Olívia de Cássia – jornalista
O segundo turno das eleições presidenciais desse ano a gente
sabia que não ia ser fácil para a presidente Dilma e que os adversários iam
usar suas armas para tentar desconstruí-la. Eu continuo com minha postura de
antes e já declarei meu apoio à presidente: voto Dilma 13, porque acredito que
é a melhor proposta apresentada para o Brasil.
Declarar apoio à presidente não quer dizer que não tenha
havido erros nos governos do PT, mas ninguém é perfeito e os erros são feitos
para ser reparados.
Daqui para o dia 26 de outubro, quando acontece o segundo
turno das eleições, muita história mal contada vai aparecer na mídia, que já
declarou seu lado desde o primeiro turno e tem feito de tudo, principalmente
as Organizações Globo, para tentar ruir o projeto de Dilma.
Política é um jogo e às vezes muito sujo; é a arte do
conchavo e muitas vezes não tem regras: torna-se uma guerra de factoides. Eu sempre tive lado e nunca escondi de ninguém
e por conta do meu modo de pensar já vivi situações inusitadas. Isso não significa que eu tenha renunciado à minha maneira
de pensar e de ser, apesar de a maturidade ter me dado mais discernimento da
vida.
Tenho sido crítica quando precisa,
não aceito tudo de venda nos olhos, como muitos dizem e, diferente de muita
gente acostumada a mudar de rumo ao sabor das conveniências, por trás de
possíveis cargos que por acaso possa ocupar em um ou outro lugar, sempre tive
uma postura política e todos o sabem.
Li a carta do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) explicando o
motivo de seu apoio à reeleição da presidente Dilma Roussef (PT), dizendo que
apesar das críticas que tem ao PT, a candidatura de Dilma é o que se apresenta
de menos ofensivo para a sociedade.
“O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de
muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos. Sempre preferi as
pontes ou as portas e janelas abertas, reais ou imaginárias”, ressaltou.
O deputado disse ainda que o certo é avaliar com discernimento
e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que se espera da vida. Segundo
Jean Wyllys, o correto é tomar posição: posicionar-se mesmo que a posição
tomada não seja a ideal, mas a mais próxima disso. “Jamais lavar as mãos como
Pilatos”, explicou.
Também li um texto sobre muros para me inspirar e escrever agora.
Na idade média, as cidades muradas eram constituídas para proteger suas
comunidades do invasor, da barbárie. Os muros de nossa história contemporânea
tentam impedir os avanços para as classes menos favorecidas.
“Por trás de uma função comum, que é tentar impedir, de modo
absoluto, a transposição, pela população, da fronteira entre duas unidades
políticas distintas”, os muros sociais diferenciam-se do seu congênere mais
famoso de nosso passado recente, o muro de Berlim, também conhecido como o muro
da vergonha.
Temos que ter um lado na vida, ter opinião formada, mesmo que
às vezes a gente mude de lado. Eu escolhi estar do lado daqueles que têm um
pensamento que se aproxima do meu, embora que em alguns momentos eu discorde
de algumas falas e atitudes.
Nesse momento importante do país eu não posso estar do lado
de um projeto que quase levou o país à derrocada. Um tempo de arrocho salarial
e de desvalorização dos trabalhadores. A história dirá, num futuro próximo de
que lado está a verdade ou o lado menos ruim para o país, mas as amizades não
podem ficar comprometidas por conta de campanha eleitoral e política.
É preciso observar e conhecer as ideias que estão colocadas
agora. É o futuro do Brasil que está em jogo, não podemos deixar que os avanços
proporcionados ao país durante esses doze anos sejam colocados em risco. E que
cada um tenha o discernimento de saber o que é melhor para si e para o país.
Boa noite!
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