segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Entrevista que concedi ao blog do José Marcelo - União dos Palmares...



"Amo Minha Terra, Por Tudo e Apesar de Tudo". Olívia de Cássia


"Eu lamentei a demolição do prédio da Secretaria de Educação, a demolição do casarão que foi de Basiliano Sarmento, a casa de dona Salomé".



Marcelo: Qual o seu nome completo?

OC: Olívia de Cássia Correia de Cerqueira

Marcelo: Como foi sua infância e adolescência aqui em União dos Palmares?

OC: Uma infância muito rica em vivências, de muitos amigos e muito rica em brincadeiras e aprendizado. Uma adolescência complicada e problemática, por conta dos meus complexos e baixa autoestima, mas muito saudável. Uma juventude de muitas vivências, brincadeiras e amizades. Fiz amigos valorosos durante toda a minha vida em União dos Palmares e esse será o meu grande legado quando partir para outro plano. Amo meus amigos, todos, independente de raça, cor ou ideologia partidária. Procuro não confundir as amizades com as questões politicas e profissionais.

Marcelo: Quais os lugares que você e sua família moraram aqui na cidade, Fale um pouco deles.

OC: Nasci na minha querida e saudosa Rua da Ponte, de onde tenho a minha memória mais afetiva. Quando eu tinha quatro anos, fomos morar por um tempo na rua da AABB, vizinha a Lala da Farmácia, dona Nova. Depois voltamos para Rua da Ponte e lá moramos até meus nove anos, quando nos mudamos para a Rua Tavares Bastos, mas continuei a freqüentar a Rua da Ponte. Meus avós materno continuaram morando lá até meus catorze ou quinze anos, quando já estavam bem velhinhos e foram morar conosco na Tavares Bastos. Meu pai continuou com a mercearia por lá e sempre freqüentamos o local. Na Rua da Ponte moramos em três casas. Lá também fiz muitos amigos queridos.

Marcelo: Quais suas lembranças dessa época?

OC: Bem Marcelinho, as lembranças são muitas como já falei na segunda pergunta. Lembranças que vou levar pro resto da minha vida. Da minha infância, minha maior lembrança afetiva é na Rua da Ponte mesmo. Como já falei em outras oportunidades, foi na Rua da Ponte que meus pais iniciaram a vida, quando vieram da roça recém-casados e ali constituíram um patrimônio, tirando assim o nosso sustento.

Minha mãe dizia que meu pai relutou para não sair da Baixa Seca, onde moravam, para morar em União, mas por insistência dela, acabou cedendo e foram morar em União dos Palmares. Em primeiro lugar montando um pequeno hotel, que depois veio a falir, depois com a mercearia e o armazém de compra e venda de cereais, além das casinhas de aluguel que possuíram ali, no começo da rua. Nessa época que mudaram para União, meu irmão mais velho, Petrúcio, estava com oito meses de idade. Outra forte lembrança que eu tenho é a do meu avô Manoel Correia Paes e da Minha avó Olívia, os pais da minha mãe.

Convivi muito de perto com eles, éramos muito ligados. Quando foram para outro plano eu estava com 15 anos, sofri muito.Também as brincadeiras da infância, os banhos no Rio Mundaú. Além dos meus avós, também meu tio Antônio Paes de Siqueira completa essas minhas saudosas lembranças da infância, meus passeios e férias na Barriguda, tudo era muito encantador para nós. Tivemos uma infância muito sadia, de muitas aventuras e brincadeiras e de muitos amigos. Já da adolescência, as escadarias do Rocha Cavalcante, o Cine Imperatriz, a Praça Antenor de Mendonça Uchoa e a Avenida Monsenhor Clóvis eram os nossos points de encontro.

Na Avenida, como não tínhamos muitas opções, fazíamos muitas brincadeiras, paquerávamos e passávamos a maior parte do tempo, quando não estávamos na escola ou na casa dos amigos. Fiz muitas amizades em União dos Palmares, muitas das quais já se perderam pelo tempo, seja com a partida prematura de alguns amigos, ou pela roda-viva da vida que separa quase todo mundo mesmo.

Marcelo: Vocês tinham animais domésticos nessa época?

