segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A descaracterização

Petrucio Cerqueira - bancário


Uma região, uma localidade ou um município, para que seja sempre lembrado no futuro de como foi a criação e a colonização desta, deverá sempre manter resquícios. culturais e manter algo em voga de como foi criado e desenvolvido.
Em Alagoas, temos o belo exemplo das cidades de Penedo, Marechal Deodoro, Piranhas e Água Branca.

A minha cidade, que deveria se enquadrar no rol das acima mencionadas, infelizmente não está. O desrespeito a União dos Palmares vem de longas datas.

Não sou contra o desenvolvimento nem ao progresso, e, nem tão pouco a novas estruturas edificadas; sou contra, e acho que muitos palmarinos o são, é que na maioria das novas construções edificadas, se destroi as antigas construções, que na maioria das vezes são prédios históricos e de um valor inigualável para a história do município.

Não sei se no município existe algum órgão que fiscalize esses empreendimentos, patrocinados na maioria das vezes pelo próprio governo municipal. E a fiscalização do Estado, será que existe?

A descaracterização da cidade de União dos Palmares começou na década de sessenta pelo Mercado Municipal e a Praça Basiliano Sarmento. Logo em seguida, o pior, a derrubada da Igreja Matriz, se não me falha a memória, construída no século XIX.

Logo após a descaracterização da Av. Monsenhor Clovis Duarte. Sem fiscalização nenhuma do patrimônio histórico de União, veio abaixo a casa de Basiliano Sarmento, a Casa da professora Salomé.

O antigo cinema, que ficava no início da década de sessenta na esquina da Av. Mons. Cloves, também veio abaixo, para criação de novos prédios comerciais. O antigo viaduto da Rede Ferroviária.

O prédio da antiga Casas Paulistas também totalmente desfigurado, a Praça Antenor Uchoa, a desfiguração da Casa onde nasceu Jorge de Lima.

Nos dias atuais, a Rua Correia de Oliveira, que é uma das mais antigas de União (onde fica o Museu “Maria Maria”), está também totalmente desfigurada pelos novos pontos comerciais, a Rua Tavares Bastos (antiga Rua do Boi, a Rua do Frei João, que antigamente era a porta de entrada de quem vinha oriundos das fazendas do outro lado do Rio Mundaú, onde tinha imponentes armazéns de cortumes, também não existe mais.

E o que dizer da antiga estação Ferroviária, da Sambra (onde hoje é a prefeitura e a rodoviária), grande conglomerado de armazéns e industrias que União tinha.

A descaracterização mais recente, e esta dá vontade de chorar, foi feita pela própria natureza, a destruição da minha sempre lembrada Rua da Ponte. Foi ali que vivi os melhores dias da minha vida, e que hoje em dia, já virou cercado para Boi!

Trazer progresso, empregos e desenvolvimento para o município que se governa é sempre bem-vindo, mas também, deve-se proteger o patrimônio histórico e cultural da região, que assim sendo, manteremos vivo o passado da nossa região.

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