Olívia de Cássia - jornalista
Nessa véspera de comemoração do 20 de novembro, Dia da
Consciência Negra, ao contrário dos outros anos, sinto-me angustiada e
entristecida, quando deveria estar celebrando Zumbi e todo o seu legado.
Amanhã
eu vou à Serra da Barriga, quero estar bem espiritualmente para receber as
energias positivas de lá, estou precisando disso: me renovar e reacender minhas esperanças.
Não posso me deixar impressionar com ameaças à minha
estabilidade emocional, já fiz muito isso no passado e não foi uma boa escolha.
Diante de tanta notícia ruim dá vontade de chorar, não me resta alternativa
interior a não ser lamentar e pedir a Deus clemência.
A gente se sente frágil, impotente, sensibilizada e menos
disposta para lutar. E nessas horas é preciso muita força, capacidade de superação
e confiança. Se a gente não tiver uma espiritualidade formada e muita fé em
Deus, é capaz de titubear.
A gente vive numa gangorra. Não dá para a gente se alegrar
com a tristeza dos amigos. Vivemos numa sociedade cheia de contradições, falta
de cultura, onde o analfabetismo ainda é gritante.
Minhas incertezas nessa hora vão se avolumando, somadas aos
problemas que vão surgindo no cotidiano. Não quero deixar que uma questão
profissional abale a minha fé, a minha vontade de viver.
Depois de um tempo a gente aprende que é preciso ser feliz,
que não adianta se desesperar diante de uma situação. Não quero antecipar os
fatos e não vou me deixar impressionar com a ameaça de uma instabilidade
pessoal maior.
Vou procurar abstrair a crise, defender minha felicidade e
procurar estar em paz. Que a pena nos seja leve!
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