segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia duvidoso ...


Olívia de Cássia – jornalista

Dia duvidoso esse de sábado. A gente não sabe se o sol vai permanecer de brigadeiro ou se chove depois. Nuvens se formam no céu, anunciando o que disse a meteorologia para o fim de semana.

Resolvi que não ia levantar muito cedo; cheguei tarde da Tribuna Independente, mas quando levantei, tive muitas tarefas domésticas para fazer. Quis ir ao cinema, mas terminei ficando em casa mesmo, dando continuidade à leitura de “Trem Noturno para Lisboa”, um livro introspectivo e instigante. Vale a leitura.

Os gatos me fazem companhia, estão sempre ao meu lado. Malu e Oto – os podles – não gostam de dividir as atenções e se irritam lá da área de serviço, pressentindo a aproximação dos felinos.

Ainda sem tecnologia em casa, o dia se torna enfadonho. Agora tudo pifou de vez, incluindo a televisão e o DVD; a alternativa que me sobra é ler muito e escrever o que vai na minha cabecinha às vezes tão complicada. Ainda bem que tenho as duas opções ainda, apesar da vista cansada.

As coisas estão tão difíceis para mim que tento fazer um pouco o ‘jogo do contente’ feito a Pollyana do romance da adolescência: é o jeito a gente ir procurando substituições para o que não tem remédio. É a vida.

Para que o processo encaminhado ao INSS seja concluído eu ainda preciso fazer exame de ressonância magnética. Nunca vi tanta burocracia e tanto protocolo para se fazer um exame pelo SUS. Talvez isso seja só comigo, não sei. Tenho até o fim do mês para entregar os exames complementares que a perita solicitou.

Estranhamente, a mesma médica que recomendou que eu me aposente, por conta do agravamento da ataxia, agiu de forma muito adversa na última consulta que tive com ela. Quando eu saí do consultório eu não sabia se chorava ou se dava boas gargalhadas. Pelo o que ela disse, só faltou mesmo me recomendar um plano pré-vida.

O pior é: mesmo diante disso tudo ainda não sei como fica minha situação previdenciária. Nunca pensei chegar aos 51 anos nessa situação. Paciência, isso tudo faz parte da vida mesmo, não posso reclamar e ainda tenho que agradecer por ainda me encontrar nesse estágio do problema.

Thor, um dos meus gatos, se espreguiça manhosamente na cama. Ele sabe conquistar um carinho. Reclama muito e eu continuo observando para ele a rebeldia não me levou a nada. “Deixe de ser rebelde”, digo para ele.

Não consigo tirar o pensamento dos últimos acontecimentos policias de Maceió. O assassinato daquela moça de 28 anos não me sai da cabeça. Fiquei pensando na família, principalmente na mãe da garota.

Cheguei à conclusão que Deus não me deu filhos, porque sabia o que estava fazendo. Não sei se eu seria tão forte e capaz de suportar tanta dor. E diante do caso, lembrei de outros da literatura policial que ainda estão sem solução. Não sei onde vai parar a humanidade com tanta falta de amor.

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