Dimensão

Olívia de Cássia - jornalista

Meus sentimentos são do tamanho do mundo; do tamanho que eu dimensiono ou supervalorizo. 

Eu poderia encarar a vida de forma diferente, mais realista, se também eu fosse outra pessoa, sem minhas referências, sem esse código que carrego, feito tatuagem dentro de mim.

Cada um tem um jeito de ser, uma herança genética que ninguém pode mudar. Minha mãe tentou mudar meu jeito de ser, sem muitos progressos, me batia às vezes, tentando me educar à sua maneira, mas não conseguiu o seu intento de me fazer outra pessoa, um ser mais forte como ela queria.

Tem dias que me sinto mais frágil; sinto até a falta desse lado rude dela. Em outros momentos estou mais fortalecida. É assim: acontece com todo mundo isso.  

Às vezes a gente se lapida querendo melhorar o desempenho na vida, mas nem sempre o organismo age da forma como deveria.

Sinto-me mais emotiva nesses momentos e essas emoções e sentimentos desconhecem a razão ou a ignoram de fato. Hoje eu posso dizer que me senti amolecida, mais frágil, me sentindo impotente diante de tantas informações não tão positivas.

Penso em respostas e soluções, mas nem sempre elas chegam a tempo de me encontrar quieta, sem questionamentos diversos, sem apelos sentimentais. Ou se chegam eu não tenho a percepção realista de como agir, porque também estou carregada de sentimentos.

E quando essas emoções estão à flor da pele, a gente se comporta como seres imaturos ou como crianças mesmo. Deparamos-nos com os entraves da vida e não adianta querer se enganar: problemas chegam para ser resolvidos ou esquecidos quando não podem ser solucionados.

Tenho dito para mim, cá com meus botões, quando alguma coisa ameaça a minha estabilidade emocional, que serei mais forte dali por diante, mas quando algo abala as nossas estruturas, nem sempre estamos preparados para agir com racionalidade.