, articulista e poeta Emanuel Galvão, apresenta ao cenário alagoano seus poemas inundados de cotidiano e beleza. Ousado como suas poesias, Emanuel nada contra a corrente de que livros de poesias não são bem aceitos pelo público, ou tem público restrito e lança seu livro/sonho, acalentado e escrito ao longo de 26 anos. 

Diante de tanta ousadia, como explicar a arte de Emanuel Lopes Ferreira Galvão? Emanuel Poeta, como é conhecido, nascido e criando em União dos Palmares, cria suas poesias, mergulhado nos universos a que se propõe tratar. Quando o universo é feminino, toda paixão vem à tona em uma torrente de sensualidade e sensibilidade. Exemplo disso é o poema Metáforas, onde o poeta nos toca de fato com as palavras. 

Uma das características mais marcantes de Emanuel é a captação da realidade reinventada, onde assume o papel do sedutor e do seduzido, ora amante, ora amado. Mas nem só de romance vive os poemas de Emanuel, em Dos excluídos e Sertão, os elementos de uma dura realidade são expostos assumindo o papel da luta contra as desigualdades sociais, mas com a graça e a leveza do poema ritmado e bem escrito. 

Em 2011 Emanuel Poeta é convidado para fazer parte de um seleto grupo denominado Movimento da Palavra. A partir daí, sua produção cresce e tem visibilidade entre os intelectuais da capital, o que acarretou na indicação, para a Academia Maceioense de Letras. 

Agora, Galvão, filho de um simples agricultor e uma professora primaria, que até a adolescência tinha dificuldades em português, galga mais um degrau em sua trajetória. É imortalizado, sendo eleito para a Academia Maceioense de letras, esse Palmarino toma posse definitiva de sua cadeira em 13 de março de 2013.

A academia Maceioense de Letras é a casa dos poetas a 58 anos, tendo como seu atual presidente um dos seus fundadores, o poeta Jucá Santos. 

Às portas de mais uma Bienal Internacional do Livro, Emanuel se prepara para lançar sua mais nova obra... Mas, esse é um outro capítulo!

Por  Adriana Moraes

Entre em contato com o poeta pelos fones (82) 8846-9530/9653-4849 
Conheça o blog do poeta... POESIA GALVANEANA & Outras Palavras,  AQUI

segunda-feira, 11 de março de 2013

Os desafios da família irão nortear seminário espírita


Março é o mês em que a equipe da Jornada da Mulher Espírita realiza o Seminário Espiritismo e Transformação Social, que já está na sua quinta edição. Este ano o tema principal do evento será "A geração nova e o progresso da humanidade", e irá acontecer nos dias 22 e 23, no auditório do Tribunal de Contas de Alagoas.

Com assuntos sempre voltados para a melhoria da dinâmica familiar e o desenvolvimento moral do ser, os oradores dessa edição serão o psicólogo paraibano Rossandro Klingey e os expositores alagoanos Wictor Rodrigues e Fernando Caldas, que fará a abertura do evento com o tema "A educação - urgente sustentáculo para as novas gerações".

O Evangelho como caminho para a superação dos desafios íntimos, assim como a violência dentro do lar e a ingratidão dos filhos, é um dos subtemas que serão desenvolvidos no encontro, que começa às 20h da sexta-feira (22). 

Para a coordenadora do evento, Conceição Farias, além de divulgar a Doutrina Espírita - como filosofia transformadora para a humanidade -, o seminário tem como finalidade angariar fundos para a realização da XXIX Jornada da Mulher Espírita de Alagoas, que, há quase trinta anos, acontece anualmente no mês de setembro.

Maiores informações com a organizadora Conceição Farias pelos telefones 9321-2081 e 8821-1225.

sexta-feira, 8 de março de 2013

União dos Palmares está de luto!

