Por João Paulo Farias – Texto e Fotos
Uma cerimônia ocorrida na noite desta terça-feira, 11, marcou a reabertura da Casa Maria Mariá, que foi transformada em museu após sua morte em 1993 e que agora em meio às comemorações dos 180 anos de emancipação política do município e após oito meses de reforma, está aberta à população.
O evento contou com a presença de autoridades do município, familiares da homenageada e a população palmarina. A primeira homenagem a Mariá veio com um poema, recitado pelo Dr. José Márcio, que veio a União representando o secretário estadual de Cultura, Oswaldo Viegas e usou trechos das obras de Clarice Lispector, Cecília Meireles e Jorge de Lima, nessa adaptação que recitou.
Representando a família Sarmento, o pró-reitor de Extensão da Universidade Federal de Alagoas, e sobrinho de Mariá, Eduardo Lira, disse que é necessário não só a preservação desta Casa e seu acervo nesse momento, e sim que outras administrações tenham esse mesmo cuidado, com a história desta mulher.
Já o radialista e também sobrinho da homenageada, Sílvio Sarmento, lembrou da sua infância quando morou e acompanhou durante um bom tempo o trabalho da tia, que segundo Sílvio, sempre foi de uma inteligência e coragem admirável.
“Lembro quando ela foi inspetora das escolas do município, onde tinha uma atenção especial aos alunos”, disse o radialista, acrescentando de forma emocionada que Maria Mariá nunca poderá ser esquecida.
O prefeito Areski Freitas lembrou da importância da família Sarmento, que foi uma das fundadoras da cidade de União dos Palmares. Areski destacou a pessoa de Maria Mariá, como uma mulher de vanguarda, que revolucionou uma época, com seu conhecimento e coragem.
“Pra mim é motivo de satisfação estar inaugurado essa Casa”, frisou Kil, concluindo que a Prefeitura de União tem um comodato de vinte anos, feito com a família Sarmento, para cuidar desta obra.
O secretário de Cultura, Elson Davi, falou da felicidade em estar entregando essa obra aos palmarinos e visitantes, pois a preservação da memória desta mulher é uma forma de difundir a cultura de um município tão conhecido pelos seus grandes personagens que fizeram história, a exemplo do poeta Jorge de Lima.
De início irá funcionar o Memorial em homenagem à historiadora, e de forma gradativa a Casa estará com uma biblioteca e Espaço Cultural, onde serão feitas exposições fotográficas. Elson disse que no quintal da Casa, será criado o Canto de Lilá, que será um local para recitação de poesias e músicas, nome esse que era chamado de forma carinhosa pela sua família.
Em relação aos objetos que fazem parte do acervo colecionado durante toda a vida de Mariá, Elson disse que os mesmos estão sendo restaurados e que em breve estarão de volta aos seus lugares de origem. “Alguns objetos já estão na Casa, a exemplo do piano centenário que está totalmente restaurado”, concluiu.
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