quinta-feira, 29 de março de 2012

Para não perder o vício...

Olívia de Cássia – jornalista

Terminei a leitura de “Ponto de Impacto”, de Dan Brown; 440 páginas de puro suspense e emoções. Um livro bom, como os outros que já li do autor: todos. Sou fã de Dan. Ponto de Impacto foi um presente de aniversário do meu amigo Breno Airan, da Tribuna Independente, com a dedicatória: “Olívia, para você não perder o vício”.

A história desenvolvida pelo autor é uma excelente trama que leva o leitor ao capítulo seguinte, do começo ao fim, sem querer abandonar a leitura. Uma lição de como um escritor pode construir um enredo de suspense e atrair seu leitor numa cumplicidade única. A gente começa e não quer mais parar de ler. Adoro livros assim. Valeu Breno.

Uma pena que, ultimamente, eu só disponha de mais tempo para desfrutar da delícia que é a leitura no ônibus, a caminho da Tribuna Independente, todos os dias, que é quando eu costumo ler agora. Demorei um pouco a concluir a leitura, diferente de antigamente que eu não consumia mais de três dias para ler um livro bom.

Cultivo o hábito de ler desde a pré-adolescência. Aprendi isso com meus bons professores que tive em União dos Palmares. Tive bons incentivadores, como as mães das minhas amigas e com os amigos e amigas também. Sempre que terminávamos um romance ou uma leitura gostávamos de comentar e saborear cada passagem da trama.

Era um exercício delicioso e esse é o meu vício, além da escrita, como disse Breno Airan, em sua carinhosa dedicatória. Realmente, Breno, não quero deixar nunca esse maravilhoso vício, que contraí tão cedo em minha vida. Os livros nos proporcionam doses cavalares de viagens, conhecimentos, diversão, boas gargalhadas e muito aprendizado; eu percebi isso muito precocemente em minha vida.

É um exercício salutar para a mente e a alma da gente. Os livros são meus parceiros, eu gastava a metade da mesada que recebia do meu pai, depois de ajuda-lo na mercearia da Rua da Ponte, na aquisição deles, assinatura do Círculo do Livro, comprava muitos livros de palavras cruzadas, e gastava muito com revelação de fotos. Nunca me arrependi disso; pelo contrário.

Meus pais não entendiam e minha mãe às vezes questionava o motivo de eu gostar tanto de viver às voltas com livros, de andar com eles sempre debaixo do braço, me achavam muito estranha. Mas foram as minhas leituras que me incentivaram a seguir a carreira de jornalista, a escrever o que chamo de poesias e a ter um coração amolecido.

E cá estou eu, de volta da Tribuna Independente, depois de um dia cansativo de trabalho, de dupla jornada, mas feliz. Às vezes eu brinco com os amigos pelo fato de não ter uma renda maior e digo: “Quem mandou não seguir os conselhos da minha mãe e ter ido fazer jornalismo¿

Nós duas estávamos sempre em conflito de opiniões e um deles era esse: eu ter escolhido fazer vestibular para jornalismo, contrariando a vontade dela de ter uma filha médica, advogada, dentista ou engenheira.

Amo a profissão que escolhi, amo o que faço e digo isso todos os dias, porque o faço com amor e dedicação e agradeço aos meus pais em pensamentos todos os dias por terem lutado para que a gente estudasse e tivesse uma vida digna.

Claro que eu deveria ter feito outras faculdades, paralelo ao jornalismo. Até comecei a estudar no curso de Letras, por equivalência, mas o meu radicalismo era maior e abandonei o curso.

Sou um ser humano cheio de defeitos, mas que tenta dar o melhor de si no seu trabalho. A segurança e a determinação que tenho hoje, eu gostaria de ter adquirido no começo da profissão, mas a minha baixa autoestima era maior que eu e não deixava que eu crescesse e me desenvolvesse como deveria ter sido.

Com a ajuda de outras pessoas eu consegui me libertar, pelo menos eu acho que sim, agora, depois de tanto aprendizado. Aquele medo que eu sentia da vida acabou. Embora não seja tarde ainda eu lamento que eu já esteja na meia idade e tenho a convicção de que não terei mais tanto tempo de vida útil para desfrutar desse novo momento.

Tenho dificuldades como qualquer pessoa, mas elas só me incentivam a persistir e lutar ainda mais pela minha sobrevivência. ‘Eu insisto e não desisto’. Os problemas a gente vai tentando administrar. O que não tem remédio, como diz um amigo meu, remediado está; não é mais problema, é passado. Tenho dito e repetido que lutarei sempre pela minha vida, até quando Deus permitir. Obrigado, meu Deus, até logo mais!

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