(Foto de José Marcelo)
Desfile do bloco as Frangas da Madrugada-2009


Olívia de Cássia – jornalista

Eu não poderia deixar de prestar minha última homenagem a Silvio Sarmento, um grande amigo que ganhei há poucos anos. Não pude sustentar minhas lágrimas de dor e saudade, quando nesta quinta-feira, 7, logo cedo, recebi uma ligação no meu celular, de Kelly,  me avisando que ele tinha nos deixado.

A sensação que eu senti foi a da grande perda que me acompanha ao longo dos meus anos de vida. Foi como se alguém da minha família tivesse partido,  um bom  irmão. Mais uma vez estou órfã, posso dizer assim, porque Silvio Sarmento era um grande amigo, um incentivador do meu trabalho e amava União dos Palmares feito eu. 

Tínhamos uma cumplicidade nisso, nos nossos sonhos de mudar o mundo. Toda semana Silvio lia meus escritos na sua Rádio Zumbi, já alguns anos, e ele sempre me dizia: “Lili (como ele carinhosamente me chamava) você precisa se valorizar mais, você escreve lindamente e eu tenho prazer em fazer você chorar quando me ouve lendo seus textos”.

E era sempre assim. Com frequência ele me mandava os áudios dos meus escritos, que ele lia no seu ‘Pense Nisso’ ou ‘Mensagem ao Entardecer’. E mesmo eu não o visitando com frequência, a gente sempre ‘trocava figurinha’, fosse por telefone, e-mails e agora pelo Facebook.

No dia da eleição eu fui visitá-lo na Rádio Zumbi e ele aproveitou para me entrevistar. Eu sempre relutava quando ele me convidava para entrevistas, porque tinha pavor do microfone e ele ria muito quando eu dizia isso.  Ficamos quase duas horas conversando: sobre política, sobre União e sobre os meus textos e minhas poesias. 

Ele tinha um projeto de fazer na rádio um momento de poesia e me falou a respeito. Dessa forma me pediu que encaminhasse minhas poesias para ele e eu mandei o arquivo do livro inteiro. Dando boas gargalhadas ele me disse que colocou o arquivo para imprimir porque pensava que fossem algumas páginas e foi dormir. 

"No outro dia Lili, amanheceu um monte de papel espalhado no chão; eu não pensava que você fosse me mandar todas as poesias".

Há pouco tempo eu postei uns textos do meu livro de memórias e num deles ele me respondeu: “Precisamos conversar sobre isso, sobre algumas coisas que você escreveu; quero lhe fazer umas perguntas, quando vier por aqui”. Mas as perguntas de Silvio foram embora com ele, nesta quinta-feira e a vida ficou mais triste. 

Infelizmente, não poderei mais responder aos questionamentos do meu amigo, porque ele se foi e partiu de repente, nos deixando uma grande saudade, uma dor imensa e um vazio que vai demorar a ser preenchido, se é que vai ser algum dia.

Tinha muita gente no sepultamento e como disse seu filho Paulinho, agora há pouco num post seu no Face,  ‘parecia uma procissão’, de tanta que era a quantidade de pessoas que foram prestar a última homenagem a Silvio.

Todas as qualidades dele já foram ditas durante o cortejo, nas homenagens que foram feitas,  ressaltado a realização de seu sonho com a criação da Rádio Zumbi, que não pode agora se calar. É preciso que se dê um andamento aos projetos de Silvio para que onde ele estiver se sinta feliz. 

E agora vocês me dão licença que eu vou chorar a minha dor, saudosa do meu amigo. Vou lembrar de todos os elogios generosos que ele me fazia, com seu carinho e sensibilidade. Vai em paz, meu amigo. Que papai do céu te receba com os anjos tocando trombetas, tocando frevos e ressaltando a tua alegria e irreverência. Fica com Deus.

terça-feira, 5 de março de 2013

Medeiros diz na ALE que já existe comissão para fiscalizar Brasil Mais Seguro


Com assessoria e agências

Durante a sessão desta terça-feira, 5, na ALE, em aparte ao deputado João Henrique Caldas (JHC), que fez um discurso propondo a criação de uma CPI para acompanhar as estatísticas da violência no Estado, o deputado Ronaldo Medeiros (PT), lembrou que, desde o ano passado, já existe uma comissão especial - presidida por ele - para acompanhar os números do Programa Brasil Mais Seguro.

