quinta-feira, 16 de junho de 2011

A memória fala por si

Olívia de Cássia – jornalista

A nossa memória é uma coisa fantástica, um mecanismo perfeito. Às vezes basta um cheiro, de comida ou perfume, uma cor, uma música, para que a gente rememore passagens da nossa vida que aconteceram há muito tempo.

Às vezes, a gente se esforça para lembrar algo mais recente e a lembrança não vem, mas basta uma palavra ou uma situação para que tudo se faça presente. Há dias de grandes interrogações, dúvidas e confusão de pensamentos.

Tem horas que não sei o que pensar de mim, o que pensar da vida, apesar de ter consciência da situação. Mas nessas horas, muitas vezes, a mente fica embotada como se fosse uma defesa do próprio organismo, do cérebro, para evitar mais sofrimentos.

Tem dias que me sinto uma ilha, cercada de dificuldades por todos os lados, à espera de um milagre, de um socorro amigo. São impedimentos tolos que vão chegando, tomando uma dimensão tão grande, tão imensa, que a gente pensa, em alguns momentos, que não vai ter capacidade de superar aquilo.

Mas eu não quero supervalorizar isso, tenho anjos velando por mim. Há dias de muita paz e harmonia interior também .

Começo a fazer e refazer todo um processo na minha cabeça, de readaptações que terei que fazer na minha vida prática. Não quero me acomodar diante da vida, mesmo diante desses limites.

São muitas as perguntas que tenho feito: como será a minha vida daqui a alguns anos? Terei vida ainda? Não quero ser um estorvo na vida dos outros, não quero atrapalhar. Tenho meus estranhamentos, manias e maneira de vida. Sou abusada, chata e não quero causar incômodos.

Quero que Deus me dê forças para continuar resistindo e lutando, querendo o melhor de mim. São detalhes e sentimentos que me perseguem todos os dias...

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