OC: Tínhamos, sim. Tivemos vários. Sempre fui muito apegada a eles. São meus amigos e amores mais preciosos. E sofro muito quando se vão. Minha mãe dizia, quando eu estava sofrendo por amor, por ter sido abandonada, depois da minha separação, que eu me contentasse mesmo com o amor e o carinho dos meus animais de estimação (risos).
Tenho muitas histórias pra contar sobre meus bichinhos. (risos) Além das galinhas que mamãe criava, nós tivemos nossos cães da infância.

O primeiro foi o Navan, nosso cão da infância que quase morre na enchente de 1969 porque foi se arriscar naquela boeira perto da Fazenda Jurema. Era um vira-latas diferenciado, grande, de pelagem branca com machas pretas.
Depois do Navan, tivemos o Dob, que era parecido com um bassê e foi presente do meu tio Antônio Paes, porque ele comia os ovos das galinhas do sítio. Dob morreu com 15 anos, velho, desdentado e gordo. Além do Dob, que não saiu da Rua da Ponte quando nos mudamos e ficou na mercearia de papai, na Tavares Bastos tivemos o Zé Black, outro vira-latas bege, que morreu de uma forma horrível, no mesmo mês que a minha avó, porque um morador da nossa rua deu carne com vidro pra ele comer.

E assim fomos adquirindo nossos bichos. Depois eu ganhei uma pequinês, a Kelly, do meu amigo Duerninho Wanderley, filho do dr. Duerno, mas ela morreu ainda novinha, porque mamãe colocou veneno de matar saúva para matar os carrapatos e ela morreu com problemas nos pulmões. Toinho Matias, que era meu consultor para esses casos, não pôde fazer nada quando cheguei desesperada na casa dele com ela embrulhada nos paninhos e choramos todos juntos a morte da minha cadelinha. E tive mais duas na adolescência, até que mamãe se desfez com raiva de mim, quando comecei a namorar mais sério, com ciúmes, por conta do meu namorado dos meus 17 anos, por quem tive uma grande paixão e ela não queria o namoro (risos, risos , risos, risos.).

Marcelo: Onde você estudou aqui em União?

OC: Minha primeira escola oficial foi o Rocha Cavalcante, depois Monsenhor Clóvis, Mário Gomes (um ano), Santa Maria Madalena foi o último, onde terminei o ginásio.

Marcelo: Qual a sua formação hoje?

OC: Sou jornalista, de profissão, opção e de coração, a profissão que escolhi por amor e dedicação e apesar das dificuldades e dos perrengues que passo pela falta de grana, amo minha profissão. Cursei jornalismo na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Entrei no curso em 1983 e concluí em 1988, porque precisei trancar um período para cuidar da minha mãe.

Sou pós-graduada em Marketing e Comunicação Integrada pela Unifal/Unifoa, mas não fui buscar o certificado da pós. Tenho curso incompleto de Inglês e comecei o curso de Português/literatura, mas desisti por causa de besteira e hoje me arrependo por não ter concluído, sou assim, às vezes, intempestiva mesmo. Ainda penso, de vez em quando, se tiver saúde e disposição para concluir os dois: o de inglês e o de Português/Literatura. (risos, risos)

Marcelo: Quais as festas mais importantes na sua juventude?

OC: Nossas festinhas eram assaltos, na casa dos amigos, as boates na Palmarina, os bailes durante o ano e o Carnaval, a Festa de Santa Maria Madalena.

Marcelo: Antes de você trabalhar na Usina Laginha, já tinha trabalhando em outros lugares?

Não, só ajudávamos papai na mercearia, mas a Usina Laginha foi meu primeiro emprego de carteira assinada. Eu não sabia fazer absolutamente nada, só tinha datilografia que comecei com dona Rosinha, esposa de seu Maurino Veras e terminei no Senac. Em Maceió.

Depois que terminei o científico e feito o primeiro vestibular para Medicina, pois minha mãe queria que eu fosse médica, já que não tinha seguido a carreira religiosa e tivesse me tornado freira, como queriam ela, meus avós e meu pai. Papai só deixou a gente trabalhar fora depois que terminamos os estudos. Também tinha tentado outros vestibulares, até que em 1982 eu passei em jornalismo.

Marcelo: Por quanto tempo trabalhou na Usina Laginha?

OC: Pouco tempo, 1981-1982.

Marcelo: Quais os maiores erros que fizeram em termo de demolições e modificações em prédios da cidade?

