Olívia de Cássia – jornalista
Parece que foi um dia desses, mas hoje está fazendo 30 anos da morte de um dos meus maiores ídolos, John Lenon, morto no dia 8 de dezembro de 1980. Continuamos a lamentar o assassinato do nosso ídolo por muitos e muitos anos, só que agora de forma silenciosa.
No dia em que recebi a notícia, quase que nem acreditei. Estava em União dos Palmares e foi meu amigo Alonsinho quem me falou; lamentamos muito o fato acontecido, passamos um tempão falando em John, em seus sonhos, nos Beatles, Yoko Ono e toda aquela geração de artistas que tanto influenciou nossas vidas.
Os sonhos de Lenon de um mundo melhor e cheio de paz era o sonho de todos nós da nossa geração. Imagine retrata tudo isso. Todas as músicas de Lenon falam de paz e de um mundo melhor. Era um sonhador.
No dia da morte dele nos pusemos a perguntar: será que o sonho acabou? Com será a vida daqui pra frente? Não, não acabou para muitos de nós. Outros se foram, como Alonsinho, Tinho, Carlos, Neto Bento, Geraldo Galvão e tantos outros amigos queridos. A vida continuou para os que ficaram, continuou mais pobre, menos fraterna, mas continuou.
Como é que a vida passa tão rápido! Eu sou capaz de lembrar perfeitamente de toda a minha vida nos anos 80 em União dos Palmares. Estudava muito, mas não perdia uma festa. Sempre fui muito festeira mesmo.
Lembro muito bem de como era a nossa juventude e se tivesse tido um filho naquela época hoje ele estaria completando 30 anos. Mas o destino não quis que eu me tornasse mãe, Deus sabe o que faz. Eu não teria sido uma boa mãe, sou muito desastrada mesmo.
Fui integrante em União de várias turminhas, como a gente chamava os grupos de jovens. Iam embora uns e chegavam outros e lá estava eu, pronta pra fazer novas amizades, para oferecer meu ombro na hora das dificuldades e para encontrar aqueles e aquelas amigos e amigas que também me ouvissem.
E ao som de muito rock in roll, Lenon, Paul MCartney, músicas americanas e MPB curtíamos as nossas baladas que naquela época se chamavam assaltos, shows, boates e discotecas.
Se vivo fosse meu querido herói teria completado 70 aninhos, no dia 9 de outubro. Revistas do mundo todo como a RollingStonne fazem homenagens e republicam entrevistas que ele concedeu poucos dias antes de morrer.
Numa delas ele dizia que não queria ser um herói morto como James Dean, fazendo uma referência a seus críticos. E teria dito: "O que eles querem são heróis mortos, como Sid Vicious, James Dean e tudo isso. E eu não estou interessado em ser a p... de um herói morto".
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