Olívia de Cássia - jornalista
A juventude me faz falta no que ela tem de mais bonito e
mais puro: essa constatação eu tenho todo dia, quando me vejo limitada em meu
corpo, naquilo que vejo no espelho e no que eu gostaria ainda de viver por
inteiro.
É como se eu sentisse falta do que eu não vivi
emocionalmente naquela época ou tivesse a necessidade de fazer um reparo no que foi
vivido e não assimilado em sua essência, se é que alguém me entende, pois nem
eu consigo mensurar isso.
Ponho-me reflexiva e penso que um dia a gente conhece alguém,
se envolve e imagina que já é letrado no caráter daquela pessoa. Mas às vezes –
e na maioria delas - a gente se engana por inteiro e não sabe de nada em seu
íntimo: sempre acabamos nos surpreendendo.
Cada dia eu me convenço mais disso. O ser humano é confuso
às vezes ou a gente é quem procura complicar os relacionamentos. Aprendi,
teoricamente, que não devemos esperar muito do outro, da mesma forma que não
devemos gerar expectativas sobre nós para ninguém.
Mas quando a gente se envolve com a outra pessoa é muito
difícil aplicar todas as teorias num relacionamento. Eu sou o ser menos indicado
para falar nisso e disso. Além de não ter muita experiência nessa seara, pois as
poucas que eu tive foram desastrosas e insensatas.
Eu me atrapalho e não tenho domínio sobre mim, não sei agir
racionalmente e acabo me envolvendo por inteira em determinada situação. Minha
alma frágil e carente de afeto se envolve por inteira; dedico-me completamente
à emoção; eu não sei ser pela metade, embora o meu trabalho sempre esteja em
primeiro lugar.
Como diria o filósofo, ‘são razões que a própria razão não
entende ou desconhece’. Não sei racionalizar isso em mim e é tudo muito confuso
ainda, mas eu não tenho que tentar entender mais isso, já que eu coloquei um
ponto final às minhas emoções pessoais nesse sentido, mas de repente me deu
vontade de escrever a respeito do tema.
Vez ou outra me pego agindo feito adolescente, tendo aquelas
expectativas da juventude, pensamentos soltos, talvez pela minha própria
inexperiência ‘no ramo’. E é por isso que sofro quando o mundo desaba e vem aquela
decepção inevitável, total e leva um tempo danado para que eu me refaça dos
traumas interiores.
Nessas horas eu me sinto impotente e vulnerável e me vejo em
perigo, até que a voz da razão me sacode e me diz para eu reagir e fazer valer
meus instintos de mulher resistente, madura e repensar minhas escolhas. Mas a
juventude faz falta....
Um comentário:
Minha querida e doce amiga... Seus textos me encantam e me tocam em alma e coração. Esse particularmente me identifiquei pro inteira, em cada palavra e seu sentido... Nos presentei diariamente com suas belas palavras e pensamentos. Bjo com carinho da amiga e admiradora do seu trabalho e sua essência. Mel
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