Foto da assessoria
A exposição é dividida em quatro ambientes, elaborados pelo artista visual e curador da exposição, Denis Matos
Valéria Guimarães
Com o objetivo de homenagear o pintor que marcou a história das artes plásticas em Alagoas, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) abriu nesta quinta-feira (17), no Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa), a exposição “Zumba, um pintor negro para o Brasil”.
Esta exposição traz uma coletânea de 85 telas do pintor alagoano José Zumba. A mostra, inédita, tem o acervo cedido por 29 colecionadores e que agora poderá ser apreciado pelo público em geral, reúne o trabalho artístico de um dos mais importantes pintores negros do Brasil.
A exposição é dividida em quatro ambientes, elaborados pelo artista visual e curador da exposição, Denis Matos. No salão principal do Museu, apresenta uma visão geral do artista e em três salas, que tratam das temáticas: tipos regionais, paisagens e o folclore, bastante abordadas nas telas de Zumba.
Na cerimônia de abertura, o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas, falou da representatividade da exposição durante o mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra, (20 de novembro).
“A Secult abre a exposição em homenagem a Zumba, fazendo um registro desse momento de valorização e de reflexão sobre a diversidade da cultura de matriz afrodescendente, com as comemorações do Dia 20 de Novembro.”, declarou Viégas.
Ainda segundo o secretário, esta exposição ficará aberta até o 2 de fevereiro de 2012, esta data foi escolhida em alusão ao acontecimento histórico, denominado Quebra de Xangô, que ficou marcado pela intolerância e o desrespeito à cultura afro em Alagoas.
O secretário agradeceu ao diretor do Mupa, José Márcio Passos, pela dedicação para a realização do evento e, especialmente, aos colecionadores que colaboraram, oferecendo suas relíquias para a apreciação do público. “Agradeço em especial aos colecionadores que ajudaram na elaboração desse acervo ineditamente reunidos num mesmo espaço”, ressaltou.
O curador da exposição, Denis Matos, falou da emoção da realização da mostra. “Estou muito satisfeito com o resultado, essa exposição é a realização de um sonho, porque há tempos desejava mostrar o trabalho de Zumba com essa amplitude. Esse artista passou despercebido pelos outros governos e essa iniciativa da Secult resgata o rico trabalho de Zumba que dedicou sua vida à arte alagoana”, destacou.
A viúva do artista, Maria Júlia Zumba, prestigiou a exposição na companhia dos filhos, Abraão, Maria da Conceição e Débora e se emocionou ao rever as pinturas do marido. “Lembro-me de todas essas telas, de quando foram feitas, pois eu estava ao seu lado, era à noite que ele costumava pintá-las, em casa”, relembrou.
Para o filho de Zumba, Abraão, é uma satisfação esse reconhecimento. “Estamos muito felizes, é muito importante essa valorização e de manter viva a lembrança da arte do meu pai”, afirmou.
O empresário, Geraldo Gonçalves, é um dos colecionadores que cederam obras para compor a exposição, vinte das pinturas expostas na mostra vieram de seu acervo pessoal, ele falou da satisfação em compartilhar a coleção.
“Para mim é uma satisfação participar dessa iniciativa. A maioria sobre as manifestações populares foi um dos pedidos de encomenda feita por mim ao próprio Zumba”, afirmou.
A abertura contou as participações do cantor Igbonan Rocha e do grupo o Grupo União Espírita Santa Bárbara, da Ialorixá Mãe Neide Oyá D’Oxum e Milton Souza, com a apresentação representativa das danças de orixás.
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