Olívia de Cássia – jornalista
No dia 25 de novembro comemora-se o Dia Internacional de Não-Violência
Contra a Mulher. Para comemorar a data as entidades representativas das
mulheres e setores oficias no País estão preparando a Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da
violência contra mulher, que acontece em todo o País.
Em Alagoas, a Secretaria da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos e a Superintendência
de Promoção de Políticas para as
Mulheres vão realizar a distribuição de
cartilhas e panfletos sobre a Lei Maria da Penha.
O ato ocorre às nove horas de segunda-feira (26) no comércio de Maceió, no
Centro, onde serão instaladas tendas para a distribuição de material
informativo sobre enfrentamento da violência contra mulher.
Em Maceió a programação segue com a realização de palestra em várias
entidades e instituições de outros municípios, a exemplo do Pilar, Jaramataia e
Igreja Nova. Essas palestras serão
desenvolvidas por integrantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e
Conselho Municipal da Condição Feminina com o apoio da Secretaria da Mulher,
Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH).
A violência cometida contra as mulheres, crianças e idosos é um ato dos
covardes e assume muitas formas: violência
física, psicológica, sexual e no caso das mulheres podem afetar desde o
nascimento até a velhice.
Uma mulher violentada sofre uma série de problemas e precisa de muito
apoio para se recurperar. Não é de hoje que isso acontece no mundo.
Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, “as mulheres que
experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua
capacidade de participar da vida púbica diminui.
A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de
todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na
sociedade”, observa.
Segundo os setores especializados no tema, a violência cometida contra as mulheres é um
problema social, mas a ideia que ainda se tem na sociedade é um fato pequeno,
particular, que não interessa aos outros. Isso é um engano e não é distante da
vida da gente.
A violência está estampada nos jornais e noticiários, todos os dias e toda
a sociedade sofrre consequências com isso.
Segundo pesquisa da Sociedade Mundial de Vitimologia, o Brasil é o país
que mais sofre com a violência doméstica. No nosso país, a cada sete segundos uma mulher é agredida em
seu próprio lar.
A violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre
mulheres de 16 a 44 anos e mata mais do que câncer e acidentes de tráfego.
Alagoas é um dos estados onde mais se mata e isso é um dado muito triste.
Segundo o Mapa da Violência 2012, de 1980 a 2010, foram assassinadas no
país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década.
O número de mortes
nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de
217,6% – mais que triplicando – nos quantitativos de mulheres vítimas de
assassinato.
Segundo a Anistia Internacional, em relatório divulgado em 5 de março de 2004,
mais de um bilhão de mulheres no mundo - uma em cada três - foi espancada,
forçada a manter relações sexuais ou sofreu outro tipo de abuso, quase sempre
cometido por amigo ou parente.
No relatório "Está em nossas mãos. Pare a violência contra a
mulher", a Anistia diz que o problema não está confinado a regiões mais
pobres e fez um alerta: “Em todo o mundo, um quinto das mulheres foi vítima de
estupro ou de tentativa deste tipo de crime”.
E o triste em todos
os dados é que a violência, estupro e abuso acontece dentro das próprias
famílias. “Atrás de portas fechadas e em segredo, mulheres são submetidas à
violência de seus parceiros e parentes, muito envergonhadas para delatar”, diz
o relatório da Anistia Internacional.
A Violência contra a mulher é um problema de saúde pública. Um grande
empecilho, por muito tempo, para a formulação e execução de programas e
políticas que enfrentem o problema da violência contra mulheres é justamente a
crença de que a violência no âmbito doméstico contra mulheres ou meninas era um
problema da ordem do privado e familiar, diz o artigo de Andréa Fachel Leal.
Segundo a pesquisadora, este problema, no Brasil, pode ser visto na
expressão popular ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’,
considerado ultrapassado.
Apesar da participação crescente da mulher no
trabalho e nos postos de comandoo, a violência contra ela ainda é crescente e ocorre
no contexto social e histórico em que as mulheres são discriminadas, tendo
menor acesso à educação, a recursos materiais e simbólicos e a poder, tanto no
âmbito privado quanto no público.
É preciso um repensar de tudo isso e um olhar diferenciado para questão.
Os governos precisam implantar políticas públicas que atendam a essas
companheiras vítimas da insanidade e da falta de amor.
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