terça-feira, 30 de outubro de 2012

Falo por mim


Olívia de Cássia - jornalista

Falo por mim, não pelos outros. Quando conto alguma coisa a respeito meus sentimentos, é deles mesmo que estou me reportando, ainda que em certas ocasiões eu dê destaque, enfeite e supervalorize as minhas emoções.

Tenho a estranha mania de me apegar e de gostar facilmente das pessoas: amigos ou bem-querer. Eu não falo dos quereres alheios porque não sei dimensionar em que patamar podem estar, nem a mim interessam, a não ser que me peçam e permitam entrar nessa seara.

Eu sei que às vezes eu intensifico demais e dou um destaque àquilo que estou sentindo, às minhas manias e questões de foro íntimo, mas é uma forma de desabafo natural essa que eu tenho, não estranhem os amigos.

Vivo em busca da felicidade e isso é uma questão de estilo talvez. Sei que a felicidade é um estado de espírito e que não adianta a gente procurar em coisas complexas. Ele está na simplicidade da vida.

Avalio  que para os padrões de hoje em dia, eu ainda possa ser considerada uma pessoa romântica, louca, uma mulher sonhadora e delirante, às vezes, apesar da minha fase de cinquentona.

Eu não me sinto com essa idade cronológica espiritualmente e me permito gostar quase que das mesmas coisas que eu gostava antes, na juventude: de festas, de amigos, de música, de vida.  Não deixei de ser eu mesma por isso.

A idade chega, o corpo envelhece, mas a alma da gente vai se renovando e se aperfeiçoando. Pelo menos comigo acontece isso. Não quero permitir o meu envelhecimento interior. Tenho dito que não vou permitir isso e quero fazer dessa proposta uma bandeira de luta, como a gente dizia na militância estudantil.

Como eu escrevi ontem, quero me contagiar de alegria permanente, sem pensar na vida, sem pensar na sorte.  Quero encontrar a magia nas pequenas coisas da vida, que são as que nos trazem os melhores momentos.

Quero driblar as intempéries da vida, de forma que elas não me atrapalhem a alegria de viver dos meus dias de ocaso. Quero encontrar a felicidade ainda buscando a realização desses sonhos tão perseguidos por mim, mesmo que eles pareçam impossíveis e loucos.

E repito aqui que se não posso ter a felicidade plena, que eu possa encontrá-la na simplicidade, das coisas verdadeiras e nas amizades, no estar bem comigo e com a vida. São esses pensamentos que me perseguem nessa noite de terça-feira, um pouco abatida, mas com vontade de viver muito ainda.

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