Olívia de Cássia -
jornalista
O movimento feminino
comemora em 2012 os cinco anos da criação da Lei Maria da Penha, sancionada
pelo ex-presidente Lula em agosto de 2006. Essa lei “dispõe sobre mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher” e foi mais uma
conquista que as mulheres tiveram, para punir os maus-tratos e as agressões
sofridas; na maioria das vezes dentro da própria casa.
Dados do Conselho
Nacional de Justiça apontam que desde a vigência da Lei Maria da Penha 331.796
mil processos foram abertos em todo o Brasil desses, 110.998 foram
sentenciados. Segundo o levantamento, “foram decretadas 1.577 prisões
preventivas, 9.715 prisões em flagrante e 120.99 audiências designadas. Dos
procedimentos: 93.194 medidas protetivas, 52.244 inquéritos policiais e 18.769
ações penais”.
Já a Central de Atendimento à Mulher contabilizou de
janeiro a junho deste ano, 293.708 atendimentos, sendo 30.702 relatos de
violência. Desses mais de 30 mil casos, 18.906 foram de violência física, 7.205
de violência psicológica, 3.310 de violência moral, 513 de violência
patrimonial, 589 de violência sexual, 153 de cárcere privado e 26 de tráfico de
mulheres.
A Central de Atendimento
à Mulher funciona 24 horas, todos os dias da semana. Ao ligar para o número
180, em âmbito nacional, a mulher será orientada sobre seus direitos legais e
os tipos de estabelecimentos que poderá procurar.
Muitas mulheres ainda não
têm conhecimento da aplicação da lei na prática e deixam de denunciar casos de
violência, por medo de sofrerem represálias dos seus agressores, ou por
acreditar que seus homens se arrependeram e não repetirão a agressão. Resolvem
dar mais uma chance a eles e na maioria das vezes são espancadas novamente ou
mortas.
As mulheres percorreram
um longo caminho até conquistar seus direitos, na lei e na vida, mas ainda
falta muito para que a igualdade respeitando as diferenças aconteça de fato no
Brasil e em nosso Estado. Nesse tempo de modernidade é comum a gente ainda se
deparar com cenas de agressões que lembram a barbárie.
Em Alagoas há mulheres
desaparecidas cujos corpos não foram encontrados, há mulheres sendo
violentadas, todos os dias, e há homens impunes e soltos repetindo suas
agressões por aí. Além de punição para seus algozes, elas querem igualdade
real, com respeito às suas diferenças.
A luta é por igualdade
nas oportunidades de trabalho, no salário, na escola, na família, na educação
dos filhos, na divisão das tarefas domésticas, no acesso ao poder político e
também proteção da maternidade e respeito ao seu próprio corpo”.
A Constituição de 1988
foi um marco no que diz respeito também às mulheres e à ampliação de sua
cidadania. Isso só aconteceu devido à mobilização de sindicatos, associações e
movimentos sociais ligados à questão da mulher, na Assembleia Nacional
Constituinte com a apresentação de emendas populares garantidoras de seus
direitos.
Em pleno século XXI as
mulheres melhoraram e ampliaram a sua escolaridade e buscam novos horizontes.
As estatísticas mostram que elas não só estudam mais como têm melhor
performance que os homens nas áreas em que se dedicam. No entanto, o desempenho
das carreiras profissionais não reflete esse esforço.
A maioria ainda tem
salários bem menores que os homens que desempenham a mesma função. Está na hora
de haver mudanças radicais nessa prática. A luta é por salários iguais para
funções iguais e igualdade de oportunidades, na lei e na vida.
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