quarta-feira, 22 de agosto de 2012

‘Camaleoa’

Olívia de Cássia - jornalista

Os camaleões distinguem-se de outros lagartos pela habilidade de algumas espécies em trocar de cor. Eu não sou como a fêmea do camaleão, não uso disfarces, um para cada situação, mas bem que em determinadas horas seria melhor agir assim, para o nosso bem e ‘de toda a santa igreja’.

A vida é cheia de labirintos e às vezes é preciso ser dissimulada para não revelar sentimentos e emoções, mas infelizmente a vida não me instruiu para isso também. Não aprendi a viver de falsete, de enganações. Falo de mim, dispo-me de preconceitos e revelo todos os meus segredos, aqueles mais difíceis de serem falados.

Não é fácil ser assim, sincera, afirmativa e sem disfarces e preconceitos. Já tive muitas perdas na vida, elas me deram muito aprendizado e maturidade,mas ainda é preciso muito mais.

Não quero aqui falar de sofrimento, para não me entristecer. O sofrimento e as intempéries da vida nos fortalecem e nos torna pessoas melhores, menos arrogantes.

Não sou infeliz, já passei dessa fase de viver reclamando da vida e achar que tudo conspira contra. Hoje eu procuro ser feliz com o pouco que tenho, que já é uma imensidão diante de tanta miséria no mundo.

Fernando Pessoa disse que “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente”. No caso, a palavra conforta e reconforta, pelo menos temos esse dom de expressar a dor e torná-la mais amena.

Segundo Pessoa, "ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história".

E é isso que tenho tentado fazer, a partir das perdas que tive. Tomar o leme desse barco é preciso, ser timoneira nessa estrada nem sempre reta e nem sempre tortuosa e fazer dos sentimentos impossíveis e das adversidades uma bandeira de luta.

Tem coisas na vida que a gente não pode mudar: sentimentos, emoções, realidade. Esses a gente aceita e se conforta, sem conformismos, mas com maturidade e discernimento do que é melhor para nós e para a nossa saúde e equilíbrio.

Há outras que a gente vai à luta, conquista e não pode se conformar como as questões sociais e políticas. Foi isso que aprendi da vida; com muita luta as mulheres conquistaram seus espaços na vida e essa não podemos abdicar. Salve o Dia do Folclore!

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns, querida conterrânea! Sou o Professor Beserra (joão Beserra da Silva) de quem a Goretti lhe falou ontem. Por favor entre em contato comigo pelo professorbeserra@yahoo.com.br pois necessito muito lhe propor algo magnífico para ser apresentado aí em Maceió.
Meus telefones são 11/984645220(vivo) - 96435-0934 (Tim).
O mundo fica mais belo com pessoas como você que espelham e retratam o belo... Que Deus a abençoe e a todos da minha Terra querida...

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  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...