Olívia de Cássia – jornalista
Nem parecia que era véspera de São João, ontem. Tudo mudou. Em Maceió, há anos atrás, as ruas do Centro, Prado, Ponta Grossa se enfeitavam para comemorar o São João nos arraiás erguidos pelos moradores. Hoje em dia não tem nada que lembre a data na região. Poucas ruas se enfeitaram para as festas juninas no Centro.
O São João da capital alagoana se resume a Jaraguá e ao Benedito Bentes, onde a prefeitura organizou ótima programação. Mas nos dois casos a juventude é quem vai tirar proveito disso, porque para os mais velhos, fica difícil ir numa festa dessas, é muito tumulto.
Toda aquela alegria e movimento do passado em quase todas as ruas ficaram apenas na minha doce lembrança, principalmente as da minha infância e juventude em União dos Palmares.
Há quem diga que viver muito de memórias é um perigo, mas eu, ultimamente, vivo mais dos bons e velhos momentos passados, do que das atribulações do presente, que são enormes. Mas, voltando às comemorações das festas juninas, tudo ficou para trás, mesmo.
Até na Vieira Perdigão, rua onde tenho residência em Maceió, o povo não se animou. A única coisa feita foi a decoração da rua. Antes, a gente fazia churrasquinho e se reunia para bater papo, tomar uma cervejinha.
Ontem, apenas uma fogueira foi feita, de fato, e pequena, na rua. Os mais novos, em sua maioria, foram para Jaraguá, local onde se concentraram as festas na parte baixa da cidade.
Desde o Carnaval que algo aconteceu comigo. Uma tristeza imensa, desânimo me impedem a alegria e disposição que eu tinha para festas e brincadeiras, acho que por conta dessas dificuldades vividas agora.
Minha distração, além do trabalho, tem sido a leitura, meus cães e meus gatos, já que em casa estou no movimento dos sem-nada: sem tecnologia e sem um monte de coisa.
Meus filhotes ‘entendem’, em silêncio, minhas preocupações. É como se o tempo todo quisessem me dizer: “Não se preocupe, estamos aqui lhe apoiando”. Nada me anima, a não ser a leitura e a companhia deles.
Dá uma angustia danada a gente perceber que, com 22 anos de profissão, hoje me encontro nessa decadência material toda. Tanta gente que começou um dia desses na profissão e já está em outra situação, diferente da minha. E me ponho a perguntar: Por que para mim tudo é sempre mais emperrado?
Mas eu não tenho do que reclamar, eu sei que a culpa disso é minha mesmo, fruto das minhas escolhas, que nem sempre foram as mais acertadas. Mas a essa altura da minha vida, não tem mais jeito não. A solução é eu ir me acostumando com isso, mesmo que me cause tanta atribulação.
No mais, é desejar que todos tenham um bom São João e que as festas de São Pedro sejam divertidas e em harmonia. Fiquem com Deus.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
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