sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dia Internacional de Não-Violência Contra a Mulher


Olívia de Cássia – jornalista

No dia 25 de novembro comemora-se o Dia Internacional de Não-Violência Contra a Mulher. Para comemorar a data as entidades representativas das mulheres e setores oficias no País estão preparando a  Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher, que acontece em todo o País.

Em Alagoas, a Secretaria da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos e a Superintendência  de Promoção de Políticas para as Mulheres  vão realizar a distribuição de cartilhas e panfletos sobre a Lei Maria da Penha.

O ato ocorre às nove horas de segunda-feira (26) no comércio de Maceió, no Centro, onde serão instaladas tendas para a distribuição de material informativo sobre enfrentamento da violência contra mulher.

Em Maceió a programação segue com a realização de palestra em várias entidades e instituições de outros municípios, a exemplo do Pilar, Jaramataia e Igreja Nova.  Essas palestras serão desenvolvidas por integrantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e Conselho Municipal da Condição Feminina com o apoio da Secretaria da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH).

A violência cometida contra as mulheres, crianças e idosos é um ato dos covardes e assume muitas formas: violência  física, psicológica, sexual e no caso das mulheres podem afetar desde o nascimento até a velhice.

Uma mulher violentada sofre uma série de problemas e precisa de muito apoio para se recurperar. Não é de hoje que isso acontece no mundo.

Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, “as mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida púbica diminui.

A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade”, observa.

Segundo os setores especializados no tema, a  violência cometida contra as mulheres é um problema social, mas a ideia que ainda se tem na sociedade é um fato pequeno, particular, que não interessa aos outros. Isso é um engano e não é distante da vida da gente.

A violência está estampada nos jornais e noticiários, todos os dias e toda a sociedade sofrre consequências com isso.

Segundo pesquisa da Sociedade Mundial de Vitimologia, o Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica. No nosso país,  a cada sete segundos uma mulher é agredida em seu próprio lar.

A violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre mulheres de 16 a 44 anos e mata mais do que câncer e acidentes de tráfego. Alagoas é um dos estados onde mais se mata e isso é um dado muito triste.

Segundo o Mapa da Violência 2012, de 1980 a 2010, foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. 

O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6% – mais que triplicando – nos quantitativos de mulheres vítimas de assassinato.

Segundo a Anistia Internacional, em relatório divulgado em 5 de março de 2004, mais de um bilhão de mulheres no mundo - uma em cada três - foi espancada, forçada a manter relações sexuais ou sofreu outro tipo de abuso, quase sempre cometido por amigo ou parente.

No relatório "Está em nossas mãos. Pare a violência contra a mulher", a Anistia diz que o problema não está confinado a regiões mais pobres e fez um alerta: “Em todo o mundo, um quinto das mulheres foi vítima de estupro ou de tentativa deste tipo de crime”. 

E o triste em todos os dados é que a violência, estupro e abuso acontece dentro das próprias famílias. “Atrás de portas fechadas e em segredo, mulheres são submetidas à violência de seus parceiros e parentes, muito envergonhadas para delatar”, diz o relatório da Anistia Internacional.

A Violência contra a mulher é um problema de saúde pública. Um grande empecilho, por muito tempo, para a formulação e execução de programas e políticas que enfrentem o problema da violência contra mulheres é justamente a crença de que a violência no âmbito doméstico contra mulheres ou meninas era um problema da ordem do privado e familiar, diz o artigo de Andréa Fachel Leal.

Segundo a pesquisadora, este problema, no Brasil, pode ser visto na expressão popular ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’, considerado ultrapassado. 

Apesar da participação crescente da mulher no trabalho e nos postos de comandoo, a violência contra ela ainda é crescente e ocorre no contexto social e histórico em que as mulheres são discriminadas, tendo menor acesso à educação, a recursos materiais e simbólicos e a poder, tanto no âmbito privado quanto no público.

É preciso um repensar de tudo isso e um olhar diferenciado para questão. Os governos precisam implantar políticas públicas que atendam a essas companheiras vítimas da insanidade e da falta de amor. 

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