sexta-feira, 29 de março de 2013

Indignação e revolta

Olívia de Cássia - jornalista

Não dá para a gente descrever a sensação que tem de um caso de violência estúpida como esse acontecido com nossa amiga Cleria Lilian Vilas Boas, a nossa Kelly. Além da barbaridade cometida contra ela, a falta de estrutura do Instituto Médico Legal  Estácio de Lima nos apavora. Uma verdadeira casa dos horrores.

Nos causa indignação todo aquele quadro vivido durante todo o dia de hoje no local. Ficamos durante toda a manhã, tarde e parte da noite e não conseguimos a liberação do corpo da nossa amiga para que tivesse um sepultamento digno.

Dezesseis corpos jazem não em pedras frias, como se diria na linguagem policialesca, mas no chão, feito lixo para o descarte. Resolvemos entrar para ver pela última vez a nossa amiga, mas o quadro que vimos era daqueles filmes de terror dos mais apavorantes que se possa imaginar.

Está lá um corpo todo deformado pelo tempo em que aconteceu a  morte, descoberto do busto para cima e o resto eu não vou descrever aqui por questão de ética minha, mas podem acreditar: deu uma revolta danada.

Governador Téo Vilela, eu votei no senhor, não deixe aumentar a nossa revolta e procure resolver essa situação, são seres humanos e foram vidas ceifadas brutalmente. É preciso uma reação maior, é necessário que alguma coisa seja feita, por favor.

Nos acercamos do que pudemos hoje, que foi usar o celular e ligar para todos os nossos conhecimentos e contatos e pedir socorro. Os telefones do diretor do IML e do secretário de Defesa Social  foram tentados pelos deputados Ronaldo Medeiros e Paulão, mas estavam todos desligados.

O que nos restou foi ligar para a imprensa e todos os outros contatos e demostrar a nossa indignação diante daquele caos. Kelly foi brutalmente assassinada na quinta-feira e até essa data seu corpo não foi sepultado para o devido descanso.

Exigimos das autoridades, além de responsabilidade na condução das políticas públicas para a segurança e as demais e um pouco mais de humanidade e  respeito com as famílias daqueles corpos que se decompõem com o passar das horas.

Nossa amiga foi embora, nos deixou órfãos e carentes e eu muito mais porque perdi uma grande amiga, uma cuidadora e uma quase irmã. O que nos resta é a indignação, o choro e a saudade.

Um comentário:

DASLAN MELO LIMA disse...

Dói na alma um caso assim.

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