terça-feira, 7 de junho de 2011
Albuquerque diz que entrou na Justiça contra decisão da Mesa Diretora
Olívia de Cássia – jornalista
A sala da imprensa que cobre a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) estava lotada de jornalistas, assessores e pessoal da área que cobre o Poder Legislativo todos os dias, à espera de um discurso bombástico e acalorado do deputado Antônio Albuquerque (PTdoB), reclamando da retirada do seu nome da Comissão de Constituição e Justiça, como vinha sendo especulado na imprensa desde o domingo.
Mas ao contrário do que se esperava e citando frases de efeito de vários escritores da literatura brasileira, o deputado concluiu seu discurso breve dizendo que tinha entrado na Justiça para ter seus direitos garantidos.
"No regime democrático, quando um cidadão é vítima de alguma covardia, de uma traição, de uma violência de qualquer natureza, recorre à Justiça. E foi isso que eu fiz", disse o deputado, se retirando da tribuna da Casa.
Na semana passada, as discussões se acirraram na Casa de Tavares Bastos, a partir do momento em que Albuquerque solicitou a retirada do nome do deputado Ricardo Nezinho (PTdoB) da CCJ, alegando que o seu correligionário queria se perpetuar na comissão e que era arrogante.
DEBATES ACALORADOS
Foram várias as discussões no plenário e o PT reclamou participação na comissão, protocolando requerimento na Casa, solicitando uma vaga. Atendendo aos reclames do PT, em requerimento assinado pelo deputado Ronaldo Medeiros, líder do partido na Casa, o presidente da ALE, Fernando Toledo (PSDB) encaminhou para publicação no Diário Oficial do Estado a retirada do nome de Albuquerque e a inclusão do deputado Marquinhos Madeira (PT) na comissão.
Albuquerque não gostou do que viu publicado na imprensa no domingo passado, já anunciando sua saída da comissão. “Me surpreendi com a matéria que me dava a informação da substituição do meu nome da CCJ. Passada a surpresa, me dediquei a ler frases de efeito, a solução do meu problema”, disse ele.
"É dos homens políticos mudar; mudar é também dos filósofos, é também dos juristas, é de todos os espíritos humanos", disse Albuquerque, citando o escritor Rui Barbosa. E em tom calmo, observou que fez uma reflexão sobre uma das frases de Rui Barbosa e outra de José de Alencar: “É sempre falível o juízo dos homens”, citou dizendo ainda que foi vítima de uma "covardia".
FERNANDO TOLEDO
No final da sessão desta terça-feira, o presidente Fernando Toledo (PSDB) disse à imprensa que a mudança na composição da CCJ não foi feita por perseguição. "Foi atendendo aos princípios da proporcionalidade”. Ele observou que a Mesa Diretora respeitou o regimento. “Foi uma decisão administrativa”, finalizou Toledo.
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