segunda-feira, 6 de junho de 2011

Histórias vividas e não contadas

Petrucio Cerqueira - Bancário

Um dos maiores problemas mundiais hoje em dia é a geração de energia, e o Brasil não fica atrás com essa situação vivida atualmente pelo mundo. Uma das fontes energéticas existente é energia nuclear, a mais usada e gerida na Europa, onde são escassos os processos de geração de energia hidroelétrica. Esta essa geração de energia (nuclear) está com dias contados, depois da tragédia japonesa.

No Brasil há fontes inesgotáveis para a produção de energia hidroelétrica, que é a mais limpa fonte de geração. Para que não fiquemos de fora da questão, toda vez que o governo faz um projeto para construção de usinas para esse tipo de geração energética, aparecem, surgem, ninguém sabe de onde, ONGs de tudo quanto é tipo, e de nacionalidades duvidosas, incitando comunidades indígenas e ribeirinhas, a rebelarem-se contra a construção dessas usinas.

Qual será o interesse destes ditos defensores da natureza? Será que estão querendo defendê-la mesmo, ou defender interesses escusos de outras entidades ou de alguém com inveja?

Em 1976, houve uma crise mundial de petróleo que se não foi a maior chegou perto. O presidente do Brasil era o general Ernesto Geisel. Os preços do petróleo ultrapassavam a quantia de U$ 100. Foi até criado naquele tempo cupons, que seriam comprados no Banco do Brasil para que posteriormente fossem os combustíveis comprados nos postos, mas a equipe do governo, logo depois, descartou essa idéia.

O racionamento foi inevitável. O governo determinou que postos de combustíveis nas cidades, durante os fins de semana, seriam fechados. Só seriam abertos os postos nas BRs, e mesmo assim na distância mínima de 40 quilômetros de um para outro.

Em 1978, o general Ernesto Geisel, juntamente com os ministros, teve a brilhante idéia de criar o pró-álcool. Energia renovável e que seria a redenção do Brasil. O Banco do Brasil, como principal banco de fomento do governo, seria o carro-chefe para se levar adiante o programa recém-criado.

Nessa época, era eu funcionário do BB em União dos Palmares-AL. Tinha quase dois anos de serviços naquela época. O banco, como frisei, seria o propulsor para que o programa ora criado, e que seria a salvação do Brasil em termos de energia alternativa, fosse adiante.
União dos Palmares, pertencente a uma região agrícola propensa à plantação de cana-de-açúcar desde o descobrimento do Brasil, não ficaria de fora.

A agência 0120 do Banco do Brasil teria que se preparar para que fossem adiante os planos do Governo. Só tinha um pequeno problema, que logo seria resolvido pela direção do Banco do Brasil: a falta de funcionários para fazer os contratos agrícolas.

Nessa época o Hotel de Dona Massur, teve movimento acima do esperado, chegou em União dos Palmares, uma leva de gaúchos que logo foram se enturmando. O gerente do Banco do Brasil na época, o Sr. Odon, colocava cada um que ia chegando nos devidos lugares e determinados para os serviços, de acordo com as necessidades da Agência.

Na enxurrada de gaúchos que chegou em União, teve um que veio da região de Erechim-RS, quase na fronteira com a Argentina, era o Paulo Racback Marten, descendente de Alemão, e que nunca tinha ouvido nem visto nada sobre o Nordeste.

Naquela época, todo dinheiro emprestado pelo Banco do Brasil, era verba federal. Todo empréstimo efetuado para a fundação e plantação da cana, teria que ter fiscalização, para que não fosse usado para fins diferentes.

O sr. Odon, o gerente da agência, nomeou o Paulo Gaúcho, fiscal da Antiga CREAI (Carteira de crédito agrícola). Quem tinha carro próprio, ganhava naquela época além do salário normal (que não era pouco), também diárias e quilometragem. O dinheiro era tão bom naquela época, que dava pra comprar um carro novo pagando com o que se ganhava só nas vantagens.

O gaúcho Paulo, que só conhecia de plantação de arroz, saiu em primeira missão. Como ele não conhecia ainda a região, fiquei encarregado, por ser do local, em acompanhá-lo para ensinar por onde se chegava às fazendas.

O sr. Nezinho Francisco (de saudosa memória), era um dos grandes fazendeiros da região de Santana do Mundaú (a região era subordinada geograficamente à agência do Banco de União), por ter muitas terras, solicitou também uma grande quantia de empréstimo, e teria logo que ser vistoriado pelo fiscal, e o fiscal, naturalmente faria o laudo positivo, para que o mesmo tomasse o empréstimo para a plantação da cana.

Fomos lá para a fiscalização primeira, do recém-nomeado fiscal. Lá chegando apresentei-o ao Sr. Nezinho, e este, dando-lhes as boas-vindas, nos convidou para um cafezinho (era de praxe onde chegávamos).

Depois de apreciarmos o delicioso café, fomos ao que interessava. O Paulo convidou o Sr. Nezinho para que o mesmo mostrasse os serviços que estariam sendo feitos (a plantação de cana), com a verba que tinha sido emprestada para ele. Foram ao campo. Lá pelas tantas, depois de quase duas horas de andança pela plantação de cana do Sr. Nezinho, o Paulo perguntou cheio de autoridade: bah! Thê, onde está a cana que tu tiraste o dinheiro para plantar?

O cara só conhecia de plantação de arroz, e o seu Nezinho, brabo retrucou: “Ô seu fio da peste, tá esse tempo todo espezinhando minha cana plantada, e você ainda vem me perguntar onde está a plantação de cana?

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