Medeiros disse achar que  a proposta de criação de outra comissão não é necessária. “Haveria duplicidade de ação”, afirmou o petista, destacando que a ALE nunca silenciou em relação ao tema violência, sendo palco de vários debates sobre segurança pública.

Ele disse em plenário que louva a preocupação do também deputado João Henrique Caldas em propor a criação de uma CPI da violência, mas informou que desde o ano passado foi formada uma Comissão Especial na Assembleia Legislativa para acompanhar e fiscalizar o plano Brasil Mais Seguro, e que esta já obteve diversas informações e números oficiais.

“Na semana passada fizemos uma reunião para traçar o plano de trabalho para o semestre inteiro, já estamos desenvolvendo o trabalho de fiscalização e estamos contestando aquilo que não está correto”, observou o deputado.

Medeiros observou ainda que a comissão está empenhada em desenvolver um trabalho sério, “representado os alagoanos que não aguentam mais conviver com tanta violência. Além disso, também contestamos os números da criminalidade expostos pelo governo e buscamos as devidas respostas, cobramos também maior participação do governo alagoano”, observou o petista.

O parlamentar, que preside a Comissão Especial, afirmou ainda ter ciência de que o plano Brasil Mais Seguro não funciona em Alagoas da maneira como está.

“Isso porque ainda não se sabe quais as ações estão sendo implantadas para mudar os números alarmantes da violência no Estado e o que me chama mais a atenção é que não há uma ação preventiva, o governo tem que promover educação, saúde e assistência social, combater a criminalidade não é só colocar policial na rua”, argumentou Medeiros.

O deputado afirmou ainda que é preciso incluir no plano a participação direta das Secretarias da Mulher, da Juventude, Emprego, Assistência Social, para que o “problema” da violência seja visto de todas as áreas.

Retomando a palavra, o deputado JHC defendeu que as diferenças existentes entre uma CPI e uma comissão de acompanhamento: “A dinâmica é outra, na CPI as respostas são mais céleres. Não vou desistir. Posso até mudar o objeto da CPI, pode ser o Brasil Mais Seguro ou um Fim de semana onde se mata 15, 16 pessoas”.

Também em aparte, o deputado Temóteo Correia se posicionou favorável à instalação da CPI.

Sem definição...


Olívia de Cássia – jornalista

Tem horas que é preferível a gente calar diante de certas situações que se fazem presentes no nosso cotidiano. Mas chega aquele instante em que a gente explode e não suporta mais aquele aperto no peito.

Nessas horas não conseguimos evitar aquela tristeza profunda e não há como deter as lágrimas que jorram por dentro e por fora, como se fossem uma tempestade a nos arrastar do nosso equilíbrio, no meu caso já um tanto quanto imperfeito.

E me pergunto nessas horas: como definir esse sentimento de saudade e solidão se não sei exatamente se é saudade de quê, ou solidão diante de uma multidão? Eu sei que têm pessoas me olhando de fora, me achando um pouco louca, mas quem é normal hoje em dia?

Não sei o motivo específico, a razão de tudo isso, a não ser definir como o somatório  de todos os acontecimentos de antes e de agora que vão se acumulando dentro da gente e que quando chegam num ponto, o nosso interior não suporta mais e se rebela.

É quando se dá aquele rompimento de alguma coisa nas nossas entranhas, uma ‘hecatombe nuclear’ que nos arrasta até a gente arrebentar de vez, para ressurgir das cinzas,  tal qual a fênix, aquele pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, renascia das cinzas.

É assim que às vezes eu me sinto. O certo é que a sociedade moderna tem afastando as pessoas do convívio familiar, aquele contato direto e a gente vai se afastando dos outros, aos poucos, sem explicação.