OC: Olha, eu sou apaixonada por arquitetura antiga, cidades históricas como Marechal Deodoro. Eu viajo nesses prédios. Em União eu lamentei a demolição do prédio da Secretaria de Educação, do lado da Igreja Matriz, a demolição do casarão que foi de Basiliano Sarmento, a casa de dona Salomé e outros prédios antigos que estão se perdendo com o tempo.

Eu lembro que tinha em União uns armazéns quando eu era criança, da Sambra, onde era armazenado o açúcar. Na rua do lado do Squina 90 graus também tinha uns prédios antigos, onde funcionou a mercearia de seu Floriano Bento, a Farmácia de seu José, tio do Laelcio Barbosa, que eu lembro. O próprio prédio onde hoje é o Squina 90 graus já funcionou uma livraria e era prédio antigo, também foi a lojinha de seu Edva, pai do Bobo. Era a livraria do doutor Nilson e do Paulo, irmão dele, se não me engano. E por aí vai.

Marcelo: União mudou muito desde que você foi embora?

OC: Eu vim morar de vez em Maceió quando passei no vestibular para jornalismo, em 1983, mas já tinha morado em Maceió quando vim fazer o hoje ensino médio. União mudou muito. Cresceu, ampliou, e cada vez que estou lá costumo comentar com amigos que em certas ruas eu me perco, mas eu tenho uma queixa.

Avalio que a cidade ficou menos afetiva, por conta da violência que anda solta. As amizades de agora, não são como na época da juventude, quando acreditávamos nos sonhos e que íamos mudar o mundo com nossas ideias: achávamos que nossas ideias e os amigos eram as coisas mais importantes das nossas vidas.

Marcelo: Em que ano foi morar em Maceió?

OC: Me mudei de vez em 1983, como já falei anteriormente.

Marcelo: A sua ligação com União é muito grande, isso se deve ao fato de você ter amigos e familiares vivendo aqui?

Não só por isso. Nasci e me criei em União dos Palmares, tenho minhas raízes aí, minha memória afetiva está toda na terrinha, não posso negar. E quando falo isso pros meus amigos daqui, eles tiram onda comigo. Mas é verdade. Amo minha terra, por tudo e apesar de tudo.

Marcelo: Você já foi casada, tem filhos?

OC: Vivi um relacionamento afetivo em regime de união livre por quase 20 anos. As lembranças são muitas (sempre tive minhas ideias próprias sobre a instituição do casamento e não casei no cartório ou no padre, como a gente dizia antigamente e por isso sempre fui muito criticada). Não pude ter filhos, Deus não me concedeu essa graça. Passei um tempo pensando em adotar uma criança e já tinha escolhido o nome da minha filha, seria Maria Clara, mas fui desaconselhada pelo meu terapeuta por conta dos problemas que posso vir a adquirir por causa do problema neurodegenerativo da minha família, a ataxia spinocerebelar ou Doença de Machado Joseph.

Marcelo: Está namorando atualmente?

OC: Não. Depois da minha separação, que foi muito dolorida e me deixou seqüelas, passei cinco anos sozinha. Arrumei um namorado, passei um ano e meio nesse relacionamento, mas não deu e hoje somos grandes amigos. Costumo dizer pros amigos que fechei o coração, tranquei as aportas, lacrei e joguei a chave. Avalio hoje, agora, no momento que te respondo essa pergunta, que a minha felicidade é a minha liberdade. Não há nada melhor no mundo do que ser livre. (risos, risos, risos, risos)

Marcelo: Olivia, é verdade que na sua casa você tem vários cachorros e gatos, como é o nome deles?

OC: Bem, morreram alguns gatos meus envenenados, o que gerou minha revolta. Atualmente eu tenho três gatas, mas já cheguei a ter nove gatos em casa. Tenho a Jane Joplin, a Lolita e a Sophia Loren, porque morreram há pouco menos de um mês, o John Lenon, a Nana Caymy e o Benjamim. Os cachorros são a Malu e o Otto, mas já tive cães com nomes de Tafarel, Nestor Antunes Correia de Cerqueira Marques, José Bonifácio, Dalila, Dandara, um gato chamado Aramis, outro Fred, Frederica e por aí vai. Todos os nomes são escolhidos para homenagear meus ídolos, os personagens dos livros que leio, escritores, atores, atrizes. Já possui Kelly, Baby, Juventina, Yoko Ono e por aí vai. (risos, risos, risos)

Marcelo: Você gosta muito de internet e redes sociais quais você usa com mais frequência?

