sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Segurança x violência

Olívia de Cássia - jornalista

Com frequência a questão da violência no Estado e a falta de segurança nas ruas da capital e do interior alagoano são assuntos que volta e meia são abordados na Assembleia Legislativa; resultado do que se reclama na sociedade.

Os alagoanos estão aflitos por conta da falta de policiamento nas ruas e as constantes notícias de assassinatos veiculadas na imprensa. Os parlamentares alagoanos têm feito uso da fala, quase todos os dias, para tratar do tema e criticam o Governo do Estado pelo o que chamam de falta de ação e inoperância de Téo Vilela.

A violência não é ‘um privilégio’ só nosso, ela está enraizada em todo o País, em todo o canto, de formas distintas. Dizem os estudiosos que “abolir a violência humana é uma utopia que nunca se concretizará em nenhum futuro”. Outros argumentam que ela (a violência), tem caráter hereditário, não anula, mas se minimiza, estando sempre latente no homem e na mulher.

Segundo esses mesmos pensadores, não é a violência que cresce, é a atividade de segurança que diminui.

“A violência está nas pessoas, mas, a eclosão depende dos métodos de sua criação ao longo dos anos, do processo de inclusão social, do equilíbrio da concessão dos direitos com a necessária cobrança dos deveres, do grau de vulnerabilidade do indivíduo, do ambiente, do momento, do fato, das circunstâncias e da ineficiência dos mecanismos de controle”, argumentam.

Na sessão da Assembleia de terça-feira, 8, os deputados aprovaram a criação das regiões metropolitanas (da Zona da Mata e do Vale da Paraíba). A proposta do Executivo de tirar os policiais que trabalham na área administrativa para encaminhá-los às ruas foi tema de vários pronunciamentos na Casa de Tavares Bastos.

A oposição alega que esses profissionais estão doentes e não têm condições de ir para as ruas na busca dos bandidos.

Alagoas foi avaliada no último estudo da Organização das Nações Unidas – ONU, como um dos estados mais violentos do País. Uma estatística triste para um Estado tão bonito e acolhedor. Diante das reclamações da sociedade, a Secretaria de Defesa Social alagoana lançou nas ruas a Operação Divisa, que objetiva fiscalizar as barreiras policias para conter o tráfico de drogas e armas ilegais.

Num pronunciamento longo, o deputado Dudu Holanda (PSD) usou a tribuna da Casa, na mesma sessão, para falar do tema. Ele propôs a realização de concurso público na Polícia Militar, “para mais de 1.500 vagas, de soldado a coronel”.

O deputado Jeferson Morais (DEM) apresentou indicação com apelo ao Governo do Estado e ao secretário de Defesa Social, Dário César, no sentido de que seja criado um Programa Estadual de Reinserção Social para presos e egressos, no Sistema Carcerário do Estado.

Jeferson Morais disse, em aparte, que o Estado não tem policiais para fazer a segurança e questionou como é que vai fazer patrulhamento de fronteiras?

Já o deputado Ronaldo Medeiros (PT) disse que está faltando planejamento do governo e informou que no Estado de Pernambuco a violência diminuiu cerca de 40%, com mapeamento, há dois anos. Segundo o deputado do PT, o projeto pernambucano é reconhecido internacionalmente.

“Alagoas é campeã ao contrário, andamos com medo dos bandidos, os bandidos não têm medo da polícia”, disse ele, acrescentando que no município de Paulo Jacinto, onde a violência aumentou assustadoramente, tem dois policiais: “Fica um de manhã e outro à tarde”, disse o deputado. Uma outra questão reclamada pelos deputados de oposição é a contratação dos concursados da reserva técnica da polícia.

Diante de tanta insatisfação, se o governador Téo Vilela conseguir, até o final do mandato: reduzir pelo menos um terço da violência por aqui, com ações sociais, programas educativos de reinserção nos presídios, preparar melhor a polícia e colocar mais policiamento nas ruas, ganhará muitos pontos positivos. Vamos torcer para que haja melhorias.

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