Os pais e os filhos hoje em dia quase que não se reúnem mais em torno de uma grande mesa para conversar, trocar informações e experiências como se fazia no passado. Eu tenho saudade disso, vivi muito isso lá em casa, quando éramos crianças e adolescentes.

Gosto de conversar, de fazer amizades, de falar da vida, de contar minhas histórias, que às vezes podem parecer coisa de louca, de ouvir as histórias de vida dos outros, apesar de também gostar da minha solidão interior para que eu possa refletir sobre o mundo e escrever sobre ele, sem ser interrompida.

Às vezes é como se eu estivesse atravessando um deserto, vivendo dos meus próprios rascunhos. Tento combinar a impetuosidade da juventude com a experiência de agora. Encanto-me com o frescor da juventude que já não tenho mais e dela procuro tirar ensinamentos.

Muitas das vezes uma música me transporta para outros tempos, outras ‘galáxias’ do nosso pensamento distante. A música e a leitura têm esse poder de fazer com que a gente faça grandes viagens no tempo.

 Às vezes em uma leitura de um autor estrangeiro me identifico com uma cena ou com um diálogo que tenho a certeza que já escutei ou vivi, aquela sensação de déjà vi, aquela expressão francesa que significa ‘já vi esse filme antes’.

E nessas horas eu me ponho a pensar nas coincidências da vida e nas voltas que o mundo vai dando. Eu não tenho definição para isso: o que será?

Prêmio Octávio Brandão será lançado dia 27

Edição dos dez anos promete ser histórica

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-AL), o Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal) e a Braskem já definiram o calendário do Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo 2013. O concurso, pioneiro na área de meio ambiente e sustentabilidade, completará dez anos em junho, prometendo inovações que vão tornar a edição histórica.

O lançamento será no dia 27, a partir das 8 horas, no Cinturão Verde da Braskem. As novidades serão apresentadas durante um café da manhã para a imprensa, do qual participarão também ambientalistas, dirigentes de órgãos públicos e empresários da comunicação.

Os organizadores estimam que mais de 100 jornalistas concorrerão na edição dos dez anos. Esse índice já foi superado em 2012, quando a participação cresceu 50%. O número de trabalhos inscritos também bateu recorde no ano passado, chegando a um acréscimo de 80%.

“A pauta ambiental em Alagoas cresceu muito nos últimos anos, fruto da agenda nacional e internacional e também do Prêmio Octávio Brandão. Meio ambiente passou a ser cobertura do cotidiano, com muitos profissionais estimulados para o tema”, destaca Valdice Gomes, presidente do Sindicato dos Jornalistas. Para o coordenador do Núcleo de Ecojornalistas de Alagoas (NEJ-AL), Carlos Roberto Pereira, além de mais espaço nos veículos de comunicação, a cobertura ambiental vem ganhando em qualidade.

Paralelo ao lançamento da décima edição, serão abertas no dia 27 as inscrições para os jornalistas. Cada profissional poderá concorrer com até quatro trabalhos, nas categorias Jornalismo Impresso-Texto, Jornalismo Impresso-Imagem, Telejornalismo, Reportagem Cinematográfica e Webjornalismo. Fica mantida ainda a categoria Estudante, que contempla os alunos de jornalismo com trabalhos publicados nos veículos laboratórios das faculdades.

Outras informações sobre o Prêmio, incluindo o regulamento, serão repassadas durante o  lançamento da décima edição. Os organizadores distribuirão um folder com os presentes e, posteriormente, farão visitas às redações.

O Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental 2013 será entregue aos vencedores no dia 8 de junho, durante solenidade festiva em uma casa de eventos de Maceió. Os ganhadores vão receber R$ 37 mil, além de troféus, que serão divididos entre o 1º, o 2º e o 3º colocado de cada categoria.

Fonte: Sindjornal e NEJ-AL

Vai melhorar

Olívia de Cássia Cerqueira   Todos os dias, procuro repetir esse mantra. “Vai melhorar, tem que ter fé”. Sei que pode ser clichê para mu...