terça-feira, 28 de junho de 2011

O que será melhor?

Olívia de Cássia – jornalista

Quando a gente envelhece volta a ser criança em algumas situações da vida e as pessoas passam a nos ver como se fôssemos dementes (e às vezes ficamos mesmo.

Existem problemas nessa faixa etária que deixam o idoso vulnerável, mas não é todo mundo que perde a capacidade do raciocínio lógico tão rápido. É verdade que ficamos mais lentos no pensar e no agir, devido às limitações do corpo e da alma, é o curso normal de todos nós.

Outro dia eu comentava com amigos que o mercado de consumo lançou o rótulo ‘melhor idade’ para a velhice, para gente que já viveu tantos e tantos anos. Na faixa dos 60 em diante, algumas pessoas estão sozinhas, aposentadas e é um nicho onde o mercado de consumo investe com oferecimento de produtos onde enxerga um longo consumo. Ainda não cheguei lá, mas falta pouco.

Quem tem condições financeiras de viajar, de conhecer pessoas e lugares diversos, é uma grande oportunidade para investir nisso. O que não dá para absorver é esse rótulo de que essa é a ‘melhor idade’ para se viver, não precisa ‘tapar o sol com a peneira’.

A gente pode dizer, sim, sem sombra de dúvida, que a melhor idade para se viver é o presente, mas o bom mesmo é quando a gente tem saúde, juventude, disposição e alegria para levar a vida e isso acontece na adolescência e na juventude, quando a gente está cheio de sonhos, de vontade de transformar e mudar o mundo.

Ainda tenho muitos sonhos e essa vontade de mudar o mundo, tal qual aquela menina nascida em União dos Palmares e vista com estranheza por algumas pessoas mais velhas, só que de forma diferente de antes.

O ângulo e o foco de agora mudaram. Quando a gente é jovem não se importa com opiniões e consequências. Nada interessa muito nessa fase da gente. Quando vem a maturidade, a gente vai ponderando e vendo tudo com outros olhos: “Ou não”, como diria Caetano.

Comigo aconteceu assim: descobri depois de anos passados, que o bom humor é fundamental para que a gente encare os problemas da vida. Já fui muito zangada, mal humorada e com a autoestima lá em baixo.

Hoje em dia eu já amenizei muita coisa, apesar de ainda precisar aprender muitas lições da vida. Encarar as situações com mais suavidade e disposição é a melhor maneira de se viver, avalio eu, agora, mesmo que o universo conspire contra nós.

Observando tudo dessa forma, parece até que já estou seguindo essa orientação de vida. Não é isso. Minhas constatações são das experiências vividas, das vivências do cotidiano. Tento não ser tão cruel comigo.

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