quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Eu quero falar...

Olívia de Cássia - jornalista

Hoje eu quero falar de poesia, de suavidade e de encantamento: daquela melodia harmônica que cresce dentro da gente, quando há paz e consciência tranquila em nosso coração. Estou farta de tanta agressividade, de pessoas que se acham absolutas e donas da verdade, como se ela fosse uma via de uma única mão; para mim cada um tem a sua. 

É tempo de a gente saber discernir o que será melhor para nós e para o país, mas sem esquecer a ternura, como disse Guevara. A campanha eleitoral deste ano está partindo para um lado perigoso, de incitamento ao ódio e à intolerância e é preciso acabar com isso.

São dois projetos em jogo, isso já ficou claro; projetos políticos diferentes e que cabe a cada um de nós escolher o que avaliamos como melhor para o país. 

A intolerância e ódio à militância do Partido dos Trabalhadores está cegando muita gente. Em Niterói (RJ), militantes do PT estavam em uma esquina e foram "expulsos" por um idoso que se disse ´dono da esquina´ e disse que não permitia que ‘petralhas’ se manifestassem no local.

Segundo informações que circularam nas redes sociais, começou uma discussão e surgem dois homens, um se dizendo filho do idoso e partiram para a agressão física e verbal aos petistas. Precisamos avivar a memória desses intolerantes que vivemos em uma democracia, mesmo sendo ela torta e que nesse regime todos têm direito a voz.

Estamos vivendo uma guerra e o país está dividido por conta da disputa eleitoral. Não quero esquecer meus sonhos e ideais e precisamos exigir respeito pelas nossas escolhas, mas tem gente que não capta isso.  Avalio que o respeito pela opinião diferente do seu semelhante deve ser imperativo, acima de tudo. 

Desde o começo da campanha tenho sido agredida nas redes sociais com insinuações diversas, por pessoas que nem me conhecem, que estão no meu Facebook nem sei por que motivo,  mas eu não caí na esparrela de baixar o nível com palavras de baixo calão e ofensas pessoais; isso não é civilidade e nem elegante.

Devemos ter mais tolerância com aqueles que não entendem as nossas escolhas, não rezam na nossa cartilha, mas que mesmo assim nos respeitam e permanecem perto da gente, mas tem pessoas que não acompanham e não têm compreensão disso e perdem as estribeiras, motivado pela paixão política e sem noção.

Precisamos torcer muito mais pelo nosso país, não abrir mão dos nossos princípios, aqueles que muitas vezes são barganhados e esquecidos, mas também saber que cada um tem o direito de pensar diferente da gente.

Hoje eu quero falar da lealdade, aquela que a gente encontra onde menos espera, do amor incondicional que a gente não acredita que possa existir num ser que não é da nossa espécie, mas que tem um entendimento muitas vezes maior do que o dos seres humanos. 

Quero falar daquela simplicidade de afirmação que existe onde não há interesses escusos. Tem amigos que sabem sê-lo e compreender que existe muito mais dentro de cada um de nós. Chove lá fora e o tempo mais ameno vem me dizer que é preciso acalmar os ânimos; sossegar aquela fúria interna, sem abdicar daquilo que acreditamos. 

Vamos continuar lutando por um ideal de paz, por um país melhor, mais justo, menos desigual e com mais oportunidades de escolhas.Quero falar que precisamos compreender mais o outro e diminuir as nossas diferenças e dizer que independente de qualquer opinião contrária, continuarei acreditando naquilo que sempre persisti.

Às vezes me falta paciência com determinados pensamentos que considero um tanto quanto ortodoxos e retrógrados, mas ninguém é perfeito. A gente tem que ter calma em certas horas, mas nesse calor das discussões, percebo que fica difícil em algumas horas a gente se conter e ser sereno, deixar passar os insultos e agressões rasteiras. 

Que saibamos escolher o melhor ou o menos ruim e que não deixemos que nossos impulsos nos tornem embrutecidos e pobres de espírito. Boa noite!

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