quinta-feira, 8 de março de 2012

A fotografia e a saudade...

Olívia de Cássia – jornalista

Revivendo lembranças, olhando fotografias antigas deu uma saudade de mim. A chuva cai lá fora, indiferente a tudo e a todos. O sono foi embora e hoje deu nostalgia de mim. Saudade de um tempo vivido.

Estou sozinha em meu mundo, meu lar, mas não é uma solidão ruim. É bom quando a gente pode ficar na companhia de nós mesmos, analisando os fatos, a vida, o tudo. Procurando decifrar o que fizemos da nossa vida e de nós mesmos.

Se há erros, não posso culpar ninguém pela minha vida, sou fruto das minhas escolhas, sejam elas quais foram. O relógio anuncia que já passa da meia noite. Os gatos miam reclamando atenção. Posto fotos antigas no Facebook para matar o tempo.

Observo nas fotografias momentos da vida. As fotos denunciam o tempo, aquele que a gente não pode fazer nada contra, “o senhor da razão”. Contra ele não há quem possa. Ele é o senhor de tudo, da vida de todos nós, como disse um autor.

Revejo amigos e familiares nesses instantes congelados. A gente bem que podia às vezes congelar o tempo, para que não passasse e puséssemos perpetuar o instante, os bons momentos, de alegria, de sorrisos, de eternidade. Tenho saudade, saudade de mim, da menina que fui...

A fotografia é o instante congelado, para que pudéssemos mais tarde, como agora, reviver o tudo. Sentimento. Não importa se a técnica for perfeita se a foto não causar um forte sentimento quando olhamos para ela.

A foto é congelamento do tempo, o instante da vida, o guardião do nosso passado, da nossa vida, o registro do que vivemos. A fotografia depende do olho de quem a faz e de quem a observa. Pode ser definida como arte ou como documento.

Deu saudade de mim. A chuva continua caindo, agora mais forte. Os gatos se acalmaram, pararam de miar, agora dormem. Malu e Otto silenciam e eu fico aqui teclando palavras ao vento, na esperança que o tempo passe e o sono chegue, pois preciso acordar cedo logo mais ao amanhecer...Até mais...

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