OC: Sou viciada em internet, fico até as três da matina, depois de um rojão diário de três jornadas de trabalho. Não sei dormir sem antes percorrer as redes sociais, os blogs, os sites de notícia. Eu uso muito o Orkut, MSN, Facebook, Twitter, são os que uso com mais freqüência, além do meu blog, meus e-mails, Sonic, My Space, Baboo. O povo me convida e lá vou eu, só que o que mais freqüento é o Orkut e agora o Facebook.

Marcelo: Seu blog foi criado em que ano?

OC: No dia 4 de abril de 2007 eu criei o meu primeiro blog; como eu postava muita foto, o espaço espirou, criei o segundo, aconteceu a mesma coisa, fui para o terceiro, idem. Agora estou no quarto blog que criei em março e de lá para cá esse já teve mais de oito mil acessos, isso porque eu só coloquei o contador de páginas depois. Os outros blogs ainda hoje são visitados. E nem vi mais em quantos acessos os outros já estão. Tem um que já passou dos 20 mil acessos.

Marcelo: Seus textos são carregados de pura emoção, você é muito sentimental?

Sou. Desde os primeiros anos da adolescência. Sempre fui muito sentimental, por isso sofro muito, tanto no que se refere aos relacionamentos amorosos, por conta das decepções que tive, quanto com os amigos. Eu sou muito afetiva e qualquer coisa que me toque emocionalmente, já me deixa uma manteiga derretida. Sou muito chorona mesmo, próprio dos capricornianos, sempre fui assim. Minhas amigas de infância, quando encontro alguma de vez em quando por aí, ainda hoje me perguntam, se ainda choro muito por causa dos amores mal resolvidos. (risos, risos)

Marcelo: O seu acervo fotográfico é sensacional, você fotografa por hobby, ou por causa da profissão?

OC: É muito mais por hobby mesmo. Sempre gostei muito de fotografia, sou apaixonada por imagem. Minha primeira máquina fotográfica foi uma Tekinha que comprei no foto Cabral, o filme ficava fora da máquina e encaixava. Depois foi uma Kodak. Quando eu fui demitida do jornal Gazeta de Alagoas, na primeira vez que saí de lá, usei o dinheiro da indenização para comprar uma máquina Canon profissional , com três lentes, que comprei do Jonas. Ele tinha colocado a máquina no foto Cabral para a venda e meu ex-marido viu e me falou. Aí eu fui lá e compramos. Foi uma felicidade. A máquina fotográfica passou a ser uma extensão do meu corpo. Eu não saio de casa sem uma máquina de jeito nenhum, seja lá para que lugar eu vá.

Marcelo: Como você define a sua trajetória no jornalismo?

OC: Eu nem sei definir muito isso, sabe. Sempre foi tudo muito indefinido na minha vida. Eu comecei na profissão fazendo revisão de texto, ainda hoje faço. Eu gosto do que faço, mas eu me sinto feliz mesmo é escrevendo e fotografando, fazendo as duas coisas. Me realizo completamente quando estou escrevendo uma matéria, procuro fazer o melhor, escrever da melhor forma, me fazer entender. Fazer com que a pessoa que está do outro lado entenda o que estou dizendo. Princípio básico do jornalismo mesmo, porque a gente não pode escrever pensando na gente. Tem que escrever pensando no leitor. E gosto de escrever sobre tudo, mas a área de política é a que mais me identifico. E meus artigos também, além das fotos (risos).

Marcelo: O que acha da política de Alagoas?

OC: É complicado falar da nossa política. Vivo nesse meio tem muito tempo. Trabalhei onze anos na assessoria de imprensa do Sindicato dos Bancários, mas antes, já na universidade, acompanhava os movimentos, participei de muitas mobilizações. Antigamente os partidos ditos de oposição eram mais fortes, mais atuantes e mais acreditados.

A maioria dos políticos não pensa no bem comum que, teoricamente, é a filosofia da política. Os políticos do Brasil pensam muito mais em si, e a maioria só em si, em engordar ainda mais seus patrimônios.

O bem comum nem sempre é lembrado. A grande maioria é fisiológica mesmo, mas eu avalio que a população também tem uma parcela de culpa, porque não acompanha o desempenho dos nossos representantes. A gente tem que acompanhar e cobrar as promessas de campanha, as propostas e observar o que estão fazendo em benefício das comunidades, principalmente dos menos favorecidos.

