Por João Paulo Farias – O Relâmpago - Texto e Fotos
Dezenas de alunos, professores e técnicos administrativos do Campus Universitário Zumbi dos Palmares saíram em protesto pelas ruas do centro da cidade. Com cadeiras nas mãos, faixas e cartazes, os universitários cobraram do Governo do Estado, melhorias na Universidade.
Com palavras de ordem, os estudantes bloquearam as principais vias de tráfego do centro e com cadeiras sentavam no meio da rua e explicavam às pessoas que observavam o ato, como pedestres e motoristas, o caos em que se encontra a Uneal, que atende nos seis campi espalhados no interior do Estado, mais da metade dos municípios alagoanos.
“Téo cara de pau, respeite a Uneal”, “Teosunami”, era o grito de guerra daqueles alunos e professores revoltados com o descaso na educação, provocado pelo governador de Alagoas, Teotonio Vilela.
Na extensa pauta de reivindicações, vem o concurso para repor os professores do quadro efetivo, já que a instituição tem uma carência de mais de 280 professores. “Estamos em estado de greve e se tudo indica que até o dia 4 de setembro vamos entrar em greve”, disse o diretor do Campus V, professor Reinaldo Sousa.
Reinaldo Sousa, diretor do Campus V
Reinaldo lembra que o descaso do governo Teotonio Vilela com a Uneal é de muito tempo. “Não temos autonomia financeira, o valor destinado aos seis campi da Uneal é de 205 mil reais mensais, menos que as despesas de cafezinho da Assembleia Legislativa”, denuncia o diretor.
“O governador se recusa a ouvir o nosso reitor Jairo Campos, que tem poder de chefe de Estado”, disse Reinaldo, pontuando que até a realização do vestibular da Uneal está comprometido.
Segundo Reinaldo, é necessária uma reposição salarial de 17,38% dos docentes, “como também a liberação de quase dois milhões de reais que já estão na conta do Banco Nacional de Desenvolvimento, para construção da sede do Campus de União dos Palmares, como também reformas nos demais campus da Uneal”, concluiu.
A coordenadora do DCE da Uneal e vice presidente do Centro Acadêmico de Letras do Campus V, Cynthia Rosalik, denuncia que no sétimo período do curso de Letras só há dois professores. “Estou sendo prejudicada por esse governo que não quer que o filho do pobre, do trabalhador tenha uma educação de qualidade”, observou a estudante.
Rosalik lamenta que o Campus de União dos Palmares não tem sede própria, que está funcionando numa escola municipal, que não tem as mínimas condições para estes alunos estudarem. “Eu tenho 26 anos e estou sentada numa cadeira do ensino infantil”, denuncia.
Ela lembra ainda que em novembro de 2011, o governador trouxe para a negociação 11 pontos de pauta, dizendo que o concurso público para professores efetivos da Uneal seria em 1° de junho deste ano. Agora a argumentação é a de que não haverá concurso.
“Estamos sufocados como estudantes, porque não temos professores suficientes, dessa forma não tem condições de a gente concluir o nosso curso”, finaliza.
No dia 19 de setembro haverá uma grande assembleia, na Assembleia Legislativa Estadual (ALE), com alunos, professores e técnicos da Universidade.
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