Em União dos Palmares, desde a segunda-feira, 12, estão
havendo várias atividades para celebrar o Mês da Consciência Negra e Zumbi. A Fundação
Cultural Palmares, a Secretaria de Cultura do município, a ONG Tambores da
Liberdade, o Coletivo A Fábrica elaboraram programações diferenciadas que vão
da dança, recitação de poesias, Sarau Negracor, apresentação de teatro,
exposições e mostra fotográfica.
Também foi organizada a Cavalgada da Liberdade, pelo
ministro dos Esportes, o viçosense Aldo Rebelo, para celebrar a data, quando
todo o País homenageia o herói negro Zumbi dos Palmares, um baluarte que lutou
contra a intolerância religiosa, o preconceito racial e pela liberdade do seu
povo.
O legado de Zumbi e a história do Quilombo dos Palmares são
itens para ser reverenciado durante o ano todo. Zumbi formou um exército de
mais de 30 mil homens, na Serra da Barriga, que comandou com pulso e
determinação. Em 20 de novembro 1695
teria sido morto pelas tropas de Domingo Jorge Velho, data que tornou-se
símbolo para o povo negro.
A Serra da Barriga, local onde se instalou o maior quilombo
das Américas, é um lugar sagrado, onde bancos, negros e índios se refugiaram para
lutar contra a escravidão e contra a falta de liberdade. Quando a gente chega ao
platô da Serra, sente uma energia e uma paz que só podem transcender dos que ali viveram e ainda vivem
por lá.
Há ainda hoje muita polêmica a respeito da história de liberdade
de Zumbi, mas vamos nos ater ao que ele representa para todos aqueles que lutam
por uma sociedade melhor, mais igualitária e mais justa e sem preconceitos de
raça ou de cor.
O Brasil foi o último país independente do continente
americano a abolir completamente a escravatura. A sociedade brasileira não
aceitava o término da escravidão, porque a estrutura política e econômica do
Brasil dependia dos escravos.
O café estava se tornando a grande riqueza do país e a
lavoura dependia da mão-de-obra escrava. Mesmo depois de oficialmente ter sido
extinta a escravidão no País, demorou muito para que os escravos, homens e
mulheres, negros e brancos, fossem considerados livres.
Ainda hoje há na nossa sociedade resquícios de escravidão,
coronelismo e opressão. Infelizmente, no Brasil e em nosso Estado, vivemos numa
sociedade racista, cujo preconceito é velado e camuflado, por trás de atitudes às
vezes bem sutis.
O Brasil é um país mestiço, temos nossas raízes africanas e
isso é o que nos faz diferentes de outros povos. Somos um povo bonito por causa
da nossa cor, da nossa mistura de raças. Nosso país proclama ser uma democracia
racial, mas no que diz respeito às oportunidades, há uma lacuna a ser
preenchida.
Ainda há muito o quê se fazer para que se dê fim às
desigualdades sociais e à intolerância, seja ela de que modalidade for. Vivemos
numa sociedade onde a discriminação por causa da cor ou da religião ainda é uma
realidade e isso precisa acabar.
Precisamos de uma
sociedade livre, onde homens e mulheres, sem discriminação de raça ou de cor,
tenham as mesmas oportunidades e os mesmos direitos. Salve Zumbi!
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