Olívia de Cássia – jornalista
Não conheço mais o meu amor. O meu amor acabou; avalio eu que agora vivo tranquila, sem sofrer por amor. Meu estranho amor que não está mais perto. Faz tempo que ele se foi; não sofro mais por amor.
Aquele amor me parece agora um estranho; não conheço mais aquele que dividiu comigo tantos anos de vida. Não o conheço mais, tornou-se um estranho para mim. Não sofro mais com essa ausência de você.
Não te quero mais. Quero continuar a viver só. Às vezes a gente idealiza uma pessoa e faz desse ideal a nossa razão de vida. Deixamos de viver a nossa própria história para viver a do outro, muitas vezes perdemos até a identidade em nome do amor.
E quando menos se percebe, já estamos tão cúmplices, tão envolvidos que custamos a perceber ou percebemos tarde o lapso que cometemos. Eu te amei. Custei a admitir que um dia eu ia me apaixonar novamente.
Não dou sorte no amor, não nasci para o amor, nem para ser amada. O amor, aquele amor que tanto idealizei nos livros, nos romances e nas minhas poesias. Esse amor nunca existiu, só nos romances que eu lia e na minha imaginação fértil de menina do interior.
Eu era de me apaixonar doloridamente, sofria por aqueles amores incompreendidos, que não me reconheciam, não retribuiam aquele sentimento exagerado meu. Nunca fui bela fisicamente, ao ponto de despertar paixões, de encantar alguém. Um dia achei que isso fosse possível, mas fui proibida de amar.
Era minha mãe, na sua sábia simplicidade, que conhecia as minhas fraquezas, sensibilidade e não queria me ver sofrendo por amor. Ela sabia o que era isso. Mas eu entendi ao contrário, achava que ela não queria a minha felicidade e o embate estava feito.
Como a gente comete burrices quando é jovem e ingênua feito eu na minha adolescência e juventude! Tudo isso agora é passado, faz parte da minha história, felizmente já passou e ponto final.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
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