quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cenário real

Olívia de Cássia – jornalista

Comunidades sem água, há meses, ruas esburacadas, com esgotos a céu aberto, falta de estrutura, escolas invadidas por bandidos armados e sem condições de funcionar, por falta de estrutura, insegurança e violência. Falta política pública para resolver essas questões importantes.

A situação de intranquilidade todo dia se repete, em uma ou outra comunidade do Estado ou do País. São pessoas que foram abandonadas à própria sorte, que querem ver retorno dos impostos caros que pagam em cada serviço e querem ter direitos essenciais garantidos. Reclamam com razão.

Quando chega o período eleitoral, aparecem nesses locais figuras que não apareciam há muito tempo ou que nunca deram as caras por lá, prometendo mundos e fundos, garantindo que todos os problemas do local serão resolvidos. Parece até conto de fadas. São mercadores de ilusões.

Depois que passa a eleição e que são eleitos, são poucos os candidatos ou assessores que voltam para agradecer os votos recebidos e que dão retorno a seus eleitores.

As comunidades voltam à rotina e são esquecidas novamente. Muitas vezes precisam se expor na mídia para denunciar a falta dos serviços básicos essenciais. Alguns até querendo aparecer para tirar vantagem da questão no pedaço.

É verdade que nem todo gestor pode estar em todo lugar ao mesmo tempo. Para isso são nomeados os representantes das instituições designadas para fiscalizar e executar esses reparos.

O que acontece é que muitos desses indicados não fazem o dever de casa – ou seja - nem fiscalizam e nem executam as obras que têm que fazer e apenas se aproveitam desses cargos para enriquecerem ilicitamente e se projetarem na sociedade.

Assim é a política brasileira. Não deveria ser assim, mas é. A política é fundamental na vida de todos, pois por meio dela, se constroi a vida da população, não podemos ingenuamente nos abster, dizer que somo a-políticos; cabe à população a discussão e a pressão aos governantes.

Na atualidade, o termo política encontra-se bastante deteriorado. Precisando de uma reforma. Com mais responsabilidade partidária, com mais definições e execuções dos seus representantes. Por outro lado, o eleitor está viciado: foi cooptado pelo político corrupto e ladrão e pede qualquer coisa: dentadura, óculos, tijolos, telhas, bujão de gás e outros itens.

Não se importa se vai votar em troca desses favores, se essa atitude vai alimentar ainda mais o político corrupto e sem escrúpulo, porque também já está decepcionado e acredita que todo político é igual e sacana.

O ruim é quando o eleitor vota acreditando em propostas e projetos e acaba se decepcionando com seu candidato, que também não cumpre o que promete, porque para ganhar a eleição ele se comprometeu dizendo que ia fazer o que não podia. Não depende só dele. Há todo um processo burocrático por trás de muitas ações.

Mas mudando um pouco de assunto e ficando no mesmo, essa semana houve uma discordância de opinião entre a presidente Dilma Roussef e a Polícia Federal: a crítica da presidente foi em relação ao uso de algemas na Operação Voucher, da Polícia Federal. Na última semana, foram presas 36 pessoas suspeitas de envolvimento em esquema de corrupção no Ministério do Turismo.

Acredito que possa até ter exageros da PF em algumas situações e no passado recente do País, na época da ditadura, a instituição não era vista pelos democratas com bons olhos. Mas a PF conquistou a população quando de suas ações nas operações que tem feito pelo país afora. Avalio que possa ter alguns excessos, sim, também atualmente, mas defendo o mesmo tratamento para todo tipo de bandido, seja ele rico ou pobre.

Do mesmo jeito que o pobre é exposto, por praticar crimes e delitos, com os bandidos mais aquinhoados e de colarinho branco não deve ser diferente. O que os separa são o poder aquisitivo e o poder perante os humildes, nada mais que isso. Ambos são iguais e devem ter tratamento igual, mas não desumano. (Me acompanhe também no http://www.tribunahoje.com/blog/olivia-cerqueira.html)

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