segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Incursões sobre a vida

Olívia de Cássia – jornalista

Ando evitando sentimentos negativos dentro de mim. Procuro colocar alegria em tudo o que faço, para esquecer os problemas da minha frágil saúde, meus questionamentos, minhas inquietações e tudo o mais não muito positivo que possa vir a me acometer.

Tenho muita facilidade de fazer amizades, adoro conversar com gente jovem, mas às vezes avalio que sou mal interpretada; não pela maioria dos jovens, mas por aqueles que tentam me analisar segundo os seus princípios e conceitos.

São pessoas que tentam conceituar os outros se esquecendo da sua própria vida. Acredito que ninguém é dono da verdade e que também não se deve olhar para a vida dos outros enquanto na sua casa passa um vendaval.

Não tenho especialidade nesse campo, mas às vezes gosto de observar o comportamento do ser humano. A vida da gente já tem tanto problema e para quê vamos nos preocupar com os particulares dos outros?
Estou passando por uma fase de muitas incertezas, no campo pessoal e financeiro, mas não quero permitir que isso abale as minhas estruturas interiores e nem afetem o meu trabalho, que para mim é a coisa mais importante da minha vida.

A solidão que acompanha meus dias não é ruim. Como disse Friedrich Nietzsche, minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas. Eu gosto de ficar sozinha para pensar, escrever, analisar, ler.

São tantas as possibilidades de crescimento que a gente tem morando sozinha e ainda mais não há nada melhor do que a nossa individualidade preservada.

Não posso negar que às vezes não sinta falta de uma boa companhia para conversar, tomar um drinque, falar sobre leituras, livros, música, cinema, poesia, política e outros assuntos que surgirem. Isso é salutar. Mas nos dias de hoje é muito difícil para uma pessoa na minha idade alcançar isso.

Parece até que as coisas boas da vida estão se perdendo por aí em algum lugar que não consigo encontrar. Por esses e outros motivos eu decretei o fim dos meus relacionamentos que foram tão escassos e que ‘não deram certo’ na minha vida.

Costumo dizer que joguei a chave do coração fora e não quero saber onde está. Mas às vezes a gente tem vontade de dar uma saída, uma escapadela, olha os quatro cantos e não encontra. Na falta de uma companhia, vai sozinha mesmo e se diverte pra valer. Já estou acostumada com isso. 

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