Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Imprensa Maria
Mariá, de União dos Palmares, que vai premiar: rádios, sites e blogs e meios de
comunicação da Terra da Liberdade. O evento foi idealizado por Clezivaldo
Mizael e objetiva premiar a imprensa natural da cidade.
Esta é a segunda edição do prêmio, que é estritamente local,
mas segundo Clezivaldo Mizael, ganhou ares de grande premiação regional. A entrega
da premiação será em dezembro em data e local a serem anunciados em breve pela
organização.
“O Troféu Imprensa Maria Mariá, é o reconhecimento do
trabalho daqueles que exercem com dedicação e qualidade o papel de um comunicador,
seja por meio das ondas do rádio, das páginas impressas ou por meio da
internet, os que buscam a verdade e com respeito apresentam a realidade de um
povo, sua origem, sua história e seu presente, será recompensado pelo público com
este prêmio”, explica Mizael.
Com a presença de diversas autoridades políticas,
comerciais, e do jornalismo palmarino e das cidades vizinhas, a primeira edição
do evento aconteceu na AABB de União, em
setembro do ano passado, e foi transmitida ao vivo pela TV Oxente, via
internet.
Os veículos de comunicação inscritos foram os mais diversos,
desde blogs e sites, até programas de rádio e jornais. Estes foram encaixados
em suas respectivas categorias e passaram por duas fases paralelas de votação,
a do voto popular e a análise de jurados especializados em comunicação em
diversos segmentos.
MARIA MARIÁ
Maria Mariá nasceu
com o gosto pela leitura, pela escrita e pela história popular de seu povo e de
sua cidade. Solitária depois da morte da mãe, isolou-se em uma casa de dois andares,
numa das principais ruas de União dos Palmares, para cultivar um passatempo que
virou um acervo do patrimônio cultural do município.
Do quarto de cima, enquanto escrevia, lia e catalogava
objetos, Mariá deliciava-se com a vista para a Serra da Barriga. Nos fins de
tarde, costuma jogar gamão, cartas e dominós com alguém não menos
controvertido. O próprio "diabo".
É o sobrinho Sílvio quem conta. "Achamos, entre seus
pertences, os papéis onde mostravam os jogos, com o nome dela e o de alguém que
ela identificava como diabo", lembra. "Minha tia era diferente,
honesta, inteligente e extremamente sozinha na sua busca pelo aperfeiçoamento
cultural", acrescenta.
Apesar de extravasar seu repúdio às convenções sociais,
Mariá decidiu, até por insistência dos políticos locais na época, entrar na
política em 72. Candidatou-se a uma cadeira na Câmara Municipal de Vereadores e
foi derrotada.
Mas no palanque eleitoral, pôde exercitar seu direito de
cidadã política e regozijou-se com o fato de uma mulher palmarina estar
defendendo publicamente projetos políticos partidários. Com a desaprovação nas
urnas, afastou-se definitivamente da disputa eleitoral e entregou-se de novo à
cultura.
E assim, viveu Mariá. Uma Mariá que em 1952, ao lado do
irmão Paulo, vestiu-se de Maria Bonita e ele de Lampião, para viverem o
carnaval da época. Uma Mariá que adorava viajar de trem, conhecer gente nova,
lugares novos, que soube ser leitora e escritora, atriz, museóloga,
historiadora, além de ser jornalista, professora e revolucionária.
Há quem aposte que ela militou no Partido Comunista, mas nas
suas referências Mariá não cita isso. Deixa, tão-somente, o que acumulou
culturalmente para União dos Palmares e a história do povo alagoano da Zona da
Mata. E assim, foi Mariá.
Natural da terra de Zumbi e Jorge de Lima, a educadora,
folclorista, historiadora, jornalista, colecionadora e ativista cultural Maria
Mariá de Castro Sarmento nasceu em União dos Palmares, num povoado onde se
localiza a Usina Laginha, no dia 16 de junho de 1917. Faleceu no dia 28 de
fevereiro de 1993, vítima de um infarto agudo do miocárdio, aos 76 anos de
idade.
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