Olívia de Cássia – jornalista
Chego sôfrega ao trabalho, não aguento mais subir ladeira; a resistência física vai diminuindo com os anos e a vida sem atividade física. O sol nasceu, mas o dia ainda não esquentou.
A semana útil que começa nesta terça-feira, depois de um feriado municipal do Dia da Padroeira na capital, para alguns, promete ser movimentada também.
Hoje o guia eleitoral na televisão é da propaganda dos candidatos a vereador. Tem candidato miolo mole prometendo apresentar projeto para acabar com os tarados. Deve ter sido colocado ali como é feito todo ano de eleição, para fazer palhaçada mesmo e desmoralizar o processo eleitoral.
Cada ano que passa diminuem os candidatos mais propositivos e aparecem essas malas para avacalhar ainda mais as eleições. A Justiça Eleitoral deveria fiscalizar isso também. O eleitor passa a generalizar e difundir que todos são iguais e que não tem jeito.
Nas ruas de União dos Palmares ainda repercute o discurso ‘bateu levou’ do senador Fernando Collor, que teria chamado o atual prefeito, que é do mesmo partido dele, de frouxo. Tudo isso porque o prefeito está apoiando o candidato da situação, o ex-governador Mano, desafeto do ex-presidente.
Quem conhece Fernando Collor sabe do seu estilo. Quem ainda tem memória e acompanhou todo o processo do impeachment sabe disso. Mas como nenhum candidato recusa apoio, meu amigo Beto Baia foi ‘obrigado’ a aceitar apoio do senador acima citado.
Cada ano que passa as baixarias tomam conta das campanhas eleitorais, são ataques virulentos à individualidade e vida pessoal dos adversários e proposta que é bom, a gente enxerga muito pouco, principalmente no interior do Estado.
Política é uma atividade estranha por aqui. Os inimigos ou desafetos de ontem passam as ser os aliados de hoje e vice versa. Acompanho isso desde a década de 80, quando os movimentos sociais tinham atividade forte.
A maioria mudou de lado; não tenho nenhuma crise com quem muda de lado e de opinião, a mudança faz parte do processo de crescimento interior, mas se pelo menos a mudança fosse para construir uma sociedade mais justa e sólida, coisas positivas, eu ia aplaudir.
O pior é que a gente sabe que tudo fica por conta do ‘é dando que se recebe’ e da luta desenfreada pelo poder e pela ganância atrás do dinheiro.
Os partidos que ainda se dizem de esquerda precisam fazer uma reflexão, repensar a conjuntura e não ficar repetindo chavões tão conhecidos por aí. Precisamos nos reorganizar, reciclar, redefinir, reagir sob pena de nos tornarmos caducos.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
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