As pessoas não devem vender o voto, porque assim não têm o direito de cobrar nada do político. Ainda falta muito para que se tenha uma política ideal, voltada para esse bem comum que a gente tanto prega. E para ser sincera com você, acho difícil, muito difícil. E vou te dizer o motivo: os compromissos assumidos são muitos. Para ganhar a eleição o cara faz aliança até com o diabo e fica devendo favor e dinheiro, então quando acontece alguma irregularidade, como é que ele vai denunciar o dito cujo se está devendo favor?

Marcelo: Qual a sua análise da política de União dos Palmares?

OC: Ainda não é a política ideal, mas avalio que pode melhorar, mas para que isso aconteça as pessoas precisam exercer a sua cidadania, cobrar, fiscalizar e não ficar só esperando uma política paternalista, que as coisas caiam do céu. A comunidade tem que participar e cobrar as políticas públicas.

Marcelo: Você acha que Genisete Lucena um dia será prefeita de União dos Palmares?

OC: Bem, isso eu não sei. Eu sou suspeita para falar de Genisete, porque ela é minha amiga desde o começo doso anos 80. Fizemos o Relâmpago juntas, colaborei com a Folha Palmarina, jornais fundados por ela. Mas posso dizer que ela é uma mulher de ideias e propostas e que pensa no bem comum. Avalio que seria uma boa candidata e se chegar à gestão algum dia vai procurar cumprir os compromissos assumidos.

Marcelo: Em sua opinião por que União dos Palmares não deslancha com o turismo cultural?

OC: Talvez falte projeto nessa área. União dos Palmares é uma região riquíssima, de muita história, o legado de Zumbi, por si só já seria o principal mote para que o turismo cultural se desenvolva, mas tem também Jorge de Lima, Povina Cavalcante, Mariá, Muquém, tudo isso é muito rico e poderia ser melhor aproveitado.

Marcelo: O que podemos fazer para melhorar esse quadro?

OC: Elaborar projetos que gerem recursos para que se invista nessa área. Treinar guias mirins como em Marechal Deodoro, onde a cidade respira cultura. Eu fiquei encantada quando fui fazer a cobertura da Feira de Arte e Literatura. A cidade está linda, arrumada, as igrejas preservadas, sendo restauradas e lá tem muitas. O patrimônio histórico bem cuidado.

Marcelo: O que significa para você Jorge de Lima?

OC: Desde criança eu apredi na escola que ele é o nosso poeta maior. O príncipe dos poetas, mas que além disso foi um artista, um médico dos bons. São muitas as histórias que se conta de Jorge. E se a cidade se voltar para o turismo como uma fonte de renda poderá explorar isso. Em Maceió, a casa onde ele morou, na Praça Sinimbu, foi restaurada e o professor Francisco Valois antes de morrer expressou o desejo de doar o acervo para a casa. Ele era especialista na obra de Jorge. Sabia tudo, um estudioso. Pena que morreu sem ver o sonho realizado que era a restauração do casarão.

Marcelo: O que significa para você Zumbi dos Palmares?

OC: Zumbi é meu herói, é o símbolo da liberdade, a liberdade que sempre defendi ao longo da minha vida. Nossa terra precisa assimilar a importância de Zumbi para o mundo, coisa que ainda falta muito, devido ao preconceito racial que é ainda é muito grande nas famílias palmarinas. Escamoteado, mas velado.

Marcelo: Pra quê dá nota 10 (dez) em União dos Palmares?

OC: Amo minha cidade apesar de todos os problemas, dou nota dez para sua história, sua gente e sua beleza natural

Marcelo: E o quê recebe 0 (zero)?

OC: Violência, prostituição infantil, pedofilia e drogas

Marcelo: Você pensa em voltar para União dos Palmares?

OC: Penso sim, em quando me aposentar ter um lugarzinho pra mim para escrever minhas histórias e ficar mais um pouco com os meus amigos e familiares. Mas tem que ser um lugar onde eu possa criar meus bichinhos de estimação.

Marcelo: Fique a vontade para manda uma mensagem ao povo palmarino?

OC: Quero pedir desculpas se por acaso magoei alguém da minha terra durante esse tempo. Quero desejar dias melhores, mais amenos, sem violência. Que o Natal seja de luz, paz e harmonia e que o Ano-Novo seja de boas novas para todos os meus queridos conterrâneos.

(http://www.jmarcelofotos.blogspot.com/)

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