Todos nós sabemos que um dia ou outro vamos fazer a grande
viagem, mas a gente muitas vezes não entende quando parte um grande amigo, um
ente querido por quem nutrimos uma grande afeição e muitas vezes nos revoltamos
sem entender os desígnios da vida.
Já perdi muitos familiares, entes queridos, amigos valiosos,
talvez isso tenha feito a pessoa que sou: cheia de perdas e um tanto cética
diante de algumas questões, mas com a certeza de que não sou mais que o outro;
apenas uma pessoa querendo ser feliz.
Não sou especialista no assunto e não tenho a sensibilidade
que eu gostaria de ter para perceber outros mundos. A gente não quer se
desapegar do outro ou da vida que tem, por medo do desconhecido, medo do que estar
por vir, de a gente saber que não vai mais encontrar aquela pessoa da forma
como estamos acostumados a vê-la e a senti-la.
Sabemos que temos uma missão aqui na Terra, mas eu ainda não
sei qual será a minha ainda. Queria ter a certeza de que a minha passagem por
aqui não tenha sido em vão. Ainda tenho muito o quê aprender, o que viver e
sentir.
Sinto a minha inexperiência ainda diante de algumas questões
da vida, apesar da idade. Ainda me percebo tola e ingênua, sendo passada para
trás em cada momento mais tolo, como se não já tivesse vivido o bastante para
aprender o que vai dentro de cada ser humano, mas cada um dá o que tem.
É tão misteriosa a nossa existência que às vezes tiramos
ensinamentos de onde menos esperamos. Não adianta soberba, não adianta ter
orgulho, querer ser melhor que o outro; somos tão frágeis que qualquer situação
que nos contrarie a vontade nos tira do sério e do nosso foco.
Hoje eu amanheci com
saudade. Uma saudade incontida no peito, com aquela vontade de chorar lá no
fundo da alma: saudade de mim, de amigos, dos meus pais, de situações que eu
gostaria de ter vivido e não vivi, pelo
menos não nesse plano, enfim, saudade apenas, sem saber decifrar de quê.
E a vida vai seguindo nos trazendo surpresas a cada dia:
umas boas e outras nem tanto assim. Às vezes pensamos como se ela fosse um
conto de fadas em que tudo termina no ‘e foram felizes para sempre’.
Mas a gente sabe que a realidade é outra e quase sempre tudo
muda, fugindo do nosso controle, talvez para nos fazer entender que não somos
nós os donos do universo, os donos do mundo, não somos tão grandiosos assim
diante de Deus.
Às vezes a vida vai
nos moldando e a gente tem que perceber para que lado devemos ir: se o lado do
bem, das coisas construtivas e do amadurecimento, do que temos de melhor dentro da gente, ou para o lado da destruição do outro e de nós.
Tem gente que não sabe lidar com isso e confesso que não é
fácil. Existe uma linha muito fina, quase imperceptível, entre o saber decidir o que temos que fazer
e de que forma esse saber fazer é o melhor. Acho que é isso. Bom sábado e fiquem com Deus.
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