Olívia de Cássia – jornalista
A noite do domingo foi violenta. Todo fim de semana as ocorrências se repetem e aumentam. Ontem, foram 19 ocorrências, segundo Instituto de Medicina Legal (IML). A maioria vítima de tiros, por questões de briga em consequência do alcoolismo e de drogas.
A maior parte fruto da miséria e da vida degradante dessas pessoas. São homens e mulheres também –agora em número crescente- endividados com traficantes, muitas vezes dívidas pequenas, mas que não são perdoadas e que levam à morte, na maioria dos casos.
No Conjunto Dique-Estrada, na tarde de ontem, moradores fizeram um protesto, segundo eles, contra a violência com que são feitas as abordagens policiais. Estavam revoltados, interditaram a pista nos dois sentidos, tocaram fogo em objetos, gritavam contra a polícia e pediam a imprensa (o Fique Alerta), para denunciarem o fato.
Colocaram barreiras com containers, baldes, bacias, pneus, palhas de coqueiro e outros utensílios para impedir que os carros circulassem no local.
Um dos moradores alegou à reportagem do site tribunahoje.com que os policiais teriam feito a abordagem pela manhã, de forma violenta, denunciaram o espancamento feito a uma mulher grávida e a um senhor da terceira idade.
Várias viaturas da polícia, inclusive da Força Nacional, se deslocaram até o local, para arrefecer os ânimos e desfizeram a barreira de obstáculos colocados pelos moradores.
Um policial da Radiopatrulha, depois que jogaram bombas de efeito moral para desfazer o protesto, disse a um dos manifestantes que ele, ao invés de agir daquela forma, fizesse uma denúncia na Corregedoria.
O clima era de muita revolta e os manifestantes ameaçaram a polícia, dizendo que se acontecesse alguma coisa com a grávida ia ter retorno. É difícil a gente atribuir uma culpa e analisar cada situação.
De um lado, pessoas carentes de todo tipo de assistência e de políticas públicas, do outro , a polícia, que muitas vezes tem que ser enérgica para conter ânimos exaltados, incitados pela violência, pela dor e pelo consumo de álcool e droga.
Essa semana um garoto de 13 anos foi assassinado em outro bairro da periferia e os traficantes já tinham decepado uma mão, antes de matá-lo. O pai, desesperado, se perguntava o que tinha levado esse filho, o mais novo dos 15, a se meter com bandidos.
São jovens, homens e mulheres comprometidos com esse submundo imundo que cada dia fica mais lodoso e triste, comprometendo assim a segurança da população. Cenas de terror em nosso Estado tão bonito e que não merece isso.
É preciso que seja tomada uma providência mais que urgente, não só no sentido de reprimir, mas de educar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Aqui dentro tudo é igual
Olívia de Cássia Cerqueira Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...
-
Foto Inteligência artificial Olívia de Cássia Cerqueira (29-09-2024) Quando meus pais morreram, vi meu mundo cair: papai três antes que ...
-
Olívia de Cássia Correia de Cerqueira Jornalista aposenta Revisitando minhas leituras, relendo alguns textos antigos e tentando me con...
-
Olívia de Cássia Cerqueira – Jornalista aposentada (foto Inteligência artificial) Este texto eu escrevi em 1º de setembro de 2009 ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário