Olívia de Cássia – jornalista
No Dia dos Namorados resolvi ir no shopping ver um filme, almoçar e comprar umas peças do meu vestuário que as minhas estão muitos gastas. Almocei logo, mas com o estômago vazio e de ressaca a comida não foi muito bem aceita.
Entro no cinema e sento na sala de espera, aguardando o horário do filme. Enquanto aguardava a hora, fiz uma ligação para uma amiga de União e depois comecei a pensar em quando eu não puder mais ir no shopping passear ou no cinema. Vai ser difícil para mim.
O filme (Se beber não case II) foi divertido e dei boas gargalhadas, mas já tenho dificuldades em acompanhar a velocidade do tempo das legendas e se continuar assim, daqui a um breve espaço de tempo só vou ver filmes dublados.
Além disso, estou caminhando com dificuldade entre tantas pessoas e às vezes, sem querer, tropeço e esbarro nelas, me desculpo, mas fico envergonhada de não ter equilíbrio suficiente para andar direito e me desviar dos obstáculos.
Tento não antecipar a situação e colocar humor nos pensamentos. Espero ter mais qualidade de vida para não entrar em desespero diante dos impedimentos que por certo virão com o agravamento desse problema.
O cinema não estava lotado, mas só tinha casal de enamorados. Eu era uma ilha cercada de meus pensamentos naquele local, mas consegui me divertir sozinha, nesse dia também dos encalhados.
Depois dali eu fiz um lanche e fui na livraria como costumo fazer toda vez que vou ao shopping. Sempre vou confirmar os lançamentos literários, mesmo que não tenha verba para adquirir algum livro. Estão muito caros, mas se eu tivesse condições adquirira tudo, ou quase tudo. O mundo dos livros é um mundo de magia para mim.
Dei uma passadinha na banca de jornal e comprei dois exemplares, pois da mesma forma que estou sem tecnologia em casa, ficar no fim de semana sem informação é muito ruim. Li o que mais me interessou e as noticias eram o que eu já estava acompanhando na semana.
Nosso Estado é tão lindo e rico de belezas naturais; no entanto, divulgado fora do País como o mais violento. É tão triste isso. A gente sabe que essa crescente onda de violência se deve à impunidade que ainda reina não só aqui, mas em todo o País.
Tudo isso se deve a uma sociedade ainda coronelista, machista e patriarcal, onde se resolve tudo na bala, na agressão, na tortura e na morte de pessoas, na falta de entendimentos e de tolerância. Há muita arrogância nas pessoas.
Hoje as crianças, em sua maioria, não são educadas para dar muito obrigado, pedir a bênção, dizer me desculpe, como vai ou fica com Deus. Nãos sei onde a gente vai parar.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
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