domingo, 19 de dezembro de 2010

Falso moralismo, prostituição infantil e pedofilia

Olívia de Cássia – jornalista

Faz tempo que minha querida União dos Palmares vem sendo alvo de denúncias dos crimes de prostituição infantil e pedofilia, além de outros tão graves quanto. Me vêm a imaginação esses ‘homens de família’ envolvidos nos casos denunciados e me ponho a lembrar como agem dentro de suas famílias, na rotina de seus dias.

Vivem falando da vida alheia, das filhas dos outros, com comentários preconceituosos e difamatórios. Justamente esses que não olham para a realidade de suas próprias vidas. Homens bem aquinhoados, da chamada classe média ou da alta da cidade.

Muitas da vezes fui alvo da língua difamatória de pessoas desse calibre que não tinham o que fazer e vivam difamando minha vida em União dos Palmares, pelo simples fatos de eu, desde a adolescência, ter um comportamento rebelde, de não aceitar imposições ou por ter namorado rapazes que não faziam parte da alta roda da cidade ou que por outro motivo qualquer que fosse.

Terminavam indo contar muitas histórias para os meus pais que tratavam de me punir, mesmo que não tivessem certeza de que eu estivesse realmente errada.

Com o tempo esses homens tiveram filhas e filhos e a vida tratou de tentar ensiná-los algumas verdades, que talvez eles nem tenham entendido a mensagem. Foram envenenados pelo próprio veneno de suas línguas infames. Os coitados dos filhos, filhas, netos e netas pagaram inocentemente pelas injúrias proferidas pelos seus familiares.

Durante a semana a polícia de União e o delegado Cícero Lima, competentemente, deu voz de prisão a algumas pessoas que praticavam cafetinagem com menores em uma festa que teria a presença de autoridades, pessoas influentes que leiloariam virgens num bar da cidade.

As denúncias não são de hoje na região e esse tipo de festa vem sendo praticada de muito tempo. Geralmente os participantes são homens infelizes em seus casamentos, mal resolvidos, mal amados, com famílias desestruturadas e vidas cheias de confusões, descontentamento e complicações.

Ou então, gente que não se assume perante a sociedade, que vive uma farsa em suas vidas particulares e aproveitam essas ocasiões para mostrarem realmente quem são. Lamentável tudo isso.

Lamentável que autoridades que estão na escala da sociedade para proteger e defender políticas públicas para pessoas carentes e menos favorecidas, ajam justamente ao contrario do que preconizam suas profissões e do que alardeiam na sociedade e para suas famílias. A vida dessas pessoas é permeada de falso moralismo e vivem em sociedade só de aparência.

Em matéria do jornal Gazeta de Alagoas, desse domingo, o promotor da Infância e da Juventude da comarca, Tácito Yuri, disse que há muito tempo pessoas ganham dinheiro 'vendendo' adolescentes e têm políticos, comerciantes e autoridades como clientes. Não é de hoje que escuto esses comentários quando chego à cidade.

Há também novos ricos de União praticando esse tipo de situação e é preciso que as pessoas tenham um limite para suas vidas particulares.

Ninguém passa impune na vida e sempre tem alguma conseqüência diante dos atos que se comete. Esse tipo de pessoa costuma frequentar com assiduidade a igreja dando a entender que são religiosas, fraternas, humanas e solidárias, enquanto que por fora, praticam esse tipo de crime.

De parabéns a polícia alagoana, de parabéns o delegado Cícero Lima e o juiz que atua no caso, pela coragem de enfrentar o poder político e econômico da região. Que a verdade venha á tona e os responsáveis pelo crime sejam de fato punidos, se for comprovada a culpa.

2 comentários:

Franco disse...

Muito bom o texto. Parabéns!!!

Gagacia disse...

É inadmissível, que aquele ou aquela pessoa que está ocupando um cargo justamente para proteger, possa ser capaz de tamanha covardia. Um canalha desse não merece ocupar um cargo público ou outro de qualquer natureza; o único lugar para esse tipo de indivíduo é a cadeia. Que a justiça seja feita e os culpados sejam punidos de acordo com a lei.E ainda dizem que a escorria está nas " favelas e nos menos favorecidos ", como fico enojada com esse tipo de notícia.
Parabéns Olívia. Bjusss

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