segunda-feira, 13 de junho de 2011

Viva Santo Antônio!

Olívia de Cássia – jornalista

É madrugada de sábado, 11 de junho. Do meu quarto ouço as conversas e o barulho dos boêmios voltando de suas noitadas etílicas. Os festejos juninos foram inaugurados na noite de sexta-feira, em Maceió. De agora até o fim do mês terá animação de rua, em Jaraguá.

Já não me animo mais como antes para brincar essas festas. Nessa época do ano era sempre uma agitação, um motivo para enaltecer a nossa alegria de viver no convívio da juventude com os amigos e aproveitar o que a festa tinha de melhor ou o que a gente achasse que o era.

Quando morávamos na Rua da Ponte, em União dos Palmares, na década de 60, minha mãe sempre fazia fogueira , dizia que segundo a tradição, se a madeira teimasse em não querer acender o fogo, era mau presságio, sinal de morte na família. E segundo essa linha todo ano ela arrumava lenha para a fogueira.

Depois que mudamos para a Rua Tavares Bastos, ficava difícil fazer a fogueira, pois a rua é estreita, tinha movimento de carro nos dois sentidos e com o tempo ela foi deixando a tradição de lado. Mas os meus vestidinhos estampados e com bolso de cada lado ela sempre costurava, que era para que eu colocasse os fogos juninos.

Também a culinária que ela fazia quanto tinha saúde era de lamber os beiços: milho cozido, pamonha, canjica, bolos de vários tipos, brasileiras, cocoadas. Era um verdadeiro banquete dos deuses.

No dia de Santo Antônio eu não tentava as simpatias, para ver se ia casar, não acreditava naquilo, mas achava engraçado minhas primas o fazerem, eram muitas e às vezes coincidia com o que elas queriam que acontecesse.

A Praça Basiliano Sarmento era rodeada de barracas e quiosques que comercializavam comidas típicas, quentão, souvenir e outros produtos. Era uma alegria só em União.

A Festa do Milho (Femil) ficou conhecida em toda a parte do Estado e foi realizada por algumas administrações que se seguiram à de Afrânio Vergetti, que foi o idealizador da festa, mas não investiram na festa do jeito que ela foi idealizada e ela foi minguando até acabar.

Hoje o São João é mais de forró eletrônico e o tradicional, em alguns locais, foi se perdendo um pouco, mas há gestores que estão recuperando a festa. Eu, particularmente, gosto do forró tipo pé de serra, tradicional. Se possível com zabumba, triângulo e acordeom. Dá mais autenticidade à festa mais tradicional do Nordeste.

Cidades como Campina Grande e Caruaru, em Pernambuco, disputam o título de capitais do forró e sabem tirar proveito disso no turismo. Alagoas precisa fazer esse resgate da festa mais tradicional dos nordestinos.

Não precisamos importar modismos, pois temos muitos talentos musicais, culinária autêntica, clima e ambiente propício para a gente realizar uma festa de dar gosto. É só ter boa vontade.

Um comentário:

Anônimo disse...

NOSSA CÁSSIA, QUANTAS LEMBRANÇAS VC MIM FES REVIVER, ESSAS FESTAS JUNINAS FORAM O QUE + FICARAM GRAVADAS EM MINHA MEMÓRIA. DESDE A ÉPOCA QUE MOREI EM SÃO JOSÉ DA LAGE ATÉ QUANDO MUDAMOS PRA UNIÃO E FOMOS MORAR NA TAVARES BASTOS, HE,HE,HE, CONICIDÊNCIA NE MESMO?. SERIA ÓTIMO SE VOLTASSEM A ORGANISAR ESSAS FESTAS, MESMO QUE EU NÃO PARTICIPE, POIS AGORA MORO EM MINAS GERAIS, MUITA GENTE DAI VÃO GOSTAR COM CERTÊSA. BEIJÃO AMIGA, FIQUE COM DEUS

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